Filme para lembrar-nos da potência do cinema enquanto gerador de beleza, sensibilidade e criatividade ao mesclar um roteiro repleto de quebra de expectativas com uma câmera interessada em apreender o humano e o cultural.
Neste filme ficaram mais evidentes algumas temáticas apenas esboçadas nos filmes anteriores do diretor, todas muito atuais e relevantes, como questões relacionadas ao belo e ao capitalismo. Outras se mantêm, se configurando como aspectos centrais de seus roteiros e escolhas formais, como a valorização do núcleo familiar,
a trajetória que termina com a vitória dos mais fracos
e o lugar da lente cinematográfica nisso tudo. As ideias, porém, talvez, ganharam mais atenção do que as atuações aqui, que me pareceram algo mecânicas e, no afã de respeitar o roteiro, sacrificou-se a autenticidade.
Por um lado, parece um filme de tese, em que os dois protagonistas são utilizados para contrapor e desenvolver certas temáticas. Por outro, há tanta sensibilidade na câmera, nas atuações e no roteiro que não consegui evitar deixar-me ser conduzido.
Não há um segundo de cópia neste remake de Gus Van Sant, mas homenagens, trabalho artístico, refinamento. Em uma obra desta magnitude, com tais atores e com este diretor, acusar o filme de plágio é um desrespeito. E também demonstra certa estupidez.
O filme aborda com sensibilidade e respeito a cultura africana. As histórias são interessantes e abordam valores importantes. A paleta de cores é linda.
A protagonista não consegue ver o mundo real pois não o vê. Acredita no que sua mãe lhe ensinou. Contudo, seu conhecimento permite que interrogue os ensinamentos se as oportunidades surgirem. O conhecimento, sozinho, porém, não permitiu a ela sair da realidade falsa que vivia. A verdade precisou bater em sua porta na figura da rebelde, forçando-a a ver. Enfrentar a realidade parece exigir um invadir violento. Como ver os reais objetivos por trás das ordens de sua mãe de outro modo? Ela passa a ver, então, a ditadura na aparente democracia. Percebe que sua liberdade é sustentada por uma mentira. Sair de seu mundo exigirá dela, como todo processo de apagar de ilusões, esforço e dor físico-emocional.
A França surge como realidade única, talvez enquanto única possibilidade de mundo. A protagonista gosta de seu mundo social pois o compreende. Contudo, ao ir para o Brasil, forçada, ela se vê diante de um desafio: precisa enfrentar a história de seu pai de perto. Ao abrirmos os olhos para outra possibilidade de realidade, saímos do conforto, podendo encontrarmo-nos nessa jornada.
Este filme prima pela montagem e pelo ritmo. Intercala a narrativa, por exemplo, com cenas externas buscando alegorias, metáforas, pelo didatismo (transformado em forma e bem intencionado) e pela grandiosidade do tema. Corta a monotonia com abordagens inesperadas, abusa dos cortes, evita o sentimentalismo. Pelas suas virtudes, compensa alguns vícios da dramaturgia americana presentes.
Este filme consegue resgatar do cinema algo que o bombardeio de imagens nos faz esquecer: cinema é imaginação, diálogo, roteiro, atuação intimista. "A culpa" nos relembra do potencial, da força do cinema.
O filme transforma em forma narrativa e visual a interatividade. Questiona o seu próprio processo, apontando possibilidades e problemas. O mundo dos games e da física quântica se encontram aqui, o resultado é interessante.
Gosto de filmes assim, sem vícios rítmicos, piadas esperadas. O trabalho de reconstituição de época é cuidadoso e as interpretações atingem a naturalidade.
Um filme feito para entreter, cheio de referências da cultura pop e fugas bem realizadas. Os personagens secundários são interessantes, mas um tanto rasos, deixando entrever pouco ou nada (no caso do personagem de Spacey) sobre as suas motivações. Na proposta do filme, contudo, não interfere. Me incomodou um pouco a inocência do personagem principal, bastante alheio ao mundo. Provavelmente isso é uma questão mais minha do que do filme.
O filme me incomodou. Talvez porque as relações de poder pendem e não seja possível tomar um lado. E, ainda assim, o filme escolhe o seu herói. Um filme delicado.
O filme me passou uma sensação de clausura de um tempo morto. Utiliza as cores, especialmente o branco, para transmitir frio, e o vermelho para indicar a violência latente. A câmera procura, sempre muito próxima, algum sentimento no rosto aristocrático. E encontra gritos, recalques, emoções contidas. É um drama cuidadoso, que aborda relações permeadas pela falta de toque, pelo excesso de regras.
Um filme bastante sensível, com dois bons atores mirins, especialmente o menino, e firme reconstituição de época. Achei que a edição atrapalhou no começo do filme, demorei um pouco para me situar.
