É uma temporada meio-termo se comparada com as anteriores, já que mantém muitos dos méritos da 2ª mas repete erros da 1ª. É bizarro os seis primeiros episódios serem totalmente focados em duas/três tramas específicas para, do nada, elas serem interrompidas por uma nova trama que apresentará uma gama de novos personagens nos últimos episódios e que também chega incompleta ao fim do 10º episódio. Claro que séries são contínuas, mas como já explicitei no texto sobre a temporada primordial da série, um arco deve ser fechado e aqui parece que todos carecem de um nó melhor, tirando talvez o de Rollo (personagem de Clive Standen) que ganha uma conclusão bem satisfatória que funciona como um excelente gancho para o 4º ano.
Mesmo com esses equívocos e com o elenco que sempre parece querer sabotar a série (Moe Dunford e Jennie Jacques foram difíceis de engolir), ainda é extremamente interessante as nuances concedidas a certos personagens, especialmente Floki e o Rei Ecbert - também presenteados com os melhores atores do programa. O segundo revela suas verdadeiras cores e torna-se um personagem ainda mais complexo, enquanto o primeiro passa pelo maior conflito da obra até aqui, saindo completamente daquela aparente caricatura da 1ª temporada, tudo por mérito da ótima performance de Gustaf Skarsgård. É uma pena que o gancho final que o envolve seja tão bobinho.
A direção das sequências de ação e o trabalho com a fotografia melhoram razoavelmente, já que não há mais aquele vício na câmera tremida incompreensível (a propósito, destaque para a ótima cena da ponte no episódio 9) e nem na total dessaturação das cores; afinal, Paris é retratada como um ambiente muito mais vistoso do que as já conhecidas Inglaterra e Escandinávia, revelando uma paleta de cores verde-azulada que dá uma identidade mais pomposa à cidade (o que pode ser notado nos figurinos mais rebuscados também).
É uma pena, no entanto, que aqui mais do que anteriormente, "Vikings" teime em abusar de sonhos, visões e alucinações para contar suas subtramas. O que antes era um elemento interessante acaba perdendo força pela banalização e todo o arco do andarilho Harbard abusa demais da subjetividade em uma série que jamais havia oferecido essa proposta mais enigmática. No fim, é melhor que a temporada inicial mas ainda fica aquém de sua antecessora!
🎶 I made a man with eyes of coal and a smile so bewitchin' 🎶 How was I supposed to know that my mom was dead in the kitchen?
Novamente reassistindo "Friends" desde o início! E é evidente que a primeira temporada não é uma de suas melhores fases. Até mesmo na construção das cenas, na edição e no timing cômico de algumas piadas, ela se prova mais fraca, até como consequência do orçamento mais baixo, já que o estúdio na época não comprava totalmente a premissa simples da série.
Ou seja, não é difícil notar cenas que deveriam acabar antes ou depois de quando realmente acabam, ou um excesso de teatralidade do elenco (em especial nos coadjuvantes), ou uma deixa equivocada da trilha sonora. É fato que temos aqui uma temporada que envelheceu um pouco mal com o tempo...
Porém, eu estaria mentindo se escrevesse que não adoro a série desde sua gênese. Como já disse, o estúdio tinha dificuldade de aceitar a premissa de seis amigos que trocam uma ideia na cafeteria de um bairro nova-iorquino de classe média. Logo, chega a ser curioso que o episódio piloto comece justamente jogando o telespectador no meio de uma conversa casual sobre relacionamentos, sem nenhum contexto, sem conhecimento prévio de nenhum dos personagens presentes, como se mostrasse: "Olha, é essa a nossa proposta. Não somos sobre tramas, mas sim sobre personagens e suas dinâmicas de amizade, família e romance."
E é justamente para isso que serve Rachel, personagem de Jennifer Aniston, nessa primeira etapa da gangue: um instrumento catalisador de exposição para que conheçamos mais sobre Monica, Ross, Phoebe, Chandler e Joey em casuais apresentações amigáveis. Não é absurdo dizer, então, que Aniston é a protagonista do início que, aos poucos, vai se integrando ao todo e vira mais uma personagem entre aqueles seis, sem roubar a atenção dos outros.
O caráter episódico está presente em toda sitcom, mas aqui chega a ser um tanto incômodo, já que o roteiro perde oportunidades de dar continuidade a elementos que poderiam render mais material (como o encontro de Ross com uma vizinha que dá muito errado e nunca mais é mencionado, sendo que... é sua vizinha!). Esse aspecto melhoraria muito a partir do terceiro ano.
Mas o ponto-chave mesmo são os seis atores principais! Nem todos estão tão confortáveis, dá para notar; Matt LeBlanc e Courteney Cox têm dificuldade de encaixar todas as suas piadas. Porém, Aniston é apaixonante, enquanto David Schwimmer, Lisa Kudrow e Matthew Perry começam já afiadíssimos com um timing invejável em 99% de suas piadas. Há episódios memoráveis já, que demonstram a dinâmica infalível dos seis, como o do apagão, o do Ano Novo e o do nascimento de Ben, filho de Ross, e alguns personagens coadjuvantes icônicos já dão as caras, como o físico David, a gêmea do mal Ursula e, claro, a hilária Janice.
Contando ainda com um final bem novelesco digno do clima da série, “Friends” começa bem, mas ainda com boas limitações técnicas e narrativas. É divertido, mas demora um pouco a pegar no tranco. Ainda assim, considerando o que viria a seguir e olhando em retrospecto, vale muito a pena pedir uma xícara no Central Perk e sentar naquele sofá laranja mais uma vez. Que saudades desse povo!
Não é nada bom quando uma série começa com o pé esquerdo... E esse foi o caso de “Vikings”, produção do History Channel realizada por Michael Hirst que, pouco tempo antes, havia comandado a também histórica “The Tudors”. Porém, se a primeira temporada sofria com uma estrutura completamente esculhambada, sem clímax, com um elenco um tanto desconfortável e um desenvolvimento de personagens quase nulo, o segundo ano já melhora e MUITO a situação!
Claro que, ao mesmo tempo, acaba herdando alguns problemas, como por exemplo começar com um episódio que parece mais um season finale da temporada anterior e que, por essa mesma razão, acaba não tendo muita força. Porém, a partir do segundo capítulo, o roteiro de Hirst e a direção da equipe liderada por Ken Girotti conseguem construir uma consistência invejável. Não, isso não é o mesmo que dizer que é tudo perfeito, mas sim que tudo se mantém no mesmo nível, sem queda de qualidade. A progressão narrativa dessa vez faz muito mais sentido e até a estrutura dos episódios individualmente soa mais fluida.
Quem é mais beneficiado por isso? Sim, os personagens, que dessa vez protagonizam arcos dramáticos e subtramas muito melhor trabalhados, como a crise de fé de Athelstan (bela atuação de George Blagden) com suas visões e agouros religiosos, e sua relação com Ragnar (Travis Fimmel ainda inexpressivo) e o Rei Ecbert de Wessex (de longe, o personagem mais interessante da série, complementado por uma baita interpretação de Linus Roache). Outra que ganha seu próprio arco de ascensão é Lagertha, com Katheryn Winnick ainda mais confortável em seu papel e demonstrando uma fúria assustadora. Já Alexander Ludwig como a versão mais velha de Bjorn Ironside não convence e deixa na cara que é um ator forçando ações e reações (embora ainda consiga ser um artifício de batalha interessante), enquanto Clive Standen se alia ao roteiro para deixar Rollo crescer como personagem. Admito que o arco que eu menos gosto é aquele que surge mais para o fim, que envolve o sempre fraco Donal Logue e Gustaf Skarsgård, arco esse que se revela um simples planejamento de plot twist que acaba sendo fraco no fim das contas, apesar do conflito final ser interessante.
Mas é mesmo quando o foco está nas invasões à Inglaterra que “Vikings” brilha, já que seu melhor elemento narrativo é a abordagem do choque de culturas. Aqui, não há apenas uma excelente montagem que alterna entre um casamento saxão e um nórdico (deixando claras as diferenças e semelhanças entre ambos), mas também inúmeras referências envolvendo a iconografia cristã e o Império Romano, o que expande o escopo histórico e dá mais camadas a algumas jornadas, como a do já citado Ecbert ao usar textos romanos para controlar uma batalha como Julio César faria. E por mais que Fimmel continue com suas esquisitices interpretativas, é interessante notar como o roteiro de Hirst constrói sua curiosidade em relação aos costumes monoteístas dos ingleses, culminando em uma bela - porém hesitante – reza de Pai Nosso que dá nome ao último episódio.
Tecnicamente, a temporada também não decepciona, mantendo seu preciosismo aos detalhes em figurinos (a coroa cheia de espirais da Princesa Kwenthrith e as transições de vestimentas de Lagertha são alguns exemplos), no design de produção e no trabalho de cabelo e maquiagem, ao mesmo tempo em que reduz um bocado o nível da câmera tremida dos combates a fim de torná-los mais compreensíveis, o que é perceptível naquele que ocorre no penúltimo capítulo. A própria fotografia cria planos tão belos, épicos e pitorescos a ponto de merecerem molduras, como aquele que traz os homens partindo em seus navios enquanto as mulheres observam à beira de um penhasco.
É indiscutível: a segunda temporada de “Vikings” é uma evolução gigantesca. Tem seus problemas, alguns até provenientes do fraquíssimo primeiro ano, mas ainda assim é aqui que Hirst prova que sua obra merece mais atenção!
E aqui vai um trecho da melhor coisa da temporada: a música “Helvegen” composta pela banda Wardruna tocada no episódio “Boneless”...
Quem cantará para mim Quando eu partir para o profundo repouso? Quando eu andar no Caminho para Hel Através de uma trilha em que o piso É frio, tão frio? Eu busquei as canções Eu enviei as canções Quando do poço mais profundo Deram-me da água que lá gotejava Da promessa do pai dos mortos Eu sei de tudo isso, Odin Onde você escondeu seu olho
Não sou aquele tipo de fã de “Star Wars” que assiste todas as animações, lê os livros e sabe tudo sobre o universo expandido; sou mais aquele casual que foca nos filmes. Porém, não tive como conter meu interesse pela primeira série original do Disney+, “The Mandalorian”. Depois de limpar algumas pendências, comecei finalmente e devo admitir que os sentimentos foram mistos.
A temporada de 8 episódios acompanha um membro dos Mandalorianos (uma espécie de seita já apresentada nos filmes pelas figuras de Jango e Boba Fett), aparentemente sem nome e com o rosto sempre escondido por seu capacete que também atua de caçador de recompensas, prática comum de seu povo. Quando decide trabalhar para um ex-Imperial (a série se passa 5 anos depois de “O Retorno do Jedi”), Mando acaba encontrando uma criança pertencente a uma espécie rara que apresenta um grande domínio sobre a Força, algo que o faz questionar os motivos de seus clientes.
As influências de filmes de samurai e faroestes no universo criado por George Lucas em 1977 não são mistério para ninguém, mas talvez seja aqui que essa característica surge mais aflorada, em especial quando notamos algo semelhante a uma flauta tribal na trilha sonora remetente às composições de Ennio Morricone ou um arco dramático que puxa totalmente a proposta do clássico japonês “Os Sete Samurais” de Akira Kurosawa. O próprio episódio 5, “The Gunslinger”, não apenas recebe um título que caberia facilmente em um filme com John Wayne como também segue o protagonista e outro caçador de recompensas viajando pelo longínquo deserto à procura de uma fora-da-lei, premissa muito parecida com aquela de “Por uns Dólares a Mais”, entre vários outros.
