Roteiro MUITO BEM CONSTRUÍDO e um sujeito tão hábil em contar sua vida que chega a causar espanto... e desconfiança! E aí, a cada episódio, contado como um único novelo que se desenrola... CARAMBA!
Muito a pensar, muito pesar, muita luta e inglória. Mas um filme PARA A VIDA.
Achei que poderia ter desenvolvido melhor algumas passagens ou personagens; por exemplo fiquei em dúvida sobre quem é/são os protagonistas - mas isso é um detalhe.
Realmente não tira muito da qualidade do filme, que tem muitos pontos interessantes. Mesmo sendo tipicamente americano em muitos sentidos, não é da fórmula hollywoodiana típica - o que implica certa originalidade, também. Bem legal! =]
MUITO, MUITO, MUITO RUIM. Limitadíssimo. Mera sucessão de eventos. Sem profundidade, sem cativação, sem dinâmica, suspenses sem qualquer proveito, inúmeros buracos no roteiro, previsível, entranhado de clichês, personagens sem desenvolvimento, atores de grande renome completamente subaproveitados. FRUSTRANTE.
Eu raramente me disponho a falar de um filme que não curti - só quando chega ao ponto de ser TÃO RUIM assim.
Se tem quem goste, é por qualquer outro motivo; mas se você curte cinema mesmo, não dá nem pra se divertir. É sofrível. Só não é pior do que 'O Expresso do Amanhã' e outros filmes que tive de parar de ver e nunca mais retomei... por isso uma estrela, que já é muito. A sucessão de eventos pode até conduzir uma cena à outra, você pode deixar o tempo passar à frente dos seus olhos - mas nada é realmente interessante, não há ânimo para se querer continuar vendo.
E o final é péssimo; confirmando a sensação de que não vale tanto à pena persistir... não pelo desfecho em si, mas pela falta de dramaticidade, de reviravoltas, de surpresas realmente cativantes, de questões emocionais profundas ou intensas.
Filme muito interessante, com muitos aspectos e temas correlatos que são explorados de maneira sutil (por vezes invisível para um olhar desavisado) mas muito marcantes.
Alguns tabus podem ser, em algum grau, úteis, até mesmo necessários, mas há muitas ocasiões em que eles podem refletir apenas um lado irracional e perigoso de nossa própria natureza.
Podem reparar que as poucas notas (muito!) baixas vieram quase sempre de gente que não curte o gênero (drama): ou seja, quem acha o filme "sem roteiro" (devem estar acostumadas com tiros e explosões, sei lá!), "sem muitos acontecimentos" (se você não se envolve em angústia com a ÓTIMA atuação de Mikkelsen, perde tudo mesmo), "com ritmo lento" (gente... O FILME É SUECO!) ou coisas assim... mas deixem para verificar isso depois de assistir o filme, porque há vários spoilers nos comentários aqui!
Em suma: merece mais do que as 4,3 estrelas da média até aqui. Tanto mais por tocar em temas ainda tão controversos de maneira tão rica.
Que história! Muito ilustrativo de como a romantização da natureza pode infelizmente revelar o que temos de mais marcadamente humano, não só no melhor mas ainda no pior dos sentidos... as implicações filosóficas do filme são muitas e variadas; os elementos históricos e as figuras humanas também riquíssimos, para muito além da superficialidade excêntrica que lhe imputavam... e tudo isso torna o doc ainda mais interessante; mesmo assim, a história dos três pequenos e sucessivos grupos de colonos e suas relações contraditórias é, como deveria ser, o que carrega o filme - um "thriller biográfico".
Como filme, este documentário não foi "perfeito", mas
teve pontos altos, com o mérito de trazer com muita competência e envolvimento do espectador novos aspectos e fatores conflitantes das mortes e desaparecimentos que assombraram os habitantes da ilha de Floreana. A combinação dos trechos de imersão com os relatos de ilhéus vizinhos poderia servir como uma espécie de "solicitação de permissão aos guardiães do lugar" (algo como respeito aos habitantes do lugar, já desrespeitados e caricaturados pelos jornais e olhares curiosos de outrora) - mas se era essa a intenção, falhou; no que foi menos trabalhado e gerou a sensação de deslocamento em certos pontos.
Mas
a história por si mesma é EXTRAORDINÁRIA e o filme não estragou de maneira alguma o que ela tem de melhor. Ao contrário, soube aproveitar e encadear muito bem a cronologia dos fatos, dexiando-nos com muitas pergintas mas também coma possibilidade de formular nossas próprias.conclusões sobre afinal o que se deu em Floreana!
