Bom documentário que deixa como lição que as autoridades nunca devem subestimar o tamanho que caos pode atingir nesse tipo de evento.
Também serviu pra mostrar como o ser humano se torna um animal irracional em determinadas situações e o poder do efeito manada em torcedores alucinados pelo álcool e drogas.
O filme é ruim em vários aspectos. Pra começar o pretexto para o casal se reencontrar na viagem é forçado e inverossímil demais até para esse tipo de comédia barata. Além disso temos as várias subtramas patéticas e caricatas envolvendo os filhos do casal.
A representação exótica da África e dos africanos como abobalhados em cenários artificiais é de dar vergonha alheia, se um filme desses fosse hoje em dia já seria motivo de cancelamento sumário para todos os envolvidos.
De positivo a interação entre Sandler e Barrymore ainda rende alguns bons momentos. Pelas várias parcerias anteriores os dois já demonstram certa intimidade, permitindo inclusive que as improvisações entre eles funcionem bem nas cenas.
Mas isso não é suficiente pra salvar o filme, que conta com enredo, cenografia e encenações medíocres. Esperar um filme inteligente vindo do Adam Sandler todos sabemos que seria pedir muito, mas esse aí abusou bastante da boa vontade do público.
O enredo é interessante quando aborda a inevitável chegada da morte de uma forma mais leve e descontraída. Mais do que realizar desejos materiais a lista de desejos tinha como objetivo promover acertos de contas mal resolvidos com o passado de cada moribundo antes do "game over".
Existe também uma boa sintonia entre Jack Nicholson e Morgan Freeman que estão bem a vontade e parecem se divertir em seus papéis. E cada um que assiste acaba fazendo sua própria lista imaginária com metas que ainda pretende atingir antes do apito final (em geral menos extravagantes do que a lista do Edward Cole).
Não é a comédia clássica que se espera inicialmente, mas é um bom filme dentro de sua proposta. Na realidade é uma "dramédia" e se for assistida com o olhar certo vai servir para despertar algumas boas reflexões sobre o que realmente merece ser valorizado durante nosso escasso tempo de vida.
O filme tem um início promissor mostrando uma continuação direta da história anterior, com a contaminação se espalhando e levando caos para a cidade através da água contaminada. O personagem do policial Wilson também retorna para fazer as devidas conexões entre os dois filmes.
O problema é que tecnicamente as cenas mais violentas e sangrentas tem menos qualidade do que visto anteriormente. O filme também perde muito tempo com algumas subtramas colegiais bobas e irrelevantes.
Assim praticamente só a última meia hora realmente presta com algumas cenas de gore repugnantes e com certa dose de humor negro, que trouxeram a essência trash do filme de 1997. As animações vistas no início e no final são divertidas e também úteis ao enredo.
No geral não é uma sequência tão desastrosa e mesmo não sendo tão inspirada como o original ainda tem seus bons momentos, deixando caminho aberto para novas continuações. Era uma franquia que tinha potencial, pena que foi tão mal conduzida...
Apesar de uma breve referência aos acontecimentos vistos na história anterior é uma continuação que não tem tanta relação com o primeiro filme.
O filme de 1997 tinha uma proposta mais descompromissada e não havia muita tentativa de explicação. Era só uma cobra gigante devorando os invasores que apareciam pela frente e pronto! Talvez por isso parecesse mais divertido, os ataques da anaconda eram mais frequentes e as mortes mais criativas e violentas. É bem frustrante quando a maioria do elenco fica vivo no final de um filme desses...
Por outro lado, visivelmente os efeitos de CGI agora estão mais bem acabados e realistas, pena que com isso descartaram os efeitos animatrônicos que sempre davam um charme nestas produções.
O enredo envolvendo a orquídea imortal é meio forçado mas pelo menos oferece um bom pretexto para a expedição e funciona bem dentro da trama, dando até uma explicação coerente para o tamanho anormal das cobras.
No fim das contas é uma continuação satisfatória que diverte e soube manter a essência do filme original.
Não é um filme memorável mas tenta dar uma resumida básica sobre a trajetória do Al Capone. Mostrando desde a fase inicial da carreira quando ele se associou aos grandes mafiosos graças à sua ambição e brutalidade, até sua queda quando foi preso em Alcatraz por sonegação fiscal e ainda teve sua sanidade ainda mais comprometida devido à sífilis.
Considerando o baixo orçamento do filme, o resultado até que não é tão desastroso. A cenografia, figurinos e locações retratando a década de 20 são realistas, dando uma ideia aproximada do caos que tomou conta de Chicago na época da Lei Seca.
O elenco também não decepciona, principalmente o Ben Gazzara que soube incorporar o famoso gangster psicopata, dizem inclusive que nos bastidores ele também deu uma pirada no estilo Capone.
O filme ainda tem o atrativo de trazer Sylvester Stallone em sua primeira aparição de destaque no cinema. Mesmo com um papel secundário de capanga e sucessor do Capone ele já mostrava afinidade com esse tipo de personagem violento e de poucas palavras.
É o tipo de filme que exige atenção ao contexto para ser devidamente apreciado. Inicialmente parece irreal e absurdo que o tal minerador sobreviva aos mais variados tipos de ataques nazistas sem sofrer grandes danos, mas quando se compreende o simbolismo por trás disto tudo faz mais sentido.
No começo do filme já somos informados sobre a palavra "sisu", que não teria tradução exata mas significa uma mistura de coragem e determinação diante de enormes dificuldades. A partir daí surge o personagem do minerador que seria a representação humana de tudo isso, um símbolo resistência imortal.
