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Últimas opiniões enviadas

  • Felipe

    O Tempo suspenso em Balsa de Marcelo Pedroso.
    Fico pensando se ainda é possível classificar filmes em gêneros/estilos no momento que o cinema vive. Penso que não, ainda assim pretensamente cravaria que Balsa trata-se de um exemplo definitivo de documentário observativo. Apesar de tal divagação ser desnecessária é interessante, de qualquer jeito, que todas estejam dispostas.

    Andar de Balsa é transitar, é deslocar, é partir e chegar. Como num aeroporto, como num terminal. A diferença é a flutuação. O fluir. Viajar de uma margem a outra do rio é transitar por flutuações, e toda potência que flutuar carrega. Se possível que criem um verbo novo para ser metaforado por jovens artistas o quanto rápido for possível: Balsar.

    Me pego a pensar também, talvez chapado pelas imagens monótonas, que estar numa balsa (balsar) é suspender o tempo. A balsa se movimenta nas imagens, os corpos não. Os corpos permanecem estáticos, em outro tempo.

    Daí, pra mim, é impossível não lembrar do livro que tenho lido nos últimos dias, Caim do Saramago. No mesmo, Caim, amaldiçoado por deus pelo assassinato do irmão, é fadado a caminhar a esmo pelo mundo na companhia única de um jumento, um dos mais belos. Nesse caso “a esmo pelo mundo” inclui vagar entre tempos; tempos que a partir das reflexões do autor não passam de presentes. De um presente para outros presentes.

    Assim existem os passageiros da balsa de Pedroso, suspensos no tempo da chegada até a partida.

    E se os passageiros estão em um tempo suspenso e os balseiros? que vivem e existem somente nas balsas? Esses, ao meu ver, vivem a suspensão. Vivem-na em ciclo. Tantas partidas e tantas chegadas, sendo que estas nem mais partidas ou chegadas são, visto tal contexto cíclico.

    Marcelo nos induz a isso, os círculos que baixam e sobem as rampas, o último traveling (esse do ponto de vista do balseiro) e a noite navegando de lugar algum pra lugar nenhum, ao meu ver, são símbolos desse viver suspenso, quase clandestino a ponto do balseiro evitar a câmera, preservando sua privacidade por meio de sua capa de chuva.

    Afinal o filme todo é trânsito. Mas no fim é sobre o que? sobre a balsa? sobre os balseiros? sobre os passageiros suspensos no tempo?…

    …é sobre o deslocamento então?

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  • Felipe

    Interessante notar que, a partir da escolha do diretor, sempre estamos subordinados a visão moral de Adrien; moralidade que o próprio dúvida se quer a seguir. Visto isso, todo contato que temos com os diversos personagens que desenvolvem a narrativa (essa de primeira importância no cinema de Rohmer) é por meio da visão e comentários de Adrien.

    A partir disso consigo analisar duas possibilidades extremas e opostas para o espectador: a identificação e a aversão ao discurso de Adrien. Culminando disso, ao meu ver, chegamos ao cerne dos fins do cinema, a auto-reflexão do espectador.

    O filme, afinal, se assemelha a uma conversa do espectador com Adrien (o dono do discurso), que nos faz refletir sobre nossa própria moralidade e sobre nosso ideário.

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  • Felipe

    *****RESENHA - Baseada em "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica" de Walter Benjamin*******

    A Chinesa, de Jean-Luc Godard, não só atesta um novo viés do cinema de Godard, como inspira um novo viés do cinema mundial. O filme trata de um grupo de jovens comunistas e suas relações ideárias.

    Godard nos expõe nesse filme uma espécie de manifesto ao comunismo e socialismo, para isso traçando reflexões cinematográficas de todo tipo e sempre de modo a desconstruir e problematizar convicções de seus personagens, como ao questionar a índole da personagem de Anne Wiazemski, universitária que visava destruir a universidade sem mensurar os impactos que isso acarretaria.

    Um ponto importante é a aproximação que Godard constrói de seu cinema com o teatro Brechtinano, a exemplo a cena em que o personagem de Jean-Pierre Léaud, ator que em momentos está ciente e faz questão de conscientizar o espectador de sua posição quanto ao filme – aspecto que o realizador se empenhará a demonstrar, seja em intertítulos, ou de outras formas mais explicitas, como apresentar sua câmera. Ainda pensando a construção do personagem de Léaud, ao analisarmos percebemos ainda uma aproximação ao que Walter Benjamin notara como essencial na atuação para cinema que de forma mais sintetizada ele aponta “Desde muito, os observadores especializados reconheceram que ‘os maiores efeitos são alcançados quando os atores representam o menos possível’, em outro ponto ainda nota que o ator (e consequentemente o realizador) “terá que esperar até que o cinema se liberte da sua exploração pelo capitalismo” para ter total controle sobre a atuação e seu efeito; nesse ponto “A Chinesa” converge com o pensamento de Walter Benjamin, no que tange não só a utilização ( e ao próprio diálogo inicial) de Léaud, um ator que tem características chaves que assemelham-se ao personagem e um total controle do discurso e do efeito produzido, visto que Godard privilegia menos o capital do que a obra em si.

    Ademais nesse filme Godard consegue exprimir uma potência da arte cinematográfica que Benjamin destacava em seu estudo, a do cinema – visto que esse o continha como essência a reprodutibilidade técnica, desde seu fazer – como uma das formas mais potentes de comunicação com as massas, assim Godard consegue com seu filme se aproximar das massas francesas, fazendo com que seu filme não somente contribua para as manifestações de 68 como torne-se um símbolo das mesmas. Além disso, com essa aproximação poderosa advinda da reprodutibilidade Godard consegue praticar um desejo do próprio comunismo. Por outro lado, o que não tange de modo algum ao valor ou qualidade do filme, percebe-se na obra de Godard (principalmente por essa, mesmo antes de ser comunista e socialista, é uma obra que desconstrói métodos estéticos e subvertem toda metafísica gramática cinematográfica) uma complexidade que pode distanciar o espectador de uma “digestão” mais simples do sentido comunista do filme – levando em consideração a intenção comunista de chegar ao proletário e a probabilidade desse estar mais condicionado a absorver um cinema com técnicas e construções clássicas. Ainda nesse sentido também deve-se notar o processo de Godard na própria desconstrução dos militantes comunistas, seu radicalismo, ou seus equívocos, enfim suas incoerências; analisando por essa ótica o processo de construção (ou desconstrução) do filme torna-se ainda mais importante.

    Por fim, deve-se afirmar que Godard é um dos realizadores mais interessantes do cinema, suas construções e desconstruções não cabem em duas laudas, ou mesmo em uma semana de reflexão, que esse texto seja como o próprio “A Chinesa” que em um de seus intertítulos se afirma: “Um Filme Em Construção”.

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  • Suetham
    Suetham

    Nossa vc só tem 20 anos e escreve umas criticas absurdas de tão boas, uau mt bom

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Inácio
    Inácio

    Agora eu tô decepcionado é com ele, sinceramente..

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