Não bastasse o talento mal explorado de Adrien Brody aqui, que quase salva ao menos sua atuação (mas quie direção e montagem arruinaram), NENHUMA PERSONAGEM é propriamente desenvolvida: o protagonista é distante, o co-protagonista acaba sobrecarregado e melodramatico, o casal é fraco e não convence, o grande vilão era pra ser um sociopata descontrolado mas que em nenhum momento "preenche a cena" (só eu desconfio que o papel de Ray foi escrito pensando em Denzel Washington!?)...
A trama não gera quase nenhuma empatia e as cenas de ações são inverossímeis. Os buracos no roteiro e o conjunto mal amarrado tornam a obra sofrível. Clichês a cada 2 minutos; uma sucessão pouco ou nada cativante de cenas; um final 'whatever'.
A fotografia até que se salva e a CG chega a ser passável - mas menos que isso em alguns pontos. Só não dou nota mais baixa ainda porque há filmes muito piores... (mas não muitos). Poderia ter sido melhor: sensação de que faltou elenco e, principalmente, direção.
A sociedade americana é uma sociedade adoecida: o documentário relata casos de abusos sexuais sofridos por estudantes universitárias (e alguns homens) em níveis epidêmicos - e a inação de autoridades acadêmicas, políticas e policiais para lidar com o problema. A realidade é tal que 100 mil americanas podem ser estupradas em 2016 pela falta de uma política clara para coibir esses crimes.
Entre muitas outras reflexões viáveis, duas em particular me chamaram muito a atenção:
1) que mais uma vez se mostra como na sociedade mais capitalista do mundo o capital interfere na organização e conformação não só de estruturas concretas, mas sobretudo cognitivas e perceptuais (os impérios modernos vêm fazendo essa conversão desde o século XVIII), o que é parte da multiplicação industria da miséria humana; e
2) que a cultura de estupro não foi criada por lá, mas ganhou traços particularmente perversos nas fraternidades (cujo poder político e cultural é monstruoso) e encontram, não por acaso, reverberação por aqui em meio, por exemplo, a gangues (não confundir imediatamente com "quadrilhas") - que vão dos bailes funk ao sertanejo, da micareta aos clubes da high-society...
Não é um filme agradável, nem espetacular do ponto de vista técnico, mas traz uma discussão que, se num olhar mais imediatista pode parecer distante, se torna ainda mais necessária pelas diversas formas que assume para driblar ou amansar nossa indignação (e ação, consequentemente).
(A exemplo, falas e gritos de ordem de alguns homens no doc: "Só porque ela diz não e eu continuo isso faz de mim um estuprador!?" -- "Não significa sim, sim significa anal!!!" -- e por aí vai...)
Não espere um outro "Coração Valente" pelo trailer. Há muito sangue, há batalhas medievais; no entanto, o foco nunca é esta apoteose belicosa, mas o protagonista que dá nome à obra. Lembra brevemente "300", mas não pela violência crua das cenas de embate; muito mais pelo aspecto teatral com que os planos em campo aberto são banhados pela neblina das Highlands escocesas, com slow motion e uma trilha intensa... A trilha sonora, aliás, é qualquer coisa de fantástica, orgânica; já uma de minhas preferidas, bem no mesmo estilo de "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford"...
A propósito, eis um excelente parâmetro para entender os silêncios de diálogos preenchidos por uma fotografia primorosa e uma trilha estupenda... se você gosto de "O Assassinato de Jesse James (...)", este Macbeth é para você!
O cinema onde fui classificou acertadamente esta obra como "Cinema de Arte". E não bastasse o fato de ser uma peça shakesperiana, o filme é de Arte por si mesmo porque preserva com o poder da máquina de empatia uma história contada de forma natural, realista e ao mesmo tempo beirando a fantasia psíquica, intento alcançado mesmo com o desafio de NÃO ALTERAR os diálogos originais. É preciso, claro, ter alguma liberdade de espírito e intelecto para acompanhar esse trajeto - mas imagine o que é realmente apreciar Shakespeare em seu original... apenas imagine 400 anos intactos de sabedoria literária!!!
Não se trata de uma obra perfeita, mas achei EXCELENTE.
Um filme excelente, com toda a competência de Silvio Tendler para deixar que o enredo se mova pela força de suas próprias histórias, os relatos vívidos... uma podução providencial e atualíssima numa época em que ainda continuamos às voltas com questões de Verdade, Direito, Justiça social, Intolerância Política e clamores ao autoritarismo.
Eloquente, fantástico, tocante, instigante. UMA OBRA NECESSÁRIA!!!
Meu milésimo filme no Filmow pela lista dos "Já Vi". E QUE FILME!!!!
