Os invencíveis (2008)

Título original: Joheunnom nabbeunnom isanghannom

Título em inglês: The Good, the Bad, the Weird

País: Coréia do Sul

Duração: 2 h e 05 min

Gêneros: Ação, aventura, faroeste

Elenco Principal: Kang-ho Song, Byung-Hun Lee, Woo-sung Jung

Diretor: Kim Jee-Woon

IMDb: https://www.imdb.com/title/tt0901487/


Para quem é fã dos filmes de Sergio Leone, principalmente do famosíssimo “Três homens em conflito“, também conhecido como “O bom, o mau e o feio“, eis uma excelente recomendação. Não se trata de um remake simples e puro, “ao pé da letra”, mas da utilização da essência do filme de Leone para a construção de um faroeste coreano espetacular, que coloca em rota de colisão três personagens com um único objetivo: encontrar um tesouro.

A sinopse, retirada da internet e com adaptações, é a seguinte: “Nos anos de 1930, no deserto da Manchúria, três coreanos fora-da-lei (o bom, o mau e o estranho) se envolvem numa aventura espetacular. O estranho rouba um mapa de um oficial japonês; o mau é pago para recuperá-lo; o bom é um caçador de recompensas que vai atrás dos outros dois homens. Num clima de faroeste, os destinos desses três homens se cruzam, e eles terão que lidar com os exércitos nipônico e chinês, além de vários bandidos russos com os quais cruzam pelo caminho.”

Uma comparação com o clássico de Leone é inevitável. Por se tratar de uma obra-prima do cinema mundial e ser considerado um dos melhores faroestes já produzidos, “Três homens em conflito” supera o coreano em todos os aspectos, porém “Os invencíveis” não deixa de proporcionar um ótimo entretenimento e até uma certa nostalgia aos fãs do gênero, do diretor italiano e do irretocável clássico da década de 60. Como já aludido, a espinha dorsal do filme é análoga, entretanto, há algumas diferenças que podemos notar ao longo do filme; até o desfecho é diferente, mas sem fugir do épico duelo triplo . Se compararmos os três protagonistas do filme em tela com os do filme italiano, vemos que são bastante parecidos em seus caracteres (plural de caráter) e motivações. O “estranho” é de longe o personagem mais interessante, e mantém as características do chamado “feio” da obra de Leone: fanfarrão, engraçado, desastrado e exímio atirador; o “bom” é exatamente igual; e, quanto ao “mau”, tenho algumas restrições: por se tratar de um filme passado na década de 30, esse personagem se apresenta um tanto quanto moderno em seu visual, e sua empáfia e vaidade incomodam bastante, apesar de ele ser realmente muito bom em seu ofício.

Ademais, temos uma trilha sonora realmente muito boa, que conta até com assobios em uma de suas músicas. A câmera se move em movimentos não convencionais, provoca uma imersão do espectador no filme e concede à obra um estilo especial – algo muito parecido com Leone e/ou Tarantino, que é fã do cineasta italiano e por vezes utiliza o mesmo estilo que ele. Os closes também são muito usados, principalmente no último duelo. A principal diferença entre as obras é realmente o jeito coreano de fazer cinema. São muitos tiros – mas muitos tiros mesmo! É pirotecnia pura, apesar de vermos pouco sangue, que deveria ter jorrado com mais abundância, por conta da quantidade de balas zunindo pela tela o tempo todo – os pistoleiros tinham a mira muito ruim ou o diretor não quis fugir muito do visual da obra de Leone, que, diga-se de passagem, não agredia visualmente os olhos dos espectadores com cenas sangrentas. Resumindo, “Os invencíveis” é um “Três homens em conflito” disfarçado. Usa o mesmo estilo audiovisual, personagens similares, mas utiliza o modus operandi da indústria cinematográfica coreana, ou seja, com bastante violência, apesar de atenuada.

Tenho certeza que, ao assistir a esse filme, muitos saudosos espectadores sairão bastante satisfeitos. Minha sensação foi a melhor possível, por ver uma homenagem a um dos melhores filmes já produzidos pela sétima arte, que, por sinal, é o meu favorito de todos os tempos; então posso tecer os comentários acima com propriedade, por ter assistido a “Três homens em conflito” diversas vezes. Sempre é bom relembrar grandes histórias, mesmo que com uma roupagem diferente e adaptadas a outras realidades. A Coreia do Sul não tem Velho Oeste, mas tem faroeste. Ei-lo!

O trailer, com legendas em inglês, segue abaixo.

Adriano Zumba


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