Maravilhoso. É exatamente o tipo de filme que eu pretendo fazer. Me identifiquei tanto que até fiquei meio pirado por uns meses.
Mas não dá pra dizer que não tem falhas. Talvez Spielberg realmente não tenha um timing cômico muito bom, são muitas as cenas em que você ri mais por ter entendido o conceito do que pelo que de fato está vendo na tela. Mas ainda assim, apenas ele poderia ter feito o filme, ao invés de Zemeckis ou qualquer outro diretor. O universo criado aqui é mágico, oriundo dos olhos de um visionário.
A confusão na cozinha no começo, o amor do Wally pela Betty Douglas, o concurso de dança, a briga entre os marinheiros e os malandros de terno escoando pro meio da rua, o discurso nacionalista do Dan Aykroyd, a roda gigante rolando pro mar (!!)... porra, tanta coisa épica.
Pros fãs de Thomas Pynchon: Não é maluco o suficiente.
Pro resto do mundo: É maluco DEMAIS!
haha, enfim, o sentimento de indiferença do público com esse filme é enorme, mas para mim é uma daqueles obras primas cuja reputação vai ser construída ao passar dos anos. De cara já sou eternamente grato a ele por ter me introduzido a obra de um dos maiores escritores vivos (coisa que por sinal mudou a minha vida)
James Cameron elabora um roteiro à base de todos os clichês hollywoodianos possíveis, o que diz muito sobre seu modus operandi. Algumas vez ele acerta MUITO no tom, mas em outros os diálogos só jogam a tela o que já esperaríamos nesse tipo de produção. Sua direção de atores também é inferior à de Ridley Scott, e parte considerável do elenco age de maneira caricata (à exceção de Sigourney Weaver e Lance Henriksen, o último numa performance sensacional).
Mas, por incrível que pareça, tudo isso se torna automaticamente ignorável diante do desenvolvimento desenfreado que ele dá para o história, manipulando habilmente o nível de tensão. O filme passeia como uma montanha-russa por todas as sequências-chave do gênero, mas o sujeito se aproveita disso para construí-las da maneira mais enérgica e individual possível.
No entanto, o único elemento que realmente me incomodou foi o fato de aqui aparentemente
existirem três climáx (o ataque à rainha-alien / fuga da estação / batalha com a empilhadeira). esse detalhe certamente colaborou para a fama de ''adrenalina ininterrupta'' do filme, e talvez tenha sido utilizado justamente com essa intenção. ainda que as cenas sejam inegavelmente muito bem realizadas, o lance é que esse excesso inchou a consistência da obra e nenhum dos acontecimentos citados acabou tendo o impacto planejado.
Não assisti ainda, logo, não tenho autoridade alguma para discorrer sobre as particularidades da trama; mas batendo o olho no material de divulgação, me parece bem claro que a Sophie Charlotte está estrategicamente caracterizada para soar como a Charlize Theron. Pessoal que viu confere se é assim o tempo todo mesmo?
Ok, o filme tem erros, e não são difíceis de serem notados. a) O personagem do pai é mal desenvolvido (apesar do ator fazer um bom trabalho com o que tem). b) os diálogos divagando acerca da cultura não são interessantes o bastante para se sustentarem por conta própria, e soam como tentativas de simular as teorias tarantinescas. c) os amigos do Donnie são babacas de uma forma quase ofensiva, tornando impossível a criação de qualquer elo com quem assiste. d) A estrutura da trama vai e volta num círculo, da maneira que bem entende, sem se fixar numa estrutura sólida e a direção grita ao telespectador que o trabalho provém de um estreante. Descartando, claro, o absurdo que é o diretor ter feito o filme baseando-se em regras presentes em um livro que, no primeiro momento, o telespectador não tem acesso.
Mas eu jamais serei hipócrita a ponto de negar o quanto o arco principal de Donnie Darko é genial, e como o Richard Kelly foi mais genial ainda ao mesclá-lo com um drama adolescente existencialista. Sim, o filme é um drama intenso, no qual você se identifica de uma forma ou de outra com o protagonista, que é um dos mais reais já criados, sendo assombrado por questionamentos que cada um de nós já teve – e se não teve, com certeza terá – ao longo da vida. Se tirarmos o coelho, a música sombria e o livro sobre viagem no tempo, o filme entraria com facilidade na categoria drama, e já seria considerado um dos mais provocativos do gênero. Até creio que tenha sido esta abordagem que os atores usaram ao trabalhar no filme, visto que eu me recuso a acreditar que mesmo eles tenham entendido os desdobramentos do roteiro.
E essa mesma abordagem pode ser usada para quem termina de assistir Donnie Darko e não é capaz de enxergar um palmo além da própria mão. Ao fim do longa, o telespectador pode não saber os motivos que levaram os personagem a chegarem até aquele desfecho, mas foi tão sobrecarregado com levantamentos sobre a morte, Deus, destino, luz contra escuridão, ambiguidade do ser humano, que tem MUITO MAIS coisa para refletir. O filme te deixa confuso e muito triste, e não vai permitir que você descanse até que sua mente tenha extraído o máximo de suas mensagens.
Ressalto aqui também a grande sacada que é a inserção estratégica da psiquiatra e do Frank na história. Ambos interagem em suma maioria apenas com o Darko, e representam, respectivamente, a visão científica e a psicológica. Em um lado o despertar do caos no universo é real e inevitável, e em outro é apenas fruto dos devaneios um moleque coberto de traumas. Uma ferramenta que parece simples ao primeiro olhar, mas amplia DRASTICAMENTE as possibilidades de interpretação da obra. O que dizer então da cena onde o coelho gigante aparece na sala da psiquiatra?
O que ocorre ali é, metaforicamente, uma quebra de expectativas, culminando na abertura de várias portas de interpretação ao mesmo tempo. Richard Kelly é ou não é um engenheiro da arte de contar histórias?
Dica: assistam a versão de cinema, e exatamente em seguida vejam o Director’s Cut. A primeira é o filme em si, a obra artística. Ela é como um livro cuja todas as páginas do meio foram rasgadas, e é impossível entendê-lo sem uma leitura complementar. Quando lançada no cinema, antes das teorias mirabolantes vazarem internet afora, penso que o público só poderia ter a aceitado como um produto surrealista, sem significado específico.
A Director’s Cut é o mapa para quem descobrir a resposta. A metragem é intercalada por passagens do livro ‘’A Filosofia da Viagem no Tempo’’, e o excesso de slides entre as cenas me impede de considerá-la um filme propriamente dito, e muito mais um manual de como brincar. A grande falha dela é ter substituído ‘’The Killing Moon’’ por ''Tear Us Never Apart'' (certamente pelo trecho onde diz ‘’ Two worlds collided’’, dando margem para o conceito de universo duplicado). Mancada. A canção do Echo and The Bunnymen era essencial para sustentar o clima de ‘’fim do mundo em 28 dias’’ que permeia o roteiro.