Estava devendo desde sempre a assistência desse filme... se deixarmo-nos levar por alguns prejuízos, podemos fazer o mal de julgar com os olhos de hoje o que tem também parte de seu valor associado aos tempos a que se referem. Lembremo-nos que este é um filme de época "AO QUADRADO": feito em 1962 (o que já soa antigo nos dias de 2015) retarata com os valores e referências da década de 60 uma história do final do século XIX, com os valores e referências da década de 1880! Portanto, há que se ter muita cautela, tolerância e sensibilidade (de forma mais ou menos análoga com que Anne teve com Helen) para perceber nossas próprias limitações quanto a apreender de uma só vez a riqueza de detalhes trabalhados com muito zelo praticamente em cada cena e, consequentemente, todo o valor do filme.
(Os aspectos da surdocegueira, por exemplo, são desconhecidos e mal compreendidos até hoje - então tenhamos presença de espírito para reconhecer que há muito que avançar... e as questões da infância, de aquisição da linguagem, das relações familiares... até alguns pontos de religiosidade são tocados de leve aí - tanta coisa!)
E tecnicamente o filme é surpreendente. A cena inicial já é um "soco" na boca do estômago para assistentes de hoje - imagine a quem via o filme lançado nos anos 1960! O melodrama que parece se pronunciar em seguida é frustrado por uma série de cenas que vão desmistificando certas fórmulas prontas dos dramas hollywoodianos... as atuações são estupendas, sobretudo das duas protagonistas - Anne (Anne Bancroft) e Helen (Patty Duke), merecedoras, sem sombra de dúvidas, do Oscar que cada uma ganhou. Os movimentos de câmera, efeitos de transição, enquadramentos e composição de planos não deixam (creio) nenhum amante do cinema a desejar melhor sorte.
Uma obra magnífica, que podia facilmente caiur no comum, na pieguice e no melodrama fácil - motivos maiores pelos quais passei tanto tempo resistindo a vê-la... mas eis que este filme atinge um grau de maturidade que só grandes clássicos podem nos prover.
Uma indicação que muito felizmente posso fazer a qualquer pessoa!
Filme MUITO INTERESSANTE se for visto sem expectativas. Tem humor, mas sem ser idiota nem irresponsável; tem drama sem ser piegas; tem profundidade sem ser complexo ou difícil.
Putz, lamento ter que destoar da maior parte dos comentários aqui... mas o filme é fraco. Tinha um potencial muito bom de reflexão (que é o que acho que cativou mais as pessoas), mas acabou ficando em respostas fáceis, doces demais, clichês demais...
O que mais me impressionou foi que os idosos (o pai do diretor, Tom Shadyac, o Howard Zinn e o Noam Chomsky) eram os que mais tinham o pé no chão, que falavam de maneira mais sóbria e sob uma perspectiva estritamente SECULAR (perceba-se: não falei "materialista"); e nisso se pode dizer que foram até acompanhados de perto do Desmond Tutu (um arcebispo). Enquanto isso, todos os entrevistados de meia idade ficavam numa piração new age (sim!!!) que me incomodou bastante, falando que "a ciência isso", "os cientistas aquilo" sem qualquer preocupação de demonstrar que não se trata de um discurso propriamente científico, muito menos de um consenso! Os mais promissores dentre estes, aliás, apenas recorriam à estética do encantamento do mundo com frases de efeito ou usavam um dado científico existente para projetar, sem nenhum rigor, discursos muito mais palatáveis ao público, só que bastante vagos... daí a usar as palavras daqueles senhores mais velhos, ainda mais os que já morreram, para "dar calço" retórico às "hipóteses heterodoxas"(se quisermos ser benevolentes - mas à vera são fantasias místicas e pseudocientíficas) é de se assustar!
O resultado é muito frustrante: as questões básicas do filme são necessárias, as conclusões são até, do ponto de vista prático, parcialmente válidas, mas se fundamentaram por meios completamente enviesados e, às vezes, até perigosos. Espero que quem leia isto não caia num maniqueismo barato de ver em mim "uma mente fechada para a nova ciência", porque foi justamente por se fiar nesse discurso que o diretor ERROU e deixou muitas questões necessárias até para o próprio propósito do filme em aberto. Ou seja: a mente fechada é aquela que se conforma a uma resposta simples, integradora do todo do universo e pacificadora dos problemas bastante intrincados do cotidiano e da realidade humana. A ênfase no amor e na colaboração parece esquecer muito dos traços menos lisonjeiros da natureza humana!
Não dá pra condenar muito a pessoa por isso,claro, já que ele estava seguindo uma paixão recém-descoberta pela vida... mas não será por isso que devemos resguardar o documentário da crítica.
Seu único mérito é tratar a questão a que se propõe de maneira mais refinada, flexível e tolerante do que os fundamentalistas que vemos por aí. Demonstra alguma competência nisso, há que se reconhecer - mas isso não implica inteiramente em honestidade intelectual ou, pelo menos, em um bom documentário. Aliás, adiante estão críticas que ele pode receber de ambos os lados - criacionistas/adeptos do design inteligente e evolucionistas.