E se apontei apenas o uso das influências, vale destacar como a produção é simplesmente incrível, realmente cinematográfica. Nem mesmo “Game of Thrones” nos presenteou com cenários tão belos, palpáveis e verossímeis (o exagero de CGI da trilogia prequel agora parece uma memória distante) e Dave Filoni é esperto o suficiente para já desfrutar desses louros na cena introdutória de Mando, que toma lugar em um planeta de gelo habitado por morsas gigantes. O uso de animatronics também é muito bem-vindo, não só respeitando a estética da trilogia clássica como também continuando as escolhas feitas por esta última. Não à toa, a criancinha apelidada pela internet de “Baby Yoda” funciona tão bem: ela não é um simples borrão digital, ela de fato existe!
A já citada trilha do jovem mestre Ludwig Göransson (vencedor do Oscar por “Pantera Negra”) é impecável, em especial o tema principal que sempre se faz presente nos créditos finais, esses que usam uma técnica retrô bem interessante e vistosa ao acompanhar os primeiros nomes da tela com artes conceituais dos episódios específicos. A trilha de Göransson pode não ser tão apoteótica quanto as de John Williams, o que é ótimo e respeita a proposta da obra que foca em um lado mais obscuro da galáxia. Além do mais, também mistura perfeitamente esses sons mais tribais e ancestrais com algo mais moderno, eletrônico, tecnológico (algo que basicamente representa a identidade retro-futurista que “Star Wars” sempre teve).
Porém, se até agora só elogiei, por que falei que tive sentimentos mistos? Bom, o outro lado da moeda está no roteiro, que se sai muito bem em pelo menos metade da temporada. Mas há uma certa indecisão dos responsáveis em relação ao tom do personagem principal e ao tipo de série que eles querem vender. O protagonista Mando (um apelido baseado no nome de seu povo), interpretado por Pedro Pascal, consegue ser carismático mesmo sem mostrar o rosto e falando quase nada. Isso nos três primeiros episódios, quando somos apresentados em teoria a uma versão espacial do “Pistoleiro Sem Nome” de Clint Eastwood. A partir do episódio 4, Pascal e o roteiro de Jon Favreau (e mais alguns) fazem com que o forasteiro ocupe o silêncio com frases de efeito bobinhas que o mesmo não falaria caso seguisse a lógica inicial. Isso pode parecer uma coisa insignificante, mas não deixa de tirar a mística por trás do personagem, ainda mais com uma decisão no último episódio puramente movida pelo “star power”. Ainda assim, Pascal faz um bom trabalho de voz e Mando é realmente um personagem divertido (apesar de decisões questionáveis que botam em cheque sua inteligência). O mesmo pode ser dito das figuras encarnadas pelo saudoso Carl Weathers, Nick Nolte e Taika Waititi (que entrega uma ótima direção no season finale também). A recém-cancelada Gina Carano é um ponto dramaticamente mais fraco, apesar de servir como um bom artifício de ação, e a participação mais tardia de Giancarlo Esposito é excelente como sempre, gerando um curioso gancho final.
Em relação ao tipo de série que é “The Mandalorian”, é estranho o que Favreau e Filoni fazem aqui. Ao mesmo tempo que eles apresentam uma trama principal nos três primeiros episódios e insistem em sempre usar as recapitulações (usadas em séries contínuas), do quarto ao sexto vira uma série procedural (também chamada de “aventura da semana), com uma história que começa e acaba em um só episódio. Isso seria interessante SE fosse a proposta inicial ou SE esses episódios adicionassem algo de substancial para a trama principal, o que não fazem. Eles simplesmente são fillers, alguns divertidos, outros bregas e injustificáveis (como o 4). Inclusive é de se surpreender que dois desses capítulos sejam alguns dos mais longos da temporada, o que representa um grande desequilíbrio já que a trama principal retorna muito bem nos dois episódios finais. Pareceu-me que a proposta era fazer um filme para TV com uma duração generosa que acabou virando uma série carente de algumas “encheções de linguiça” na meiuca. Dito e feito!
“The Mandalorian” é um desbunde técnico e é uma série muito divertida, principalmente quando foca em sua trama principal. Já os episódios do meio são bem dispensáveis e até genéricos, apesar de terem sua parcela aqui e ali de entretenimento. É uma boa empreitada da franquia “Star Wars”, apesar de não ter atingido o potencial que poderia. Ainda assim, mesmo querendo dar uma nota um bocadinho menor pelo anti-clímax proporcionado pelos fillers, eu preciso valorizar o que foi feito aqui. Resta esperar para ver se a segunda temporada será mais consistente!
Quando terminou a sétima temporada de “Game of Thrones”, decidi procurar algo semelhante já que a série do “Dracarys!” perdia cada vez mais sua força. Foi aí que decidi, com base em recomendações, começar sua rival “Vikings” e admito que muita coisa me causava estranhamento nessa série, mesmo gostando de muitos de seus elementos. Bom, revendo hoje depois de já ter assistido a quase todo o programa, percebo os problemas: eles estão na estrutura bem questionável dessa primeira temporada.
A questão é que esse primeiro ano foi mal planejado em termos de estrutura narrativa e até mesmo na construção de personagens. Tudo parece muito apressado e meio artificial aqui. Com isso, o início da jornada de Ragnar Lothbrok na descoberta e conquista do Oeste acaba perdendo peso, já que o guerreiro atinge seu objetivo logo no segundo episódio da série, no qual o ataque a um mosteiro em Lindisfarne é exposto com pressa, sem o devido respiro necessário. Essa pressa não atrapalha apenas o desenvolvimento das tramas, mas também o arco dos personagens, como a crise de fé do Athelstan de George Blagden (um bom ator, inclusive) e o Conde Haraldson de Gabriel Byrne, personagem interessantíssimo ainda mais pela composição do ator mas que, no fim, serve apenas para sair de cena e dar lugar ao protagonista como figura de poder.
A propósito, esse é outro erro homérico que (aí sim!) percorre quase toda a série: o casting de Travis Fimmel, um ator extremamente limitado que já seria duvidoso para um papel coadjuvante. Dar o protagonismo a Fimmel como um poderoso guerreiro viking se mostra uma decisão desastrosa, já que o mesmo compõe seu personagem como uma caricatura cheia de maneirismos e esquisitices, com um olho sempre entreaberto e sorrisinhos forçados como se quisesse parecer psicótico, algo que está longe de ser o que o personagem exigia no papel (sem contar sua imponência inexistente). Chega a ser surpreendente que o próprio Floki de Gustaf Skarsgård (competente no papel) consiga ser mais humano e interessante do que o protagonista, sendo ele um homem que exige tons mais caricaturais mas que evita mergulhar completamente na auto-paródia. Já o resto do elenco varia na qualidade. Katheryn Winnick e Clive Standen expõem mais suas fragilidades dramáticas, ao passo que Jessalyn Gilsig, Byrne e Blagden criam personagens interessantes, mesmo que não tão beneficiados pelo roteiro de Michael Hirst (responsável pela série “The Tudors”).
Hirst também falha como showrunner, já que envolve duas tramas principais na mesma temporada – uma envolvendo as invasões na Inglaterra e outra abordando um conflito doméstico – que nunca parecem conversar entre si. E chega a ser cômico que uma tenha que ser interrompida de forma negligente para a outra retornar, mesmo que isso garanta um bom episódio 7. Parece até que eu odeio a temporada, mas não é o caso. Hirst tem acertos fundamentais para segurar minimamente o interesse do público; e os momentos em que trabalha com o choque de cultura das duas civilizações (em especial no cunho religioso) se mostram os mais fascinantes de TODA A SÉRIE. O penúltimo episódio batizado de “Sacrifice” chega a ser excelente na retratação dos costumes nórdicos, criando uma iconografia certeira ainda mais com o uso do ótimo trabalho de set design, de figurino e especialmente de maquiagem. A Escandinánvia e o reino de Northumbria aqui são admiravelmente verossímeis.
E se o trabalho de fotografia não é tão inventivo quanto viria a ser nas próximas temporadas, a direção e a edição já injetam uma modernidade bem-vinda às cenas de batalha, seguindo um exemplo parecido com aquele de “300” de Zack Snyder, só que bem menos estilizado. O uso de efeitos digitais aqui só é usado quando estritamente necessário, fazendo com que tudo soe palpável e tangível. Vale destacar também o impacto da abertura, composta por imagens belíssimas e acompanhada pela sombria “If I Had a Heart”, canção que também faz parte dessa abordagem mais moderna que a série adota.
Contando com um péssimo season finale que simplesmente exemplifica os equívocos de roteiro que eu supracitei (adicionando mais uma terceira trama do nada), a primeira temporada de “Vikings” podia ter sido melhor trabalhada na parte do texto e do casting, mas já apresenta méritos suficientes para gerar interesse no público. Fato é: se você parou a série porque não gostou desse primeiro ano, não use-o como parâmetro. Continue e, se não curtir o segundo, aí realmente pode desconsiderar a passagem para Valhalla!
Temporada de medíocre pra baixo com um season finale levemente empolgante e impactante. Se não fossem alguns atores muito competentes (Urban e Starr em especial) e alguns fatores técnicos a temporada seria absolutamente ridícula.
Tô no segundo episódio ainda mas até quando eles vão continuar resolvendo as coisas com "Você não vai contar isso porque senão eu vou contar isso que eu sei sobre você."
Sério, eu literalmente não sei qual episódio não fez isso até agora. Que solução preguiçosa!
Dois problemas nessa temporada: 1. O ator do Jackie Jr. é tenebroso de ruim. 2. O núcleo da Meadow recebe muito mais atenção do que deveria, sendo que a contribuição que ele dá pra trama principal é mínima (talvez só no final mesmo).
Ainda assim ótima temporada, mas inferior às duas primeiras por esses dois motivos.
Reassistindo as duas primeiras temporadas como preparo pra terceira, posso dizer que essa primeira é uma temporada extremamente consistente (diferente da segunda). Com exceção do núcleo adolescente envolvendo o triângulo Nancy, Steve e Jonathan (que não contribui em nada à trama), todos os outros são muito bem desenvolvidos, com o grande destaque sendo a "party" de Dustin, Lucas, Mike, do desaparecido Will e da novata Eleven, interpretada com competência por Millie Bobby Brown (talvez a atriz mais competente da série, equiparando-se talvez a David Harbour). A direção dos Duffers e principalmente de Levy é enérgica e EXTREMAMENTE evocativa do período em que se passa, seja na fotografia granulada e amarronzada, seja no figurino vintage usado pelos personagens e, até mesmo, nas músicas licenciadas (clássicos da década) e originais (instrumental eletrônico retrô remetente aos filmes de John Carpenter). Ótima temporada de estreia e um dos RARÍSSIMOS acertos da Netflix!
É interessante notar a mudança de conceito que eu tive em relação à 2ª temporada de 24 Horas. Na primeira vez que assisti, achei entediante. Agora, é simplesmente uma das coisas mais empolgantes (e importantes) que eu já vi na TV americana. É interessante lembrar que a temporada lançou depois do infame 11 de setembro, durante a denominada "Doutrina Bush", culminante da paranoia americana perante os muçulmanos.
E durante toda essa temporada, o roteiro bota um personagem de origem árabe como isca para, logo depois, acabar mostrando que os problemas são mais internos do que parecem, culminando em interesses do setor privado em começar uma guerra mundial pela maior valorização de petróleo na região. Algo que talvez reflita muito bem as inúmeras operações americanas no Oriente Médio sob o pretexto de retaliação ou guerra ao terror.
O roteiro aqui é melhor do que na 1ª temporada... Apesar de ainda ter uma subtrama desinteressante pertencente à personagem de Elisha Cuthbert (que conta também com participações de Billy Burke e Kevin Dillon), todo o resto é muito bem construído, desde a busca pela bomba nuclear até a duvidosa gravação que torna-se trama central pela segunda metade da temporada. As atuações também são superiores, principalmente por parte dos protagonistas interpretados por Kiefer Sutherland e Dennis Haysbert. Ambos estão mais duros por circunstâncias passadas e, agora, passam por uma pressão tão grande que torna a ameaça da temporada anterior brincadeira de criança. Xander Berkeley, Carlos Bernard e Jude Ciccolella têm muito mais participação aqui, oferecendo personagens mais complexos. Sarah Wynter, Reiko Aylesworth e Michelle Forbes são boas adições ao elenco. Penny Johnson Jerald e Sarah Clarke continuam suas personagens de maneira impecável e Francesco Quinn e Tobin Bell oferecem bons antagonistas. Menções honrosas para John Terry, Harris Yulin, Alan Dale, Donnie Keshawarz, Timothy Carhart e Gregg Henry.