Então todos os absurdos vistos durante o filme se sustentam nesta metáfora. E tendo isso em mente o filme agrada, as cenas de ação são bem produzidas com bastante violência gráfica e os diálogos são praticamente desnecessários, já que o roteiro é bem linear e simplório para ser entendido sem esforço.
Com um enredo melancólico, entediante e previsível o filme deixa uma sensação de ser uma versão de "Clube dos Cinco" da Shopee. Ficamos o tempo todo esperando algo que surpreendesse ou tirasse o filme do marasmo mas esse momento nunca chega.
O filme é só um amontoado de clichês natalinos com personagens fracassados se unindo em busca de alguma redenção. Falhando em tudo que se propõe, é um filme que como comédia não diverte e como drama é inexpressivo.
Ganha uma estrela só pela piada sobre qual olho do vesgo devemos focar durante uma conversa, dilema que sempre me intrigou pessoalmente. Tirando isso é uma total perda de tempo.
O documentário faz o caso parecer foi mais complexo do que realmente foi.
Desde o início o depoimento da menina já parecia confuso e contraditório, ainda mais com as imagens das câmeras que desmentiram tudo o que ela tinha dito. Então era só questão de tempo e insistência da polícia para a verdade vir à tona.
E se no começo já tivessem a iniciativa de conseguir logo o mandado para investigar o celular dela o documentário só duraria uns 10 minutos...
Filme inspirado no bizarro caso real do roubo do caixão do Chaplin ocorrido na Suíça em março de 1978. Na ocasião dois ladrões desenterraram o caixão para forçar a viúva de Chaplin, Oona, a pagar 400 mil libras de resgate.
A premissa era boa para uma comédia mas a produção amadora não soube se aproveitar disso. O filme é um show de horrores principalmente pelos diálogos inúteis que tentam ser engraçados mas só conseguem ser constrangedores. A atuação é de nível amador daquelas que dão vergonha alheia, na maior parte do tempo parece que estamos vendo uma peça de teatro mal ensaiada.
Além de tudo o roteiro é uma bagunça, a história é mal contada e cheia de subtramas desconexas e personagens irrelevantes. E o pior de tudo é ser uma comédia incapaz de tirar qualquer risada do início ao final do filme.
Esse é um filme que poderia ter feito o Chaplin ter se revirado de vergonha no seu túmulo saqueado...
O filme que foi massacrado pela crítica no lançamento atualmente é visto com mais boa vontade pelo público e se tornou praticamente um clássico cult.
Os efeitos gráficos são razoáveis misturando efeitos práticos com um CGI precário mas aceitável para ano de 1997. A cobra animatrônica é bem feita e ameaçadora, chamando a atenção em todas as cenas onde ela aparece.
O roteiro não é dos mais inteligentes mas é bem estruturado usando como premissa a filmagem de um documentário na Amazônia. O elenco é renomado trazendo nomes como: Jennifer Lopez, Ice Cube, Jon Voight, Eric Stoltz e Owen Wilson. Mas sem dúvidas o personagem mais marcante é o vilão insano vivido pelo veterano John Voight que é responsável por algumas boas reviravoltas e tem uma morte satisfatoriamente violenta no final.
Apesar das críticas ruins esse é um filme que tem seu valor histórico e que graças ao seu sucesso de bilheteria foi responsável por ter dado um fôlego novo ao gênero dos animais gigantes, que andava meio esquecido.
Curiosidade: Durante o filme, o personagem de Ice Cube é visto o tempo todo com uma câmera registrando o documentário e suas experiências na expedição. Dez anos após o lançamento do filme, o músico e ator lançou seu próprio corte intitulado "Iced Anaconda", um curta de dez minutos com suas gravações. A revista Empire chegou a elogiar a produção, chamando-a de "o melhor filme de cobra desde Anaconda."
A maioria dos casos não são tão impactantes nem intrigantes, são em geral casos de homicídios comuns que acontecem aos montes em qualquer cidade grande..
A motivação da maioria dos crimes não fica bem esclarecida e nem buscam entrevistar os criminosos para obter alguma informação inédita e reveladora sobre os casos.
Então em comparação a outras séries sobre True Crimes da própria Netflix essa não empolga tanto, mas quebra o galho e vai servir de bom passatempo para quem curte esse gênero.
O filme presta uma bela homenagem aos clássicos do gênero. O enredo baseado na premissa de um vírus "devorador de gente" permite que se crie uma atmosfera que vai escalando o caos gradativamente e de forma imprevisível.
Apesar de algumas lacunas a história é bem estruturada com humor e suspense sendo dosados corretamente para que o filme não perdesse sua essência, caindo no trash descarado. Um exemplo de sarcasmo bem utilizado é a parte do velho "racista" que tem um plot twist genial!
Tecnicamente o filme também não decepciona, as cenas mais sangrentas são bem produzidas apesar do baixo orçamento, o que valoriza ainda mais o impacto causado pelo bom uso dos efeitos práticos.
O único ponto que deixa a desejar é que poderiam ter desenvolvido melhor as origens do vírus. Mas provavelmente já tinham em mente explorar isso nas sequências, como que de fato aconteceu. Além disso depois da pandemia chega a dar agonia assistir os personagens tentando lidar com um vírus mortal e contagioso da forma mais estúpida possível...
Por incrível que pareça a ideia mirabolante desta comédia foi inspirada em fatos reais. Em 1992 foram lançados uma série de artigos investigativos escritos pela repórter Shann Jones, que trabalhava para o San Francisco Chronicle, sobre sua experiência como estudante disfarçada na George Washington High School de São Francisco. A intenção era investigar o impacto negativo dos cortes no financiamento escolar da Califórnia.
