Cultura

Projetado para a web, o longa 'Eu te amo Renato' terá lançamento físico e virtual esta semana

Ficção entrelaça vida de jovens com músicas de Renato Russo

RIO - Para produzir um filme especialmente para a internet, o diretor estreante Fabiano Cafure voltou para um tempo em que a rede mundial dos computadores e até mesmo os telefones celulares eram novidades. Ele foi buscar na na própria juventude a inspiração para realizar "Eu te amo Renato", que será lançado na quinta-feira (11) às 22h no canal O Cubo . Apesar de ter sido projetado para a web, o filme também terá uma "pré-estreia" nas salas de cinema: de segunda (8) até quinta, ele está em cartaz no Instituto Cervantes, em Botafogo, às 19h . (Veja o trailer acima)

A história do filme se passa no interior do Rio de Janeiro em 1996. Mais precisamente na cidade de Valença, onde o diretor morou durante muito tempo. A trama envolve três personagens, que vivem os conflitos e dificuldades típicos da adolescência. E todos esses assuntos são interligados por músicas e referências à Renato Russo, líder da Legião Urbana. Não à toa, a trama se passa no ano em que o cantor morreu.

Segundo o cineasta, o filme foi produzido "no amor". O longa-metragem teve um orçamento modestíssimo e pretende quebrar paradigmas no que diz respeito a direitos autorais. A produção foi licenciada através do Creative Commons, ferramenta que flexibiliza o direito de propriedade de um autor sobre a própria obra. O método permite cópias e compartilhamento com menos restrições do que o modelo tradicional.

— A nossa produção é a primeira exclusivamente pensada e produzida para a internet e licenciada via Creative Commons no Brasil. Queremos redefinir o que é independente. Se um filme custa mais de R$ 150 mil, não se encaixa nesse rótulo. Nosso filme custou R$ 30 mil, posso falar disso com muita propriedade — explica Kafure.

O diretor afirma que teve que adaptar o roteiro e a linguagem de acordo com o formato que o filme será veiculado. Afinal, o monitor de um computador é radicalmente diferente das telonas de cinema.

— Quando se pensa um produto para a internet, devemos considerar todos as diferenças: desde o tamanho da tela em que o vídeo será exibido até  o tipo de plano que devemos filmar — diz.

Na internet, o longa será hospedado em outro projeto de Cafure, o canal O Cubo . O portal recebeu recursos de um edital da Secretaria Municipal de Cultura e pretende ser uma vitrine de produções alternativas.

— Por volta de 90% da produção independente do país não vai para o cinema. O Cubo pretende amplificar a audiência desses filmes, dar visibilidade. A única exigência que fazemos é o Creative Commons. Nossa inteção é quebrar paradidgma e furar o enorme entrave que a distribuição representa para os independentes — afirma.