Com personagens marcantes na carreira, como Michael Corleone (O Poderoso Chefão), Tony Montana (Scarface) e Frank Slade (Perfume De Mulher), Al Pacino traz em O Último Ato, do diretor Barry Levinson e baseado no livro A Humilhação, de Philip Roth, uma interpretação intensa na pele de Simon Axler, um ator renomado da Broadway, que vive uma decadência e, por isso, decide encerrar a carreira.
Se com 74 anos Pacino não demonstra mais tanta agilidade nas cenas de ação, ele mostra que ainda está em plena forma quando é preciso explorar a deterioração psicológica e emocional de seu novo personagem, um artista que se encontra totalmente perdido na vida.
Com uma trama minuciosa, o longa dá ao público a sensação de estar realmente assistindo a uma peça de teatro, com diálogos longos e um desenvolvimento profundo de seu protagonista. E isso é bom, pois, além de mostrar segurança da direção de Levinson, traz o espectador para mais perto dos problemas do personagem central. Logo de cara, na cena em que se machuca no teatro, o público já se sente envolvido com os problemas de Axler, que vão sendo apresentados aos poucos, justamente para evitar dispersão. Cada vez que a sessão de terapia do protagonista é mostrada, também percebe-se um amadurecimento do personagem na trama, o que permite o público entender melhor seus dilemas pessoais.
A história acompanha um ator veterano da Broadway, que resolve abruptamente encerrar a carreira após sofrer um acidente enquanto encenava uma de suas peças. Querendo consertar sua vida pessoal, ele acaba reencontrando Peggen Stapleford (Greta Gerwig), jovem filha de uma antiga colega.