Enfim, uma dos maiores surpresas que pude ter nesse finalzinho de 2015. Quatro estrelas sem o menor receio. Me estimulou até a encarar as outras obras do Richard Kelly, e quem sabe entender a constante rejeição aos seus trabalhos seguintes. Aqui ele me soou como um George Lucas, dotado de ideias poderosíssimas, porém cometendo derrapadas no desenvolver da película. Isso talvez faça com que seu primeiro filme nunca se torne um clássico do cinema de marca maior, mas esteja com seu lugarzinho marcado na galeria de pôsteres do quarto de um cult. E se paramos para pensar, é exatamente aí onde ele deve estar, como uma pérola do cinema de meia-noite, estacionada logo ali no ano de 2001, satisfazendo a angústia da geração X e pronto para assustar os que buscam por entretenimento fácil.
Independente de um rótulo ou outro, a força do plot de Donnie Darko precisa ser lembrada sempre que possível.
Umas das piores produções da história da TV brasileira, quiçá do mundo. A trama pífia é apenas um desculpa para o Mallandro e seus companheiros de guerra andarem pelo SBT desejando boas festas à todos que encontram. É como se a emissora não tivesse tido tempo para preparar os cartões de natal para os funcionários, e viesse com esse projeto de especial para remediar a situação.
No meio dessa bagunça temos o Serjão completamente mal utilizando, com palhaçadas quede nem de longe nos remetem ás de outrora. Aqui ele é simplesmente feito de idiota, ainda que não tanto quanto o telespectador.
Filme maluco pra gente doida. É o Ash descendo ao inferno, e dando adeus ao pouco de sanidade que lhe sobra. Sem equivalentes, ao menos se pensarmos no gênero terror.
O legal é que por não se decidir entre continuação / remake / prequel, ele parece estar contando a história de como realmente foram os eventos do primeiro filme. A bagaceira toda tintim por tintim, sem omitir detalhes que pareçam risíveis ou indignos de credibilidade.
Sam Raimi completamente apaixonado. Jogando a câmera para todas as direções, dando closes nos rostos desesperados dos atores, destruindo e batendo portas com iminente violência, exagerando na tinta guache como se não houvesse manhã, pondo sangue nos ponteiros do relógio, cortando criaturas malignas de stop motion ao meio, etc. É isso. Não dando a mínima para o que a sociedade pensa e sem medo de ir longe demais. A maior prova disso é o final totalmente cara de pau-eletrizante-cala boca todo mundo-fora de controle que ele reserva para a produção. Sem o menor parentesco com o engravatado responsável por Oz e pela recente trilogia do Spider Man.
E falando em conclusão, aqui aprendemos que o jeito mais eficaz de terminar uma história é fazer com que os personagens conjurem um portal inter-dimensional durante a batalha final contra um ser milenar que só poderia ter saído da cabeça de Lovecraft. Eles, eventualmente, não conseguirão fechá-lo após o uso, e serão sugados para um longínquo ponto do espaço-tempo. A galera todo vai amar.
Cinco estrelas fresquinhas, merecidas.
P.s: Parece que ela primeira vez na indústria brasileira de tradução de títulos, os caras assistiram ao filme todo.
Mais uma obra do Scorsese cujo roteiro serve como um estudo de New York. Tudo relacionado à cidade é de alguma maneira personagem da trama, desde as pessoas na rua até a batata fria e o refrigerante nas lanchonetes.
O filme segue tranquilo na maior parte do tempo, se apoiando muito mais no diálogo do que na ação corporal. E eis que no último ato acontece uma girada de 360 graus e a coisa toda ganha ares de filme de horror, num massacre impecavelmente orquestrado pelo diretor. É como se houvesse um demônio escondido durante toda a película, e que para a surpresa do telespectador, se soltasse nos minutos finais e subvertesse toda a expectativa cultivada.
O que foi aquele cara que continuava firme - e agressivo - após tantos tiros? Alucinante, meu.
DeNiro desenvolve sozinho a dinâmica da primeira uma hora de filme, se paramos para pensar. Cybill Shepherd não acrescenta muita coisa, pelo que pude notar. Em segundo momento entram Harvey Keitel e Jodie Foster, e a película assina o atestado de obra-prima. A atuação da segunda é assustadoramente natural para alguém com 13 anos.
Mereceu perder pro Rocky? Não. Mas, porra. Eu até aceito, diante de outros falhas da academia. Ver o Stallone recebendo a premiação não tem preço. Oportunidade única, e que não poderia ser efetivada com outro filme do ator além daquele. De um jeito ou de outro, ambas produção terminaram conseguindo a aura que mereciam.
A continuação tem uma força tremenda e é sempre amada por todos, mas para mim este aqui é o presente definitivo do Sr. Cameron para o planeta Terra.
A fixação do diretor por cenas focando em detalhes do cenário (terminator lendo a lista telefônica, e a roda de um veículo esmagando um carro de brinquedo), as visões aterrorizadoras do Kyle Reese acerca do futuro iminente (visualmente macabras), e aquele clichê à la Stephen King de cidadão normal que do dia para noite se descobre essencial para o destino da humanidade. Tudo foi jogado dentro do caldeirão, foi servido e partiu direto para o cânone da ficção científica mundial.
Linda Hamilton só se consolidaria como heroína badass do cinema de ação no segundo filme, mas a Sarah Connor aqui não deixa peteca cair em momento algum.
Enquanto isso, James Cameron avança uma casa e passa do diretor de ''Piranha 2 - Assassinas Voadoras'' para o realizador de um blockbuster cultuado. Pessoal não se decide muito bem se ele progrediu ou retrocedeu mais casas para fazer alguns de seus próprios filmes....
P.s: Esse aqui até o Tarkovski curtiu. Não tem quem não viaje com um esqueleto robótico pegando fogo, cara. rs
A ideia é muito boa; a ambientação e os personagens não ficam atrás. Tinha tudo para ser uma anarquia-punk distópica inigualável. Mas não rolou. Não tem a energia que um filme do gênero pede. Em determinado momento, os eventos apenas acontecem; aparecem e vão embora, sem o menor tipo de dinâmica que os torne marcantes. Uma cena que explícita esse inconveniente é a batalha entre o Snake e outro cara no ringue. A luta termina frustrante, desprovida de surpresas, como se a mesma não fosse o foco da cena.
Nas mãos de um George Miller ensandecido ou mesmo de um Carpenter mais inspirado, sairia um projeto visceral.
Tendo dito isso, eu recomendo que todo mundo veja ao menos uma vez na vida por um simples detalhe: o final. Desde a reação do presidente interpretado por Donald Pleasence até a vingancinha pessoal do Snake Plissken; tudo lhe garantirá um sorriso no rosto. Prova do poder de fogo do John Carpenter para criticar quem bem entender.
P.S: Harry Dean Stanton é O CARA. Sonho com um mundo onde as pessoas dirão isso com mais frequência.
‘’O Despertar da Força’’ me lembrou em quase tudo o remake de ‘’A Noite dos Mortos Vivos’’, feito em 1990 por Tom Savini. Tecnicamente bem trabalhado, consistente e com seus próprios méritos enquanto filme, mas em nenhum momento negando que mesmo sendo acessível aos outros públicos, sua praia de verdade é atingir quem conhecia o feeling do trabalho original.