Senão vejamos: o apresentador que nos guia é um teólogo cristão que, desde o início, afirma a pertinência científica e concreta do evolucionismo em nosso mundo. É, portanto, um estudioso com informação científica natural, a qual parece defender, de fato, com alguma noção. Contudo, ao longo do documentário tudo o que faz é conduzir sistematicamente um viés confirmatório, em que não se põe à prova por um interlocutor competente. Outras fontes não são apresentadas (o que pode ser comum em documentários televisivos, mas não deveria ser num da excelente BBC e menos ainda de um documentário que pretende responder à pergunta-título)... enfim, nenhum contraponto mais sério surge por força de seu próprio esforço "investigativo" - e somente espectadores já inclinados à sua visão podem, de fato, sentirem algum contentamento com o que traz.
No fim das contas, se posiciona como um simulacro de agnosticismo complacente que, não obstante seja preferível à imposição teocrática, abriga sempre a possibilidade de uma afirmação intransigente e conveniente. Isso se dá uma vez que habilita todos os rituais e pressupostos da liturgia ao mesmo tempo em que, apologeticamente, se conforma com o metaforismo, o deus do panteísmo e a renúncia ao embate, não tomando posições. Nesse sentido, é decepcionante. Infelizmente, pois o tema (e acredito que até mesmo a perspectiva dele) poderiam se dar de maneira mais rica do que se deu.
Não seria preciso defender de maneira sutil mas inequivoca uma visão tão fantasiosa do passado cristão, do "cristianismo original" em que a ortodoxia teria se fundamentado. O que ele defende incorre, naturalmente, em uma ingenuidade acachapante, em que todos os erros das igrejas cristãs se deram por erros honestos ou, no mínimo, por falta da "devida apropriação dos verdadeiros sentidos das Escrituras"... e enquanto tenta apartar o criacionismo da religião por ser presumivelmente um reducionismo injusto, acaba tratando o lado ateísta como derivado do "ultradarwinismo" e da hipótese do gene egoísta - quando há inúmeras outras formas de se chegar à contestação de viés cético, quase todas anteriores a essas!
Francamente, incorrer nesse erro é um tanto imperdoável mesmo para uma proposta tão bem intencionada!
Uma produção rica em informações, com boa quantidade de vídeos da época e dados interessantes para muita gente que não conhece o lado místico do nazismo, mas como também observado aqui, foi um tanto superficial e ligeiramente tendenciosa, especialmente no tocante ao evolucionismo de Darwin e pendendo sempre indiretamente a favor de uma leitura estritamente cristã.
Recomendaria apenas pelo valor informativo no tocante a ao lado esotérico desse movimento nefasto, mas com diligente atenção a essas ressalvas.
Não acho que seja panfletagem, embora certamente seja um filme para entusiastas do ateísmo. É quase como um manifesto de orgulho secular, e pode empolgar quem esteja a um fio de navalha de sair do armário (íntimo ou público).
Considerando que o filme se proponha a isso, não chega a ser terrível ou decepcionante como se coloca algumas vezes. Só atende a outro propósito que não apenas a reflexão ou argumentação.
A sensação é de que o mundo todo é o Egito: se esse movimento, cheio de paradoxos, riscos e contradições, é um maravilhoso instrumento de ameaça a e controle de toda e qualquer hegemonia, pode ser derrubado pelos poderosos - mas se fizerem essa besteira, esses mesmos vão RODAR e SE ENTERRAR politicamente... claro, os atores podem mudar enquanto as grandes organizações financeiras pagarem, mas isso dificulta muito as covardias que antes aconteciam a torto e a direito por debaixo dos panos!
Um tema mundial palpitante. Isso ainda pode nos salvar de guerras... sério mesmo!
O Medo do 13
4.2 44Que obra magnânima; que vida difícil...
Roteiro MUITO BEM CONSTRUÍDO e um sujeito tão hábil em contar sua vida que chega a causar espanto... e desconfiança! E aí, a cada episódio, contado como um único novelo que se desenrola... CARAMBA!
Muito a pensar, muito pesar, muita luta e inglória. Mas um filme PARA A VIDA.
O Silêncio do Lago
3.4 172Achei que poderia ter desenvolvido melhor algumas passagens ou personagens; por exemplo fiquei em dúvida sobre quem é/são os protagonistas - mas isso é um detalhe.
