Ek Tha Tiger (2012)

Título em inglês: There was a Tiger

Título em espanhol: Tiger – Agente especial

País: Índia

Duração: 2 h e 12 min

Gêneros: Ação, romance

Elenco principal: Salman Khan, Katrina Kaif, Roshan Seth, Ranvir Shorey

Diretor: Kabir Khan

IMDB: https://www.imdb.com/title/tt2016894/


Uma história de amor dentro de um filme de ação e espionagem. Esse é “Ek tha Tiger“, o filme que apresenta ao mundo o agente Tiger, interpretado por Salman Khan e que seria utilizado em outro filme, intitulado “Tiger Zinda Hai“, o qual inclusive já foi comentado no blog – a crítica pode ser acessada clicando-se aqui. Como informação, um outro filme com Tiger, o 007 indiano, já está em produção na Índia e será lançado nos próximos anos.

A sinopse, retirada da internet e com adaptações, é a seguinte: “Tiger é um agente do serviço secreto que nunca falhou numa missão, sempre viveu em função do seu trabalho e nunca teve tempo para si mesmo. Tiger é enviado a uma missão relativamente fácil em Dublin, na Irlanda. Ele vai observar um cientista de origem indiana, que atualmente leciona numa escola local e é suspeito de compartilhar suas descobertas com o Paquistão. Tiger tenta se aproximar do cientista, mas não é bem-sucedido. Nesse contexto, porém, ele conhece Zoya, que trabalha na casa de seu investigado, e eles começam a se aproximar. Então, Tiger começa a descobrir seu lado humano – pela primeira vez em sua vida ele conhece o amor. O que se segue é uma viagem tumultuada em que Tiger e Zoya embarcam, lutando contra o mundo obscuro da espionagem, que proíbe seus agentes de se apaixonarem.”

Temos alguns temas interessantes na narrativa. O principal deles é o impacto do aparecimento do amor na vida das pessoas. Esse impacto é hiperbolizado pelo fato de o ofício dos protagonistas não permitir a existência desse sentimento. Por conta disso, o amor adquire importância extrema na história e funciona como guia para os atos de Tiger e Zoya durante boa parte do tempo. Nada mais justo, pois seres humanos não são máquinas. Seres humanos têm sentimentos e em algum momento eles se exteriorizam, mesmo num contexto no qual essa possibilidade deveria ser inexistente. Há também aquele velho sub-tema, que, dessa vez, foi inserido explicitamente na história: as velhas rusgas entre Índia e Paquistão, representadas pelas nacionalidades distintas do casal de protagonistas e o nacionalismo extremo que eles demonstram por seus países: Tiger é indiano e Zoya é paquistanesa.

Como é praxe em filmes de ação indianos, esperamos, ao ler a sinopse, muita ação, suspense e cenas impactantes – e até exageradas -, mas “Ek tha Tiger” trabalha essas características com parcimônia. O lado romântico é preponderante. Tenho que confessar que isso me desagradou bastante! Filmes contendo agentes secretos como protagonistas devem prezar sempre por um mote narrativo mais frenético e/ou misterioso/investigativo. Ação e romance são gêneros cinematográficos até certo ponto antagônicos, apesar de os roteiristas indianos conseguirem trabalhos excepcionais misturando e harmonizando os mais diversos gêneros – os tais filmes masala. Considero “Tiger Zinda Hai” – o segundo filme com o agente Tiger – muito mais apreciável, pois os protagonistas já estão casados, já são mais bem aceitos como casal, e, então, o mote narrativo parte realmente para a ação, com poucas diminuições no ritmo e um foco único de atenção.

Por falar em ação, nas cenas em que ela toma corpo, temos um bom rock n’ roll. Dessa vez temos poucos exageros, ao compararmos o filme com todo o universo de filmes indianos do gênero. Apenas na cena final há alguns absurdos, que, diga-se de passagem, beiram o ridículo, mas o que é esdrúxulo para uns pode ser genial para outros. Essa abordagem fantástica e fantasiosa dos acontecimentos é algo tradicional na terra dos elefantes, e não podemos criticá-la, pois ela agrada – e muito – aos espectadores de lá. Para não fugir do padrão indiano de fazer cinema, temos alguns plot twists, que nos concedem a surpresa necessária para melhorar a nossa experiência cinematográfica. Saímos com a sensação que o filme poderia ter sido melhor aproveitado, através de mais adrenalina e menos sentimentalismo. De qualquer forma, a proposta do diretor foi esta: mostrar que o bicho homem tem sentimentos, os quais acontecem quando ele menos espera, mesmo estando inserido num contexto que os repele. Uma boa proposta, mas que prejudicou a fluência do filme. Ahh! Só para constar: a dança sensual de Katrina Kaif ao fim do filme concede-lhe alguns pontos a mais. Mesmo assim, uma avaliação de 3 estrelas está de bom tamanho – inversamente proporcional à quantidade de mel que escorre entre as balas.

O trailer segue abaixo.

Adriano Zumba


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