O roteiro do filme é um passeio pelos arcos de história de ‘’Uma Nova Esperança’’. Todos os degraus essenciais da composição do episódio I – ou IV - estão ali. Os buracos e mistérios da trama são parecidos, de modo quem assiste esse filme hoje sem conhecer os outros vai saber tanto quanto quem viu o primeiro em 1977; mas em nenhum momento é um cópia caricata, sem vida. Os termos técnicos ditos pelos pilotos nas cabines das X-wings, o ‘’tiroteio’’ de lasers entre os stormtroppers, os trejeitos de fala do C-3PO; tudo foi reproduzido com imenso cuidado e amor. Um amor que o próprio George Lucas não teve ao desenvolver a trilogia mais recente.
Lawrence Kasdan novamente fez o que sabe e conseguiu alternar bem o alívio, o desespero e a aventura na maior parte do tempo. Os diálogos entre a Leia e o Han são uma reminiscência do seu trabalho em ‘’O Império Contra-Ataca’’ e o ‘’Retorno de Jedi’’, com uma carga autêntica de envelhecimento.
A única coisa que me deixou profundamente irritado, e sinto que tenha sido onde ele deixou a desejar, foi o tom do humor dado ao personagem do John Boyega. Quando Finn falava, era como se o filme inteiro parasse, e ele estivesse sozinha na tela, numa dimensão à parte dos outros personagens. Aquela espécie de comédia não combina com a franquia. Repito que em muitas situações Kasdan foi hábil em capturar a ironia sutil de Star Wars, mas aqui jogou o trem para fora dos trilhos. Entendo como um truque proposital, já que pretendem chamar a atenção de um público mais jovem e disposto ao escancarado, mas é um erro pensar que esse exagero caiu bem.
O episódio VII é um conto seguro. Não vai muito longe, brinca com confiança com os elementos que tem à mão e acerta, pelo fato dos desenvolvedores entenderem como cada um deles funciona. Em várias ocasiões você olha e diz ''Aquilo é Star Wars!''. E acreditem, fazer alguém pronunciar isso é bem mais difícil do que parece. Se duvidam, perguntem ao Jorjão.
Conceitualmente, é o primeiro filme a ter coragem de desbravar o universo da franquia, e revelar ao público como a humanidade estava fazendo para se organizar e cultivar suas características inseparáveis, como a arte, o comércio e o prazer por espetáculos públicos.
O mundo de Beyond Thunderdome é riquíssimo, coberto de personagens estranhos que renderiam uma história em quadrinhos à parte. Eu aprecio muito os ''garotos perdidos'' e sua relação com o Capitão Walker. A película peca pela americanização de sua estrutura, ignorando por completo a selvageria australiana dos dois filmes anteriores. O que temos aqui é abertura com música pop de Tina Turner, chutes no saco, pastelão desenfreado; tudo que um americano que ama sua pátria gostaria de ver no cinema. Até o Max - antes introspectivo e atormentado por mágoas do passado -, em determinados momentos passa a ser um herói badass típico do cinema oitentista, à moda do Arnold ou do Chuck Norris, disparado às dunas deserto frases de efeito como ''Eu levo a Senhora Morte no meu bolso''. Aí não dá.
A maior parte do filme não fluiu das mãos de Miller, que estava em choque após a morte do amigo e produtor Byron Kennedy (homenageado nos créditos). George Ogilvie tocou o barco em forma de ajuda, o que torna compreensiva a diferenças significativas de ritmo. Miller ainda assume o leme ao 45 minutos do segundo tempo e nos brinda com uma perseguição final muito bacana, que não supera a de ''The Road Warrior'' apenas porque a ordem natural das coisas não pode ser vencida.
Aos que torceram o nariz para o filme na primeira tentativa (como eu), recomendo uma segunda olhada. E assim, que descubram um filme tímido que mereceu o direito de existência; não só pela exploração do integral ambiente pós-apocalíptico, arrumando o terreno para o quarto filme, como também pelo slogan mais direto ao ponto do cinema de ação. ''Dois homens entram, um homem sai''.
E é claro que o cara que vai sair é aquele cujo o nome está grafado nos créditos do filme, mas quem liga?
OBS: Com a trilha sonora do Maurice Jarre e o personagem principal vagando pelas areias com roupa de beduíno, é impossível resistir a tentação de apelidar a produção de ''Max da Arábia''.
Produção dona das piores cenas já vistas em um filme bom. Isso porque Dario Argento muito provavelmente pensou nos assassinatos com antecedência e depois tratou de rabiscar uma historinha para interligá-los. Os momentos de morte e terror são belíssimos, impecáveis no quesito fotografia, jamais errando na combinação de cores. O sangue que escorre das vítimas soaria falso até mesmo para um cego, mas isso porque Argento sabe o que faz; o sangue real não é vermelho o bastante para ele. O cara sabia que aquele era o tom certo para criar uma sensação de fantasia e ilusão.
Mas quando passamos a explanar o resto da película, some parte do gênio, some parte do mestre.
Suspiria tem uma narrativa arrastada, e as cenas não são encadeadas de uma forma que instigue a curiosidade de quem assiste. O filme todo é um grande anti-clímax.
Você fica ali desesperado, esperando pelas próximas cenas de angústia para agitar as coisas e o filme resgatar sua qualidade de volta. Elas chegam, e são uma verdadeira recompensa. Argento revela sua engenhosidade e nos traz momentos frutos de intervenção divina, embalados por um rock progressivo do cão (literalmente, visto que se você prestar atenção pode ouvir uns gritos pra lá de bizarros no fundo). Porém, basta eles irem embora que o filme mergulha em mar de insossidão.
As únicas cenas onde ninguém batia as botas que realmente me cativaram foram uma sequência genial na aula de balé e um diálogo onde um personagem joga ao telespectador algumas informações sobre as bruxas (a única pista que o filme dá sobre a natureza adversidade enfrentada na história).
Jessica Harper não mostra a que veio. O que é muito estranho levando em conta que ela é a protagonista do negócio. As partes desastradas que citei no início partem justamente dela, à exemplo do momento em que sua personagem é atacada por um morcego, e a atriz então nos entrega uma reação de medo menos expressiva do que a mulher do João Amorim em ''Obrigado a matar''. Após o duelo final - que é sensacional, e só comprova a o talento de Argento para o ilusionismo - ela escapa da escola de balé e solta um sorrisinho frio e incompreensível, como se tivesse acabado de acertar a letra de uma música em um karaokê, e não terminado de enfrentar uma criatura maligna milenar!
Vendo Suspiria, é possível explicar o declínio de Dario Argento. A praia dele sempre foi a criação de imagens ilusionistas. Quando ele deixou de investir até mesmo nisso, a falta de carinho do diretor para com seus roteiros se tornou transparente e não houve mais quem engolisse o trabalho do sujeito.
Sendo assim: Visualmente falando, Suspiria é Argento em seu melhor, e apesar de todos os obstáculos, leva três estrelas e meia pela experiência sensorial única.
Definiria como o mais exploitation da trilogia (ou ozploitation, tendo sido feito na Austrália). Tem todos os ingredientes capazes de saciar uma audiência sedenta por sacanagem e apelação: nudez, mortos com extrato de tomate espalhado pelo corpo, motoqueiros pirados semeando o caos por onde passam, e um herói durão vestindo um jaqueta de couro, e pronto para fazer justiça com as próprias mãos (cobertas por luvas igualmente de couro, que se conste).
