Guilherme Paes

Enquanto a galera e "grandes críticos" do cinema ficam brigando pra ver se "Tudo em todo lugar ao msm tempo" é bom ou ruim, esse lixo de documentário ganha visibilidade mundial. Os caras transformam um nazista em herói e ninguém fala nada. O que os EUA não fazem para seguir sua agenda imperialista, não é mesmo?!?

PS: Não estou defendendo o Putin, antes que venha alguém falar aqui, só que ao transformar um nazista em herói, qualquer critica em relação ao governo russo é anulada.

Não vejam esse documentário e se forem ver, tenham um olhar um pouco critico, pq a problematização está na cara aqui.

Ah, tem gente aqui que fala sobre separar obra da pessoa ou então que dá mais valor a linguagem e questões técnicas do documentário. Pra mim cinema é linguagem, mas em certos casos a linguagem vem em segundo plano por algo maior e é o que acontece aqui. Fico pensando se Hitler fizesse um filme muito bom tecnicamente se a galera ia elogiar ou separar o artista da obra e quais consequências isso poderia trazer a sociedade...

Vi esse filme tem uns 4 meses no Festival do Rio e ainda penso nele. Volto aqui só pra deixar claro que foi um absurdo "Holy Spider" ter ficado de fora dos indicados ao Oscar, Infinitamente melhor que EO e outros que estavam ali...

A grande força do filme é o seu texto, que ganha mais vida ainda com as grandes interpretações. Por essa questão a direção é bem simples e tem que ser simples. Nada de movimentos de câmera mirabolantes, a força do filme está justamente na história, na situação daquelas mulheres e nos diálogos, para ver como tudo vai se desenvolver. Único momento que a câmera faz algo são nos pequenos flashbacks e faz total sentido, para nos jogar dentro daquela memoria triste. Falo isso pq vejo muita gente reclamando dessa "direção simples" e ao meu ver se tivéssemos uma direção diferente, com mais movimentos de câmera por exemplo, o foco narrativo se perderia um pouco e poderíamos ter uma impressão de que a direção poderia estaria querendo "aparecer" mais do que o próprio filme.

Me lembra muito "12 homens e uma sentença", mas com mulheres, rs. É a mesma ideia. Temos uma situação complexa e personagens argumentando e contra argumentando e por vezes a gente concorda com todos e nos tocamos como a situação é difícil.

Único ponto negativo do filme é em relação ao personagem trans. O filme é raso demais em tratar o personagem e consequentemente o tema. Ele aborda a pauta feminista com tanto profundidade, que a gente se decepciona com a maneira que o filme aborda a pauta LGBTQI+.

Mas ainda sim, considero Women Talking o melhor filme da categoria principal do Oscar.