Causa uma certa estranheza e parece até meio patética a opção da direção em ter que fazer a personagem de Drew Barrymore se comportar quase como uma débil mental quando era adolescente para que ela pudesse enfrentar seus fantasmas antigos e alcançar a redenção no final. Poderiam ter pensado em formas mais criativas para que a personagem tivesse um pretexto de fazer seus acertos de contas com o passado sem parecer tão caricato.
Mesmo com seus problemas é um passatempo razoável, se salva pela bela trilha sonora com grandes hits da época e por passar algumas mensagens importantes sobre aceitação, autoconhecimento e dar valor ao que realmente importa sem medo de julgamentos.
O filme até cria uma atmosfera de suspense inicial trazendo a questão da maldição das bruxas e o ambiente isolado mas falha ao não se aprofundar no tema e deixar muita coisa mal explicada pelo caminho.
Tecnicamente o filme tem alguns efeitos até razoáveis mas no geral não chegam a impressionar e ficam longe de assustar.
Existem várias referências à pandemia de Covid que deixam o filme ainda mais bagunçado. Pela falta de coerência dá a impressão que alguém estava entediado e simplesmente jogou uma ideia no ChatGpt durante a quarentena e usou o resultado como roteiro...
Esse é um formato que acaba valorizando muito mais as alianças do que o esforço individual dos participantes. Com isso ficamos com uma sensação de que nem sempre os mais merecedores são premiados e sim os mais manipuladores.
Outro ponto questionável foi como foram escolhidos os 3 finalistas, a dinâmica baseada simplesmente em votos é frustrante, deveriam ter algum tipo de prova individual para complementar o processo.
No final é um experimento diferente da maioria dos realities do gênero, por valorizar mais as relações interpessoais do que desempenhos individuais. Se fizerem alguns ajustes nas regras as próximas temporadas podem melhorar.
A animação é bem fiel aos desenhos clássicos e dos quadrinhos, então para quem já tem uma referência dos personagens vai aproveitar ainda mais o filme.
Pena que a estrutura do filme é meio irregular. A jornada do Charlie Brown é bem mais interessante do que os momentos em que o Snoopy aparece, que são chatos e quebram o ritmo da história.
No final os perrengues do Charlie Brown ainda servem pra deixar mensagens sobre amizade, persistência e de se manter a essência acima de tudo.
Esse filme se tornou um clássico e chocou muita gente ao retratar pela primeira vez no cinema o drama dos sobreviventes do acidente acorrido em 1972, quando o voo que levava um time de rugby uruguaio caiu montanhas congeladas dos Andes. Apenas 16 dos 45 passageiros sobreviveram ao fim de 72 dias de isolamento e neste período tiveram que recorrer até ao canibalismo para se manterem vivos.
Com uma excelente cinematografia destacando a Cordilheira dos Andes o filme traz todos os principais fatos sobre o acidente. Desde a impactante cena inicial com a queda do avião até os dilemas que o grupo teve que enfrentar durante os 70 dias de isolamento, inclusive a polêmica parte do canibalismo.
De negativo podemos citar o excesso de baboseiras religiosas que incomodam ao longo do filme, com direito até a uma patética conversão de agnóstico. O final apressado também não agrada, não é mostrado como os sobreviventes fizeram contato com os moradores locais e alertaram as autoridades durante a última expedição. Fato que foi devidamente esclarecido na versão de 2024.
No geral é um filme bem produzido, mesmo com seus problemas consegue fazer um relato bem intencionado e nos dar uma noção do que realmente aconteceu durante aqueles 72 dias agoniantes.
Mas é impossível não fazer uma comparação com o recente "A Sociedade da Neve" e neste ponto é inegável que a nova versão é muito mais bem conduzida e realista em todos os aspectos, podendo ser considerada a versão definitiva do famoso "Milagre dos Andes".
O principal atrativo do filme é usar o sarcasmo para fazer uma crítica social necessária sobre como esse discurso de diversidade e inclusão vem sendo cada dia mais banalizado e usado de forma oportunista pela mídia. E como os próprios negros não percebem como essa abordagem na maioria das vezes é feita de forma superficial e pouco acrescenta na luta objetiva contra o preconceito.
O filme é muito certeiro quando mostra que essas histórias de superação geralmente só parecem atender a um tipo de fetiche, ao serem úteis para que brancos aplaudam e aliviem algum peso na consciência.
É genial também a metáfora do Johnnie Walker, sugerindo que geralmente a maioria das pessoas não quer se comprometer em se aprofundar nos temas controversos, se contentando apenas em arranhar a superfície.
Entre tantos acertos o ponto mais negativo fica por conta do desfecho, com uma inserção de metalinguagem desnecessária e inútil dentro da estrutura do filme.
O filme foi o ganhador do Oscar de melhor filme internacional em 2021.
A premissa é bem instigante, pois a princípio faz sentido a ideia de que o ser humano teria um déficit natural de álcool no organismo e precisaria repor essa quantidade para atingir sua melhor "versão social". Neste nível a pessoa ficaria mais criativa, desinibida e carismática graças a simples gole a mais diariamente.
O problema é que o álcool é traiçoeiro e o vício faz estragos quando as doses baixas propostas no experimento passam a não satisfazer mais as cobaias.
E essa preocupação em não banalizar o alcoolismo e querer deixar uma mensagem moralista de alerta sobre o assunto acabam prejudicando o filme, que começa de uma forma leve e cômica mas vai se tornando mais sombrio e chato ao longo do tempo.
Então apesar de trazer questões reflexivas e até filosóficas o filme não consegue manter o interesse e aos poucos vai perdendo o fôlego ao longo do caminho. E piora com um desfecho incoerente e meio psicodélico que não oferece uma conclusão inteligente nem mesmo irônica como se esperava inicialmente. Ou seja, o filme agrada no começo mas termina em clima de ressaca...