O roteiro é bobão. A relação entre o Max e sua família, assim como entre o pessoal da polícia, não é das mais convincentes e parece ter sido colocada no filme apenas com o intuito de sustentar o banho de sangue que é o último ato.
Ainda assim, George Miller nos mostra forte segurança e maturidade na direção. Suas cenas de veículos se chocando na estrada - filmadas de modo completamente manual, sem o menor auxílio de CGI e outras tentações mundanas - são extremas e brutais, diferentes de que tudo que era lançado dentro e fora do cinema Grindhouse naquele momento. Inclusive, reza a lenda que Miller destruiu seu próprio carro em prol da obra.
Três estrelas por mérito do filme. Meia estrela em respeito ao carro destruído.
Verdadeira aula de roteiro. Eu fico embasbacado com as interligações entre os personagens, e como todos parecem ter se juntado para ferrar com a vida do Paul.
Griffin Dunne faz muito bem o papel de irritado, aumentando o grau de desespero ao longo da noite e à medida que as coisas cada vez mais se recusam a dar certo.
Assim como em Taxi Driver, Scorsese também se utiliza de um script para filmar takes e mais takes da cidade de Nova York. A trilha sonora acompanha todo o passeio, sendo praticamente uma musicalização da noite. É difícil separá-las, e esse detalhe a faz entrar sem receio no panteão de músicas que destruiriam o sentido de filmes inteiros se retiradas dos mesmos.
Confesso que - no passado - só entrei nessa de cinéfilo para encontrar filmes do naipe deste. Ao longo da jornada, dei de cara com diversas películas tecnicamente ''melhores'' e deveras mais importantes para a sétima arte; mas com o clima, o estilo, o humor e a intensidade de After Hours, eu não posso citar um único nome.
Penso que o excesso de técnicas inconvencionais estragou o ritmo do filme. Quero dizer, muitas vezes a perseguição está acontecendo, é interrompida por uma cena contemplativa, e volta minutos depois, com todo o fôlego indo pelo ralo.
Na verdade, as tais cenas são muito melhores do que o filme em si, e são estas que garantem à produção um lugar na história do cinema. A maioria delas merece ser dissecada por quem tem interesse em entender o poder da montagem cinematográfica e os truques por trás da estrutura de um roteiro.
Destaco o momento onde o som dos sapatos pisando no chão é ouvido mesmo após o personagem parar de andar e a forma como o período de tempo onde o protagonista esteve na prisão é jogado na tela sem gastar muito tempo (e diálogos).
Basicamente, é ''o filme experimental de John Boorman''. Muito mais um teste de como fazer cinema do que uma obra cinematográfica sólida.
E que conste: ver Lee Marvin armado e de terno no meio da cidade grande, caçando o sujeito que no passado o pôs na cadeia nunca deixa de ser uma experiência compensadora.
Apresenta um tom completamente diferente do resto da obra do Brooks. Sem anacronismos, nada de perseguições em velocidade acelerada e nem mesmo uma única quebra da quarta parede. É um humor contido, que está dentro do texto.
Cada personagem - sobretudo os três principais, e o diretor da peça - são um esteriótipo e uma piada por si só.
Vale muito a pena. Só não procurem algo nos moldes de Blazing Saddles ou Spaceballs. Enquanto aqueles são deliberadamente do gênero pastelão, esse aqui nos mostra mais ou menos como seria um pastelão se fincado no mundo real.
''Poucos sabem, mas o Führer era um ótimo dançarino.''
É um retrocesso na franquia, na minha opinião. Enquanto o primeiro filme brincava com os artifícios da literatura pulp e dos seriados clássicos com inteligência e senso de homenagem, muitas vezes até aprimorando elementos já utilizados nos meios de influência, este aqui é uma loucura.
O filme parece ter sido feito para soar o mais chocante e exagerado possível. É como uma canção de uma banda iniciante de death metal, tentando ser suja e barulhenta. Jones sendo envenenado por chineses bizarros, tiroteio no meio de balões de festa, garoto dirigindo o táxi, o trio descendo a montanha com um bote inflável, cobra sendo rasgada (e servida) ao meio no jantar, diálogo sexual um tanto forçado, caverna coberta de insetos, mina com crianças sendo escravizadas, etc.
Até o número de espadachins que o Indiana Jones enfrentava no primeiro filme dobrou pra dois. rs
Não que eu desgoste de um tom de exagero em um filme de aventura, mas levando em conta a maestria que empregaram na realização de ''Os Caçadores da Arca Perdida'', fica claro que toda a algazarra presente no segundo capítulo é fruto da insegurança dos roteiristas ao tentar bolar uma comédia de humor negro, e a maior parte das gags não atravessam a barreira do superficial e do distante.
E o que temos para hoje? Eu gosto da cena do ritual. E da atuação do Harrison Ford, e da química entre ele e o garotinho. A personagem da Kate Capshaw é dispensável. Nota-se que não tiveram um pingo de esforço para desenvolvê-la.
Spielberg se desculparia anos depois, com o terceiro filme. ''Dessa vez você perdeu, garoto, mas não precisa se contentar com isso.''
Atuação: 10 Fotografia: 10 Trilha sonora: 10 Roteiro: 7,5. A condensação dos eventos da história foi de se admirar, mas deixarem o Christopher Lee sem falar por quase metade do filme acabou tosco like hell. Pô, o morcegão sempre foi uma presença expressiva, mermão.
Peter Cushing faz um dos melhores Van Helsings que se tem notícia. Tranquilo, mortífero, sempre com o equipamento à mão. Parece um Sherlock Holmes que presenciou o Watson ser mordido por um vampiro e decidiu se vingar exterminando a espécie inteira da face da terra.
Se você não for um fã do cânone de filmes de horror da Hammer, veja pela batalha final. Nas palavras de Mark Gatiss, ''um exemplo da total dedicação física e intelectual de atores para com um filme''.
Como relataram lá embaixo, o Howard Hawks não curtia os trabalhos do Friedkin e sugeriu que ele fizesse um filme envolvendo uma grande perseguição. E aí está ele.
Operação França é basicamente uma história de correria. Tem perseguição de todo o tipo: com carros, trens, bicicletas. Até mesmo à pé. E em nenhum momento se dá ao luxo de perder fôlego. Justamente por isso, há pouquíssimo desenvolvimento do contexto de vida da dupla de policiais.
É um filme bom sim, talvez até tudo que Lethal Weapon sempre quis ser e nunca foi capaz. Mas quando você termina de ver, surge aquela sensação de que Friedkin só utilizou esse roteiro para poder filmar um monte de gente correndo e fugindo.
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1941: Uma Guerra Muito Louca
3.0 60Maravilhoso. É exatamente o tipo de filme que eu pretendo fazer. Me identifiquei tanto que até fiquei meio pirado por uns meses.
Mas não dá pra dizer que não tem falhas. Talvez Spielberg realmente não tenha um timing cômico muito bom, são muitas as cenas em que você ri mais por ter entendido o conceito do que pelo que de fato está vendo na tela. Mas ainda assim, apenas ele poderia ter feito o filme, ao invés de Zemeckis ou qualquer outro diretor. O universo criado aqui é mágico, oriundo dos olhos de um visionário.
