É domingo em Nogent-sur-Marne, comuna localizada nos subúrbios de Paris. Um novato crítico de cinema do jornal Cinémagazine chamado Marcel Carné, com seus 20 e tantos anos, e seu amigo, o relojoeiro Michel Sanvoisin, compram uma câmera e rolos para a filmagem. A estratégia é capturar um turbilhão de luzes e sombras, onde multidões agitadas, álamos tranqüilos, contentes banhistas musculosos, casais dançando ao som de acordiões, soldados descansando, tudo é filmado com extrema naturalidade. A atraente atmosfera desta cidade num festivo dia de domingo são capturadas pelas lentes da câmera destes dois amadores, desvelando pequenos detalhes dos ordinários transeuntes e suas preocupações cotidianas, antes dos efeitos da crise econômica de 1929 e da conseqüente destruição do local pelos nazistas, na 2ª Guerra Mundial.
Ao longo de inúmeros domingos, Carné quis filmar os guinguettes (estabelecimentos de bebida populares nos subúrbios de Paris e de outras cidades da França) onde milhares de parisienses a cada domingo gostavam de freqüentar, um característica social em que Carné achava "muito bonito e muito tocante".
Nogent ficou em cartaz durante dois meses no lendário cinema Studio des Ursulines, em Paris, ao lado de um documentário de Jean Painlevé, do "Mystère du Chateau de Dé" de Man Ray e de um filme de René Clair. Depois o filme entrou no anonimato até ser redescoberto pelos cineastas dos anos 60.
A trilha sonora de Bernard Gerard foi adicionada contra as recomendações de Carné.
A região em questão está situada a quatro milhas a leste da capital, onde ordas de franceses tomavam os trens no dia de domingo da estação La Bastille e de outras localidades para Nogent-sur-Marne, onde eles podiam se banhar nas águas do rio Marne, ao som de danças e bebidas nos "guinguettes", locais onde era possível comer e beber a baixo preço.