Rezenha Crítica A Mosca 1986 de Cronenberg

Capa A Mosca 1986

Anos 80, quando o horror era o terror, e o terror era o horror. Quando os diretores ainda destacavam-se pelos efeitos práticos e não especiais. A magia do cinema encantava ou horrorizava. Neste clássico, a ordem era horrorizar e depois encantar. Um filme que havia assistido em minha longínqua infância, confira a rezenha crítica de A Mosca, do mestre Cronenberg.

Como já adiantei, A Mosca foi um filme que havia assistido há muito tempo, no falecido Cine Sinistro da BAND nas sextas de madrugada (Sabadão rolava Cine Privê), e na época lembro que fiquei num cagaço desgraçado do filme, e não nojo como a maioria sente.

Resolvi reassisti-lo esta semana, e o filme mesmo 30 anos depois (Lançado em 1986) ainda continua atual, muito em virtude por conta de dois componentes importantes, a maquiagem e a direção. A maquiagem é tão importante  e foi perfeitamente bem feita que Cronenberg creditou o responsável Chris Walas no final do filme antes que os demais do elenco, o que não é o comum. Neste caso foi merecido, pois futuramente, Chris Walas viria a ganhar o Oscar por melhor maquiagem.

E a direção de Cronenberg é o segundo fator importante. Conseguiu executar o que poucos conseguiram, pegar um roteiro considerado simples, raso, sem muitos nós e plot twists e transformá-lo em uma obra prima, com muita tensão, efeitos práticos, elenco em sintonia e prender o telespectador causando as mais diversas sensações durante o filme. Alguns exemplos bem sucedidos e que podemos comparar são:

  • “João Carpinteiro” com o Enigma de Outro Mundo, filme que teoricamente não tem nada demais em sua história, entretanto muito bem gravado criando um suspense e uma tensão fora do normal;
  • O Profissional de 1994, tem uma história bem delicada para se tratar em um filme, não consigo nem imagina um filme deste rodar atualmente, mas na época muito bem dirigido e com as tomadas certas conseguiu extrair excelentes cenas além de chocar menos do que se pode imaginar;
  • A saga Mad Max que desde seus antecessores até o atual se for ver, tem muito mais a visão de George Miller que o filme em si, o que é sensacional;
  • Dentre muitos outros que não consegui lembrar enquanto escrevia esta reZenha;

Foi o filme que estereotipou Jeff Goldblum como cientista alto e desengonçado, sempre acabou executando mesmo papel depois e com o cabelo cada vez menor, se duvida, assista os Jurassic Park, Godzilla e os Independence Days. Temos Geena Davis (Sempre quis saber o nome desta atriz) mandando super bem e o próprio Cronenberg fazendo o ginecologista, assustador.

A Mosca nos transmite vários adjetivos, é um filme de horror, para causar esta sensação em você, muitos ficam com nojinho, eu degustei cada cena. Possui um humor bem escrachado e em certo momento nos deparamos como a ambição corrompe as pessoas, no caso inicialmente Brundie é um tímido cientista que não procura especificamente o sucesso, apenas quer inventar algo promissor, e quando ele cria a caixa de pandora, sua personalidade vai mudando em paralelo com as alterações genéticas em seu corpo, achando que era invencível, que tinha tornado-se uma espécie de “Fly Man” ou o Homem Mosca fodolento. Mas toda subida tem a sua descida e acho que foi aí que o filme “destruiu” e ganha o telespectador, seja pelo horror, pelo suspense ou pelo amor. É um filme que nos faz ir mais afundo e pensar que, em questões de segundos você pode acabar com a sua vida, uma atitude sem pensar (ou sem pensar direito) pode ter consequências incalculáveis para a sua vida, irreparáveis. Afinal o tempo é uma bomba relógio.

Minha nota é 4/5.

E você o que achou do filme? Conte-nos para saber sua experiência. O seu comentário é a alma do Blog.

