Após a queda do muro de Berlim, a câmera de Chantal Akerman, tal qual um sismógrafo, se propõe a registrar, em longos travellings, esses países libertos de si mesmos, entre uma utopia que desmoronou e um futuro que parece impossível. Alemanha Oriental, Polônia, Rússia: de todos os lados se encontra a mesma desolação, espaços vazios, edifícios como que abandonados, multidões de anônimos que esperam não se sabe o quê: o ônibus, o trem, a abertura da venda, ou, talvez, o fim definitivo da História.