Balanço geral: A 2ª temporada de 24 Horas assume-se mais como um thriller político do que policial, e nesse papel consegue destacar-se perfeitamente. O roteiro é mais complexo, a ameaça é muito mais urgente, as interpretações estão melhores e os aspectos técnicos não são tão datados (a fotografia está consideravelmente melhor). Infelizmente alguns episódios gastam muito tempo com uma subtrama desinteressante que não adiciona muito à experiência. Se não fosse por isso, seria bem melhor que a 1ª temporada.
Estou reassistindo esta série depois de quase uma década e é impressionante como eu não lembrava de muita coisa e como a evolução do senso crítico permitiu que eu percebesse alguns fatores que passaram batidos na 1ª vez. Enfim, agora inicio minha série de comentários sobre cada temporada de 24 Horas, começando pelo começo:
A 1ª temporada é um ótimo thriller policial e oferece suspense em dose certa desde seu primeiro episódio. O roteiro é sagaz (a forma como ele trabalha com os cliffhangers é ótima), a progressão narrativa é orgânica, o conceito de "cada episódio é uma hora" funciona perfeitamente sem parecer forçado e as atuações no geral estão competentes. Kiefer Sutherland e Dennis Haysbert são os destaques, não só como protagonistas, mas como atores também. O primeiro conseguiu estabelecer o personagem de sua carreira aqui com a urgência e a ferocidade de Jack Bauer, enquanto o segundo oferece um personagem quase idílico que, apesar de ter alguns defeitos, consegue reconhecê-los e tenta consertá-los de todas as formas possíveis. Destaque também para Penny Johnson Jerald e Xander Berkeley com seus personagens ambíguos, e também para Michael Massee e Zach Grenier que oferecem ótimos antagonistas. Sarah Clarke e Carlos Bernard estão operantes, mas não possuem muito para destacarem-se e Elisha Cuthbert, mesmo não sendo boa atriz, consegue sustentar bem sua personagem. Meu único problema com a temporada é a personagem da Leslie Hope. Lá para a segunda metade da temporada, os roteiristas inserem uma subtrama completamente desnecessária que acaba com o potencial dramático de um acontecimento anterior. Não entendi essa escolha. Por fim, algumas menções honrosas para Dennis Hopper, Vicellous Shannon, Daniel Bess, Karina Arroyave, Mia Kirshner e Željko Ivanek.
Balanço geral: A 1ª temporada de 24 Horas já começa a série muito bem. É claro que, por ter sido lançada pouco antes da "Era de Ouro" das séries de TV, muitos de seus aspectos técnicos já estão um pouco datados. Porém, pelo dinamismo do roteiro, pelas competentes atuações e pelo suspense bem construído, é uma temporada ótima que merece atenção.
Seria desonesto afirmar que eu não estava esperando este desfecho medíocre pra série. Desde o início da 7ª temporada (ou talvez até um pouco antes), eu já "cantava essa bola" de que a série teria um fim amargo. E foi isso que ela teve! Não amargo quanto à narrativa, mas sim quanto à qualidade. Eu nem digo que "The Iron Throne" foi o pior episódio de Game of Thrones (esse posto ainda fica pra "The Bells"). Afinal, minhas expectativas estavam tão baixas que devo confessar que podia ter sido pior. Mas sim, na minha opinião o series finale foi o episódio mais entediante e genérico da série até aqui. A morte de uma personagem tão grande quanto Daenerys Targaryen foi talvez a menos impactante da série, inserida em uma cena que não faz o menor sentido se pensar nos episódios anteriores. O destino dos personagens de Jon Snow e Tyrion Lannister foram completamente inverossímeis, já que ambos deveriam ter morrido de acordo com tudo que a série apresentou até ali. Mas é óbvio que a série quis fazer o final mais feliz possível, "exilando" Jon com seus amigos (Tormund e Fantasma) e mantendo Tyrion como Mão do Rei (junto com seu "amigo" Bronn que se tornou o Mestre da Moeda por alguma razão que eu ainda não descobri). Brienne virou Guarda Real e concluiu os dados de Jaime no livro dos cavaleiros (em uma cena breguíssima), Arya virou exploradora depois de uma vida treinando pra absolutamente nada, já que sua jornada foi jogada fora quando desistiu de matar Cersei depois de todos esses anos. Bran se tornando rei porque aparentemente sabe contar histórias (história essa que também não serviu pra nada, já que o Corvo em nada contribuiu para o sucesso ou a queda de seus conterrâneos). Torgo Nudho, os Imaculados e os Dothrakis completamente deixados de lado. Sansa talvez tenha sido a única que teve um desfecho coerente ao seu arco dramático. E, é claro, a típica montagem final mostrando o destino dos personagens que é uma das características mais pobres das novelas. E por fim, toda a destruição chocante da capital de Westeros foi deixada de lado porque os roteiristas tinham que fazer piada com bordéis. è, aparentemente, no fim de tudo, o maior plot twist de Game of Thrones foi que a série terminaria como um total oposto do que ela uma vez já foi: impactante e MEMORÁVEL!!!
[spoiler] Ep. 5 - The Bells: Definitivamente o pior episódio da série e um dos piores que eu já vi em SÉRIES NO GERAL. Pois é, GoT se supera sempre que a gente não espera, só que dessa vez pro lado negativo. Um episódio que serviu pra desconstruir todos os personagens. Tyrion, talvez um dos personagens mais altruístas após a 4ª temporada, entrega o melhor amigo pra morte na melhor forma Petyr Baelish, sendo que desde a temporada passada ele enxerga tirania excessiva na Daenerys. Jon Snow regride a cada episódio em estupidez. Arya com medo de morrer depois de matar a personificação da Morte no terceiro episódio. Mesmo assim, quase morreu umas três vezes mas pelo visto o HOJE NÃO! é vitalício. Jaime voltando igual um cachorrinho pra Cersei. Se eles iam fazer isso, pra que botar uma cena melosa com a Brienne no episódio anterior? Cersei CHOROSA porque perdeu o Jogo dos Tronos e porque voltou a ver o homem que ela mandou matar (remorso é uma coisa linda). Daenerys matando todo mundo (até aí tudo bem)....... MENOS A CERSEI...... DEPOIS QUE TODOS SE RENDEM... WHAT THE FUCK?!?!?! Frota de Ferro, Companhia Dourada, as Balistas Escorpião... Tudo INUTILIZADO por UM dragão (eu sinceramente não entendi porque ela precisava de um exército). Jaime morrendo pra um Greyjoy depois de ter sobrevivido a uma ENXURRADA de mortos-vivos milenares. Chroma key excessivo (porque aparentemente é muito difícil filmar em locação igual na primeira temporada). A maior vilã da série morrendo soterrada chorando porque "NÃO QUER MORRER". Cersei terminou com a mesma moral que Príncipe Encantado do Shrek. E o cavalinho no final... Será que ele também foi treinado na Casa do Preto e Branco?!?!
MICHAEL BAY, FALA A VERDADE, TU DIRIGIU ESSA PORRA NÉ? [spoiler]
Ep. 4 - The Last of the Starks: Esse episódio me rendeu sentimentos mistos. Ele começa com alguns problemas antigos, como os diálogos cômicos exagerados, a forçada na relação entre Jaime e Brienne, e a inutilidade do Bran. Mas a partir do momento que a galera começa a sair de Winterfell para King's Landing, o episódio melhora. A perda de controle da Daenerys, ao contrário do que muitos dizem, faz total sentido com a caminhada da personagem. Ela sempre precisou de conselheiros para medir suas decisões (que SEMPRE eram inconsequentes). E, agora, ela perdeu Jorah, Missandei, Viserion e Rhaegal. E como se não fosse suficiente, o Trono que ela lutou tanto pra conseguir fica cada vez mais longe de seu alcance. É completamente condizente que ela fique compulsiva (algo que rola desde a temporada passada). Toda a história dos Targaryens serem loucos ou não pelo resultado de uma moeda jogada pelos deuses... Acho que essa foi uma boa virada de roteiro pra sair da pieguice entre Jon e Dany e transformar a história em algo mais cinza, sem ser preto no branco. Tyrion está tentando salvar sua última esperança (mesmo que não confie 100%), já que perdeu todas quando matou Tywin e Shae. Varys, como sempre, tentando salvar o reino, sempre mudando de acordo com as intenções dos aspirantes ao Trono. Arya voltando a ser a Loba Solitária, assim como Nymeria, o que NÃO QUER DIZER que ela abandonou a família. Cersei fantástica entrando no hall de grandes vilões junto com Joffrey, Ramsay e Alto Pardal. O único que pra mim está sendo descaracterizado é Jon Snow, vulgo Aegon VI Targaryen. Desde que ressuscitou, o cara não tem uma única ideia inteligente. Sempre tendo que ser salvo ou sendo capacho de alguém. E a cena dele com o Fantasma foi vergonhosa. No geral, achei o melhor episódio da série DESDE o terceiro da 7ª temporada, The Queen's Justice. Foi um belo respiro depois do desastre que foi o episódio anterior. Comecei o episódio desinteressado e terminei com boas expectativas!
Ep. 1 - Winterfell: Episódio interessante de reencontros e revelações, sendo inteligente ao expor a reação da população com a chegada de uma Targaryen ao Norte (algo que a temporada passada falhou muito ao não mostrar). Porém, GoT continua perdendo tempo com cenas bregas e desinteressantes, como aquela que traz Jon e Daenerys voando com seus respectivos dragões e compartilhando um momento romântico perto de uma cachoeira (Aladdin?!?! O Rei Leão?!?!). Episódio morno, mas aceitável para a premiere!
Ep. 2 - A Knight of the Seven Kingdoms: Uma total perda de tempo, ainda mais agora que temos ciência de que a maioria das despedidas aqui foram um tanto à toa (já que ninguém REALMENTE relevante foi morto no terceiro episódio). Um episódio focado em reencontros e revelações (DE NOVO?!?!) que não mostrou nada de novo, com exceção da nomeação de Brienne.
Ep. 3 - The Long Night: Um completo desserviço a quem acompanha a série desde a primeira cena, em que os White Walkers aparecem depois de séculos como um grupo de demônios de gelo extremamente ameaçadores que desmembram seres humanos e fazem símbolos com seus corpos na neve. Mas não: atualmente os White Walkers eram nada mais nada menos do que um grupo lerdo de mortos-vivos que foram mortos por uma personagem que NUNCA havia se encontrado ou até ouvido falar dessas criaturas e que, mesmo assim, consegue atravessar um grupo de Walkers generais só porque teve treinamento para matar HUMANOS. O episódio se salva do completo desastre, já que tem uma ou outra cena um pouco mais inspirada e COMPREENSÍVEL da batalha, já que todo o resto é mergulhado em uma escuridão tão profunda que seria necessário assistir esse episódio no cinema pra ter uma real experiência.
Comecei a assistir agora e os dois primeiros episódios (os únicos que eu vi) são do jeito que toda série desse calibre precisa começar: apresentando os personagens, suas aspirações e seus conflitos já no primeiro episódio pra, no segundo, usar isso pra desenvolver coadjuvantes e as tramas e sub-tramas desse mundo APARENTEMENTE trivial. A forma como a série aborda o machismo e o cinismo crônicos dos "homens de negócios" é fantástica. E não poderia pedir mais: uma série que já me alcança nos dois primeiros episódios a ponto de eu já querer comentar aqui é uma pérola, ainda mais no cenário de séries mais recentes que é completamente inconstante.
