Elementary

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Tem como não shippar?

Como falar de uma série que uma parte de você sente que é ruim, mas a outra não consegue sentir essa ruindade? Pois é, foi que me aconteceu com Elementary. Vira e mexe aparece uma série assim para mim. Vou me explicar melhor: é quando você sabe que a série é cheia de fórmulas batidas, quase um clichê, mas mesmo assim ela te pega no coração, em algum ponto fraco. E aí, não importam os defeitos, você vai amar para sempre. Mas não é amar incondicionalmente: você sabe que existem séries mais especiais para você, mas essa te dá uma sensação de proteção tão grande que você sabe que não vai largá-la nunca.

Pra quem ainda não conhece, a série é mais uma das 7389274364 versões de Sherlock Holmes, de Conan Doyle. Aqui, Sherlock é um britânico (isso ainda não mudou!) que passa a viver nos Estados Unidos depois de se recuperar de seu vicio em drogas pesadas. É mais ou menos como se ele estivesse em quarentena. Mas aí, para passar o tempo, ele começa a trabalhar na polícia, como um consultor. Tudo isso está subentendido no piloto. Falando no piloto, é quando conhecemos a doutora Watson. Joan Watson é uma ex-médica, que depois de uns probleminhas decide trabalhar com pessoas que foram dependentes de drogas e estão tentando se reabilitar. Contratada pelo pai de Sherlock, Watson vai morar com ele. E a dupla está formada. Sherlock não quer uma “babá”, mas aceita de bom grado uma ajudante nas suas investigações.

Algumas semanas antes do carnaval eu fiquei uns dias de cama. Foi aí que eu vi a primeira temporada de Elementary em praticamente dois dias. Quando você se sente indisposta, e pior, com dor, não tem muita coisa que dê vontade de fazer. Por isso é importante quando você consegue achar algo que te ajude a não ficar parada olhando para o teto. E Elementary fez isso: me deu a mão e me fez passar pelo repouso forçado num piscar de olhos. Esta série, é, para mim, televisão na sua boa e velha forma – só não digo em sua melhor forma porque acho que aí é outra conversa. A série tem aquele script batido, mas que funciona muito bem. Praticamente em todo espisódio Sherlock e Watson precisam desvendar um caso de morte, e depois de alguns suspeitos aparecerem, aquele de quem às vezes você desconfia pode ou não se revelar o culpado. E aí Sherlock explica todo o caminho que fez para chegar até a descoberta do culpado. Explica para quem? Para o culpado, que fica sempre meio pasmo, mas no fim das contas a gente sabe que a explicação é para a gente.

Só que essa fórmula não me incomoda nem um pouco. Porque mesmo tendo muitos vícios, a série acertou em cheio no casal protagonista. Jonny Lee Miller – tive que dar um google nele e descobri que namorou Angelina Jolie – está super envolvente como Sherlock Holmes. No começo achei Miller uma péssima escolha, mas depois, vi que o personagem era tão carismático que acabei gostando do ator. Li em mais de um lugar que o Sherlock dele se parece muito com o Dr. House. Depois disso também comecei a notar muitas semelhanças. Assim, mesmo com casos meios toscos, o casal consegue transformar a maioria dos episódios em algo melhor do que mediano. Nem falei da Lucy Liu, né? Pois ela está muito charmosa.

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Não quero injustiçar a série, por isso tenho que dizer que Elementary não é só uma questão de resolver crime após crime. No meio desta trama tem uma subtrama: o relacionamento de Joan e Sherlock é muito importante, acho até que dá pra dizer que é o que leva a série para a frente. Claro, mas claro, que eu shippo os dois.

Ainda estou bem atrasada em Elementary. Depois de sair da cama, não consegui mais assistir muitos episódios de uma vez, então ainda estou na segunda temporada, mas eu sei que aos poucos vou terminar tudo. Talvez se eu visse a série como uma superprodução para a tevê, eu não conseguisse assisti-la. Acho que cada produção tem uma pretensão, e acho que cada uma deve ser julgada meio que de acordo com isso. Eu jamais daria tantas colheres de chá a True Detective, por exemplo. Mas também penso que mesmo a melhor produção ainda é televisão, por isso, o que mais conta para mim é a sensação de bem-estar que consigo tirar dali. Elementary neste quesito ganhou nota 10.

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