Marco Aurélio

Não é um filme sobre viagens no espaço e sobre um astronauta. É um filme sobre um homem que luta para sair da sombra do próprio pai.
Roy McBride é filho de um herói mundial. Todos veneram o seu pai, e todos o reconhecem não como "Roy McBride", mas sim como "O filho de Clifford McBride". Pior: Clifford morreu em serviço, no ápice de sua jornada, ou seja, Roy nem sequer teve a oportunidade de ofuscá-lo, ou de alguma forma livrar-se do ideal que foi criado ao seu redor em vida.

"Filho de um herói".

Sem escolha, Roy segue os passos do pai. Mesmo com o pai morto, ele tenta orgulhá-lo de alguma forma; tenta viver à sua altura, mas jamais consegue sair de sua sombra. Então ele descobre que o pai está vivo e, súbito, todos os sentimentos emergem. O batimento cardíaco acelera. Ele tem a oportunidade de fechar um assunto que ficou no ar; ele tem a oportunidade de expressar o que sempre reprimiu: seu ódio pelo pai, seu amor pelo pai; seus sentimentos conflitantes.

E ele irá até os limites do sistema solar para isso.

Não é a toa que o clímax do filme é quando Clifford tenta se matar mas, preso ao filho, não consegue. Roy tem que "se soltar do pai" para sobreviver... literalmente cortando o cordão umbilical que ligava os dois. No filme ele até mostra o cabo para o pai, como um ato de vitória: "Veja, consegui, estou livre de você". Mas a vitória é amarga.

Ele então volta para a terra e, livre do fantasma do pai, passa a ser um homem que presta atenção às pessoas em sua volta e se importa com elas. Descobre que a solidão que sempre buscava era uma maldição.

Por exemplo, a PERSEGUIÇÃO DE CARRO NA LUA foi algo ESPETACULAR. Algo que eu nunca tinha visto antes e, sério, me deixou na ponta da cadeira! O diretor conseguiu fazer uma perseguição emocionante em um ambiente com pouca gravidade e sem som!!