Realmente não tira muito da qualidade do filme, que tem muitos pontos interessantes. Mesmo sendo tipicamente americano em muitos sentidos, não é da fórmula hollywoodiana típica - o que implica certa originalidade, também. Bem legal! =]
Conexão Mortal
2.1 280 Assista AgoraMUITO, MUITO, MUITO RUIM. Limitadíssimo. Mera sucessão de eventos. Sem profundidade, sem cativação, sem dinâmica, suspenses sem qualquer proveito, inúmeros buracos no roteiro, previsível, entranhado de clichês, personagens sem desenvolvimento, atores de grande renome completamente subaproveitados. FRUSTRANTE.
Eu raramente me disponho a falar de um filme que não curti - só quando chega ao ponto de ser TÃO RUIM assim.
Se tem quem goste, é por qualquer outro motivo; mas se você curte cinema mesmo, não dá nem pra se divertir. É sofrível. Só não é pior do que 'O Expresso do Amanhã' e outros filmes que tive de parar de ver e nunca mais retomei... por isso uma estrela, que já é muito. A sucessão de eventos pode até conduzir uma cena à outra, você pode deixar o tempo passar à frente dos seus olhos - mas nada é realmente interessante, não há ânimo para se querer continuar vendo.
E o final é péssimo; confirmando a sensação de que não vale tanto à pena persistir... não pelo desfecho em si, mas pela falta de dramaticidade, de reviravoltas, de surpresas realmente cativantes, de questões emocionais profundas ou intensas.
PÉSSIMO. NÃO ASSISTAM!
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraFilme muito interessante, com muitos aspectos e temas correlatos que são explorados de maneira sutil (por vezes invisível para um olhar desavisado) mas muito marcantes.
Alguns tabus podem ser, em algum grau, úteis, até mesmo necessários, mas há muitas ocasiões em que eles podem refletir apenas um lado irracional e perigoso de nossa própria natureza.
Podem reparar que as poucas notas (muito!) baixas vieram quase sempre de gente que não curte o gênero (drama): ou seja, quem acha o filme "sem roteiro" (devem estar acostumadas com tiros e explosões, sei lá!), "sem muitos acontecimentos" (se você não se envolve em angústia com a ÓTIMA atuação de Mikkelsen, perde tudo mesmo), "com ritmo lento" (gente... O FILME É SUECO!) ou coisas assim... mas deixem para verificar isso depois de assistir o filme, porque há vários spoilers nos comentários aqui!
Em suma: merece mais do que as 4,3 estrelas da média até aqui. Tanto mais por tocar em temas ainda tão controversos de maneira tão rica.
O FINAL É ÓTIMO.
O Caso Galápagos - Quando Satã Veio ao Paraíso
3.5 9Que história! Muito ilustrativo de como a romantização da natureza pode infelizmente revelar o que temos de mais marcadamente humano, não só no melhor mas ainda no pior dos sentidos... as implicações filosóficas do filme são muitas e variadas; os elementos históricos e as figuras humanas também riquíssimos, para muito além da superficialidade excêntrica que lhe imputavam... e tudo isso torna o doc ainda mais interessante; mesmo assim, a história dos três pequenos e sucessivos grupos de colonos e suas relações contraditórias é, como deveria ser, o que carrega o filme - um "thriller biográfico".
Como filme, este documentário não foi "perfeito", mas
teve pontos altos, com o mérito de trazer com muita competência e envolvimento do espectador novos aspectos e fatores conflitantes das mortes e desaparecimentos que assombraram os habitantes da ilha de Floreana. A combinação dos trechos de imersão com os relatos de ilhéus vizinhos poderia servir como uma espécie de "solicitação de permissão aos guardiães do lugar" (algo como respeito aos habitantes do lugar, já desrespeitados e caricaturados pelos jornais e olhares curiosos de outrora) - mas se era essa a intenção, falhou; no que foi menos trabalhado e gerou a sensação de deslocamento em certos pontos.
Mas
Obra que indico, sim!!!
O Último Golpe
2.0 65 Assista AgoraO filme é mesmo muito ruim.
Não bastasse o talento mal explorado de Adrien Brody aqui, que quase salva ao menos sua atuação (mas quie direção e montagem arruinaram), NENHUMA PERSONAGEM é propriamente desenvolvida: o protagonista é distante, o co-protagonista acaba sobrecarregado e melodramatico, o casal é fraco e não convence, o grande vilão era pra ser um sociopata descontrolado mas que em nenhum momento "preenche a cena" (só eu desconfio que o papel de Ray foi escrito pensando em Denzel Washington!?)...
A trama não gera quase nenhuma empatia e as cenas de ações são inverossímeis. Os buracos no roteiro e o conjunto mal amarrado tornam a obra sofrível. Clichês a cada 2 minutos; uma sucessão pouco ou nada cativante de cenas; um final 'whatever'.
A fotografia até que se salva e a CG chega a ser passável - mas menos que isso em alguns pontos. Só não dou nota mais baixa ainda porque há filmes muito piores... (mas não muitos). Poderia ter sido melhor: sensação de que faltou elenco e, principalmente, direção.
