filmow.com/usuario/victorsoruiz
    Você está em
  1. > Home
  2. > Usuários
  3. > victorsoruiz
São Paulo, Brazil (BRA)
Usuário desde Junho de 2012
Grau de compatibilidade cinéfila
Baseado em 0 avaliações em comum

Cinema/Música/Design/Livros/Games/HQ's

www.twitter.com/akavictor

cinemasete.tumblr.com

Últimas opiniões enviadas

  • Victor Ruiz

    Filmes de horror tendem a percorrer caminhos que já conhecemos. Em alguns casos, descobrir qual será o desfecho da trama não é uma tarefa difícil, enquanto outros poucos apostam em uma narrativa diferenciada e não abordam o gênero convencionalmente. Este é o caso de Goodnight Mommy. Escrito e dirigido pelos austríacos Severin Fiala e Veronika Franz, o longa deixa de lado os sustos fáceis, uma trilha sonora que estraga o suspense, as tramas genéricas, a violência desnecessária, e eles constroem um filme que extrapola o horror. Abordando um tema simples e de fácil identificação, usam a relação entre mãe e filhos em um exercício narrativo que nos deixa aflitos mais pelo inusitado que pode acontecer no próximo minuto do que pelo que vemos na tela no momento.

    Os irmãos gêmeos Lukas e Elias (Lukas e Elias Schwarz) vivem com a mãe (Susanne Wuest) numa casa grande, isolada em frente a um lago, e se comportam como duas crianças normais, correndo e brincando. A mãe, que acabou de passar por uma cirurgia facial e mantém o rosto inteiramente enfaixado, pede aos dois que se comportem, não façam barulho e a ajudem durante o período de recuperação. No entanto, o afeto e carinho que pareciam existir entre eles foram trocados por um tratamento frio e silencioso por parte da mãe. Sem explicação, ela não fala com Lukas e o ignora completamente. Conforme os dias passam, o jeito que ela os trata se torna mais cruel, então os irmãos começam a desconfiar de que aquela não é a mãe deles e decidem descobrir onde ela está e quem é aquela mulher.

    A narrativa precisa e calculada de Fiala e Franz faz de Goodnight Mommy um filme extremamente eficiente ao mostrar para sua audiência os motivos que levam os irmãos a desconfiarem da identidade da própria mãe e, ao mesmo tempo, a deixa numa dúvida inquietante em relação às decisões que os garotos tomam para descobrirem o que querem. O comportamento da mãe também nos deixa em dúvida sobre o seu real papel nessa situação, pois algumas de suas atitudes não fazem sentido. As cenas em que ela finge dormir para evitar a presença dos filhos ou quando anda nua pela floresta dão um toque de incerteza ao seu personagem. Apesar de os garotos agirem como crianças normais, eles também apresentam um comportamento estranho em determinados momentos, seja criando insetos nojentos, explorando uma caverna com ossos humanos, seja colocando um gato morto dentro de um aquário no meio sala. Esse comportamento dos personagens confere uma estranheza a atmosfera do filme, deixando de lado os sustos e os clichês do gênero.

    Com o avançar do filme, a relação entre mãe e filhos se intensifica e nos coloca numa situação desconfortável. O fato de os garotos amarrarem a mulher na cama e exigirem que ela prove ser mãe deles nos força a enxergá-los de um jeito diferente. No entanto, os planos utilizados pelo diretor de fotografia Martin Gschlacht dão pistas ao espectador mais atento sobre o que pode estar acontecendo entre eles, mas o roteiro bem construído e estruturado “brinca” com o espectador até o final. Além disso, os três atores conseguem atribuir profundidade aos seus personagens e desafiam nosso entendimento e confiança em relação as suas intenções. O comportamento uma hora frio e agressivo da mãe muda completamente quando se vê encurralada pelos próprios filhos. Os dois garotos se unem, mas ameaçam fraquejar em determinados momentos.

    Assim como o conterrâneo austríaco Michael Haneke fez em Violência Gratuita, Severin Fiala e Veronika Franz nos colocam dentro de uma casa com uma família que é o centro de alguma situação extrema e nos tornamos reféns de suas atitudes. Com uma atmosfera mais hostil do que aterrorizante, Goodnight Mommy é um exemplo de como utilizar o horror de um modo inteligente e eficaz.

