Meus 10 Filmes Favoritos Vistos em 2017 (e 3 menções honrosas)

10- Invasão Zumbi (Train to Busan) - 2016 - Direção: Sang-ho Yeon
A história todo mundo já conhece. Um vírus que transforma as pessoas em zumbis canibais se espalha pela Coréia do Sul e acaba contaminando passageiros do trem que liga Seoul à Busan. Aí vai ser aquela luta para um grupo de sobreviventes conseguir escapar dos que estão infectados. É, eu também não aguento mais esse subgênero mas sempre acabo voltando pra ele. Confesso que esse teria passado batido se não fosse pelas críticas favoráveis. Realmente é bastante tenso, divertido e até comovente. E o melhor: "Tem no Netflix?". Tem sim.

9- Jogo Perigoso (Gerald's Game) - 2017 - Direção: Mike Flanagan
Adaptação de um livro de Stephen King produzida pelo Netflix. Casal viaja para um fim de semana romântico em uma casa fora da cidade com o intuito de apimentarem o casamento. Ao tentarem um jogo sexual com algemas, a brincadeira acaba virando uma situação desesperadora quando o marido sofre um infarto fulminante e a esposa é largada algemada à cama, em um local completamente isolado. Esse é um filme que me surpreendeu bastante. Primeiro porque quando li o livro, jurava que seria impossível transformá-lo em filme, já que ele se passa todo em um ambiente com uma personagem. Segundo porque não me animei muito com os trabalhos anteriores desse diretor, então não estava com a expectativa lá muito alta. Queimei a língua bem feio. O filme é tão claustrofóbico quanto o livro e a cena final chegou a me dar tontura. Super recomendado.

8- À Qualquer Custo (Hell or High Water) - 2016 - Direção: David Mackenzie
Dois irmãos viajam pelo Texas assaltando agências de um banco local que está hipotecando o rancho de sua família, mas passam a ser perseguidos por um policial que está próximo de se aposentar. Neo-western muito bem escrito, dirigido e atuado (até o sem salzinho do Chris Pine está muito bem). E o filme ainda tem um espacinho pra uma crítica econômica bem interessante.

7- Raw (Grave) - 2016 - Direção: Julia Ducournau
Garota vegetariana super protegida pelos pais começa a enfrentar mudanças físicas e psicológicas depois que ingressa na faculdade de veterinária e acaba tendo que experimentar carne. Terror psicológico francês, bem diferente e cheio de simbolismos. A direção é muito boa. Não conheço a diretora mas vou ficar de olho de agora em diante. Netflix? Sim (y)

6- Mãe! (Mother!) - 2017 - Direção: Darren Aronofsky
Garota que vive em uma casa isolada com o marido, um escritor que passa por um período de bloqueio criativo, começa a ver sua calma existência ir pelos ares com o aparecimento de diversos hóspedes e visitantes indesejados. Mais um filme que eu não botava muita fé e que me supreendeu. Tenho um ranço com a Jennifer Lawrence, acho forçadinha e irritante, e costumo achar os filmes do Aronofsky um pouco superestimados (acho que só gosto mesmo de Réquiem para um Sonho). Mas acho que o fato de eu entrar no filme sem ter a mínima ideia do que esperar dele acabou sendo favorável. Mais pro final achei que ele vai ficando um pouco cansativo, mas as simbologias que o filme faz para ilustrar o relacionamento que explora são bem interessantes.

5- Viver e Morrer em Los Angeles (To Live and Die in L.A.) - 1985 - Direção: William Friedkin
Policial impulsivo e amoral torna-se obcecado em apanhar um conhecido falsificador que foi o responsável pela morte de seu parceiro. Pra mim William Friedkin foi um dos maiores diretores que os Estados Unidos já teve. Aqui ele retrata uma Los Angeles corrupta, amoral e crua, com personagens que se adequam a um submundo cruel. O filme é maravilhosamente dirigido, com cenas de ação de tirar o fôlego. E a trilha sonora anos 80 composta por Wang Chung pra mim fecha com chave de ouro. Não é o melhor de Friedkin, mas é um thiller policial de altíssimo nível. Cult e maldito.

