O Hospedeiro – The Host – Gwoemul

A sinopse é a seguinte: uma substância claramente tóxica é despejada num rio de uma cidade da Coréia do Sul. Assim um monstro totalmente mutante é criado, e claro, ele começa a atacar a cidade. Um filme oriental com monstro: eu já imaginei uma mistura de filme pastelão com efeitos toscos. Que mais linda e bela grata surpresa que eu tive. Estava totalmente enganada.

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Não presto atenção às sinopses, mas por ser um filme oriental contemporâneo o meu preconceito imperou. Só que este fugiu do esteriótipo que meu limitado conhecimento de filmes coreanos criou. Mais um filme ótimo que eu vejo em uma sequência perfeita de filmes bons que eu tenho visto.

Mas eu só falei do monstro mutante. Preciso contar da família que vai lutar contra o monstro das águas. Um pai, três filhos e uma neta. O filho mais velho é uma mistura de vagabundo com burro, a filha é a esportista, e o outro filho é o formado-desempregado. Todos se reencontram quando a neta é raptada pelo monstro. Este é o gatilho que faz a família – que pareceu meio desunida, ou no mínimo um pouco distante – lutar junta.

Monstro bonitinho

Monstro bonitinho

Se de um lado temos o monstro, e do outro a família, por último temos o governo, que faz as vezes de um vilão. A crítica está ali, quando a família vira alvo das autoridades pelo contato com o bicho contagioso; vemos o servilismo da Coréia com os Estados Unidos, vemos a mídia mentirosa. Só que o monstro também está ali, e este é um filme de monstro pra não botar defeito.

E no final das contas ele é lindo. Talvez não seja um dos monstros mais reais do cinema, mas não deu pra ficar incomodada como acontece em alguns filmes de terror quando a razão do perigo aparece e toda a magia vai embora. A família também é linda. Juro que me apeguei a eles. Em alguns momentos o filme tomou um caminho que me comoveu, e mesmo com todas as tiradas e piadas eu me emocionei. Um monólogo em especial me fez perceber isso. Os filhos estavam descansando depois de alguns momentos de ação, e o pai falava para eles (todos com os olhos fechados) para terem mais paciência com o irmão mais velho – que era totalmente abobalhado. Bem bonito.

Olha que família simpática.

Olha que família simpática.

E claro, a fotografia é linda. Com toda esta história acontecendo, o pano de fundo tá lá. Muita chuva. Uma cidade moderna ficou com cara de lugar em que qualquer aventura seria possível.

Dá para construir toda uma metáfora com esse filme, o diretor nos dá de presente várias ideias. E a minha metáfora é a de que nós, as pessoas comuns, conseguiremos lutar contra “os monstros” que estão por aí. Afinal…um coquetel molotov pode valer mais do que muitas balas da polícia.

Próximo passo: assistir pelo menos mais dois filmes deste diretor.

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