A confusão na cozinha no começo, o amor do Wally pela Betty Douglas, o concurso de dança, a briga entre os marinheiros e os malandros de terno escoando pro meio da rua, o discurso nacionalista do Dan Aykroyd, a roda gigante rolando pro mar (!!)... porra, tanta coisa épica.
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraA relação da galera com esse daqui é engraçada:
Pros fãs de Thomas Pynchon: Não é maluco o suficiente.
Pro resto do mundo: É maluco DEMAIS!
haha, enfim, o sentimento de indiferença do público com esse filme é enorme, mas para mim é uma daqueles obras primas cuja reputação vai ser construída ao passar dos anos. De cara já sou eternamente grato a ele por ter me introduzido a obra de um dos maiores escritores vivos (coisa que por sinal mudou a minha vida)
O Mistério de Silver Lake
3.0 289 Assista AgoraMe lembrou Inherent Vice
Aliens: O Resgate
4.0 805 Assista AgoraQuintessência do filme de ação oitentista.
James Cameron elabora um roteiro à base de todos os clichês hollywoodianos possíveis, o que diz muito sobre seu modus operandi. Algumas vez ele acerta MUITO no tom, mas em outros os diálogos só jogam a tela o que já esperaríamos nesse tipo de produção. Sua direção de atores também é inferior à de Ridley Scott, e parte considerável do elenco age de maneira caricata (à exceção de Sigourney Weaver e Lance Henriksen, o último numa performance sensacional).
Mas, por incrível que pareça, tudo isso se torna automaticamente ignorável diante do desenvolvimento desenfreado que ele dá para o história, manipulando habilmente o nível de tensão. O filme passeia como uma montanha-russa por todas as sequências-chave do gênero, mas o sujeito se aproveita disso para construí-las da maneira mais enérgica e individual possível.
No entanto, o único elemento que realmente me incomodou foi o fato de aqui aparentemente
existirem três climáx (o ataque à rainha-alien / fuga da estação / batalha com a empilhadeira). esse detalhe certamente colaborou para a fama de ''adrenalina ininterrupta'' do filme, e talvez tenha sido utilizado justamente com essa intenção. ainda que as cenas sejam inegavelmente muito bem realizadas, o lance é que esse excesso inchou a consistência da obra e nenhum dos acontecimentos citados acabou tendo o impacto planejado.
A Paixão de Gregory
3.0 1Não existem legendas para esse filme em português?
Reza a Lenda
2.6 303Não assisti ainda, logo, não tenho autoridade alguma para discorrer sobre as particularidades da trama; mas batendo o olho no material de divulgação, me parece bem claro que a Sophie Charlotte está estrategicamente caracterizada para soar como a
Charlize Theron. Pessoal que viu confere se é assim o tempo todo mesmo?
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraOk, o filme tem erros, e não são difíceis de serem notados. a) O personagem do pai é mal desenvolvido (apesar do ator fazer um bom trabalho com o que tem). b) os diálogos divagando acerca da cultura não são interessantes o bastante para se sustentarem por conta própria, e soam como tentativas de simular as teorias tarantinescas. c) os amigos do Donnie são babacas de uma forma quase ofensiva, tornando impossível a criação de qualquer elo com quem assiste. d) A estrutura da trama vai e volta num círculo, da maneira que bem entende, sem se fixar numa estrutura sólida e a direção grita ao telespectador que o trabalho provém de um estreante. Descartando, claro, o absurdo que é o diretor ter feito o filme baseando-se em regras presentes em um livro que, no primeiro momento, o telespectador não tem acesso.
Mas eu jamais serei hipócrita a ponto de negar o quanto o arco principal de Donnie Darko é genial, e como o Richard Kelly foi mais genial ainda ao mesclá-lo com um drama adolescente existencialista. Sim, o filme é um drama intenso, no qual você se identifica de uma forma ou de outra com o protagonista, que é um dos mais reais já criados, sendo assombrado por questionamentos que cada um de nós já teve – e se não teve, com certeza terá – ao longo da vida. Se tirarmos o coelho, a música sombria e o livro sobre viagem no tempo, o filme entraria com facilidade na categoria drama, e já seria considerado um dos mais provocativos do gênero. Até creio que tenha sido esta abordagem que os atores usaram ao trabalhar no filme, visto que eu me recuso a acreditar que mesmo eles tenham entendido os desdobramentos do roteiro.
E essa mesma abordagem pode ser usada para quem termina de assistir Donnie Darko e não é capaz de enxergar um palmo além da própria mão. Ao fim do longa, o telespectador pode não saber os motivos que levaram os personagem a chegarem até aquele desfecho, mas foi tão sobrecarregado com levantamentos sobre a morte, Deus, destino, luz contra escuridão, ambiguidade do ser humano, que tem MUITO MAIS coisa para refletir. O filme te deixa confuso e muito triste, e não vai permitir que você descanse até que sua mente tenha extraído o máximo de suas mensagens.
Ressalto aqui também a grande sacada que é a inserção estratégica da psiquiatra e do Frank na história. Ambos interagem em suma maioria apenas com o Darko, e representam, respectivamente, a visão científica e a psicológica. Em um lado o despertar do caos no universo é real e inevitável, e em outro é apenas fruto dos devaneios um moleque coberto de traumas. Uma ferramenta que parece simples ao primeiro olhar, mas amplia DRASTICAMENTE as possibilidades de interpretação da obra. O que dizer então da cena onde o coelho gigante aparece na sala da psiquiatra?
O que ocorre ali é, metaforicamente, uma quebra de expectativas, culminando na abertura de várias portas de interpretação ao mesmo tempo. Richard Kelly é ou não é um engenheiro da arte de contar histórias?
Dica: assistam a versão de cinema, e exatamente em seguida vejam o Director’s Cut. A primeira é o filme em si, a obra artística. Ela é como um livro cuja todas as páginas do meio foram rasgadas, e é impossível entendê-lo sem uma leitura complementar. Quando lançada no cinema, antes das teorias mirabolantes vazarem internet afora, penso que o público só poderia ter a aceitado como um produto surrealista, sem significado específico.
A Director’s Cut é o mapa para quem descobrir a resposta. A metragem é intercalada por passagens do livro ‘’A Filosofia da Viagem no Tempo’’, e o excesso de slides entre as cenas me impede de considerá-la um filme propriamente dito, e muito mais um manual de como brincar. A grande falha dela é ter substituído ‘’The Killing Moon’’ por ''Tear Us Never Apart'' (certamente pelo trecho onde diz ‘’ Two worlds collided’’, dando margem para o conceito de universo duplicado). Mancada. A canção do Echo and The Bunnymen era essencial para sustentar o clima de ‘’fim do mundo em 28 dias’’ que permeia o roteiro.
Enfim, uma dos maiores surpresas que pude ter nesse finalzinho de 2015. Quatro estrelas sem o menor receio. Me estimulou até a encarar as outras obras do Richard Kelly, e quem sabe entender a constante rejeição aos seus trabalhos seguintes. Aqui ele me soou como um George Lucas, dotado de ideias poderosíssimas, porém cometendo derrapadas no desenvolver da película. Isso talvez faça com que seu primeiro filme nunca se torne um clássico do cinema de marca maior, mas esteja com seu lugarzinho marcado na galeria de pôsteres do quarto de um cult. E se paramos para pensar, é exatamente aí onde ele deve estar, como uma pérola do cinema de meia-noite, estacionada logo ali no ano de 2001, satisfazendo a angústia da geração X e pronto para assustar os que buscam por entretenimento fácil.