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Victor Ruiz

    O nome de Ridley Scott é automaticamente associado à ficção científica no cinema. Se seus filmes mais importantes e influentes no gênero - Blade Runner e Alien - possuem um tom sombrio, em Perdido em Marte o experiente diretor vai contra as expectativas e a tendência atual dos filmes de ficção científica que apostam numa sobriedade maior, e constrói um filme otimista, repleto de emoções positivas e muito bem-humorado.

    Adaptado do livro de Andy Wier e com roteiro de Drew Goddard, Perdido em Marte conta a história de um astronauta, Mark Watney (Matt Damon), que é deixado para trás em Marte após sua equipe ser atingida por uma tempestade de areia e ele ser dado como morto. Ao se ver sozinho em Marte, Mark põe em prática seus conhecimentos científicos e acompanhamos cada passo e decisão dele para continuar vivo até alguém resgatá-lo.

    A história quase impossível de um astronauta que sobrevive num planeta hostil e ainda precisa lidar com a solidão é marcada pelo enorme carisma de Matt Damon. Ao contrário de outros filmes que exploram o psicológico e a loucura dos personagens que ficam isolados durante muito tempo, aqui acompanhamos a rotina exaustiva de Mark, porém animada e que mostra a força de vontade que ele possui para sobreviver. Todo esse positivismo que o longa transmite não parece forçado ou falso em momento algum. No entanto, as situações que parecem sem saída e os contratempos que aparecem no seu dia a dia trazem tensão e suspense para o filme. Apesar de suspeitarmos de como será o final da história de Mark, sua previsibilidade não o prejudica. Isso possibilita ao filme ter um tom que não é comum a esse gênero. A “falta” de um vilão óbvio ou um antagonista à Mark é substituído por algo que não tem forma ou personalidade: o tempo. O astronauta se vê forçado a lutar contra o tempo para sobreviver e aguentar centenas de dias até que o resgatem.

    Mark registra o seu dia a dia em um vídeo-blog dentro da nave e do veículo que ele usa para se locomover pelo planeta. Esses registros servem como uma ótima ferramenta narrativa para aproximar o personagem do espectador, pois estabelece uma conversa direta com ele, e mantém o ritmo do filme fluído e suave. Além disso, a ciência explicada por ele é de fácil compreensão e não se torna inverossímil. Com o avançar do filme, a trama fica mais intrincada e vários fatores precisam se alinhar - literalmente - para que Mark seja resgatado. No entanto, o espectador consegue acompanhar tudo e não se confunde com termos e diálogos científicos que só complicam o entendimento. O design de produção de Arthur Max também é eficiente ao tornar o filme crível sem utilizar máquinas e foguetes supertecnológicos, além de não distanciá-lo da nossa realidade atual.

    Perdido em Marte também se sai muito bem quando mostra os esforços dos companheiros de Mark e dos líderes responsáveis pela missão da NASA que ficaram na Terra. O dinamismo entre eles e Mark mantém o ritmo do filme empolgante enquanto acompanhamos as consequências das decisões que eles tomam. O longa também é um exemplo raro por não deixar os personagens femininos à margem da história e não ridicularizar ou excluir as crenças de seus cientistas. O papel de líder forte de Jessica Chastain é decisivo para a trama e demonstra controle nas suas decisões, sempre levando em consideração a opinião de seus companheiros. Outro ponto ousado que o filme aborda é mostrar a NASA aceitando ajuda da China para resgatar Mark.

    Um fôlego muito bem-vindo nessa atual tendência realista e sombria que os filmes de ficção científica têm tomado, Perdido em Marte é um fôlego também para a carreira de Ridley Scott, que conseguiu entregar um dos seus melhores filmes em anos.

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Victor Ruiz

    "Ainda que Foxcatcher brigue com seus significados, a história de John du Pont e o tratamento dado a sua personalidade e comportamento, além da abordagem ao patriotismo americano absurdo e distorcido, conta com performances excelentes e a direção competente de Bennett Miller."

    Leia a crítica completa em: http://www.cinema7.com.br/2015/01/foxcatcher-uma-historia-que-chocou-o-mundo/

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Nenhum recado para Victor Ruiz.

Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.

Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.