Chappie é um filme sobre inteligência artificial, no qual carrega um alto nível de referências a obras do gênero, como Robocop e Exterminador do Futuro. A direção fica por conta de Neill Blomkamp, conhecido pelos seus trabalhos de ficção cientifica, como Elysium e Distrito 9.
Em um mundo onde robôs são utilizados para guardar a segurança de seus cidadãos, a criminalidade local cai drasticamente. Ao tentar criar um protótipo com inteligência artificial, o cientista Deon (Dev Patel) dá vida ao Chappie (Sharlto Copley), um talentoso robô que aprende e se desenvolve ao lado de pessoas com diferentes personalidades, em que ele terá que decidir por si mesmo qual lado deverá seguir.
Chappie tem uma humanização que impressiona nas telas, o robô consegue carregar todas as características e trejeitos de um ser humano. A diferença entre ele e os policiais robôs são completamente visíveis, no qual enfatiza a importância de sermos, além de humanos, indivíduos com personalidades únicas. Com isso, Chappie se destaca na trama ofuscando todos os personagens, como o de Hugh Jackman, que se torna uma das maiores decepções da trama. O pseudo vilão, não é caricato e muito menos convence com seus argumentos, onde suas palavras soam totalmente falsas e sem sentido algum.
A grande mistura de elementos, como suspense com um ar de comédia, o novo com o antigo, o violento e o afetuoso, não funcionam como deveriam. Blomkamp, talvez, gostaria de fazer uma crítica ao contrasta da nossa realidade, apresentando que em um mesmo mundo vivemos os extremos. Porém, tudo acaba em uma bela bagunça e confusão, na qual a narrativa não sustenta o que está sendo apresentado nas telas.
Yo-Landi e Ninja dão as cores necessárias ao filme, essa sim é uma contraposição bem utilizada, onde o sujo ganha vida e o simples fica moderno. Mesmo não sendo um longa futurista, o casal consegue trazer a sensação tecnológica às telas e criando a empatia necessária para com o espectador dentro de uma narrativa restrita que reforça essa aproximação.
Chappie tinha de tudo para ser um bom filme, sua história é realmente inovadora. Entretanto, a obra peca em sua produção um tanto quanto preguiçosa, a falta de organização das informações deixa o longa com várias pontas abertas sem nexo ou conexão, estragando o seu desfecho.
Por: Caroline Venco