Independente de um rótulo ou outro, a força do plot de Donnie Darko precisa ser lembrada sempre que possível.
É Natal, Mallandro!
1.9 4Umas das piores produções da história da TV brasileira, quiçá do mundo. A trama pífia é apenas um desculpa para o Mallandro e seus companheiros de guerra andarem pelo SBT desejando boas festas à todos que encontram. É como se a emissora não tivesse tido tempo para preparar os cartões de natal para os funcionários, e viesse com esse projeto de especial para remediar a situação.
No meio dessa bagunça temos o Serjão completamente mal utilizando, com palhaçadas quede nem de longe nos remetem ás de outrora. Aqui ele é simplesmente feito de idiota, ainda que não tanto quanto o telespectador.
Krampus: O Terror do Natal
2.8 322 Assista AgoraUé, não foi lançado no dia 31? Vão adiar novamente?
Uma Noite Alucinante 2
3.8 711 Assista AgoraFilme maluco pra gente doida. É o Ash descendo ao inferno, e dando adeus ao pouco de sanidade que lhe sobra. Sem equivalentes, ao menos se pensarmos no gênero terror.
O legal é que por não se decidir entre continuação / remake / prequel, ele parece estar contando a história de como realmente foram os eventos do primeiro filme. A bagaceira toda tintim por tintim, sem omitir detalhes que pareçam risíveis ou indignos de credibilidade.
Sam Raimi completamente apaixonado. Jogando a câmera para todas as direções, dando closes nos rostos desesperados dos atores, destruindo e batendo portas com iminente violência, exagerando na tinta guache como se não houvesse manhã, pondo sangue nos ponteiros do relógio, cortando criaturas malignas de stop motion ao meio, etc. É isso. Não dando a mínima para o que a sociedade pensa e sem medo de ir longe demais. A maior prova disso é o final totalmente cara de pau-eletrizante-cala boca todo mundo-fora de controle que ele reserva para a produção. Sem o menor parentesco com o engravatado responsável por Oz e pela recente trilogia do Spider Man.
E falando em conclusão, aqui aprendemos que o jeito mais eficaz de terminar uma história é fazer com que os personagens conjurem um portal inter-dimensional durante a batalha final contra um ser milenar que só poderia ter saído da cabeça de Lovecraft. Eles, eventualmente, não conseguirão fechá-lo após o uso, e serão sugados para um longínquo ponto do espaço-tempo. A galera todo vai amar.
Cinco estrelas fresquinhas, merecidas.
P.s: Parece que ela primeira vez na indústria brasileira de tradução de títulos, os caras assistiram ao filme todo.
Taxi Driver
4.2 2,5K Assista AgoraMais uma obra do Scorsese cujo roteiro serve como um estudo de New York. Tudo relacionado à cidade é de alguma maneira personagem da trama, desde as pessoas na rua até a batata fria e o refrigerante nas lanchonetes.
O filme segue tranquilo na maior parte do tempo, se apoiando muito mais no diálogo do que na ação corporal. E eis que no último ato acontece uma girada de 360 graus e a coisa toda ganha ares de filme de horror, num massacre impecavelmente orquestrado pelo diretor. É como se houvesse um demônio escondido durante toda a película, e que para a surpresa do telespectador, se soltasse nos minutos finais e subvertesse toda a expectativa cultivada.
O que foi aquele cara que continuava firme - e agressivo - após tantos tiros? Alucinante, meu.
DeNiro desenvolve sozinho a dinâmica da primeira uma hora de filme, se paramos para pensar. Cybill Shepherd não acrescenta muita coisa, pelo que pude notar. Em segundo momento entram Harvey Keitel e Jodie Foster, e a película assina o atestado de obra-prima. A atuação da segunda é assustadoramente natural para alguém com 13 anos.
Mereceu perder pro Rocky? Não. Mas, porra. Eu até aceito, diante de outros falhas da academia. Ver o Stallone recebendo a premiação não tem preço. Oportunidade única, e que não poderia ser efetivada com outro filme do ator além daquele. De um jeito ou de outro, ambas produção terminaram conseguindo a aura que mereciam.
O Exterminador do Futuro
3.8 897 Assista AgoraA continuação tem uma força tremenda e é sempre amada por todos, mas para mim este aqui é o presente definitivo do Sr. Cameron para o planeta Terra.
A fixação do diretor por cenas focando em detalhes do cenário (terminator lendo a lista telefônica, e a roda de um veículo esmagando um carro de brinquedo), as visões aterrorizadoras do Kyle Reese acerca do futuro iminente (visualmente macabras), e aquele clichê à la Stephen King de cidadão normal que do dia para noite se descobre essencial para o destino da humanidade. Tudo foi jogado dentro do caldeirão, foi servido e partiu direto para o cânone da ficção científica mundial.
Linda Hamilton só se consolidaria como heroína badass do cinema de ação no segundo filme, mas a Sarah Connor aqui não deixa peteca cair em momento algum.
Enquanto isso, James Cameron avança uma casa e passa do diretor de ''Piranha 2 - Assassinas Voadoras'' para o realizador de um blockbuster cultuado. Pessoal não se decide muito bem se ele progrediu ou retrocedeu mais casas para fazer alguns de seus próprios filmes....
P.s: Esse aqui até o Tarkovski curtiu. Não tem quem não viaje com um esqueleto robótico pegando fogo, cara. rs
Fuga de Nova York
3.5 298 Assista AgoraO mais fraquinho da dupla Carpenter / Russell.
A ideia é muito boa; a ambientação e os personagens não ficam atrás. Tinha tudo para ser uma anarquia-punk distópica inigualável. Mas não rolou. Não tem a energia que um filme do gênero pede. Em determinado momento, os eventos apenas acontecem; aparecem e vão embora, sem o menor tipo de dinâmica que os torne marcantes. Uma cena que explícita esse inconveniente é a batalha entre o Snake e outro cara no ringue. A luta termina frustrante, desprovida de surpresas, como se a mesma não fosse o foco da cena.
Nas mãos de um George Miller ensandecido ou mesmo de um Carpenter mais inspirado, sairia um projeto visceral.
Tendo dito isso, eu recomendo que todo mundo veja ao menos uma vez na vida por um simples detalhe: o final. Desde a reação do presidente interpretado por Donald Pleasence até a vingancinha pessoal do Snake Plissken; tudo lhe garantirá um sorriso no rosto. Prova do poder de fogo do John Carpenter para criticar quem bem entender.
P.S: Harry Dean Stanton é O CARA. Sonho com um mundo onde as pessoas dirão isso com mais frequência.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista Agora‘’O Despertar da Força’’ me lembrou em quase tudo o remake de ‘’A Noite dos Mortos Vivos’’, feito em 1990 por Tom Savini. Tecnicamente bem trabalhado, consistente e com seus próprios méritos enquanto filme, mas em nenhum momento negando que mesmo sendo acessível aos outros públicos, sua praia de verdade é atingir quem conhecia o feeling do trabalho original.
