O público do CCBB São Paulo e do CineSESC poderá (re)ver toda a obra do mestre italiano a partir de 26 de fevereiro, quando começa a mostra em homenagem aos 100 anos de nascimento do mestre italiano, comemorados em 20 de janeiro de 2020.
Uma oportunidade única de assistir, na sala de cinema, vários clássicos do cinema mundial, de mergulhar no mundo felliniano, com suas histórias e personagens fascinantes. Após passagem pelo Rio de Janeiro, a mostra segue para CCBB Brasília (24/03 a 19/04). O projeto é patrocinado pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e tem apoio do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, CineSesc SP e Cinemateca do MAM.
A retrospectiva FELLINI, IL MAESTRO tem curadoria de Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida, produção da Voa Comunicação e Cultura e apresentará 24 títulos, desde o filme de estreia de Fellini - Mulheres e Luzes (1950), codirigido com Alberto Lattuada, até o último deles - A Voz da Lua (1990), incluindo obras-primas estreladas por parceiros constantes como Marcello Mastroianni e Giulietta Masina, sua esposa, e embaladas pela música de Nino Rota. A mostra exibirá também o documentário Fellini: A Director's Notebook (1969), no qual o próprio Fellini comenta seu processo de trabalho e passeia por seus lugares preferidos em Roma.
A programação ainda reserva boas surpresas, todas gratuitas: um curso de três dias, um debate e um super livro-catálogo de mais de 400 páginas com artigos críticos, ensaios, entrevistas, filmografia, fotos etc. Para ganhar o catálogo, basta juntar cinco ingressos de sessões da mostra.
O curador Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida destaca que “Federico Fellini é reconhecido como um dos maiores e mais influentes cineastas de todos os tempos, cujos filmes, que trazem um olhar altamente pessoal e idiossincrático sobre a sociedade, são uma combinação única de memória, sonhos, fantasia e desejo. O adjetivo felliniano é sinônimo de qualquer tipo de imagem extravagante, barroca ou fantasiosa no cinema ou na arte em geral. A Doce Vida lançou um novo termo – paparazzi, derivado de Paparazzo, o fotógrafo amigo do jornalista Marcello Rubini, vivido por Mastroianni”.
Federico Fellini (1920 – 1993) – um resumo de sua carreira
Abismo de Um Sonho (1952) foi o primeiro longa-metragem o qual Fellini assinou sozinho a direção. Logo depois, em 1953, ele lançou Os Boas-Vidas (1953), que iniciou, com o Leão de Prata no Festival de Veneza, uma sucessão de prêmios em sua carreira. O primeiro Oscar de Melhor Filme estrangeiro veio com A Estrada da Vida (1954). Para Noites de Cabíria (1957), Fellini se inspirou nas notícias de uma cabeça de mulher decepada e nas histórias contadas por Wanda, a prostituta que conheceu no set de A Trapaça (1955). Noites de Cabíria ganhou o Oscar de Melhor Filme estrangeiro e, Giuletta Masina, o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes.
O fenômeno da Hollywood no Tibre, em 1958, em que estúdios americanos lucravam com o trabalho barato em Roma, permitia que jornalistas roubassem fotos de celebridades na Via Veneto. Daí veio a inspiração para A Doce Vida (1960) um sucesso de bilheteria que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e eternizou a cena de Anita Ekberg na Fontana di Trevi.
Em carta a Brunello Rondi, Fellini esboçou suas ideias sobre um homem sofrendo de bloqueio criativo. Ele se decidiu pelo título auto-referencial 8 1⁄2, mas não sobre o que o personagem fazia para viver. Fellini narraria tudo o que lhe havia acontecido: faria um filme sobre um diretor que não sabe mais qual filme ele quer fazer. 8 1⁄2 ganhou os Oscars de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Figurino.
Julieta dos Espíritos (1967) foi seu primeiro filme a cores. Em março de 1971, Fellini começou a produção de Roma, coleção aleatória de episódios inspirados pelas memórias e impressões do diretor sobre a cidade.
Em 1973, Fellini dirigiu Amarcord, vagamente baseado em seu ensaio autobiográfico “Minha Rimini”. Em 1989, realizou A Voz da Luz, seu último filme. Em 1993, Fellini ganhou um Oscar Honorário, em reconhecimento pela sua carreira.
“A grande descoberta de Fellini após seu período neo-realista foi o trabalho de Carl Jung. Depois de conhecer o psicanalista Ernst Bernhard, no começo dos anos 1960, Fellini leu a autobiografia de Jung, Memórias, Sonhos, Reflexões, e experimentou LSD. Bernhard também recomendou que Fellini consultasse o I Ching e mantivesse um registro de seus sonhos. O foco de Bernhard na psicologia junguiana provou-se a maior influência no estilo maduro de Fellini e marcou o ponto de virada em sua obra do neo-realismo para o onírico. Como consequência, as ideias de Jung sobre o anima e o animus, o papel dos arquétipos e o inconsciente coletivo influenciou diretamente filmes como 8 1⁄2 (1962), Julieta dos Espíritos (1965), Fellini Satyricon (1969), Casanova de Fellini (1976) e Cidade das Mulheres (1980)”, comenta o curador Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida.