Pessoal falando que é a melhor temporada. Acabei de reassistir e vejo que pegam mais os dois últimos episódios que realmente são ótimos. Mas vamos pegar alguns núcleos:
- Arya: a única coisa que aconteceu com ela na temporada foi ter decidido deixar a Ordem. O número de cenas que ela teve foi bem desnecessário e talvez isso já pudesse ser resolvido na temporada anterior.
- Bran: deveriam ter focado mais no treinamento dele ao invés de já ter o ataque na metade da temporada. Praticamente nada acontece com ele depois do ataque.
-Daenerys: pra mim a principal problemática da série. A questão com os Dothrakis serviu pra ela aumentar o exército mas me pareceu que eles botavam cenas curtinhas dela pra enrolar. Também houve muita ceninha desnecessária do Tyrion com os outros em Meereen. E toda aquela trama dos mestre financiadores dos Filhos da Harpia foi muito boa, mas já podia ter rolado na 5ª temporada. E outra: essa coisa de ficar tendo que lembrar a Daenerys toda hora de balancear a forma de governo já tá enchendo o saco. E na 7ª continua isso. Será que ninguém enxerga que ela nunca vai ser boa rainha?
- King's Landing (Porto Real): foi uma boa trama, mas assim como com a Daenerys, acho que eles reduziram demais as cenas da Cersei, que tinha muito mais potencial nessa temporada. Pelo menos, no final, se redime.
- Dorne: entraram gritando e deram chá de sumiço pra depois ter alguma utilidade. Horrível!
O núcleo realmente bem trabalhado aqui foi o do Norte. E, quase me esquecendo, gostei do pequeno núcleo dos Greyjoys também.
É impressionante como a primeira temporada consegue ser a mais fechadinha da série (isso não é nenhum desmerecimento às outras). E isso é algo que poucos inícios de série conseguem alcançar. Mesmo sendo a temporada mais fria (já que foca mais em apresentar as situações e personagens, ao estilo Game of Thrones), House of Cards é uma série que já começa com o pé na porta com dois episódios fantásticos de autoria de David Fincher e que conta com um roteiro impecável, sem tratar o público como idiota, o que é sempre ótimo!
Depois de uma temporada mediana, The Walking Dead voltou com os dois pés na porta. Começando com um dos episódios mais frenéticos da série ATÉ HOJE, a 5ª temporada é excepcional em QUASE todos os aspectos. Vemos aqui Rick e seu grupo reunidos novamente depois da destruição da prisão tendo que enfrentar os falsos receptores do Terminus, um pátio ferroviário prometido como um porto seguro. E, no decorrer dos episódios, vemos os protagonistas mais uma vez a esmo na estrada, enfrentando os mortos, a fome, a sede e seus próprios demônios internos, enquanto também procuram por Beth. Mas nem tudo está perdido, já que um homem chamado Aaron tem algo muito cobiçado a oferecer. Essa é possivelmente a temporada mais crua e violenta da série até hoje. Iniciando-se com o sensacional episódio "No Sanctuary" (um dos melhores da série), a temporada dá a guinada que a 4ª não deu. E isso é perceptível quando, ao analisar cada episódio, você vê que nenhum está ali só pra completar tabela. Todos estão ali por um motivo, seja pra desenvolver da melhor maneira seus personagens, seja pra colocar vários obstáculos em seus caminhos, ou seja pra fazer as duas coisas. É aqui também que o elenco mais se entrega, trazendo performances monstruosas de Andrew Lincoln (que aqui se admite como um anti-herói), Melissa McBride, Lauren Cohan e Norman Reedus. Contando com o melhor season finale da série até hoje, só há uma coisa que me incomodou durante a temporada e que impede que ela supere a 2ª como a melhor da série: a trama de Atlanta. Ela soa como uma interrupção daquela trajetória pós-Terminus. Não é à toa que os únicos objetivos dela são a inserção do personagem Noah (mal utilizado) e a explicação do paradeiro de Beth. Tanto é que o único episódio dessa trama que eu gosto é o que mais se distancia do hospital, que é o episódio "Consumed" focado em Daryl e Carol. Enquanto a temporada possui o melhor season finale, possui também o mid-season mais fraco. Mesmo assim, esse defeito não danifica tanto a temporada, que faz The Walking Dead voltar a ser como era nas duas primeiras. E isso se mantém na 6ª... Bom, até a 6ª, infelizmente!!!
Desde que comecei a reassistir a série do início, um fator me desanimava um bocado: chegar às temporadas ruins. E sim, esta 4ª estava inclusa! Porém, quando mudei de opinião sobre a 3ª temporada, considerando-a boa ao invés de fraca como na primeira vez, tive um fio de esperança de gostar mais dessa, temporada que pra mim sempre foi terrível. E não é que eu estava certo?!?! Acabei de reassisti-la agora e devo reconhecer: a temporada é bem fraca. Porém está longe de ser horrorosa como me lembrava. A história acompanha o grupo de Rick, bem maior depois de algumas semanas, vivendo "civilizadamente" na prisão, constituindo um conselho, tarefas, plantações, criação de animais, etc. Enquanto isso, Michonne continua suas rondas à procura do Governador. Diferente das temporadas anteriores que tinham apenas um hiato em suas metades, essa é claramente dividida ao meio. A 1ª metade é terrível! Muitos acontecimentos acabam não gerando nenhuma consequência de peso, alguns personagens só estão ali por blefe e alguns episódios são realmente desnecessários (Dead Weight). Porém, o episódio 8 abre uma segunda metade com muitas possibilidades, mas que acaba ficando subaproveitada por uma mania irritante que a série adotaria daqui pra frente: separar os personagens e fazer cada episódio focar em um núcleo apenas, sacrificando aquele dinamismo que as outras planejavam tão bem. Mas nessa temporada, isso só atrapalha em determinados episódios (Still e Alone), enquanto a maioria se sai bem com o papel de desenvolver os personagens e suas relações (até mesmo os mais obscuros como Daryl, Michonne, Bob e Lizzie). Apesar do roteiro ser fraco na maioria das vezes, não posso dizer o mesmo sobre o aspecto audiovisual da série. A fotografia agora não apenas dá aquela estilização setentista que já era boa; ela também traduz alguns sentimentos mútuos, como em algumas cenas que vemos uma paisagem iluminada, bonita e até mesmo (pasmem!) colorida enquanto os sobreviventes depositam suas esperanças em um novo santuário. Da mesma forma, quando certo personagem caminha, psicologicamente perdido pela estrada, tudo em tela é mergulhado num cinza triste. Já no aspecto sonoro, a temporada é bem mais musical do que suas antecessoras, oferecendo algumas introduções ou conclusões de episódios com músicas não originais que refletem perfeitamente a melancolia ou o otimismo de alguns personagens. Enfim... Temporada mais fraca até então, mas não chega a ser ruim. Apenas um potencial perdido!!!
Representando uma pequena queda em relação às temporadas anteriores, a 3ª de The Walking Dead ainda mantém a boa qualidade, embora não o mesmo nível. Aqui, começamos alguns meses após o término da anterior, com Rick e seu grupo vasculhando estradas e florestas em busca de suprimentos quando acabam dando de cara com uma prisão infestada por zumbis. Após limpá-la, eles a tomam como seu novo santuário, mas aos poucos vão descobrindo a existência de Woodbury, um vilarejo com dezenas de pessoas liderado pelo Governador, um homem misterioso que esconde segredos sombrios. A partir daqui, a série começa uma nova fase, que eu gosto de chamar de "Fear the Living", em que o grupo de Rick começa a enfrentar problemas com outros assentamentos. A primeira metade da temporada é boa, contando com episódios mais violentos e surpreendentes. Já a segunda metade seria perfeita não fosse o terrível último episódio, que é disparado o maior ponto fraco da série. No geral, o elenco continua competente e confortável, a fotografia continua belíssima e remetente à década de 70, e o roteiro falha às vezes mas não o suficiente pra comprometer a temporada. A partir da próxima, as coisas mudam de figura!!!
Acredito que todas as séries longas possuem uma temporada que as define. É o caso da 2ª de The Walking Dead. Foi minha favorita na primeira vez em que assisti, continua beirando o impecável nessa revisita. Temporada de ritmo lento, essa obra-prima da TV moderna mostra que exemplares sobre epidemias e zumbis não precisam ser enxurrados de ação incessante. Aqui, acompanhamos os conflitos internos dentro do grupo principal (liderado por Rick) depois do mesmo escapar de Atlanta e encontrar uma fazenda protegida após uma busca falha no meio da floresta. Além dos conflitos internos, temos também a rivalidade de liderança entre Rick e o dono da fazenda, Hershel, homens opostos embora com as mesmas finalidades. Esse é o ápice do elenco e do roteiro da série: personagens milimetricamente desenvolvidos, cenas divisoras de águas durante toda a temporada, discussões morais, existenciais e até mesmo teológicas... Tudo muito bem planejado. Geralmente, vejo pessoas reclamando da temporada ser lenta. Às vezes, eu acho que o povo se preocupa mais com o descompromisso do que com a compreensão dos temas e personagens de uma obra. E, por isso, não me surpreende que a série esteja como está em sua 8ª temporada: rasa, repetitiva e vazia como uma bexiga cheia. A 2ª temporada é The Walking Dead em seu melhor!!!
Devo admitir que não pretendia assistir a esta temporada já que não tinha gostado da 1ª e achava desnecessária uma continuação de uma história que já entregou o que devia nos 13 primeiros episódios. Porém, depois que saiu o trailer, resolvi dar uma segunda chance e acabou que achei bem superior à 1ª em (quase) todos os aspectos. Primeiramente, vamos falar sobre o que muitos estão reclamando aqui: o ritmo da série. Eu achei essa temporada bem melhor desenvolvida e relevante do que a outra. Na 1ª, a série gastava uma hora com cada motivo, sendo que a maioria poderia ser desenvolvida em 5 minutos. Aqui não! Temos a trama do tribunal (que é o que define a divisão de episódios agora), temos a trama da investigação do grupo apoiador da Hannah, temos a subtrama do Tyler... Ou seja, muito mais assunto pra encorpar episódios longos do que depoimentos de uma suicida + as reações dos ouvintes. Gostei de algumas amizades que foram rolando (apesar de muitas vezes acabar caindo na pieguice). Gostei da série mostrar mais sobre a Hannah, um outro lado, um lado mais falho, porém não acusativo (embora tenha sim alguns furos de roteiro). E eu gostei daquele modelo Rashomon que fizeram de mostrar imagens que identificavam o que a testemunha estava dizendo e não o que realmente aconteceu (como no episódio 11). Sobre as interpretações, a maioria dos atores continua limitada, mas alguns conseguem entregar bem, como Dylan Minnette e Christian Navarro. O roteiro continua fraco mas se torna mais engajante. Eu acho que o objetivo da série agora é retratar todos os problemas do Ensino Médio norte-americano, sendo a 1ª temporada sobre depressão, a 2ª sobre o abuso sexual e a futura 3ª sobre atentados. Acho uma nova temporada desnecessária? Com certeza! Porém, se eu queimei UM POUCO a língua com essa, quem sabe a próxima não seja até melhor?!?!?!
Vikings (3ª Temporada)
4.4 465 Assista AgoraÉ uma temporada meio-termo se comparada com as anteriores, já que mantém muitos dos méritos da 2ª mas repete erros da 1ª. É bizarro os seis primeiros episódios serem totalmente focados em duas/três tramas específicas para, do nada, elas serem interrompidas por uma nova trama que apresentará uma gama de novos personagens nos últimos episódios e que também chega incompleta ao fim do 10º episódio. Claro que séries são contínuas, mas como já explicitei no texto sobre a temporada primordial da série, um arco deve ser fechado e aqui parece que todos carecem de um nó melhor, tirando talvez o de Rollo (personagem de Clive Standen) que ganha uma conclusão bem satisfatória que funciona como um excelente gancho para o 4º ano.