Considerado obra prima por alguns e superestimado por outros, o filme foi indicado a nove Oscars e ganhou cinco: Melhor Filme, Melhor Diretor por Cimino, Melhor Ator Coadjuvante por Walken, Melhor Som e Melhor Edição de Filme.
É inegável se tratar de um filme tedioso e que ao longo de suas 3 horas fica longe de atingir a grandiosidade ou profundidade que se propôs. A história é arrastada, sem coesão e com personagens coadjuvantes pouco desenvolvidos e mal aproveitados na trama central. Tudo isso dá ao filme um aspecto confuso como se a direção estivesse sem rumo e não soubesse o que fazer com a premissa que tinham.
O filme é muito lembrado pelas cenas brutais da roleta russa que supostamente seriam usadas pelos vietcongues com prisioneiros de guerra. Na época do lançamento esse ponto foi bastante criticado como sendo artificial e irrealista, uma vez que não houve casos documentados de uso de roleta russa na Guerra do Vietnã.
Apesar de fantasioso esse é um aspecto que traz um certo simbolismo que combina com a mensagem que o filme carrega. Afinal a própria guerra é vista como um tipo de roleta russa onde soldados se jogam em uma situação insanamente violenta, podendo ser aleatoriamente abatidos a qualquer momento.
Sobre a retratação da guerra do Vietnã a produção se vale daquela velha fórmula míope Hollywoodiana de tratar os adversários como vilões malvados sempre dispostos a destruir os pobres e inocentes americanos que só estão ali pelo bem da humanidade. Patriotada descarada que hoje em dia parece ridícula mas que foi o "padrão ouro" dos filmes de guerra americanos durante décadas.
Em última análise é um filme com muito mais defeitos do que qualidades, chega a ser incompreensível que tenha conseguido tanta notoriedade a ponto de ser considerado um clássico...
O documentário é muito esclarecedor, trazendo várias informações pouco divulgadas sobre o assunto.
É interessante saber que microbiota intestinal age no processo da obesidade e como desde o parto o organismo já é "contaminado" por essas bactérias que vão influenciar a saúde da pessoa pelo resto da vida.
Apesar de todo o tabu envolvido, no futuro o transplante de fezes poderá ser a resposta para muitas questões de saúde que hoje são tratadas com terapias muito mais complexas e pouco eficientes.
O filme está acima das expectativas para um slasher, principalmente pela premissa criativa e bem estruturada e também pelos efeitos gráficos que surpreendem até hoje pela qualidade.
A escalada no clima de tensão também é bem construída ao longo da trama e o contexto das figuras de cera favorece o uso dos bons efeitos práticos que causam bastante impacto se tornando marcantes na memória de quem assiste ao filme.
Algumas conveniências de roteiro incomodam, como a motivação fraca para os irmãos continuarem a fazer as "esculturas" só porque a mãe fazia e a inverossímil situação onde mesmo com dezenas de pessoas sumindo na região as autoridades não tivessem tido a preocupação de investigar aquela cidade nas redondezas.
Mas isso não tira os méritos do filme, que envelheceu bem e mesmo com seus quase 20 anos ainda se mostra eficiente como um bom slasher adolescente. Inclusive valeria a pena uma sequência se a ideia fosse bem trabalhada, já que deixaram um gancho pronto no final para isso.
Por mais controverso que tenha sido, esse foi um experimento aparentemente bem intencionado. Tudo indica que a pesquisa tinha como objetivo entender melhor até que ponto o ambiente e a criação causariam mais impacto no comportamento de uma pessoa do que apenas sua herança genética.
Qualquer pesquisa comportamental envolvendo crianças já seria naturalmente alvo de críticas, mas por tudo que foi mostrado parece que existe um exagero em como associaram os danos psicológicos relatados pelos gêmeos com o fato de terem sido adotados por famílias diferentes.
Afinal é bastante comum e não existem leis contra se colocar irmãos (gêmeos ou não) em famílias adotivas diferentes e nunca houve indícios de que isso causasse danos mentais nos adotados.
Por isso foi uma decisão acertada os pesquisadores escolherem gêmeos entregues para a adoção para o experimento, pois já existiria uma grande probabilidade de eles serem adotados por pais diferentes e nunca mais se reencontrassem durante a vida. Não parece que eles tenham sido separados intencionalmente para a pesquisa, apenas foram acompanhados após o processo de adoção para a coleta de dados. E o resultado da pesquisa não foi publicado antes para não expor os participantes.
Então a menos que surjam provas de que houve má fé dos cientistas na condução da pesquisa, não existem elementos que confirmem que a experiência causou danos psicológicos aos gêmeos, nem que causaria danos em irmãos adotados que não fossem gêmeos.
De qualquer forma, como foi dito no documentário, esse foi um experimento que nunca havia sido feito e provavelmente não será repetido. Por isso seria tão importante que se tivesse acesso irrestrito aos dados do estudo, afinal ainda que tenham sido obtidos de forma polêmica eles poderiam fornecer informações valiosas sobre vários aspectos da psicologia comportamental e do comportamento humano.
A Final: Caos em Wembley
3.5 9Bom documentário que deixa como lição que as autoridades nunca devem subestimar o tamanho que caos pode atingir nesse tipo de evento.
Também serviu pra mostrar como o ser humano se torna um animal irracional em determinadas situações e o poder do efeito manada em torcedores alucinados pelo álcool e drogas.
Juntos e Misturados
3.5 1,1K Assista AgoraO filme é ruim em vários aspectos. Pra começar o pretexto para o casal se reencontrar na viagem é forçado e inverossímil demais até para esse tipo de comédia barata. Além disso temos as várias subtramas patéticas e caricatas envolvendo os filhos do casal.
