O cineasta camaronês Bassek ba Kobhio fornece uma fascinante perspectiva revisionista (e uma sátira mordaz) sobre Albert Schweitzer, realizador de trabalho humanitário, ganhador do Prêmio Nobel da Paz e um dos “santos benfeitores” do colonialismo europeu na África.
Schweitzer amava o país, e quanto aos seus habitantes? Ele lhes negou os benefícios do mundo moderno, tais como eletricidade e procedimentos médicos de higiene. Em vez disso ele procurou, de forma paternalista, arrogante e possivelmente monstruosa, encontrar um medicamento diferente para "esses primitivos", contradizendo o ponto de vista tradicionalmente aceito sobre Schweitzer.
O filme – com performances admiráveis - foi rodado ao lado do rio Ogooué em Lambarene, Gabão, onde o verdadeiro Schweitzer fez a maior parte de seu trabalho. É um exame profundo de um gênio auto-confiante e obstinado entre duas culturas em rota de colisão. E deixa no ar a pergunta: “Por que as potências européias, sempre ávidas por exploração e enriquecimento, também não conseguiam apreciar a rica e variada cultura dos povos africanos?”