Cinema: Sob a Pele

Mistério e sensualidade no novo filme de Scarlett Joahnsson.

Mistério e sensualidade no novo filme de Scarlett Johansson.

Acompanhar a sessão de Sob a Pele é como se estivéssemos participando de uma viagem no tempo: o longa inteiro lembra alguns filmes dos anos oitenta. Seja com a trilha sonora, no estilo, nos cenários… enfim, a verdade é que Sob a Pele é um filme que merece ser descoberto.

O filme é curioso. O único nome de peso no pequeno elenco é Scarlett Johansson, que interpreta uma alienígena. Apesar disso, não temos nenhuma cena envolvendo o espaço. A história dessa alien se passa na Escócia onde a personagem de Scarlett seduz homens e os mata de maneira bem estranha.

Para os mais certinhos, o filme pode trazer um problema grande: respostas. Isso porque você não terá respostas para as coisas que acontecem. Por que matar jovens rapazes? Qual a explicação para o modo como acontecem às mortes? O que os aliens ganham com essas mortes? Enfim, isso não será problema se você souber aproveitar os outros pontos do filme de Jonathan Glazer.

O diretor não se preocupa em dar algumas respostas, e em minha opinião até fez bem. Isso faz com que o público fique pensando e fazendo teorias para as coisas, e outra, se ele fosse dar resposta pra tudo, poderia levar o filme para um péssimo caminho. Aqui ele foca na personagem alienígena que aos poucos vai descobrindo sentimentos humanos, e é aí que está o seu grande acerto e o clímax do filme.

Antes do lançamento, muito se falou sobre Sob a Pele, porque o filme traria cenas de nudez com a musa Scarlett Johansson. Scarlett aparece nua? Sim, aparece. Mas quem for assistir ao filme apenas para vê-la nua, sairá decepcionado. Jonathan Glazer utiliza a beleza, a sensualidade e a nudez da musa de forma a ajudar a contar a história, e não gratuitamente. Scarlett utiliza a sua sensualidade para conquistar e depois matar os homens, assim, podemos vê-la em algumas cenas de lingerie ou de camisola. Nua mesmo, apenas uma vez e bem rápido. E, diga-se de passagem, a cena é muito bonita não só pela Scarlett, como também pelas cores e trilha utilizada em cena. De qualquer forma, palmas para a atriz por aceitar um papel difícil e corajoso, no qual ela se saiu muito bem.

O filme também vai muito bem na parte técnica. O início misterioso em conjunto com a fantástica trilha sonora lembra algumas obras de Stanley Kubrick. Inclusive a trilha sonora nos faz lembrar de Laranja Mecânica. O estilo e cores utilizados em todo o filme remetem a Blade Runner, O Caçador de Andróides. O filme ainda conta com cenários enigmáticos, e nesse quesito a direção de arte acertou em cheio.

Longe de ser uma obra prima, Sob a Pele é um filme estranho… porém bastante interessante, que consegue prender a atenção do público com uma ficção científica bem diferente das que estamos acostumados.

Nota 7

Under The Skin, 2013. Direção: Jonathan Glazer. Com: Scarlett Johansson, Jeremy McWilliams, Lynsey Taylor, Dougie McConnell, Kevin McAlinden, Andrew Gorman, Joe Szula, Roy Armstrong. 108 Min. Ficção Científica.

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