10 comentários sobre “Rezenha Crítica A Mosca 1986 de Cronenberg

  1. Melhor que o original e um dos melhores filmes de terror já feitos
    David Cronenberg redefiniu o que consideramos assustador com este filme brilhante. Os efeitos especiais da maquiagem e brigas são de primeira qualidade, agpra o que é mais surpreendente no The Fly é que se revela uma história de amor muito bem-atuada e emocional. Ultrapassa muito a versão original de 58.
    A maioria dos filmes de ficção científica é grande em idéias e efeitos especiais, acontece de ser fraca em coerência e desenvolvimento de personagens; a maioria dos filmes de terror é igual, exceto sem as ideias certas. Ocorre que em ‘The Fly’, de David Cronenberg, leva uma idéia simples, a ser desenvolver adequadamente e evita (seus efeitos verdadeiramente aterradores) até seu clímax verdadeiramente horrível. E prestando atenção às personalidades de seus protagonistas, na verdade, você se preocupa com eles (Jeff Goldblum é excelente no papel principal) e adiciona um nível de reflexão séria sobre a própria natureza da mortalidade humana ao choque bruto. A mistura equivale a um filme horrivelmente bom.
    Seth Brundle ( Jeff Goldblum ), um cientista brilhante, e excêntrico, tenta atrair a jornalista investigativa Veronica Quaife (Geena Davis), oferecendo-lhe uma entrevista sobre sua mais recente pesquisa no campo do transporte de matéria, que, contra todas as expectativas do establishment científico, provou bem sucedido – até certo ponto. Brundle acha que resolveu o último problema ao transportar com sucesso uma criatura viva, acontece que quando tenta se tele transportar, uma mosca entra em uma das cabines de transmissão, e Brundle descobre que ele é um homem mudado. Este filme Science-Gone-Mad é a fonte da citação citável “tenha medo. Tenha muito medo”.
    As situações podem ficar realmente nojentas quando Seth Brundle lentamente se transforma em uma mosca enorme. A transformação é muito grosseira em certos pontos, e certamente emocionante de testemunhar. Você pode sentir a angústia e o horror da namorada enquanto ela testemunha isso. A incrível mudança física e mental de Goldblums: Geena Davis apresenta um desempenho convincente nesses papéis como da personagem “Veronica Quiafe”.
    A história não é apenas um filme idiota de criatura de terror, e sim um conto de ficção científica inteligente com excelentes atores excelentes. A atriz Davis também nunca pareceu tão linda. John Getz também é bom como seu chefe de revista, “Stathis Borans”. Esses três personagens dominam o filme. Tu nem se lembra de mais ninguém aqui.
    O final é impressionante, quase deixando o espectador pela primeira vez em choque. De fato, até o momento, este filme o deixará emocionalmente desgastado.
    Eu considero que este é um filme muito subestimado – um marco notável no horror moderno. Eu esperaria nada menos que excelente do diretor Cronenberg, e isso não decepciona. O desempenho de Goldblum é particularmente bom como o nervoso cientista Brundle, agora creio que a principal razão para a conquista do filme é sua estrutura – muito sutil, muito bem feita. A maior parte da ação ocorre no último terço da trama, agora há um grande suspense acumulado até esse ponto. E os efeitos especiais são de cair o queixo – a transformação hedionda de Brundle é uma reminiscência de ‘The Elephant Man’ de Lynch. Este filme tem uma reputação de ser desnecessariamente sangrento, o que na verdade não é de todo verdade. É uma imagem muito inteligente, sobre amor e outras questões, tanto quanto horror, e imperdível para qualquer pessoa.

    Curtido por 1 pessoa

  2. Pingback: Filmes para curtir no Halloween! | Rezenhando

  3. Pingback: Rezenha Crítica A Bela e a Fera 2017 | Rezenhando

  4. Caro amigo, você poderia, por favor, ampliar seus comentários ( como o WIKI em inglês), com o custo, arrecadação mundial, curiosidades, locações, entrevistas, etc.? Além disso, você aceitaria sugestões de filmes para futuras resenhas (extensas, se puder)? Muito obrigado.

    Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário