Você está em
  1. > Home
  2. > Artistas
  3. > Amélia Seyssel

Amélia Seyssel

Nomes Alternativos: Amélia de Oliveira Rocha

0Número de Fãs

Amélia de Oliveira Rocha foi uma das primeiras garotas-propaganda da televisão brasileira. Artista circense (ela trabalhava como malabarista, trapezista e atriz), logo no começo da carreira adotou o nome do marido, Walter Seyssel, sobrinho de Waldemar Seyssel, o palhaço Arrelia. E foi como Amélia Seyssel que ficou conhecida pelos telespectadores.

Em 1958, Amélia e Walter Seyssel (já conhecido como o palhaço Pimentinha) assinaram contrato com a TV Record, que na época abria espaço para o teleteatro e a comédia. "O Alfredo Amaral de Carvalho, dono da Record na época, gostou do nosso trabalho encenando comédias no circo e sugeriu que fizéssemos o Circo do Arrelia", relembra Amélia, que fez o programa durante seis meses.

"Eu gostei da televisão logo de cara. Vim do circo com muita bagagem, muita experiência. Eram trabalhos parecidos, então não foi difícil a transposição da arte para a tevê", explica Amélia.

Mas não demorou muito para a beleza loira da artista chamar a atenção dos diretores da emissora. Ao lado de outras beldades da época como Darcy Carlota, Sônia Ribeiro e Elisabeth Darcy (mãe do locutor Sílvio Luiz), ela integrou um dos primeiros times de modelos da publicidade.

Os programas de tevê eram patrocinados por diversas marcas e, durante a mesma atração, apareciam até quatro comerciais da marca. "Aparecia na televisão umas cem vezes por mês", diz Amélia. "De tudo quanto é marca, Bombril, Kibon, Eletroradiobrás General Eletric", diz a ex-modelo. Amélia adorava o trabalho, tanto que chegou a ganhar alguns prêmios - como o Roquete Pinto, o Tupiniquim e a Medalha de Ouro Gazeta Esportiva na categoria pesquisa de opinião pública - de melhor garota propaganda. "Um repórter, certa vez, escreveu que eu vendia mais do que as Lojas Americanas", recorda.

O sucesso nos reclames Amélia atribui à boa memória que conserva até hoje. "Graças a Deus, nunca errei texto e olha que, na época não tinha essa de poder errar", diz. "Por isso era muito solicitada".

A modelo nunca fazia uma só coisa. Ao mesmo tempo em que conquistava o público vendendo de tudo, participava dos teleteatros da emissora e apresentava o musical Astros do Disco, na década de 60. "O programa entregava discos de ouro a cantores já consagrados na época", conta Amélia.

Na época, a emissora também investia em artistas internacionais e conseguiu levar aos palcos do Teatro Record figuras legendárias como Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Bill Halley e seus Cometas, entre outros. Mas Amélia não chegou a conhecê-los pessoalmente. "Eu ficava no estúdio sempre".

Em 1973, a garota-propaganda deixou a televisão, por diversos motivos. "A Record já não tinha mais o clima familiar de antes", diz. "Além disso, preferi me dedicar à família", conta Amélia, que teve dois filhos e dois maridos.

A essas alturas, a Record já havia passado por alguns incêndios e sofria com a concorrência de novas emissoras. Um dos diretores, Antônio Augusto Amaral de Carvalho deixou a emissora em 1973 para se dedicar à Rádio Panamericana (atual Jovem Pan) e convidou Amélia para trabalhar como locutora da rádio. Em 81, ela se aposentou.

Apesar da paixão que tinha pelo trabalho na televisão (adorava vender e apresentar as atrações), Amélia está bem resolvida com relação ao seu passado de estrela dos intervalos comerciais.

"Só achei meio ruim quando, na comemoração dos 50 anos da Record (em 2003) eles se esqueceram das garotas propagandas. Só chamaram uma delas, que trabalha até hoje na televisão", diz Amélia, aparentemente sem tristeza.

Até hoje, existem pessoas que reconhecem Amélia de propagandas famosas como a da Gincana Kibon. "Uma fã já fez até uma pasta com recortes de matérias sobre mim, mas acabaram roubando", diz Amélia. "Já a senhora é minha amiga até hoje".

Para Amélia, o importante mesmo é ser reconhecida pelos bons trabalhos. "Minha época e meu sucesso já passaram", pondera. "Mas deixei caminho aberto para as meninas dos dias de hoje", diz Amélia, que já é bisavó. Mas, ironia do destino, a vocação para a telinha parece estar no sangue da família. Um de seus dois filhos, Paulo Seyssel, é cameraman.

Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.

Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.