O roteiro do filme é um passeio pelos arcos de história de ‘’Uma Nova Esperança’’. Todos os degraus essenciais da composição do episódio I – ou IV - estão ali. Os buracos e mistérios da trama são parecidos, de modo quem assiste esse filme hoje sem conhecer os outros vai saber tanto quanto quem viu o primeiro em 1977; mas em nenhum momento é um cópia caricata, sem vida. Os termos técnicos ditos pelos pilotos nas cabines das X-wings, o ‘’tiroteio’’ de lasers entre os stormtroppers, os trejeitos de fala do C-3PO; tudo foi reproduzido com imenso cuidado e amor. Um amor que o próprio George Lucas não teve ao desenvolver a trilogia mais recente.
Lawrence Kasdan novamente fez o que sabe e conseguiu alternar bem o alívio, o desespero e a aventura na maior parte do tempo. Os diálogos entre a Leia e o Han são uma reminiscência do seu trabalho em ‘’O Império Contra-Ataca’’ e o ‘’Retorno de Jedi’’, com uma carga autêntica de envelhecimento.
A única coisa que me deixou profundamente irritado, e sinto que tenha sido onde ele deixou a desejar, foi o tom do humor dado ao personagem do John Boyega. Quando Finn falava, era como se o filme inteiro parasse, e ele estivesse sozinha na tela, numa dimensão à parte dos outros personagens. Aquela espécie de comédia não combina com a franquia. Repito que em muitas situações Kasdan foi hábil em capturar a ironia sutil de Star Wars, mas aqui jogou o trem para fora dos trilhos. Entendo como um truque proposital, já que pretendem chamar a atenção de um público mais jovem e disposto ao escancarado, mas é um erro pensar que esse exagero caiu bem.
O episódio VII é um conto seguro. Não vai muito longe, brinca com confiança com os elementos que tem à mão e acerta, pelo fato dos desenvolvedores entenderem como cada um deles funciona. Em várias ocasiões você olha e diz ''Aquilo é Star Wars!''. E acreditem, fazer alguém pronunciar isso é bem mais difícil do que parece. Se duvidam, perguntem ao Jorjão.
Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão
3.4 486 Assista AgoraConceitualmente, é o primeiro filme a ter coragem de desbravar o universo da franquia, e revelar ao público como a humanidade estava fazendo para se organizar e cultivar suas características inseparáveis, como a arte, o comércio e o prazer por espetáculos públicos.
O mundo de Beyond Thunderdome é riquíssimo, coberto de personagens estranhos que renderiam uma história em quadrinhos à parte. Eu aprecio muito os ''garotos perdidos'' e sua relação com o Capitão Walker. A película peca pela americanização de sua estrutura, ignorando por completo a selvageria australiana dos dois filmes anteriores. O que temos aqui é abertura com música pop de Tina Turner, chutes no saco, pastelão desenfreado; tudo que um americano que ama sua pátria gostaria de ver no cinema. Até o Max - antes introspectivo e atormentado por mágoas do passado -, em determinados momentos passa a ser um herói badass típico do cinema oitentista, à moda do Arnold ou do Chuck Norris, disparado às dunas deserto frases de efeito como ''Eu levo a Senhora Morte no meu bolso''. Aí não dá.
A maior parte do filme não fluiu das mãos de Miller, que estava em choque após a morte do amigo e produtor Byron Kennedy (homenageado nos créditos). George Ogilvie tocou o barco em forma de ajuda, o que torna compreensiva a diferenças significativas de ritmo. Miller ainda assume o leme ao 45 minutos do segundo tempo e nos brinda com uma perseguição final muito bacana, que não supera a de ''The Road Warrior'' apenas porque a ordem natural das coisas não pode ser vencida.
Aos que torceram o nariz para o filme na primeira tentativa (como eu), recomendo uma segunda olhada. E assim, que descubram um filme tímido que mereceu o direito de existência; não só pela exploração do integral ambiente pós-apocalíptico, arrumando o terreno para o quarto filme, como também pelo slogan mais direto ao ponto do cinema de ação. ''Dois homens entram, um homem sai''.
E é claro que o cara que vai sair é aquele cujo o nome está grafado nos créditos do filme, mas quem liga?
OBS: Com a trilha sonora do Maurice Jarre e o personagem principal vagando pelas areias com roupa de beduíno, é impossível resistir a tentação de apelidar a produção de ''Max da Arábia''.
Suspiria
3.8 975 Assista AgoraProdução dona das piores cenas já vistas em um filme bom. Isso porque Dario Argento muito provavelmente pensou nos assassinatos com antecedência e depois tratou de rabiscar uma historinha para interligá-los. Os momentos de morte e terror são belíssimos, impecáveis no quesito fotografia, jamais errando na combinação de cores. O sangue que escorre das vítimas soaria falso até mesmo para um cego, mas isso porque Argento sabe o que faz; o sangue real não é vermelho o bastante para ele. O cara sabia que aquele era o tom certo para criar uma sensação de fantasia e ilusão.
Mas quando passamos a explanar o resto da película, some parte do gênio, some parte do mestre.
Suspiria tem uma narrativa arrastada, e as cenas não são encadeadas de uma forma que instigue a curiosidade de quem assiste. O filme todo é um grande anti-clímax.
Você fica ali desesperado, esperando pelas próximas cenas de angústia para agitar as coisas e o filme resgatar sua qualidade de volta. Elas chegam, e são uma verdadeira recompensa. Argento revela sua engenhosidade e nos traz momentos frutos de intervenção divina, embalados por um rock progressivo do cão (literalmente, visto que se você prestar atenção pode ouvir uns gritos pra lá de bizarros no fundo). Porém, basta eles irem embora que o filme mergulha em mar de insossidão.
As únicas cenas onde ninguém batia as botas que realmente me cativaram foram uma sequência genial na aula de balé e um diálogo onde um personagem joga ao telespectador algumas informações sobre as bruxas (a única pista que o filme dá sobre a natureza adversidade enfrentada na história).
Jessica Harper não mostra a que veio. O que é muito estranho levando em conta que ela é a protagonista do negócio. As partes desastradas que citei no início partem justamente dela, à exemplo do momento em que sua personagem é atacada por um morcego, e a atriz então nos entrega uma reação de medo menos expressiva do que a mulher do João Amorim em ''Obrigado a matar''. Após o duelo final - que é sensacional, e só comprova a o talento de Argento para o ilusionismo - ela escapa da escola de balé e solta um sorrisinho frio e incompreensível, como se tivesse acabado de acertar a letra de uma música em um karaokê, e não terminado de enfrentar uma criatura maligna milenar!
Vendo Suspiria, é possível explicar o declínio de Dario Argento. A praia dele sempre foi a criação de imagens ilusionistas. Quando ele deixou de investir até mesmo nisso, a falta de carinho do diretor para com seus roteiros se tornou transparente e não houve mais quem engolisse o trabalho do sujeito.
Sendo assim: Visualmente falando, Suspiria é Argento em seu melhor, e apesar de todos os obstáculos, leva três estrelas e meia pela experiência sensorial única.