The Hunting Ground
4.5 161A sociedade americana é uma sociedade adoecida: o documentário relata casos de abusos sexuais sofridos por estudantes universitárias (e alguns homens) em níveis epidêmicos - e a inação de autoridades acadêmicas, políticas e policiais para lidar com o problema. A realidade é tal que 100 mil americanas podem ser estupradas em 2016 pela falta de uma política clara para coibir esses crimes.
Entre muitas outras reflexões viáveis, duas em particular me chamaram muito a atenção:
1) que mais uma vez se mostra como na sociedade mais capitalista do mundo o capital interfere na organização e conformação não só de estruturas concretas, mas sobretudo cognitivas e perceptuais (os impérios modernos vêm fazendo essa conversão desde o século XVIII), o que é parte da multiplicação industria da miséria humana; e
2) que a cultura de estupro não foi criada por lá, mas ganhou traços particularmente perversos nas fraternidades (cujo poder político e cultural é monstruoso) e encontram, não por acaso, reverberação por aqui em meio, por exemplo, a gangues (não confundir imediatamente com "quadrilhas") - que vão dos bailes funk ao sertanejo, da micareta aos clubes da high-society...
Não é um filme agradável, nem espetacular do ponto de vista técnico, mas traz uma discussão que, se num olhar mais imediatista pode parecer distante, se torna ainda mais necessária pelas diversas formas que assume para driblar ou amansar nossa indignação (e ação, consequentemente).
(A exemplo, falas e gritos de ordem de alguns homens no doc: "Só porque ela diz não e eu continuo isso faz de mim um estuprador!?" -- "Não significa sim, sim significa anal!!!" -- e por aí vai...)
Os Irmãos Lobo
3.8 51Surpreendente!!
O Começo da Vida
4.3 84 Assista AgoraMeu 100º favorito no Filmow...
Um Crime Americano
4.0 989 Assista AgoraAté a escolha do título foi acertada. Obra absurdamente eloquente, com muitos detalhes insuspeitos mas cheios de sentido...
Um soco na barriga. Que triste haver casos assim!
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista AgoraNão espere um outro "Coração Valente" pelo trailer. Há muito sangue, há batalhas medievais; no entanto, o foco nunca é esta apoteose belicosa, mas o protagonista que dá nome à obra. Lembra brevemente "300", mas não pela violência crua das cenas de embate; muito mais pelo aspecto teatral com que os planos em campo aberto são banhados pela neblina das Highlands escocesas, com slow motion e uma trilha intensa... A trilha sonora, aliás, é qualquer coisa de fantástica, orgânica; já uma de minhas preferidas, bem no mesmo estilo de "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford"...
A propósito, eis um excelente parâmetro para entender os silêncios de diálogos preenchidos por uma fotografia primorosa e uma trilha estupenda... se você gosto de "O Assassinato de Jesse James (...)", este Macbeth é para você!
O cinema onde fui classificou acertadamente esta obra como "Cinema de Arte". E não bastasse o fato de ser uma peça shakesperiana, o filme é de Arte por si mesmo porque preserva com o poder da máquina de empatia uma história contada de forma natural, realista e ao mesmo tempo beirando a fantasia psíquica, intento alcançado mesmo com o desafio de NÃO ALTERAR os diálogos originais. É preciso, claro, ter alguma liberdade de espírito e intelecto para acompanhar esse trajeto - mas imagine o que é realmente apreciar Shakespeare em seu original... apenas imagine 400 anos intactos de sabedoria literária!!!
Não se trata de uma obra perfeita, mas achei EXCELENTE.
Os Advogados contra a Ditadura: Por uma questão de Justiça
4.3 3Um filme excelente, com toda a competência de Silvio Tendler para deixar que o enredo se mova pela força de suas próprias histórias, os relatos vívidos... uma podução providencial e atualíssima numa época em que ainda continuamos às voltas com questões de Verdade, Direito, Justiça social, Intolerância Política e clamores ao autoritarismo.
Eloquente, fantástico, tocante, instigante. UMA OBRA NECESSÁRIA!!!
O Milagre de Anne Sullivan
4.4 217 Assista AgoraMeu milésimo filme no Filmow pela lista dos "Já Vi". E QUE FILME!!!!
Estava devendo desde sempre a assistência desse filme... se deixarmo-nos levar por alguns prejuízos, podemos fazer o mal de julgar com os olhos de hoje o que tem também parte de seu valor associado aos tempos a que se referem. Lembremo-nos que este é um filme de época "AO QUADRADO": feito em 1962 (o que já soa antigo nos dias de 2015) retarata com os valores e referências da década de 60 uma história do final do século XIX, com os valores e referências da década de 1880! Portanto, há que se ter muita cautela, tolerância e sensibilidade (de forma mais ou menos análoga com que Anne teve com Helen) para perceber nossas próprias limitações quanto a apreender de uma só vez a riqueza de detalhes trabalhados com muito zelo praticamente em cada cena e, consequentemente, todo o valor do filme.
