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Caché
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Dois pontos a considerar: 1) a metalinguagem; 2) o realismo.
1. A metalinguagem é a presença concomitante de vários filmes dentro desse único filme. Há o filme de Haneke, deus absoluto daquilo que vemos e não vemos; o filme do remetente misterioso das fitas VHS, que tem certa autonomia para aterrorizar a família escolhendo o ângulo, a duração e a regularidade das tomadas; e finalmente os "filmes" de cada um dos personagens, que definem aquilo que cada um dos dos outros pode acessar do seu passado e do seu presente (culpas ancestrais, conflitos psicológicos, dúvidas existenciais são metodicamente "editadas" por eles).A cena final é perturbadora: estariam os filhos mancomunados para punir os pais?
2. O realismo - Câmeras estáticas, ausência total de trilha sonora, atuações pungentes, tudo contribui para acentuar a realidade do que é retratado. É como se os personagens ()e nós, por tabela), estivessem sob o jugo de frias câmeras de vigilância.
"Caché" não apenas aborda o que é visto, mas, de maneira mais profunda, explora o que é escondido, criando uma experiência cinematográfica que transcende as convenções tradicionais. A obra desafia o espectador a questionar a confiabilidade das narrativas, sejam elas editadas conscientemente ou submetidas ao filtro da memória.
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Num filme sem diálogos, a música é a instância que conduz os protagonistas dessa animação, simples no 2D blocado, mas intensa em significado. Um cão (homem moderno, solitário) se conecta afetivamente a um robô (cão fiel, namorada, amigo) e com ele passa a compartilhar suas experiências numa Nova York icônica e ensolarada. O que ficam dessas memórias quando o acaso se impõe com toda a sua impassibilidade? Uma alegria contagiante, porque tudo valeu a pena.
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Seria um bom presente de Natal e também um tiro no meu pé como crítico de cinema, rsrs
A montagem convencional e a direção tímida dão a essa produção uma cara de telefilme. O roteiro também não escapa do maniqueísmo desbragado e da onipresença do cigarro. Suas "pièces de resistance" são a maquiagem e a atuação de Helen Mirren (ambas um pouco carregadas além da conta, é bem dizer). Pelo menos resgata das sombras a importante figura que foi Golda Meir, especialmente em tempos de escassez de líderes, como agora.