Mad Max
3.6 724 Assista AgoraDefiniria como o mais exploitation da trilogia (ou ozploitation, tendo sido feito na Austrália). Tem todos os ingredientes capazes de saciar uma audiência sedenta por sacanagem e apelação: nudez, mortos com extrato de tomate espalhado pelo corpo, motoqueiros pirados semeando o caos por onde passam, e um herói durão vestindo um jaqueta de couro, e pronto para fazer justiça com as próprias mãos (cobertas por luvas igualmente de couro, que se conste).
O roteiro é bobão. A relação entre o Max e sua família, assim como entre o pessoal da polícia, não é das mais convincentes e parece ter sido colocada no filme apenas com o intuito de sustentar o banho de sangue que é o último ato.
Ainda assim, George Miller nos mostra forte segurança e maturidade na direção. Suas cenas de veículos se chocando na estrada - filmadas de modo completamente manual, sem o menor auxílio de CGI e outras tentações mundanas - são extremas e brutais, diferentes de que tudo que era lançado dentro e fora do cinema Grindhouse naquele momento. Inclusive, reza a lenda que Miller destruiu seu próprio carro em prol da obra.
Três estrelas por mérito do filme. Meia estrela em respeito ao carro destruído.
Depois de Horas
4.0 450 Assista AgoraVerdadeira aula de roteiro. Eu fico embasbacado com as interligações entre os personagens, e como todos parecem ter se juntado para ferrar com a vida do Paul.
Griffin Dunne faz muito bem o papel de irritado, aumentando o grau de desespero ao longo da noite e à medida que as coisas cada vez mais se recusam a dar certo.
Assim como em Taxi Driver, Scorsese também se utiliza de um script para filmar takes e mais takes da cidade de Nova York. A trilha sonora acompanha todo o passeio, sendo praticamente uma musicalização da noite. É difícil separá-las, e esse detalhe a faz entrar sem receio no panteão de músicas que destruiriam o sentido de filmes inteiros se retiradas dos mesmos.
Confesso que - no passado - só entrei nessa de cinéfilo para encontrar filmes do naipe deste. Ao longo da jornada, dei de cara com diversas películas tecnicamente ''melhores'' e deveras mais importantes para a sétima arte; mas com o clima, o estilo, o humor e a intensidade de After Hours, eu não posso citar um único nome.
À Queima Roupa
3.7 35Penso que o excesso de técnicas inconvencionais estragou o ritmo do filme. Quero dizer, muitas vezes a perseguição está acontecendo, é interrompida por uma cena contemplativa, e volta minutos depois, com todo o fôlego indo pelo ralo.
Na verdade, as tais cenas são muito melhores do que o filme em si, e são estas que garantem à produção um lugar na história do cinema. A maioria delas merece ser dissecada por quem tem interesse em entender o poder da montagem cinematográfica e os truques por trás da estrutura de um roteiro.
Destaco o momento onde o som dos sapatos pisando no chão é ouvido mesmo após o personagem parar de andar e a forma como o período de tempo onde o protagonista esteve na prisão é jogado na tela sem gastar muito tempo (e diálogos).
Basicamente, é ''o filme experimental de John Boorman''. Muito mais um teste de como fazer cinema do que uma obra cinematográfica sólida.
E que conste: ver Lee Marvin armado e de terno no meio da cidade grande, caçando o sujeito que no passado o pôs na cadeia nunca deixa de ser uma experiência compensadora.
Primavera Para Hitler
3.8 89 Assista AgoraApresenta um tom completamente diferente do resto da obra do Brooks. Sem anacronismos, nada de perseguições em velocidade acelerada e nem mesmo uma única quebra da quarta parede. É um humor contido, que está dentro do texto.
Cada personagem - sobretudo os três principais, e o diretor da peça - são um esteriótipo e uma piada por si só.
Vale muito a pena. Só não procurem algo nos moldes de Blazing Saddles ou Spaceballs. Enquanto aqueles são deliberadamente do gênero pastelão, esse aqui nos mostra mais ou menos como seria um pastelão se fincado no mundo real.
''Poucos sabem, mas o Führer era um ótimo dançarino.''
Indiana Jones e o Templo da Perdição
3.9 507 Assista AgoraÉ um retrocesso na franquia, na minha opinião. Enquanto o primeiro filme brincava com os artifícios da literatura pulp e dos seriados clássicos com inteligência e senso de homenagem, muitas vezes até aprimorando elementos já utilizados nos meios de influência, este aqui é uma loucura.
O filme parece ter sido feito para soar o mais chocante e exagerado possível. É como uma canção de uma banda iniciante de death metal, tentando ser suja e barulhenta. Jones sendo envenenado por chineses bizarros, tiroteio no meio de balões de festa, garoto dirigindo o táxi, o trio descendo a montanha com um bote inflável, cobra sendo rasgada (e servida) ao meio no jantar, diálogo sexual um tanto forçado, caverna coberta de insetos, mina com crianças sendo escravizadas, etc.
Até o número de espadachins que o Indiana Jones enfrentava no primeiro filme dobrou pra dois. rs
Não que eu desgoste de um tom de exagero em um filme de aventura, mas levando em conta a maestria que empregaram na realização de ''Os Caçadores da Arca Perdida'', fica claro que toda a algazarra presente no segundo capítulo é fruto da insegurança dos roteiristas ao tentar bolar uma comédia de humor negro, e a maior parte das gags não atravessam a barreira do superficial e do distante.
E o que temos para hoje? Eu gosto da cena do ritual. E da atuação do Harrison Ford, e da química entre ele e o garotinho. A personagem da Kate Capshaw é dispensável. Nota-se que não tiveram um pingo de esforço para desenvolvê-la.
Spielberg se desculparia anos depois, com o terceiro filme. ''Dessa vez você perdeu, garoto, mas não precisa se contentar com isso.''
O Vampiro da Noite
3.8 101Atuação: 10
Fotografia: 10
Trilha sonora: 10
Roteiro: 7,5. A condensação dos eventos da história foi de se admirar, mas deixarem o Christopher Lee sem falar por quase metade do filme acabou tosco like hell. Pô, o morcegão sempre foi uma presença expressiva, mermão.
Peter Cushing faz um dos melhores Van Helsings que se tem notícia. Tranquilo, mortífero, sempre com o equipamento à mão. Parece um Sherlock Holmes que presenciou o Watson ser mordido por um vampiro e decidiu se vingar exterminando a espécie inteira da face da terra.
Se você não for um fã do cânone de filmes de horror da Hammer, veja pela batalha final. Nas palavras de Mark Gatiss, ''um exemplo da total dedicação física e intelectual de atores para com um filme''.
Operação França
3.9 252 Assista AgoraComo relataram lá embaixo, o Howard Hawks não curtia os trabalhos do Friedkin e sugeriu que ele fizesse um filme envolvendo uma grande perseguição. E aí está ele.
Operação França é basicamente uma história de correria. Tem perseguição de todo o tipo: com carros, trens, bicicletas. Até mesmo à pé. E em nenhum momento se dá ao luxo de perder fôlego. Justamente por isso, há pouquíssimo desenvolvimento do contexto de vida da dupla de policiais.
É um filme bom sim, talvez até tudo que Lethal Weapon sempre quis ser e nunca foi capaz. Mas quando você termina de ver, surge aquela sensação de que Friedkin só utilizou esse roteiro para poder filmar um monte de gente correndo e fugindo.