(Os aspectos da surdocegueira, por exemplo, são desconhecidos e mal compreendidos até hoje - então tenhamos presença de espírito para reconhecer que há muito que avançar... e as questões da infância, de aquisição da linguagem, das relações familiares... até alguns pontos de religiosidade são tocados de leve aí - tanta coisa!)
E tecnicamente o filme é surpreendente. A cena inicial já é um "soco" na boca do estômago para assistentes de hoje - imagine a quem via o filme lançado nos anos 1960! O melodrama que parece se pronunciar em seguida é frustrado por uma série de cenas que vão desmistificando certas fórmulas prontas dos dramas hollywoodianos... as atuações são estupendas, sobretudo das duas protagonistas - Anne (Anne Bancroft) e Helen (Patty Duke), merecedoras, sem sombra de dúvidas, do Oscar que cada uma ganhou. Os movimentos de câmera, efeitos de transição, enquadramentos e composição de planos não deixam (creio) nenhum amante do cinema a desejar melhor sorte.
Uma obra magnífica, que podia facilmente caiur no comum, na pieguice e no melodrama fácil - motivos maiores pelos quais passei tanto tempo resistindo a vê-la... mas eis que este filme atinge um grau de maturidade que só grandes clássicos podem nos prover.
Uma indicação que muito felizmente posso fazer a qualquer pessoa!
O Vencedor
4.0 1,3K Assista AgoraFilme MUITO INTERESSANTE se for visto sem expectativas. Tem humor, mas sem ser idiota nem irresponsável; tem drama sem ser piegas; tem profundidade sem ser complexo ou difícil.
É uma bela história. Simples, direta, humana.
I Am
4.2 85 Assista AgoraPutz, lamento ter que destoar da maior parte dos comentários aqui... mas o filme é fraco. Tinha um potencial muito bom de reflexão (que é o que acho que cativou mais as pessoas), mas acabou ficando em respostas fáceis, doces demais, clichês demais...
O que mais me impressionou foi que os idosos (o pai do diretor, Tom Shadyac, o Howard Zinn e o Noam Chomsky) eram os que mais tinham o pé no chão, que falavam de maneira mais sóbria e sob uma perspectiva estritamente SECULAR (perceba-se: não falei "materialista"); e nisso se pode dizer que foram até acompanhados de perto do Desmond Tutu (um arcebispo). Enquanto isso, todos os entrevistados de meia idade ficavam numa piração new age (sim!!!) que me incomodou bastante, falando que "a ciência isso", "os cientistas aquilo" sem qualquer preocupação de demonstrar que não se trata de um discurso propriamente científico, muito menos de um consenso! Os mais promissores dentre estes, aliás, apenas recorriam à estética do encantamento do mundo com frases de efeito ou usavam um dado científico existente para projetar, sem nenhum rigor, discursos muito mais palatáveis ao público, só que bastante vagos... daí a usar as palavras daqueles senhores mais velhos, ainda mais os que já morreram, para "dar calço" retórico às "hipóteses heterodoxas"(se quisermos ser benevolentes - mas à vera são fantasias místicas e pseudocientíficas) é de se assustar!
O resultado é muito frustrante: as questões básicas do filme são necessárias, as conclusões são até, do ponto de vista prático, parcialmente válidas, mas se fundamentaram por meios completamente enviesados e, às vezes, até perigosos. Espero que quem leia isto não caia num maniqueismo barato de ver em mim "uma mente fechada para a nova ciência", porque foi justamente por se fiar nesse discurso que o diretor ERROU e deixou muitas questões necessárias até para o próprio propósito do filme em aberto. Ou seja: a mente fechada é aquela que se conforma a uma resposta simples, integradora do todo do universo e pacificadora dos problemas bastante intrincados do cotidiano e da realidade humana. A ênfase no amor e na colaboração parece esquecer muito dos traços menos lisonjeiros da natureza humana!
Não dá pra condenar muito a pessoa por isso,claro, já que ele estava seguindo uma paixão recém-descoberta pela vida... mas não será por isso que devemos resguardar o documentário da crítica.
BBC - Concepção Inteligente: Darwin Contra Deus
3.1 2Seu único mérito é tratar a questão a que se propõe de maneira mais refinada, flexível e tolerante do que os fundamentalistas que vemos por aí. Demonstra alguma competência nisso, há que se reconhecer - mas isso não implica inteiramente em honestidade intelectual ou, pelo menos, em um bom documentário. Aliás, adiante estão críticas que ele pode receber de ambos os lados - criacionistas/adeptos do design inteligente e evolucionistas.