Mesmo com esses equívocos e com o elenco que sempre parece querer sabotar a série (Moe Dunford e Jennie Jacques foram difíceis de engolir), ainda é extremamente interessante as nuances concedidas a certos personagens, especialmente Floki e o Rei Ecbert - também presenteados com os melhores atores do programa. O segundo revela suas verdadeiras cores e torna-se um personagem ainda mais complexo, enquanto o primeiro passa pelo maior conflito da obra até aqui, saindo completamente daquela aparente caricatura da 1ª temporada, tudo por mérito da ótima performance de Gustaf Skarsgård. É uma pena que o gancho final que o envolve seja tão bobinho.
A direção das sequências de ação e o trabalho com a fotografia melhoram razoavelmente, já que não há mais aquele vício na câmera tremida incompreensível (a propósito, destaque para a ótima cena da ponte no episódio 9) e nem na total dessaturação das cores; afinal, Paris é retratada como um ambiente muito mais vistoso do que as já conhecidas Inglaterra e Escandinávia, revelando uma paleta de cores verde-azulada que dá uma identidade mais pomposa à cidade (o que pode ser notado nos figurinos mais rebuscados também).
É uma pena, no entanto, que aqui mais do que anteriormente, "Vikings" teime em abusar de sonhos, visões e alucinações para contar suas subtramas. O que antes era um elemento interessante acaba perdendo força pela banalização e todo o arco do andarilho Harbard abusa demais da subjetividade em uma série que jamais havia oferecido essa proposta mais enigmática. No fim, é melhor que a temporada inicial mas ainda fica aquém de sua antecessora!
Friends (1ª Temporada)
4.6 829🎶 I made a man with eyes of coal and a smile so bewitchin'
🎶 How was I supposed to know that my mom was dead in the kitchen?
Novamente reassistindo "Friends" desde o início! E é evidente que a primeira temporada não é uma de suas melhores fases. Até mesmo na construção das cenas, na edição e no timing cômico de algumas piadas, ela se prova mais fraca, até como consequência do orçamento mais baixo, já que o estúdio na época não comprava totalmente a premissa simples da série.
Ou seja, não é difícil notar cenas que deveriam acabar antes ou depois de quando realmente acabam, ou um excesso de teatralidade do elenco (em especial nos coadjuvantes), ou uma deixa equivocada da trilha sonora. É fato que temos aqui uma temporada que envelheceu um pouco mal com o tempo...
Porém, eu estaria mentindo se escrevesse que não adoro a série desde sua gênese. Como já disse, o estúdio tinha dificuldade de aceitar a premissa de seis amigos que trocam uma ideia na cafeteria de um bairro nova-iorquino de classe média. Logo, chega a ser curioso que o episódio piloto comece justamente jogando o telespectador no meio de uma conversa casual sobre relacionamentos, sem nenhum contexto, sem conhecimento prévio de nenhum dos personagens presentes, como se mostrasse: "Olha, é essa a nossa proposta. Não somos sobre tramas, mas sim sobre personagens e suas dinâmicas de amizade, família e romance."
E é justamente para isso que serve Rachel, personagem de Jennifer Aniston, nessa primeira etapa da gangue: um instrumento catalisador de exposição para que conheçamos mais sobre Monica, Ross, Phoebe, Chandler e Joey em casuais apresentações amigáveis. Não é absurdo dizer, então, que Aniston é a protagonista do início que, aos poucos, vai se integrando ao todo e vira mais uma personagem entre aqueles seis, sem roubar a atenção dos outros.
O caráter episódico está presente em toda sitcom, mas aqui chega a ser um tanto incômodo, já que o roteiro perde oportunidades de dar continuidade a elementos que poderiam render mais material (como o encontro de Ross com uma vizinha que dá muito errado e nunca mais é mencionado, sendo que... é sua vizinha!). Esse aspecto melhoraria muito a partir do terceiro ano.
Mas o ponto-chave mesmo são os seis atores principais! Nem todos estão tão confortáveis, dá para notar; Matt LeBlanc e Courteney Cox têm dificuldade de encaixar todas as suas piadas. Porém, Aniston é apaixonante, enquanto David Schwimmer, Lisa Kudrow e Matthew Perry começam já afiadíssimos com um timing invejável em 99% de suas piadas. Há episódios memoráveis já, que demonstram a dinâmica infalível dos seis, como o do apagão, o do Ano Novo e o do nascimento de Ben, filho de Ross, e alguns personagens coadjuvantes icônicos já dão as caras, como o físico David, a gêmea do mal Ursula e, claro, a hilária Janice.
Contando ainda com um final bem novelesco digno do clima da série, “Friends” começa bem, mas ainda com boas limitações técnicas e narrativas. É divertido, mas demora um pouco a pegar no tranco. Ainda assim, considerando o que viria a seguir e olhando em retrospecto, vale muito a pena pedir uma xícara no Central Perk e sentar naquele sofá laranja mais uma vez. Que saudades desse povo!
Vikings (2ª Temporada)
4.5 560 Assista AgoraNão é nada bom quando uma série começa com o pé esquerdo... E esse foi o caso de “Vikings”, produção do History Channel realizada por Michael Hirst que, pouco tempo antes, havia comandado a também histórica “The Tudors”. Porém, se a primeira temporada sofria com uma estrutura completamente esculhambada, sem clímax, com um elenco um tanto desconfortável e um desenvolvimento de personagens quase nulo, o segundo ano já melhora e MUITO a situação!
Claro que, ao mesmo tempo, acaba herdando alguns problemas, como por exemplo começar com um episódio que parece mais um season finale da temporada anterior e que, por essa mesma razão, acaba não tendo muita força. Porém, a partir do segundo capítulo, o roteiro de Hirst e a direção da equipe liderada por Ken Girotti conseguem construir uma consistência invejável. Não, isso não é o mesmo que dizer que é tudo perfeito, mas sim que tudo se mantém no mesmo nível, sem queda de qualidade. A progressão narrativa dessa vez faz muito mais sentido e até a estrutura dos episódios individualmente soa mais fluida.
Quem é mais beneficiado por isso? Sim, os personagens, que dessa vez protagonizam arcos dramáticos e subtramas muito melhor trabalhados, como a crise de fé de Athelstan (bela atuação de George Blagden) com suas visões e agouros religiosos, e sua relação com Ragnar (Travis Fimmel ainda inexpressivo) e o Rei Ecbert de Wessex (de longe, o personagem mais interessante da série, complementado por uma baita interpretação de Linus Roache). Outra que ganha seu próprio arco de ascensão é Lagertha, com Katheryn Winnick ainda mais confortável em seu papel e demonstrando uma fúria assustadora. Já Alexander Ludwig como a versão mais velha de Bjorn Ironside não convence e deixa na cara que é um ator forçando ações e reações (embora ainda consiga ser um artifício de batalha interessante), enquanto Clive Standen se alia ao roteiro para deixar Rollo crescer como personagem. Admito que o arco que eu menos gosto é aquele que surge mais para o fim, que envolve o sempre fraco Donal Logue e Gustaf Skarsgård, arco esse que se revela um simples planejamento de plot twist que acaba sendo fraco no fim das contas, apesar do conflito final ser interessante.
Mas é mesmo quando o foco está nas invasões à Inglaterra que “Vikings” brilha, já que seu melhor elemento narrativo é a abordagem do choque de culturas. Aqui, não há apenas uma excelente montagem que alterna entre um casamento saxão e um nórdico (deixando claras as diferenças e semelhanças entre ambos), mas também inúmeras referências envolvendo a iconografia cristã e o Império Romano, o que expande o escopo histórico e dá mais camadas a algumas jornadas, como a do já citado Ecbert ao usar textos romanos para controlar uma batalha como Julio César faria. E por mais que Fimmel continue com suas esquisitices interpretativas, é interessante notar como o roteiro de Hirst constrói sua curiosidade em relação aos costumes monoteístas dos ingleses, culminando em uma bela - porém hesitante – reza de Pai Nosso que dá nome ao último episódio.
Tecnicamente, a temporada também não decepciona, mantendo seu preciosismo aos detalhes em figurinos (a coroa cheia de espirais da Princesa Kwenthrith e as transições de vestimentas de Lagertha são alguns exemplos), no design de produção e no trabalho de cabelo e maquiagem, ao mesmo tempo em que reduz um bocado o nível da câmera tremida dos combates a fim de torná-los mais compreensíveis, o que é perceptível naquele que ocorre no penúltimo capítulo. A própria fotografia cria planos tão belos, épicos e pitorescos a ponto de merecerem molduras, como aquele que traz os homens partindo em seus navios enquanto as mulheres observam à beira de um penhasco.
É indiscutível: a segunda temporada de “Vikings” é uma evolução gigantesca. Tem seus problemas, alguns até provenientes do fraquíssimo primeiro ano, mas ainda assim é aqui que Hirst prova que sua obra merece mais atenção!
E aqui vai um trecho da melhor coisa da temporada: a música “Helvegen” composta pela banda Wardruna tocada no episódio “Boneless”...
Quem cantará para mim
Quando eu partir para o profundo repouso?
Quando eu andar no Caminho para Hel
Através de uma trilha em que o piso
É frio, tão frio?
Eu busquei as canções
Eu enviei as canções
Quando do poço mais profundo
Deram-me da água que lá gotejava
Da promessa do pai dos mortos
Eu sei de tudo isso, Odin
Onde você escondeu seu olho
O Mandaloriano: Star Wars (1ª Temporada)
4.4 532 Assista AgoraNão sou aquele tipo de fã de “Star Wars” que assiste todas as animações, lê os livros e sabe tudo sobre o universo expandido; sou mais aquele casual que foca nos filmes. Porém, não tive como conter meu interesse pela primeira série original do Disney+, “The Mandalorian”. Depois de limpar algumas pendências, comecei finalmente e devo admitir que os sentimentos foram mistos.
A temporada de 8 episódios acompanha um membro dos Mandalorianos (uma espécie de seita já apresentada nos filmes pelas figuras de Jango e Boba Fett), aparentemente sem nome e com o rosto sempre escondido por seu capacete que também atua de caçador de recompensas, prática comum de seu povo. Quando decide trabalhar para um ex-Imperial (a série se passa 5 anos depois de “O Retorno do Jedi”), Mando acaba encontrando uma criança pertencente a uma espécie rara que apresenta um grande domínio sobre a Força, algo que o faz questionar os motivos de seus clientes.
As influências de filmes de samurai e faroestes no universo criado por George Lucas em 1977 não são mistério para ninguém, mas talvez seja aqui que essa característica surge mais aflorada, em especial quando notamos algo semelhante a uma flauta tribal na trilha sonora remetente às composições de Ennio Morricone ou um arco dramático que puxa totalmente a proposta do clássico japonês “Os Sete Samurais” de Akira Kurosawa. O próprio episódio 5, “The Gunslinger”, não apenas recebe um título que caberia facilmente em um filme com John Wayne como também segue o protagonista e outro caçador de recompensas viajando pelo longínquo deserto à procura de uma fora-da-lei, premissa muito parecida com aquela de “Por uns Dólares a Mais”, entre vários outros.
E se apontei apenas o uso das influências, vale destacar como a produção é simplesmente incrível, realmente cinematográfica. Nem mesmo “Game of Thrones” nos presenteou com cenários tão belos, palpáveis e verossímeis (o exagero de CGI da trilogia prequel agora parece uma memória distante) e Dave Filoni é esperto o suficiente para já desfrutar desses louros na cena introdutória de Mando, que toma lugar em um planeta de gelo habitado por morsas gigantes. O uso de animatronics também é muito bem-vindo, não só respeitando a estética da trilogia clássica como também continuando as escolhas feitas por esta última. Não à toa, a criancinha apelidada pela internet de “Baby Yoda” funciona tão bem: ela não é um simples borrão digital, ela de fato existe!