A representação exótica da África e dos africanos como abobalhados em cenários artificiais é de dar vergonha alheia, se um filme desses fosse hoje em dia já seria motivo de cancelamento sumário para todos os envolvidos.
De positivo a interação entre Sandler e Barrymore ainda rende alguns bons momentos. Pelas várias parcerias anteriores os dois já demonstram certa intimidade, permitindo inclusive que as improvisações entre eles funcionem bem nas cenas.
Mas isso não é suficiente pra salvar o filme, que conta com enredo, cenografia e encenações medíocres. Esperar um filme inteligente vindo do Adam Sandler todos sabemos que seria pedir muito, mas esse aí abusou bastante da boa vontade do público.
Antes de Partir
4.0 1,3K Assista AgoraO enredo é interessante quando aborda a inevitável chegada da morte de uma forma mais leve e descontraída. Mais do que realizar desejos materiais a lista de desejos tinha como objetivo promover acertos de contas mal resolvidos com o passado de cada moribundo antes do "game over".
Existe também uma boa sintonia entre Jack Nicholson e Morgan Freeman que estão bem a vontade e parecem se divertir em seus papéis. E cada um que assiste acaba fazendo sua própria lista imaginária com metas que ainda pretende atingir antes do apito final (em geral menos extravagantes do que a lista do Edward Cole).
Não é a comédia clássica que se espera inicialmente, mas é um bom filme dentro de sua proposta. Na realidade é uma "dramédia" e se for assistida com o olhar certo vai servir para despertar algumas boas reflexões sobre o que realmente merece ser valorizado durante nosso escasso tempo de vida.
Cabana do Inferno 2
2.0 241O filme tem um início promissor mostrando uma continuação direta da história anterior, com a contaminação se espalhando e levando caos para a cidade através da água contaminada. O personagem do policial Wilson também retorna para fazer as devidas conexões entre os dois filmes.
O problema é que tecnicamente as cenas mais violentas e sangrentas tem menos qualidade do que visto anteriormente. O filme também perde muito tempo com algumas subtramas colegiais bobas e irrelevantes.
Assim praticamente só a última meia hora realmente presta com algumas cenas de gore repugnantes e com certa dose de humor negro, que trouxeram a essência trash do filme de 1997. As animações vistas no início e no final são divertidas e também úteis ao enredo.
No geral não é uma sequência tão desastrosa e mesmo não sendo tão inspirada como o original ainda tem seus bons momentos, deixando caminho aberto para novas continuações. Era uma franquia que tinha potencial, pena que foi tão mal conduzida...
Anaconda 2: A Caçada pela Orquídea Sangrenta
2.3 416 Assista AgoraApesar de uma breve referência aos acontecimentos vistos na história anterior é uma continuação que não tem tanta relação com o primeiro filme.
O filme de 1997 tinha uma proposta mais descompromissada e não havia muita tentativa de explicação. Era só uma cobra gigante devorando os invasores que apareciam pela frente e pronto! Talvez por isso parecesse mais divertido, os ataques da anaconda eram mais frequentes e as mortes mais criativas e violentas. É bem frustrante quando a maioria do elenco fica vivo no final de um filme desses...
Por outro lado, visivelmente os efeitos de CGI agora estão mais bem acabados e realistas, pena que com isso descartaram os efeitos animatrônicos que sempre davam um charme nestas produções.
O enredo envolvendo a orquídea imortal é meio forçado mas pelo menos oferece um bom pretexto para a expedição e funciona bem dentro da trama, dando até uma explicação coerente para o tamanho anormal das cobras.
No fim das contas é uma continuação satisfatória que diverte e soube manter a essência do filme original.
Capone, o Gângster
3.1 24 Assista AgoraNão é um filme memorável mas tenta dar uma resumida básica sobre a trajetória do Al Capone. Mostrando desde a fase inicial da carreira quando ele se associou aos grandes mafiosos graças à sua ambição e brutalidade, até sua queda quando foi preso em Alcatraz por sonegação fiscal e ainda teve sua sanidade ainda mais comprometida devido à sífilis.
Considerando o baixo orçamento do filme, o resultado até que não é tão desastroso. A cenografia, figurinos e locações retratando a década de 20 são realistas, dando uma ideia aproximada do caos que tomou conta de Chicago na época da Lei Seca.
O elenco também não decepciona, principalmente o Ben Gazzara que soube incorporar o famoso gangster psicopata, dizem inclusive que nos bastidores ele também deu uma pirada no estilo Capone.
O filme ainda tem o atrativo de trazer Sylvester Stallone em sua primeira aparição de destaque no cinema. Mesmo com um papel secundário de capanga e sucessor do Capone ele já mostrava afinidade com esse tipo de personagem violento e de poucas palavras.
Sisu: Uma História De Determinação
3.5 226 Assista AgoraÉ o tipo de filme que exige atenção ao contexto para ser devidamente apreciado. Inicialmente parece irreal e absurdo que o tal minerador sobreviva aos mais variados tipos de ataques nazistas sem sofrer grandes danos, mas quando se compreende o simbolismo por trás disto tudo faz mais sentido.
No começo do filme já somos informados sobre a palavra "sisu", que não teria tradução exata mas significa uma mistura de coragem e determinação diante de enormes dificuldades. A partir daí surge o personagem do minerador que seria a representação humana de tudo isso, um símbolo resistência imortal.
Então todos os absurdos vistos durante o filme se sustentam nesta metáfora. E tendo isso em mente o filme agrada, as cenas de ação são bem produzidas com bastante violência gráfica e os diálogos são praticamente desnecessários, já que o roteiro é bem linear e simplório para ser entendido sem esforço.
Os Rejeitados
4.0 319 Assista AgoraFilme superestimado demais.