Senão vejamos: o apresentador que nos guia é um teólogo cristão que, desde o início, afirma a pertinência científica e concreta do evolucionismo em nosso mundo. É, portanto, um estudioso com informação científica natural, a qual parece defender, de fato, com alguma noção. Contudo, ao longo do documentário tudo o que faz é conduzir sistematicamente um viés confirmatório, em que não se põe à prova por um interlocutor competente. Outras fontes não são apresentadas (o que pode ser comum em documentários televisivos, mas não deveria ser num da excelente BBC e menos ainda de um documentário que pretende responder à pergunta-título)... enfim, nenhum contraponto mais sério surge por força de seu próprio esforço "investigativo" - e somente espectadores já inclinados à sua visão podem, de fato, sentirem algum contentamento com o que traz.
No fim das contas, se posiciona como um simulacro de agnosticismo complacente que, não obstante seja preferível à imposição teocrática, abriga sempre a possibilidade de uma afirmação intransigente e conveniente. Isso se dá uma vez que habilita todos os rituais e pressupostos da liturgia ao mesmo tempo em que, apologeticamente, se conforma com o metaforismo, o deus do panteísmo e a renúncia ao embate, não tomando posições. Nesse sentido, é decepcionante. Infelizmente, pois o tema (e acredito que até mesmo a perspectiva dele) poderiam se dar de maneira mais rica do que se deu.
Não seria preciso defender de maneira sutil mas inequivoca uma visão tão fantasiosa do passado cristão, do "cristianismo original" em que a ortodoxia teria se fundamentado. O que ele defende incorre, naturalmente, em uma ingenuidade acachapante, em que todos os erros das igrejas cristãs se deram por erros honestos ou, no mínimo, por falta da "devida apropriação dos verdadeiros sentidos das Escrituras"... e enquanto tenta apartar o criacionismo da religião por ser presumivelmente um reducionismo injusto, acaba tratando o lado ateísta como derivado do "ultradarwinismo" e da hipótese do gene egoísta - quando há inúmeras outras formas de se chegar à contestação de viés cético, quase todas anteriores a essas!
Francamente, incorrer nesse erro é um tanto imperdoável mesmo para uma proposta tão bem intencionada!
A História Oculta do Terceiro Reich
3.8 5Uma produção rica em informações, com boa quantidade de vídeos da época e dados interessantes para muita gente que não conhece o lado místico do nazismo, mas como também observado aqui, foi um tanto superficial e ligeiramente tendenciosa, especialmente no tocante ao evolucionismo de Darwin e pendendo sempre indiretamente a favor de uma leitura estritamente cristã.
Recomendaria apenas pelo valor informativo no tocante a ao lado esotérico desse movimento nefasto, mas com diligente atenção a essas ressalvas.
Os Incrédulos
3.4 53Não acho que seja panfletagem, embora certamente seja um filme para entusiastas do ateísmo. É quase como um manifesto de orgulho secular, e pode empolgar quem esteja a um fio de navalha de sair do armário (íntimo ou público).
Considerando que o filme se proponha a isso, não chega a ser terrível ou decepcionante como se coloca algumas vezes. Só atende a outro propósito que não apenas a reflexão ou argumentação.
Kumaré
4.2 13Muito, muito, muito bom!
Tem várias ideias e interpretações para além de uma leitura mais superficial.
Conflito das Águas
4.0 94 Assista AgoraMuito bom, em muitos (todos) os sentidos!
O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
3.6 479 Assista AgoraSimplesmente um "filme literário". Sinestesia rolou solta em mim!
Visões de um Crime
3.1 442 Assista AgoraAchei uns buracos tremendos, mas se for pra curtição, o filme é aceitável. Pode entediar em alguns momentos - mas já vi coisa muito pior.
Vão as regulares 3 estrelas de praxe.
Nós Somos a Legião: A História dos Hacktivistas
4.0 61 Assista AgoraA sensação é de que o mundo todo é o Egito: se esse movimento, cheio de paradoxos, riscos e contradições, é um maravilhoso instrumento de ameaça a e controle de toda e qualquer hegemonia, pode ser derrubado pelos poderosos - mas se fizerem essa besteira, esses mesmos vão RODAR e SE ENTERRAR politicamente... claro, os atores podem mudar enquanto as grandes organizações financeiras pagarem, mas isso dificulta muito as covardias que antes aconteciam a torto e a direito por debaixo dos panos!
Um tema mundial palpitante. Isso ainda pode nos salvar de guerras... sério mesmo!
O Barco: Inferno no Mar
4.2 175 Assista AgoraPara mim, um filme talvez (talvez?) perfeito.