A já citada trilha do jovem mestre Ludwig Göransson (vencedor do Oscar por “Pantera Negra”) é impecável, em especial o tema principal que sempre se faz presente nos créditos finais, esses que usam uma técnica retrô bem interessante e vistosa ao acompanhar os primeiros nomes da tela com artes conceituais dos episódios específicos. A trilha de Göransson pode não ser tão apoteótica quanto as de John Williams, o que é ótimo e respeita a proposta da obra que foca em um lado mais obscuro da galáxia. Além do mais, também mistura perfeitamente esses sons mais tribais e ancestrais com algo mais moderno, eletrônico, tecnológico (algo que basicamente representa a identidade retro-futurista que “Star Wars” sempre teve).
Porém, se até agora só elogiei, por que falei que tive sentimentos mistos? Bom, o outro lado da moeda está no roteiro, que se sai muito bem em pelo menos metade da temporada. Mas há uma certa indecisão dos responsáveis em relação ao tom do personagem principal e ao tipo de série que eles querem vender. O protagonista Mando (um apelido baseado no nome de seu povo), interpretado por Pedro Pascal, consegue ser carismático mesmo sem mostrar o rosto e falando quase nada. Isso nos três primeiros episódios, quando somos apresentados em teoria a uma versão espacial do “Pistoleiro Sem Nome” de Clint Eastwood. A partir do episódio 4, Pascal e o roteiro de Jon Favreau (e mais alguns) fazem com que o forasteiro ocupe o silêncio com frases de efeito bobinhas que o mesmo não falaria caso seguisse a lógica inicial. Isso pode parecer uma coisa insignificante, mas não deixa de tirar a mística por trás do personagem, ainda mais com uma decisão no último episódio puramente movida pelo “star power”. Ainda assim, Pascal faz um bom trabalho de voz e Mando é realmente um personagem divertido (apesar de decisões questionáveis que botam em cheque sua inteligência). O mesmo pode ser dito das figuras encarnadas pelo saudoso Carl Weathers, Nick Nolte e Taika Waititi (que entrega uma ótima direção no season finale também). A recém-cancelada Gina Carano é um ponto dramaticamente mais fraco, apesar de servir como um bom artifício de ação, e a participação mais tardia de Giancarlo Esposito é excelente como sempre, gerando um curioso gancho final.
Em relação ao tipo de série que é “The Mandalorian”, é estranho o que Favreau e Filoni fazem aqui. Ao mesmo tempo que eles apresentam uma trama principal nos três primeiros episódios e insistem em sempre usar as recapitulações (usadas em séries contínuas), do quarto ao sexto vira uma série procedural (também chamada de “aventura da semana), com uma história que começa e acaba em um só episódio. Isso seria interessante SE fosse a proposta inicial ou SE esses episódios adicionassem algo de substancial para a trama principal, o que não fazem. Eles simplesmente são fillers, alguns divertidos, outros bregas e injustificáveis (como o 4). Inclusive é de se surpreender que dois desses capítulos sejam alguns dos mais longos da temporada, o que representa um grande desequilíbrio já que a trama principal retorna muito bem nos dois episódios finais. Pareceu-me que a proposta era fazer um filme para TV com uma duração generosa que acabou virando uma série carente de algumas “encheções de linguiça” na meiuca. Dito e feito!
“The Mandalorian” é um desbunde técnico e é uma série muito divertida, principalmente quando foca em sua trama principal. Já os episódios do meio são bem dispensáveis e até genéricos, apesar de terem sua parcela aqui e ali de entretenimento. É uma boa empreitada da franquia “Star Wars”, apesar de não ter atingido o potencial que poderia. Ainda assim, mesmo querendo dar uma nota um bocadinho menor pelo anti-clímax proporcionado pelos fillers, eu preciso valorizar o que foi feito aqui. Resta esperar para ver se a segunda temporada será mais consistente!
Vikings (1ª Temporada)
4.3 780 Assista AgoraQuando terminou a sétima temporada de “Game of Thrones”, decidi procurar algo semelhante já que a série do “Dracarys!” perdia cada vez mais sua força. Foi aí que decidi, com base em recomendações, começar sua rival “Vikings” e admito que muita coisa me causava estranhamento nessa série, mesmo gostando de muitos de seus elementos. Bom, revendo hoje depois de já ter assistido a quase todo o programa, percebo os problemas: eles estão na estrutura bem questionável dessa primeira temporada.
A questão é que esse primeiro ano foi mal planejado em termos de estrutura narrativa e até mesmo na construção de personagens. Tudo parece muito apressado e meio artificial aqui. Com isso, o início da jornada de Ragnar Lothbrok na descoberta e conquista do Oeste acaba perdendo peso, já que o guerreiro atinge seu objetivo logo no segundo episódio da série, no qual o ataque a um mosteiro em Lindisfarne é exposto com pressa, sem o devido respiro necessário. Essa pressa não atrapalha apenas o desenvolvimento das tramas, mas também o arco dos personagens, como a crise de fé do Athelstan de George Blagden (um bom ator, inclusive) e o Conde Haraldson de Gabriel Byrne, personagem interessantíssimo ainda mais pela composição do ator mas que, no fim, serve apenas para sair de cena e dar lugar ao protagonista como figura de poder.
A propósito, esse é outro erro homérico que (aí sim!) percorre quase toda a série: o casting de Travis Fimmel, um ator extremamente limitado que já seria duvidoso para um papel coadjuvante. Dar o protagonismo a Fimmel como um poderoso guerreiro viking se mostra uma decisão desastrosa, já que o mesmo compõe seu personagem como uma caricatura cheia de maneirismos e esquisitices, com um olho sempre entreaberto e sorrisinhos forçados como se quisesse parecer psicótico, algo que está longe de ser o que o personagem exigia no papel (sem contar sua imponência inexistente). Chega a ser surpreendente que o próprio Floki de Gustaf Skarsgård (competente no papel) consiga ser mais humano e interessante do que o protagonista, sendo ele um homem que exige tons mais caricaturais mas que evita mergulhar completamente na auto-paródia. Já o resto do elenco varia na qualidade. Katheryn Winnick e Clive Standen expõem mais suas fragilidades dramáticas, ao passo que Jessalyn Gilsig, Byrne e Blagden criam personagens interessantes, mesmo que não tão beneficiados pelo roteiro de Michael Hirst (responsável pela série “The Tudors”).
Hirst também falha como showrunner, já que envolve duas tramas principais na mesma temporada – uma envolvendo as invasões na Inglaterra e outra abordando um conflito doméstico – que nunca parecem conversar entre si. E chega a ser cômico que uma tenha que ser interrompida de forma negligente para a outra retornar, mesmo que isso garanta um bom episódio 7. Parece até que eu odeio a temporada, mas não é o caso. Hirst tem acertos fundamentais para segurar minimamente o interesse do público; e os momentos em que trabalha com o choque de cultura das duas civilizações (em especial no cunho religioso) se mostram os mais fascinantes de TODA A SÉRIE. O penúltimo episódio batizado de “Sacrifice” chega a ser excelente na retratação dos costumes nórdicos, criando uma iconografia certeira ainda mais com o uso do ótimo trabalho de set design, de figurino e especialmente de maquiagem. A Escandinánvia e o reino de Northumbria aqui são admiravelmente verossímeis.
E se o trabalho de fotografia não é tão inventivo quanto viria a ser nas próximas temporadas, a direção e a edição já injetam uma modernidade bem-vinda às cenas de batalha, seguindo um exemplo parecido com aquele de “300” de Zack Snyder, só que bem menos estilizado. O uso de efeitos digitais aqui só é usado quando estritamente necessário, fazendo com que tudo soe palpável e tangível. Vale destacar também o impacto da abertura, composta por imagens belíssimas e acompanhada pela sombria “If I Had a Heart”, canção que também faz parte dessa abordagem mais moderna que a série adota.
Contando com um péssimo season finale que simplesmente exemplifica os equívocos de roteiro que eu supracitei (adicionando mais uma terceira trama do nada), a primeira temporada de “Vikings” podia ter sido melhor trabalhada na parte do texto e do casting, mas já apresenta méritos suficientes para gerar interesse no público. Fato é: se você parou a série porque não gostou desse primeiro ano, não use-o como parâmetro. Continue e, se não curtir o segundo, aí realmente pode desconsiderar a passagem para Valhalla!
The Boys (2ª Temporada)
4.3 647 Assista AgoraTemporada de medíocre pra baixo com um season finale levemente empolgante e impactante. Se não fossem alguns atores muito competentes (Urban e Starr em especial) e alguns fatores técnicos a temporada seria absolutamente ridícula.
The Boys (2ª Temporada)
4.3 647 Assista AgoraTô no segundo episódio ainda mas até quando eles vão continuar resolvendo as coisas com "Você não vai contar isso porque senão eu vou contar isso que eu sei sobre você."
Sério, eu literalmente não sei qual episódio não fez isso até agora. Que solução preguiçosa!
Família Soprano (3ª Temporada)
4.6 139 Assista AgoraDois problemas nessa temporada:
1. O ator do Jackie Jr. é tenebroso de ruim.
2. O núcleo da Meadow recebe muito mais atenção do que deveria, sendo que a contribuição que ele dá pra trama principal é mínima (talvez só no final mesmo).
Ainda assim ótima temporada, mas inferior às duas primeiras por esses dois motivos.
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KSó eu que achei o artefato esférico de transição dimensional bem parecido com a Maçã do Éden de Assassin's Creed?
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraReassistindo as duas primeiras temporadas como preparo pra terceira, posso dizer que essa primeira é uma temporada extremamente consistente (diferente da segunda). Com exceção do núcleo adolescente envolvendo o triângulo Nancy, Steve e Jonathan (que não contribui em nada à trama), todos os outros são muito bem desenvolvidos, com o grande destaque sendo a "party" de Dustin, Lucas, Mike, do desaparecido Will e da novata Eleven, interpretada com competência por Millie Bobby Brown (talvez a atriz mais competente da série, equiparando-se talvez a David Harbour). A direção dos Duffers e principalmente de Levy é enérgica e EXTREMAMENTE evocativa do período em que se passa, seja na fotografia granulada e amarronzada, seja no figurino vintage usado pelos personagens e, até mesmo, nas músicas licenciadas (clássicos da década) e originais (instrumental eletrônico retrô remetente aos filmes de John Carpenter). Ótima temporada de estreia e um dos RARÍSSIMOS acertos da Netflix!
24 Horas (2ª Temporada)
4.3 60 Assista AgoraÉ interessante notar a mudança de conceito que eu tive em relação à 2ª temporada de 24 Horas. Na primeira vez que assisti, achei entediante. Agora, é simplesmente uma das coisas mais empolgantes (e importantes) que eu já vi na TV americana. É interessante lembrar que a temporada lançou depois do infame 11 de setembro, durante a denominada "Doutrina Bush", culminante da paranoia americana perante os muçulmanos.
E durante toda essa temporada, o roteiro bota um personagem de origem árabe como isca para, logo depois, acabar mostrando que os problemas são mais internos do que parecem, culminando em interesses do setor privado em começar uma guerra mundial pela maior valorização de petróleo na região. Algo que talvez reflita muito bem as inúmeras operações americanas no Oriente Médio sob o pretexto de retaliação ou guerra ao terror.
O roteiro aqui é melhor do que na 1ª temporada... Apesar de ainda ter uma subtrama desinteressante pertencente à personagem de Elisha Cuthbert (que conta também com participações de Billy Burke e Kevin Dillon), todo o resto é muito bem construído, desde a busca pela bomba nuclear até a duvidosa gravação que torna-se trama central pela segunda metade da temporada. As atuações também são superiores, principalmente por parte dos protagonistas interpretados por Kiefer Sutherland e Dennis Haysbert. Ambos estão mais duros por circunstâncias passadas e, agora, passam por uma pressão tão grande que torna a ameaça da temporada anterior brincadeira de criança. Xander Berkeley, Carlos Bernard e Jude Ciccolella têm muito mais participação aqui, oferecendo personagens mais complexos. Sarah Wynter, Reiko Aylesworth e Michelle Forbes são boas adições ao elenco. Penny Johnson Jerald e Sarah Clarke continuam suas personagens de maneira impecável e Francesco Quinn e Tobin Bell oferecem bons antagonistas. Menções honrosas para John Terry, Harris Yulin, Alan Dale, Donnie Keshawarz, Timothy Carhart e Gregg Henry.