Com um enredo melancólico, entediante e previsível o filme deixa uma sensação de ser uma versão de "Clube dos Cinco" da Shopee. Ficamos o tempo todo esperando algo que surpreendesse ou tirasse o filme do marasmo mas esse momento nunca chega.
O filme é só um amontoado de clichês natalinos com personagens fracassados se unindo em busca de alguma redenção. Falhando em tudo que se propõe, é um filme que como comédia não diverte e como drama é inexpressivo.
Ganha uma estrela só pela piada sobre qual olho do vesgo devemos focar durante uma conversa, dilema que sempre me intrigou pessoalmente. Tirando isso é uma total perda de tempo.
O Que Jennifer Fez?
2.9 45 Assista AgoraO documentário faz o caso parecer foi mais complexo do que realmente foi.
Desde o início o depoimento da menina já parecia confuso e contraditório, ainda mais com as imagens das câmeras que desmentiram tudo o que ela tinha dito. Então era só questão de tempo e insistência da polícia para a verdade vir à tona.
E se no começo já tivessem a iniciativa de conseguir logo o mandado para investigar o celular dela o documentário só duraria uns 10 minutos...
Sequestrando Chaplin
1.4 3 Assista AgoraFilme inspirado no bizarro caso real do roubo do caixão do Chaplin ocorrido na Suíça em março de 1978. Na ocasião dois ladrões desenterraram o caixão para forçar a viúva de Chaplin, Oona, a pagar 400 mil libras de resgate.
A premissa era boa para uma comédia mas a produção amadora não soube se aproveitar disso. O filme é um show de horrores principalmente pelos diálogos inúteis que tentam ser engraçados mas só conseguem ser constrangedores. A atuação é de nível amador daquelas que dão vergonha alheia, na maior parte do tempo parece que estamos vendo uma peça de teatro mal ensaiada.
Além de tudo o roteiro é uma bagunça, a história é mal contada e cheia de subtramas desconexas e personagens irrelevantes. E o pior de tudo é ser uma comédia incapaz de tirar qualquer risada do início ao final do filme.
Esse é um filme que poderia ter feito o Chaplin ter se revirado de vergonha no seu túmulo saqueado...
Anaconda
2.3 763 Assista AgoraO filme que foi massacrado pela crítica no lançamento atualmente é visto com mais boa vontade pelo público e se tornou praticamente um clássico cult.
Os efeitos gráficos são razoáveis misturando efeitos práticos com um CGI precário mas aceitável para ano de 1997. A cobra animatrônica é bem feita e ameaçadora, chamando a atenção em todas as cenas onde ela aparece.
O roteiro não é dos mais inteligentes mas é bem estruturado usando como premissa a filmagem de um documentário na Amazônia. O elenco é renomado trazendo nomes como: Jennifer Lopez, Ice Cube, Jon Voight, Eric Stoltz e Owen Wilson. Mas sem dúvidas o personagem mais marcante é o vilão insano vivido pelo veterano John Voight que é responsável por algumas boas reviravoltas e tem uma morte satisfatoriamente violenta no final.
Apesar das críticas ruins esse é um filme que tem seu valor histórico e que graças ao seu sucesso de bilheteria foi responsável por ter dado um fôlego novo ao gênero dos animais gigantes, que andava meio esquecido.
Curiosidade: Durante o filme, o personagem de Ice Cube é visto o tempo todo com uma câmera registrando o documentário e suas experiências na expedição. Dez anos após o lançamento do filme, o músico e ator lançou seu próprio corte intitulado "Iced Anaconda", um curta de dez minutos com suas gravações. A revista Empire chegou a elogiar a produção, chamando-a de "o melhor filme de cobra desde Anaconda."
Homicídio: Nova Iorque
3.8 8A maioria dos casos não são tão impactantes nem intrigantes, são em geral casos de homicídios comuns que acontecem aos montes em qualquer cidade grande..
A motivação da maioria dos crimes não fica bem esclarecida e nem buscam entrevistar os criminosos para obter alguma informação inédita e reveladora sobre os casos.
Então em comparação a outras séries sobre True Crimes da própria Netflix essa não empolga tanto, mas quebra o galho e vai servir de bom passatempo para quem curte esse gênero.
Cabana do Inferno
2.7 341 Assista AgoraO filme presta uma bela homenagem aos clássicos do gênero. O enredo baseado na premissa de um vírus "devorador de gente" permite que se crie uma atmosfera que vai escalando o caos gradativamente e de forma imprevisível.
Apesar de algumas lacunas a história é bem estruturada com humor e suspense sendo dosados corretamente para que o filme não perdesse sua essência, caindo no trash descarado. Um exemplo de sarcasmo bem utilizado é a parte do velho "racista" que tem um plot twist genial!
Tecnicamente o filme também não decepciona, as cenas mais sangrentas são bem produzidas apesar do baixo orçamento, o que valoriza ainda mais o impacto causado pelo bom uso dos efeitos práticos.
O único ponto que deixa a desejar é que poderiam ter desenvolvido melhor as origens do vírus. Mas provavelmente já tinham em mente explorar isso nas sequências, como que de fato aconteceu. Além disso depois da pandemia chega a dar agonia assistir os personagens tentando lidar com um vírus mortal e contagioso da forma mais estúpida possível...
Nunca Fui Beijada
3.2 574 Assista AgoraPor incrível que pareça a ideia mirabolante desta comédia foi inspirada em fatos reais. Em 1992 foram lançados uma série de artigos investigativos escritos pela repórter Shann Jones, que trabalhava para o San Francisco Chronicle, sobre sua experiência como estudante disfarçada na George Washington High School de São Francisco. A intenção era investigar o impacto negativo dos cortes no financiamento escolar da Califórnia.