4- O Profeta (A Prophet) - 2009 - Direção: Jacques Audiard
Rapaz árabe sem família é mandado para uma prisão francesa para cumprir uma pena de seis anos. Lá dentro, ele deve se adequar às gangues e à hierarquia para poder se manter vivo. Filme francês muito bem conduzido e dirigido que se passa quase todo dentro de um presídio. Bastante violento e realista, cheio de momentos de tensão. Uma bela surpresa. Netflix? (y)

3- Solaris - 1973 - Direção: Andrei Tarkovsky
Psiquiatra é enviado para uma estação espacial que observa o planeta Solaris para investigar o estranho fenômeno que tem afligido a tripulação. Logo ele passa a experimentar os mesmos sintomas e se torna vítima de sua própria consciência. Primeiro filme de Tarkovsky que eu assisto. Por sorte consegui pegar uma exibição no cinema, o filme é maravilhosamente dirigido e fotografado. O plano final é um dos mais belos encerramentos que já vi em um filme, profundo e cheio de significado. O ritmo do filme é bastante lento, e infelizmente o cinema em que assisti ligou um ar condicionado no máximo durante a sessão, o que acabou contribuindo um pouco para minha sensação de impaciência com certas partes do filme, mas ainda assim um belo trabalho cinematográfico.

2- Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea) - 2016 - Direção: Kenneth Lonergan
Rapaz é obrigado a voltar à sua cidade natal quando seu irmão morre e ele recebe a guarda de seu sobrinho adolescente. A volta irá desenterrar fantasmas e traumas do passado que o fizeram se afastar da família e do local. Pra mim era o filme que deveria ter levado o Oscar fácil fácil. Muito bem dirigido, com ótimas atuações e momentos comoventes. Não sou muito fã do Casey Affleck, mas aqui ele realmente brilha em seu papel. Já tinham me dado um toque sobre esse diretor, agora com certeza vou ficar de olho nos próximos trabalhos.

1- Oldboy - 2003 - Direção: Park Chan-Wook
Homem comum é capturado e trancado em um quarto por quinze anos por uma razão inexplicável. Ao ser libertado, inicia uma jornada para se vingar da misteriosa pessoa que roubou quinze anos de sua vida. Acho que eu estava no 1% que ainda não tinha visto esse filme, cheguei bem tarde pra festa. Nem sei como consegui evitar detalhes importantes do plot ou do final surpreendente por tanto tempo. Para os atrasados que estão no mesmo barco que eu estava, quanto menos souber sobre esse filme melhor. Aperte play e vá embora. Park Chan-Wook é sério candidato pra entrar na minha lista de diretores preferidos. Segundo ano consecutivo que um filme dele fica em primeiro lugar na minha lista (ano passado foi The Handmaiden). Preciso urgentemente conhecer mais coisas desse homem.

Menções honrosas:

- Traição (Steekspel) - 2013 - Direção: Paul Verhoeven
Um projeto interessantíssimo de Paul Verhoeven, em que ele lançou uma premissa e estudantes de cinema/roteiro continuaram o roteiro pela internet e ele ia filmando gradualmente à medida que recebia as partes. Filme ácido e divertido. Quem dera mais diretores fizessem projetos experimentais assim aos 79 anos.

- Lake Mungo - 2008 - Direção: Joel Anderson
Um fake documentary sobre o misterioso afogamento de uma garota em uma cidadezinha. Ecos de Twin Peaks por todo lugar, e há muito tempo que um filme não me dá medo assim.

- Deadpool - 2016 - Direção: Tim Miller
De longe o filme de super herói mais divertido que vi esse ano. Pelo trailer parecia ser meio bobalhão, e não curto muito o Ryan Reynolds, mas felizmente me enganei tanto sobre o filme quanto o Reynolds e me diverti bastante.