Balanço geral:
A 2ª temporada de 24 Horas assume-se mais como um thriller político do que policial, e nesse papel consegue destacar-se perfeitamente. O roteiro é mais complexo, a ameaça é muito mais urgente, as interpretações estão melhores e os aspectos técnicos não são tão datados (a fotografia está consideravelmente melhor). Infelizmente alguns episódios gastam muito tempo com uma subtrama desinteressante que não adiciona muito à experiência. Se não fosse por isso, seria bem melhor que a 1ª temporada.
Nota 9.0
24 Horas (1ª Temporada)
4.3 146 Assista AgoraEstou reassistindo esta série depois de quase uma década e é impressionante como eu não lembrava de muita coisa e como a evolução do senso crítico permitiu que eu percebesse alguns fatores que passaram batidos na 1ª vez. Enfim, agora inicio minha série de comentários sobre cada temporada de 24 Horas, começando pelo começo:
A 1ª temporada é um ótimo thriller policial e oferece suspense em dose certa desde seu primeiro episódio. O roteiro é sagaz (a forma como ele trabalha com os cliffhangers é ótima), a progressão narrativa é orgânica, o conceito de "cada episódio é uma hora" funciona perfeitamente sem parecer forçado e as atuações no geral estão competentes. Kiefer Sutherland e Dennis Haysbert são os destaques, não só como protagonistas, mas como atores também. O primeiro conseguiu estabelecer o personagem de sua carreira aqui com a urgência e a ferocidade de Jack Bauer, enquanto o segundo oferece um personagem quase idílico que, apesar de ter alguns defeitos, consegue reconhecê-los e tenta consertá-los de todas as formas possíveis. Destaque também para Penny Johnson Jerald e Xander Berkeley com seus personagens ambíguos, e também para Michael Massee e Zach Grenier que oferecem ótimos antagonistas. Sarah Clarke e Carlos Bernard estão operantes, mas não possuem muito para destacarem-se e Elisha Cuthbert, mesmo não sendo boa atriz, consegue sustentar bem sua personagem. Meu único problema com a temporada é a personagem da Leslie Hope. Lá para a segunda metade da temporada, os roteiristas inserem uma subtrama completamente desnecessária que acaba com o potencial dramático de um acontecimento anterior. Não entendi essa escolha. Por fim, algumas menções honrosas para Dennis Hopper, Vicellous Shannon, Daniel Bess, Karina Arroyave, Mia Kirshner e Željko Ivanek.
Balanço geral:
A 1ª temporada de 24 Horas já começa a série muito bem. É claro que, por ter sido lançada pouco antes da "Era de Ouro" das séries de TV, muitos de seus aspectos técnicos já estão um pouco datados. Porém, pelo dinamismo do roteiro, pelas competentes atuações e pelo suspense bem construído, é uma temporada ótima que merece atenção.
Nota 9.0
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraE por fim:
Ep. 6 - The Iron Throne
Seria desonesto afirmar que eu não estava esperando este desfecho medíocre pra série. Desde o início da 7ª temporada (ou talvez até um pouco antes), eu já "cantava essa bola" de que a série teria um fim amargo. E foi isso que ela teve! Não amargo quanto à narrativa, mas sim quanto à qualidade. Eu nem digo que "The Iron Throne" foi o pior episódio de Game of Thrones (esse posto ainda fica pra "The Bells"). Afinal, minhas expectativas estavam tão baixas que devo confessar que podia ter sido pior. Mas sim, na minha opinião o series finale foi o episódio mais entediante e genérico da série até aqui. A morte de uma personagem tão grande quanto Daenerys Targaryen foi talvez a menos impactante da série, inserida em uma cena que não faz o menor sentido se pensar nos episódios anteriores. O destino dos personagens de Jon Snow e Tyrion Lannister foram completamente inverossímeis, já que ambos deveriam ter morrido de acordo com tudo que a série apresentou até ali. Mas é óbvio que a série quis fazer o final mais feliz possível, "exilando" Jon com seus amigos (Tormund e Fantasma) e mantendo Tyrion como Mão do Rei (junto com seu "amigo" Bronn que se tornou o Mestre da Moeda por alguma razão que eu ainda não descobri). Brienne virou Guarda Real e concluiu os dados de Jaime no livro dos cavaleiros (em uma cena breguíssima), Arya virou exploradora depois de uma vida treinando pra absolutamente nada, já que sua jornada foi jogada fora quando desistiu de matar Cersei depois de todos esses anos. Bran se tornando rei porque aparentemente sabe contar histórias (história essa que também não serviu pra nada, já que o Corvo em nada contribuiu para o sucesso ou a queda de seus conterrâneos). Torgo Nudho, os Imaculados e os Dothrakis completamente deixados de lado. Sansa talvez tenha sido a única que teve um desfecho coerente ao seu arco dramático. E, é claro, a típica montagem final mostrando o destino dos personagens que é uma das características mais pobres das novelas. E por fim, toda a destruição chocante da capital de Westeros foi deixada de lado porque os roteiristas tinham que fazer piada com bordéis. è, aparentemente, no fim de tudo, o maior plot twist de Game of Thrones foi que a série terminaria como um total oposto do que ela uma vez já foi: impactante e MEMORÁVEL!!!
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista Agora[spoiler]
Ep. 5 - The Bells:
Definitivamente o pior episódio da série e um dos piores que eu já vi em SÉRIES NO GERAL. Pois é, GoT se supera sempre que a gente não espera, só que dessa vez pro lado negativo. Um episódio que serviu pra desconstruir todos os personagens. Tyrion, talvez um dos personagens mais altruístas após a 4ª temporada, entrega o melhor amigo pra morte na melhor forma Petyr Baelish, sendo que desde a temporada passada ele enxerga tirania excessiva na Daenerys. Jon Snow regride a cada episódio em estupidez. Arya com medo de morrer depois de matar a personificação da Morte no terceiro episódio. Mesmo assim, quase morreu umas três vezes mas pelo visto o HOJE NÃO! é vitalício. Jaime voltando igual um cachorrinho pra Cersei. Se eles iam fazer isso, pra que botar uma cena melosa com a Brienne no episódio anterior? Cersei CHOROSA porque perdeu o Jogo dos Tronos e porque voltou a ver o homem que ela mandou matar (remorso é uma coisa linda). Daenerys matando todo mundo (até aí tudo bem)....... MENOS A CERSEI...... DEPOIS QUE TODOS SE RENDEM... WHAT THE FUCK?!?!?! Frota de Ferro, Companhia Dourada, as Balistas Escorpião... Tudo INUTILIZADO por UM dragão (eu sinceramente não entendi porque ela precisava de um exército). Jaime morrendo pra um Greyjoy depois de ter sobrevivido a uma ENXURRADA de mortos-vivos milenares. Chroma key excessivo (porque aparentemente é muito difícil filmar em locação igual na primeira temporada). A maior vilã da série morrendo soterrada chorando porque "NÃO QUER MORRER". Cersei terminou com a mesma moral que Príncipe Encantado do Shrek. E o cavalinho no final... Será que ele também foi treinado na Casa do Preto e Branco?!?!
MICHAEL BAY, FALA A VERDADE, TU DIRIGIU ESSA PORRA NÉ?
[spoiler]
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraJá fiz comentários sobre os três primeiros episódios e, agora, vamos lá:
Ep. 4 - The Last of the Starks:
Esse episódio me rendeu sentimentos mistos. Ele começa com alguns problemas antigos, como os diálogos cômicos exagerados, a forçada na relação entre Jaime e Brienne, e a inutilidade do Bran. Mas a partir do momento que a galera começa a sair de Winterfell para King's Landing, o episódio melhora. A perda de controle da Daenerys, ao contrário do que muitos dizem, faz total sentido com a caminhada da personagem. Ela sempre precisou de conselheiros para medir suas decisões (que SEMPRE eram inconsequentes). E, agora, ela perdeu Jorah, Missandei, Viserion e Rhaegal. E como se não fosse suficiente, o Trono que ela lutou tanto pra conseguir fica cada vez mais longe de seu alcance. É completamente condizente que ela fique compulsiva (algo que rola desde a temporada passada). Toda a história dos Targaryens serem loucos ou não pelo resultado de uma moeda jogada pelos deuses... Acho que essa foi uma boa virada de roteiro pra sair da pieguice entre Jon e Dany e transformar a história em algo mais cinza, sem ser preto no branco. Tyrion está tentando salvar sua última esperança (mesmo que não confie 100%), já que perdeu todas quando matou Tywin e Shae. Varys, como sempre, tentando salvar o reino, sempre mudando de acordo com as intenções dos aspirantes ao Trono. Arya voltando a ser a Loba Solitária, assim como Nymeria, o que NÃO QUER DIZER que ela abandonou a família. Cersei fantástica entrando no hall de grandes vilões junto com Joffrey, Ramsay e Alto Pardal. O único que pra mim está sendo descaracterizado é Jon Snow, vulgo Aegon VI Targaryen. Desde que ressuscitou, o cara não tem uma única ideia inteligente. Sempre tendo que ser salvo ou sendo capacho de alguém. E a cena dele com o Fantasma foi vergonhosa. No geral, achei o melhor episódio da série DESDE o terceiro da 7ª temporada, The Queen's Justice. Foi um belo respiro depois do desastre que foi o episódio anterior. Comecei o episódio desinteressado e terminei com boas expectativas!
Game of Thrones (8ª Temporada)
3.0 2,2K Assista AgoraEp. 1 - Winterfell:
Episódio interessante de reencontros e revelações, sendo inteligente ao expor a reação da população com a chegada de uma Targaryen ao Norte (algo que a temporada passada falhou muito ao não mostrar). Porém, GoT continua perdendo tempo com cenas bregas e desinteressantes, como aquela que traz Jon e Daenerys voando com seus respectivos dragões e compartilhando um momento romântico perto de uma cachoeira (Aladdin?!?! O Rei Leão?!?!). Episódio morno, mas aceitável para a premiere!
Ep. 2 - A Knight of the Seven Kingdoms:
Uma total perda de tempo, ainda mais agora que temos ciência de que a maioria das despedidas aqui foram um tanto à toa (já que ninguém REALMENTE relevante foi morto no terceiro episódio). Um episódio focado em reencontros e revelações (DE NOVO?!?!) que não mostrou nada de novo, com exceção da nomeação de Brienne.
Ep. 3 - The Long Night:
Um completo desserviço a quem acompanha a série desde a primeira cena, em que os White Walkers aparecem depois de séculos como um grupo de demônios de gelo extremamente ameaçadores que desmembram seres humanos e fazem símbolos com seus corpos na neve. Mas não: atualmente os White Walkers eram nada mais nada menos do que um grupo lerdo de mortos-vivos que foram mortos por uma personagem que NUNCA havia se encontrado ou até ouvido falar dessas criaturas e que, mesmo assim, consegue atravessar um grupo de Walkers generais só porque teve treinamento para matar HUMANOS. O episódio se salva do completo desastre, já que tem uma ou outra cena um pouco mais inspirada e COMPREENSÍVEL da batalha, já que todo o resto é mergulhado em uma escuridão tão profunda que seria necessário assistir esse episódio no cinema pra ter uma real experiência.
Mad Men (1ª Temporada)
4.4 346 Assista AgoraComecei a assistir agora e os dois primeiros episódios (os únicos que eu vi) são do jeito que toda série desse calibre precisa começar: apresentando os personagens, suas aspirações e seus conflitos já no primeiro episódio pra, no segundo, usar isso pra desenvolver coadjuvantes e as tramas e sub-tramas desse mundo APARENTEMENTE trivial. A forma como a série aborda o machismo e o cinismo crônicos dos "homens de negócios" é fantástica. E não poderia pedir mais: uma série que já me alcança nos dois primeiros episódios a ponto de eu já querer comentar aqui é uma pérola, ainda mais no cenário de séries mais recentes que é completamente inconstante.
