O Expressionismo alemão consistiu em uma série de movimentos criativos na Alemanha, na época da Primeira Guerra Mundial, que teve seu auge em Berlim, nos anos 1920. Esses acontecimentos faziam parte de uma tendência expressionista mais ampla, que tomava conta da cultura europeia daquele período e que, basicamente, caracterizava-se por uma rejeição das convenções ocidentais, mostrando a realidade de maneira extremamente distorcida para causar impacto emocional.
Muito influenciados por artistas plásticos como Vincent van Gogh, Edvard Munch e El Greco, os expressionistas não se preocupavam tanto em produzir composições esteticamente agradáveis, mas buscavam gerar reações profundas do público ao seu trabalho, por meio de contrastes, ângulos e formas abruptas. Em sua essência, o movimento explorava a relação entre arte e sociedade, abrangendo inúmeros campos, incluindo o cinema.
Assim como as pinturas expressionistas, os filmes desse período buscavam abordar as experiências pessoais e subjetivas do ser humano. No cinema, essa característica é mais particularmente associada a sets pouco realistas, ângulos profundos e sombras marcantes, para intensificar a atmosfera do filme.
O termo italiano chiaroscuro (claro-escuro) é frequentemente usado para descrever esse tipo de fotografia de alto contraste entre luz e escuridão, mas a crítico alemão Lotte H. Eisner, autora de A Tela Assombrada (1952), preferiu usar uma expressão de sua própria língua: helldunkel, que ela definiu como “uma espécie de crepúsculo da alma alemã, expressando-se em sombrios e enigmáticos interiores ou em nebulosas e insubstanciais paisagens”.
Para compensar a falta de grandes orçamentos, os primeiros filmes expressionistas usavam cenários pouco realistas, com desenhos pintados nas paredes e nos pisos para representar luzes, sombras e objetos. As histórias e narrativas geralmente tratavam de loucura, insanidade, traição e outros temas existenciais trazidos à tona pelas experiências traumáticas da Primeira Guerra Mundial.
O antirrealismo extremo do Expressionismo teve vida curta, dissipando-se depois de poucos anos. No entanto, os temas do movimento permaneceram, de forma um pouco mais sutil, nos filmes produzidos em anos subsequentes, entre as décadas de 1920 e 1930.
Filmes posteriores, mas também categorizados como parte do Expressionismo alemão, incluem Metrópolis (Metropolis), de 1927, e M, O Vampiro de Dusseldorf (M), de 1931, ambos dirigidos por Fritz Lang. Essas obras mantinham o estilo de distorções na expressão dos atores e na direção de arte, para mostrar a realidade interna das emoções.
Fonte: https://www.aicinema.com.br/expressionismo-alemao-movimentos-cinematograficos/