Causa uma certa estranheza e parece até meio patética a opção da direção em ter que fazer a personagem de Drew Barrymore se comportar quase como uma débil mental quando era adolescente para que ela pudesse enfrentar seus fantasmas antigos e alcançar a redenção no final. Poderiam ter pensado em formas mais criativas para que a personagem tivesse um pretexto de fazer seus acertos de contas com o passado sem parecer tão caricato.
Mesmo com seus problemas é um passatempo razoável, se salva pela bela trilha sonora com grandes hits da época e por passar algumas mensagens importantes sobre aceitação, autoconhecimento e dar valor ao que realmente importa sem medo de julgamentos.
Fear
1.6 27 Assista AgoraO filme até cria uma atmosfera de suspense inicial trazendo a questão da maldição das bruxas e o ambiente isolado mas falha ao não se aprofundar no tema e deixar muita coisa mal explicada pelo caminho.
Tecnicamente o filme tem alguns efeitos até razoáveis mas no geral não chegam a impressionar e ficam longe de assustar.
Existem várias referências à pandemia de Covid que deixam o filme ainda mais bagunçado. Pela falta de coerência dá a impressão que alguém estava entediado e simplesmente jogou uma ideia no ChatGpt durante a quarentena e usou o resultado como roteiro...
Jogo Sujo (1ª temporada)
3.5 2Esse é um formato que acaba valorizando muito mais as alianças do que o esforço individual dos participantes. Com isso ficamos com uma sensação de que nem sempre os mais merecedores são premiados e sim os mais manipuladores.
Outro ponto questionável foi como foram escolhidos os 3 finalistas, a dinâmica baseada simplesmente em votos é frustrante, deveriam ter algum tipo de prova individual para complementar o processo.
No final é um experimento diferente da maioria dos realities do gênero, por valorizar mais as relações interpessoais do que desempenhos individuais. Se fizerem alguns ajustes nas regras as próximas temporadas podem melhorar.
Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, O Filme
4.0 685 Assista AgoraA animação é bem fiel aos desenhos clássicos e dos quadrinhos, então para quem já tem uma referência dos personagens vai aproveitar ainda mais o filme.
Pena que a estrutura do filme é meio irregular. A jornada do Charlie Brown é bem mais interessante do que os momentos em que o Snoopy aparece, que são chatos e quebram o ritmo da história.
No final os perrengues do Charlie Brown ainda servem pra deixar mensagens sobre amizade, persistência e de se manter a essência acima de tudo.
Vivos
3.7 360 Assista AgoraEsse filme se tornou um clássico e chocou muita gente ao retratar pela primeira vez no cinema o drama dos sobreviventes do acidente acorrido em 1972, quando o voo que levava um time de rugby uruguaio caiu montanhas congeladas dos Andes. Apenas 16 dos 45 passageiros sobreviveram ao fim de 72 dias de isolamento e neste período tiveram que recorrer até ao canibalismo para se manterem vivos.
Com uma excelente cinematografia destacando a Cordilheira dos Andes o filme traz todos os principais fatos sobre o acidente. Desde a impactante cena inicial com a queda do avião até os dilemas que o grupo teve que enfrentar durante os 70 dias de isolamento, inclusive a polêmica parte do canibalismo.
De negativo podemos citar o excesso de baboseiras religiosas que incomodam ao longo do filme, com direito até a uma patética conversão de agnóstico. O final apressado também não agrada, não é mostrado como os sobreviventes fizeram contato com os moradores locais e alertaram as autoridades durante a última expedição. Fato que foi devidamente esclarecido na versão de 2024.
No geral é um filme bem produzido, mesmo com seus problemas consegue fazer um relato bem intencionado e nos dar uma noção do que realmente aconteceu durante aqueles 72 dias agoniantes.
Mas é impossível não fazer uma comparação com o recente "A Sociedade da Neve" e neste ponto é inegável que a nova versão é muito mais bem conduzida e realista em todos os aspectos, podendo ser considerada a versão definitiva do famoso "Milagre dos Andes".
Ficção Americana
3.8 375 Assista AgoraO principal atrativo do filme é usar o sarcasmo para fazer uma crítica social necessária sobre como esse discurso de diversidade e inclusão vem sendo cada dia mais banalizado e usado de forma oportunista pela mídia. E como os próprios negros não percebem como essa abordagem na maioria das vezes é feita de forma superficial e pouco acrescenta na luta objetiva contra o preconceito.
O filme é muito certeiro quando mostra que essas histórias de superação geralmente só parecem atender a um tipo de fetiche, ao serem úteis para que brancos aplaudam e aliviem algum peso na consciência.
É genial também a metáfora do Johnnie Walker, sugerindo que geralmente a maioria das pessoas não quer se comprometer em se aprofundar nos temas controversos, se contentando apenas em arranhar a superfície.
Entre tantos acertos o ponto mais negativo fica por conta do desfecho, com uma inserção de metalinguagem desnecessária e inútil dentro da estrutura do filme.
"Quanto mais burro eu pareço mais rico eu fico."
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraO filme foi o ganhador do Oscar de melhor filme internacional em 2021.
A premissa é bem instigante, pois a princípio faz sentido a ideia de que o ser humano teria um déficit natural de álcool no organismo e precisaria repor essa quantidade para atingir sua melhor "versão social". Neste nível a pessoa ficaria mais criativa, desinibida e carismática graças a simples gole a mais diariamente.
O problema é que o álcool é traiçoeiro e o vício faz estragos quando as doses baixas propostas no experimento passam a não satisfazer mais as cobaias.
E essa preocupação em não banalizar o alcoolismo e querer deixar uma mensagem moralista de alerta sobre o assunto acabam prejudicando o filme, que começa de uma forma leve e cômica mas vai se tornando mais sombrio e chato ao longo do tempo.