Game of Thrones (6ª Temporada)
4.6 1,6KPessoal falando que é a melhor temporada. Acabei de reassistir e vejo que pegam mais os dois últimos episódios que realmente são ótimos. Mas vamos pegar alguns núcleos:
- Arya: a única coisa que aconteceu com ela na temporada foi ter decidido deixar a Ordem. O número de cenas que ela teve foi bem desnecessário e talvez isso já pudesse ser resolvido na temporada anterior.
- Bran: deveriam ter focado mais no treinamento dele ao invés de já ter o ataque na metade da temporada. Praticamente nada acontece com ele depois do ataque.
-Daenerys: pra mim a principal problemática da série. A questão com os Dothrakis serviu pra ela aumentar o exército mas me pareceu que eles botavam cenas curtinhas dela pra enrolar. Também houve muita ceninha desnecessária do Tyrion com os outros em Meereen. E toda aquela trama dos mestre financiadores dos Filhos da Harpia foi muito boa, mas já podia ter rolado na 5ª temporada. E outra: essa coisa de ficar tendo que lembrar a Daenerys toda hora de balancear a forma de governo já tá enchendo o saco. E na 7ª continua isso. Será que ninguém enxerga que ela nunca vai ser boa rainha?
- King's Landing (Porto Real): foi uma boa trama, mas assim como com a Daenerys, acho que eles reduziram demais as cenas da Cersei, que tinha muito mais potencial nessa temporada. Pelo menos, no final, se redime.
- Dorne: entraram gritando e deram chá de sumiço pra depois ter alguma utilidade. Horrível!
O núcleo realmente bem trabalhado aqui foi o do Norte. E, quase me esquecendo, gostei do pequeno núcleo dos Greyjoys também.
House of Cards (1ª Temporada)
4.5 611 Assista AgoraÉ impressionante como a primeira temporada consegue ser a mais fechadinha da série (isso não é nenhum desmerecimento às outras). E isso é algo que poucos inícios de série conseguem alcançar. Mesmo sendo a temporada mais fria (já que foca mais em apresentar as situações e personagens, ao estilo Game of Thrones), House of Cards é uma série que já começa com o pé na porta com dois episódios fantásticos de autoria de David Fincher e que conta com um roteiro impecável, sem tratar o público como idiota, o que é sempre ótimo!
The Walking Dead (5ª Temporada)
4.2 1,4K Assista AgoraDepois de uma temporada mediana, The Walking Dead voltou com os dois pés na porta. Começando com um dos episódios mais frenéticos da série ATÉ HOJE, a 5ª temporada é excepcional em QUASE todos os aspectos. Vemos aqui Rick e seu grupo reunidos novamente depois da destruição da prisão tendo que enfrentar os falsos receptores do Terminus, um pátio ferroviário prometido como um porto seguro. E, no decorrer dos episódios, vemos os protagonistas mais uma vez a esmo na estrada, enfrentando os mortos, a fome, a sede e seus próprios demônios internos, enquanto também procuram por Beth. Mas nem tudo está perdido, já que um homem chamado Aaron tem algo muito cobiçado a oferecer.
Essa é possivelmente a temporada mais crua e violenta da série até hoje. Iniciando-se com o sensacional episódio "No Sanctuary" (um dos melhores da série), a temporada dá a guinada que a 4ª não deu. E isso é perceptível quando, ao analisar cada episódio, você vê que nenhum está ali só pra completar tabela. Todos estão ali por um motivo, seja pra desenvolver da melhor maneira seus personagens, seja pra colocar vários obstáculos em seus caminhos, ou seja pra fazer as duas coisas. É aqui também que o elenco mais se entrega, trazendo performances monstruosas de Andrew Lincoln (que aqui se admite como um anti-herói), Melissa McBride, Lauren Cohan e Norman Reedus. Contando com o melhor season finale da série até hoje, só há uma coisa que me incomodou durante a temporada e que impede que ela supere a 2ª como a melhor da série: a trama de Atlanta. Ela soa como uma interrupção daquela trajetória pós-Terminus. Não é à toa que os únicos objetivos dela são a inserção do personagem Noah (mal utilizado) e a explicação do paradeiro de Beth. Tanto é que o único episódio dessa trama que eu gosto é o que mais se distancia do hospital, que é o episódio "Consumed" focado em Daryl e Carol. Enquanto a temporada possui o melhor season finale, possui também o mid-season mais fraco.
Mesmo assim, esse defeito não danifica tanto a temporada, que faz The Walking Dead voltar a ser como era nas duas primeiras. E isso se mantém na 6ª... Bom, até a 6ª, infelizmente!!!
The Walking Dead (4ª Temporada)
4.1 1,6K Assista AgoraDesde que comecei a reassistir a série do início, um fator me desanimava um bocado: chegar às temporadas ruins. E sim, esta 4ª estava inclusa! Porém, quando mudei de opinião sobre a 3ª temporada, considerando-a boa ao invés de fraca como na primeira vez, tive um fio de esperança de gostar mais dessa, temporada que pra mim sempre foi terrível. E não é que eu estava certo?!?! Acabei de reassisti-la agora e devo reconhecer: a temporada é bem fraca. Porém está longe de ser horrorosa como me lembrava. A história acompanha o grupo de Rick, bem maior depois de algumas semanas, vivendo "civilizadamente" na prisão, constituindo um conselho, tarefas, plantações, criação de animais, etc. Enquanto isso, Michonne continua suas rondas à procura do Governador. Diferente das temporadas anteriores que tinham apenas um hiato em suas metades, essa é claramente dividida ao meio. A 1ª metade é terrível! Muitos acontecimentos acabam não gerando nenhuma consequência de peso, alguns personagens só estão ali por blefe e alguns episódios são realmente desnecessários (Dead Weight). Porém, o episódio 8 abre uma segunda metade com muitas possibilidades, mas que acaba ficando subaproveitada por uma mania irritante que a série adotaria daqui pra frente: separar os personagens e fazer cada episódio focar em um núcleo apenas, sacrificando aquele dinamismo que as outras planejavam tão bem. Mas nessa temporada, isso só atrapalha em determinados episódios (Still e Alone), enquanto a maioria se sai bem com o papel de desenvolver os personagens e suas relações (até mesmo os mais obscuros como Daryl, Michonne, Bob e Lizzie). Apesar do roteiro ser fraco na maioria das vezes, não posso dizer o mesmo sobre o aspecto audiovisual da série. A fotografia agora não apenas dá aquela estilização setentista que já era boa; ela também traduz alguns sentimentos mútuos, como em algumas cenas que vemos uma paisagem iluminada, bonita e até mesmo (pasmem!) colorida enquanto os sobreviventes depositam suas esperanças em um novo santuário. Da mesma forma, quando certo personagem caminha, psicologicamente perdido pela estrada, tudo em tela é mergulhado num cinza triste. Já no aspecto sonoro, a temporada é bem mais musical do que suas antecessoras, oferecendo algumas introduções ou conclusões de episódios com músicas não originais que refletem perfeitamente a melancolia ou o otimismo de alguns personagens. Enfim... Temporada mais fraca até então, mas não chega a ser ruim. Apenas um potencial perdido!!!
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9KRepresentando uma pequena queda em relação às temporadas anteriores, a 3ª de The Walking Dead ainda mantém a boa qualidade, embora não o mesmo nível. Aqui, começamos alguns meses após o término da anterior, com Rick e seu grupo vasculhando estradas e florestas em busca de suprimentos quando acabam dando de cara com uma prisão infestada por zumbis. Após limpá-la, eles a tomam como seu novo santuário, mas aos poucos vão descobrindo a existência de Woodbury, um vilarejo com dezenas de pessoas liderado pelo Governador, um homem misterioso que esconde segredos sombrios. A partir daqui, a série começa uma nova fase, que eu gosto de chamar de "Fear the Living", em que o grupo de Rick começa a enfrentar problemas com outros assentamentos. A primeira metade da temporada é boa, contando com episódios mais violentos e surpreendentes. Já a segunda metade seria perfeita não fosse o terrível último episódio, que é disparado o maior ponto fraco da série. No geral, o elenco continua competente e confortável, a fotografia continua belíssima e remetente à década de 70, e o roteiro falha às vezes mas não o suficiente pra comprometer a temporada. A partir da próxima, as coisas mudam de figura!!!
The Walking Dead (2ª Temporada)
4.2 2,3K Assista AgoraAcredito que todas as séries longas possuem uma temporada que as define. É o caso da 2ª de The Walking Dead. Foi minha favorita na primeira vez em que assisti, continua beirando o impecável nessa revisita. Temporada de ritmo lento, essa obra-prima da TV moderna mostra que exemplares sobre epidemias e zumbis não precisam ser enxurrados de ação incessante. Aqui, acompanhamos os conflitos internos dentro do grupo principal (liderado por Rick) depois do mesmo escapar de Atlanta e encontrar uma fazenda protegida após uma busca falha no meio da floresta. Além dos conflitos internos, temos também a rivalidade de liderança entre Rick e o dono da fazenda, Hershel, homens opostos embora com as mesmas finalidades. Esse é o ápice do elenco e do roteiro da série: personagens milimetricamente desenvolvidos, cenas divisoras de águas durante toda a temporada, discussões morais, existenciais e até mesmo teológicas... Tudo muito bem planejado. Geralmente, vejo pessoas reclamando da temporada ser lenta. Às vezes, eu acho que o povo se preocupa mais com o descompromisso do que com a compreensão dos temas e personagens de uma obra. E, por isso, não me surpreende que a série esteja como está em sua 8ª temporada: rasa, repetitiva e vazia como uma bexiga cheia. A 2ª temporada é The Walking Dead em seu melhor!!!
13 Reasons Why (2ª Temporada)
3.2 587 Assista AgoraDevo admitir que não pretendia assistir a esta temporada já que não tinha gostado da 1ª e achava desnecessária uma continuação de uma história que já entregou o que devia nos 13 primeiros episódios. Porém, depois que saiu o trailer, resolvi dar uma segunda chance e acabou que achei bem superior à 1ª em (quase) todos os aspectos. Primeiramente, vamos falar sobre o que muitos estão reclamando aqui: o ritmo da série. Eu achei essa temporada bem melhor desenvolvida e relevante do que a outra. Na 1ª, a série gastava uma hora com cada motivo, sendo que a maioria poderia ser desenvolvida em 5 minutos. Aqui não! Temos a trama do tribunal (que é o que define a divisão de episódios agora), temos a trama da investigação do grupo apoiador da Hannah, temos a subtrama do Tyler... Ou seja, muito mais assunto pra encorpar episódios longos do que depoimentos de uma suicida + as reações dos ouvintes. Gostei de algumas amizades que foram rolando (apesar de muitas vezes acabar caindo na pieguice). Gostei da série mostrar mais sobre a Hannah, um outro lado, um lado mais falho, porém não acusativo (embora tenha sim alguns furos de roteiro). E eu gostei daquele modelo Rashomon que fizeram de mostrar imagens que identificavam o que a testemunha estava dizendo e não o que realmente aconteceu (como no episódio 11). Sobre as interpretações, a maioria dos atores continua limitada, mas alguns conseguem entregar bem, como Dylan Minnette e Christian Navarro. O roteiro continua fraco mas se torna mais engajante. Eu acho que o objetivo da série agora é retratar todos os problemas do Ensino Médio norte-americano, sendo a 1ª temporada sobre depressão, a 2ª sobre o abuso sexual e a futura 3ª sobre atentados. Acho uma nova temporada desnecessária? Com certeza! Porém, se eu queimei UM POUCO a língua com essa, quem sabe a próxima não seja até melhor?!?!?!