Federico Fellini morreu em Roma, em 31 de outubro de 1993, ao 73 anos, de ataque cardíaco, um dia depois da celebração dos 50 anos de casamento com Giulietta Masina. O funeral, no Estúdio 5 da Cinecittà, seu favorito, atraiu 70 mil pessoas. Cinco meses depois, Giulietta faleceu de câncer no pulmão. Fellini, Masina e o filho Pier Federico estão enterrados na entrada principal do cemitério de Rimini.
Programação CCBB SP
26/02 – Quarta
17h00 Mulheres e Luzes
19h30 Ensaio de Orquestra
27/02 – Quinta
16h00 A Cidade das Mulheres
19h00 Os Boas Vidas
28/02 – Sexta
16h00 Casanova de Fellini
19h30 Os Palhaços
29/02 – Sábado
16h00 Ensaio de Orquestra
18h30 Amarcord
01/03 – Domingo
15h30 Noites de Cabíria
18h00 Oito e Meio
02/03 – Segunda
15h00 Bocaccio 70
19h30 Os Palhaços
04/03 – Quarta
17h00 A Director`s Notebook
18h30 Satyricon de Fellini
05/03 – Quinta
16h00 Histórias Extraordinárias
19h00 Roma
06/03 – Sexta
16h30 Mulheres e Luzes
19h00 Amarcord
07/03 – Sábado
15h30 A Cidade das Mulheres
18h30 Ginger e Fred
08/03 – Domingo
16h00 A Director`s Notebook
18h00 Satyricon de Fellini
09/03 – Segunda
16h30 Ginger e Fred
19h00 Noites de Cabíria
11/03 – Quarta
16h00 Amarcord (sessão inclusiva Gratuita - audiodescrição, legenda descritiva, Libras)
19h00 Os Boas Vidas
12/03 – Quinta
14h30 Julieta dos Espíritos
17h00 Entrevista
19h00 Debate Fellini
13/03 – Sexta
16h00 A Estrada da Vida
18h30 Oito e Meio
14/03 – Sábado
16h00 A Voz da Lua
18h30 Roma
15/03 – Domingo
15h00 Histórias Extraordinárias
17h30 A Doce Vida
16/03 – Segunda
14h00 Curso Fellini - Dia 1
16h00 Amores na Cidade
18h30 Casanova de Fellini
18/03 – Quarta
14h00 Curso Fellini - Dia 2
16h30 A Voz da Lua
19h00 Entrevista
19/03 – Quinta
14h00 Curso Fellini - Dia 3
16h30 E la Nave Va
19h00 A Estrada da Vida
20/03 – Sexta
16h00 Casanova de Fellini
19h30 Abismo de Um Sonho
21/03 – Sábado
16h00 A Trapaça
18h30 Julieta dos Espíritos
22/03 – Domingo
15h00 E La Nave Va
17h30 A Doce Vida
23/03 – Segunda
16h00 A Trapaça
19h30 Abismo de Um Sonho
Programação CineSesc
12/03 - Quinta
14h00 A Voz da Lua (122 min, DCP)
16h30 Os Boas Vidas (107 min, DCP)
18h30 A Estrada da Vida (108 min, DCP)
21h00 Noites de Cabíria (110 min, 35mm)
13/03 - Sexta
14h00 Ensaio de Orquestra (70 min, 35mm)
15h30 E La Nave Vá (132 min, DCP)
18h00 Julieta dos Espíritos (137 min, DCP)
21h00 A Doce Vida (174 min, DCP)
14/03 - Sábado
14h00 Os Palhaços (92 min, 35mm)
16h00 Ginger e Fred (125 min, 35mm)
18h30 Amarcord (123 min, 35mm)
21h00 Oito e Meio (138 min, DCP)
15/03 - Domingo
14h00 Os Boas Vidas (107 min, DCP)
16h00 Satyricon de Fellini (129 min, 35mm)
18h30 Roma (120 min, DCP)
21h00 A Estrada da Vida (108 min, DCP)
16/03 - Segunda
13h30 Noites de Cabíria (110 min, 35mm)
15h30 A Voz da Lua (122 min, DCP)
18h00 A Doce Vida (174 min, DCP)
21h30 Os Palhaços (92 min, 35mm)
17/03 - Terça
13h30 Amarcord (123 min, 35mm)
16h00 Julieta dos Espíritos (137 min, DCP)
18h30 Satyricon de Fellini (129 min, 35mm)
21h00 E La Nave Vá (122 min, DCP)
18/03 - Quarta
14h00 Ginger e Fred (125 min, 35mm)
16h30 Ensaio de Orquestra (70 min, 35mm)
18h00 Oito e Meio (138 min, DCP)
21h00 Roma (120 min, DCP)
Imagem: Federico Fellini / Reprodução