Então apesar de trazer questões reflexivas e até filosóficas o filme não consegue manter o interesse e aos poucos vai perdendo o fôlego ao longo do caminho. E piora com um desfecho incoerente e meio psicodélico que não oferece uma conclusão inteligente nem mesmo irônica como se esperava inicialmente. Ou seja, o filme agrada no começo mas termina em clima de ressaca...
O Franco Atirador
4.0 356 Assista AgoraConsiderado obra prima por alguns e superestimado por outros, o filme foi indicado a nove Oscars e ganhou cinco: Melhor Filme, Melhor Diretor por Cimino, Melhor Ator Coadjuvante por Walken, Melhor Som e Melhor Edição de Filme.
É inegável se tratar de um filme tedioso e que ao longo de suas 3 horas fica longe de atingir a grandiosidade ou profundidade que se propôs. A história é arrastada, sem coesão e com personagens coadjuvantes pouco desenvolvidos e mal aproveitados na trama central. Tudo isso dá ao filme um aspecto confuso como se a direção estivesse sem rumo e não soubesse o que fazer com a premissa que tinham.
O filme é muito lembrado pelas cenas brutais da roleta russa que supostamente seriam usadas pelos vietcongues com prisioneiros de guerra. Na época do lançamento esse ponto foi bastante criticado como sendo artificial e irrealista, uma vez que não houve casos documentados de uso de roleta russa na Guerra do Vietnã.
Apesar de fantasioso esse é um aspecto que traz um certo simbolismo que combina com a mensagem que o filme carrega. Afinal a própria guerra é vista como um tipo de roleta russa onde soldados se jogam em uma situação insanamente violenta, podendo ser aleatoriamente abatidos a qualquer momento.
Sobre a retratação da guerra do Vietnã a produção se vale daquela velha fórmula míope Hollywoodiana de tratar os adversários como vilões malvados sempre dispostos a destruir os pobres e inocentes americanos que só estão ali pelo bem da humanidade. Patriotada descarada que hoje em dia parece ridícula mas que foi o "padrão ouro" dos filmes de guerra americanos durante décadas.
Em última análise é um filme com muito mais defeitos do que qualidades, chega a ser incompreensível que tenha conseguido tanta notoriedade a ponto de ser considerado um clássico...
Os Segredos da Alimentação
3.6 11O documentário é muito esclarecedor, trazendo várias informações pouco divulgadas sobre o assunto.
É interessante saber que microbiota intestinal age no processo da obesidade e como desde o parto o organismo já é "contaminado" por essas bactérias que vão influenciar a saúde da pessoa pelo resto da vida.
Apesar de todo o tabu envolvido, no futuro o transplante de fezes poderá ser a resposta para muitas questões de saúde que hoje são tratadas com terapias muito mais complexas e pouco eficientes.
A Casa de Cera
3.1 2,1K Assista AgoraO filme está acima das expectativas para um slasher, principalmente pela premissa criativa e bem estruturada e também pelos efeitos gráficos que surpreendem até hoje pela qualidade.
A escalada no clima de tensão também é bem construída ao longo da trama e o contexto das figuras de cera favorece o uso dos bons efeitos práticos que causam bastante impacto se tornando marcantes na memória de quem assiste ao filme.
Algumas conveniências de roteiro incomodam, como a motivação fraca para os irmãos continuarem a fazer as "esculturas" só porque a mãe fazia e a inverossímil situação onde mesmo com dezenas de pessoas sumindo na região as autoridades não tivessem tido a preocupação de investigar aquela cidade nas redondezas.
Mas isso não tira os méritos do filme, que envelheceu bem e mesmo com seus quase 20 anos ainda se mostra eficiente como um bom slasher adolescente. Inclusive valeria a pena uma sequência se a ideia fosse bem trabalhada, já que deixaram um gancho pronto no final para isso.
Três Estranhos Idênticos
4.0 214 Assista AgoraPor mais controverso que tenha sido, esse foi um experimento aparentemente bem intencionado. Tudo indica que a pesquisa tinha como objetivo entender melhor até que ponto o ambiente e a criação causariam mais impacto no comportamento de uma pessoa do que apenas sua herança genética.
Qualquer pesquisa comportamental envolvendo crianças já seria naturalmente alvo de críticas, mas por tudo que foi mostrado parece que existe um exagero em como associaram os danos psicológicos relatados pelos gêmeos com o fato de terem sido adotados por famílias diferentes.
Afinal é bastante comum e não existem leis contra se colocar irmãos (gêmeos ou não) em famílias adotivas diferentes e nunca houve indícios de que isso causasse danos mentais nos adotados.
Por isso foi uma decisão acertada os pesquisadores escolherem gêmeos entregues para a adoção para o experimento, pois já existiria uma grande probabilidade de eles serem adotados por pais diferentes e nunca mais se reencontrassem durante a vida. Não parece que eles tenham sido separados intencionalmente para a pesquisa, apenas foram acompanhados após o processo de adoção para a coleta de dados. E o resultado da pesquisa não foi publicado antes para não expor os participantes.
Então a menos que surjam provas de que houve má fé dos cientistas na condução da pesquisa, não existem elementos que confirmem que a experiência causou danos psicológicos aos gêmeos, nem que causaria danos em irmãos adotados que não fossem gêmeos.
De qualquer forma, como foi dito no documentário, esse foi um experimento que nunca havia sido feito e provavelmente não será repetido. Por isso seria tão importante que se tivesse acesso irrestrito aos dados do estudo, afinal ainda que tenham sido obtidos de forma polêmica eles poderiam fornecer informações valiosas sobre vários aspectos da psicologia comportamental e do comportamento humano.