O filme passa a sensação de que a resistência inglesa foi essencial para impedir o domínio nazista. Complementa "Dunkirk", e me fez querer descobrir mais sobre o papel da Inglaterra na segunda guerra. Me incomodaram os momentos em que o diretor apresenta o patriotismo, me pareceu forçado e algo perigoso, considerando a conjuntura atual.
Achei o ritmo do filme na medida. Me interessei pela trama e fiquei bastante curioso na hora final. Gosto dos atores e do diretor. Uma bonita homenagem ao filme Casablanca.
Creed III
3.4 238 Assista Agora3 pelo Jonathan Majors.
Roda do Destino
4.0 43Filme para lembrar-nos da potência do cinema enquanto gerador de beleza, sensibilidade e criatividade ao mesclar um roteiro repleto de quebra de expectativas com uma câmera interessada em apreender o humano e o cultural.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraNeste filme ficaram mais evidentes algumas temáticas apenas esboçadas nos filmes anteriores do diretor, todas muito atuais e relevantes, como questões relacionadas ao belo e ao capitalismo. Outras se mantêm, se configurando como aspectos centrais de seus roteiros e escolhas formais, como a valorização do núcleo familiar,
a trajetória que termina com a vitória dos mais fracos
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraPor um lado, parece um filme de tese, em que os dois protagonistas são utilizados para contrapor e desenvolver certas temáticas. Por outro, há tanta sensibilidade na câmera, nas atuações e no roteiro que não consegui evitar deixar-me ser conduzido.
Psicose
3.1 467 Assista AgoraNão há um segundo de cópia neste remake de Gus Van Sant, mas homenagens, trabalho artístico, refinamento. Em uma obra desta magnitude, com tais atores e com este diretor, acusar o filme de plágio é um desrespeito. E também demonstra certa estupidez.
Kirikou e os Animais Selvagens
3.8 14 Assista AgoraO filme aborda com sensibilidade e respeito a cultura africana. As histórias são interessantes e abordam valores importantes. A paleta de cores é linda.
Desajustados
3.9 119 Assista AgoraA sensibilidade do protagonista é contrastada com os olhares que o julgam. A beleza dialoga e é rebatida pela violência.
I Am Mother
3.4 495 Assista AgoraA protagonista não consegue ver o mundo real pois não o vê. Acredita no que sua mãe lhe ensinou. Contudo, seu conhecimento permite que interrogue os ensinamentos se as oportunidades surgirem. O conhecimento, sozinho, porém, não permitiu a ela sair da realidade falsa que vivia. A verdade precisou bater em sua porta na figura da rebelde, forçando-a a ver. Enfrentar a realidade parece exigir um invadir violento. Como ver os reais objetivos por trás das ordens de sua mãe de outro modo? Ela passa a ver, então, a ditadura na aparente democracia. Percebe que sua liberdade é sustentada por uma mentira. Sair de seu mundo exigirá dela, como todo processo de apagar de ilusões, esforço e dor físico-emocional.
Deslembro
3.7 40A França surge como realidade única, talvez enquanto única possibilidade de mundo. A protagonista gosta de seu mundo social pois o compreende. Contudo, ao ir para o Brasil, forçada, ela se vê diante de um desafio: precisa enfrentar a história de seu pai de perto. Ao abrirmos os olhos para outra possibilidade de realidade, saímos do conforto, podendo encontrarmo-nos nessa jornada.
A Grande Aposta
3.7 1,3KEste filme prima pela montagem e pelo ritmo. Intercala a narrativa, por exemplo, com cenas externas buscando alegorias, metáforas, pelo didatismo (transformado em forma e bem intencionado) e pela grandiosidade do tema. Corta a monotonia com abordagens inesperadas, abusa dos cortes, evita o sentimentalismo. Pelas suas virtudes, compensa alguns vícios da dramaturgia americana presentes.
Culpa
3.9 355 Assista AgoraEste filme consegue resgatar do cinema algo que o bombardeio de imagens nos faz esquecer: cinema é imaginação, diálogo, roteiro, atuação intimista. "A culpa" nos relembra do potencial, da força do cinema.
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KO filme transforma em forma narrativa e visual a interatividade. Questiona o seu próprio processo, apontando possibilidades e problemas. O mundo dos games e da física quântica se encontram aqui, o resultado é interessante.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraGosto de filmes assim, sem vícios rítmicos, piadas esperadas. O trabalho de reconstituição de época é cuidadoso e as interpretações atingem a naturalidade.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraUm filme feito para entreter, cheio de referências da cultura pop e fugas bem realizadas. Os personagens secundários são interessantes, mas um tanto rasos, deixando entrever pouco ou nada (no caso do personagem de Spacey) sobre as suas motivações. Na proposta do filme, contudo, não interfere. Me incomodou um pouco a inocência do personagem principal, bastante alheio ao mundo. Provavelmente isso é uma questão mais minha do que do filme.
Fail to Appear
4.1 1Filme sensível com diálogos cuidadosos..
Atração Fatal
3.6 443 Assista AgoraO filme me incomodou. Talvez porque as relações de poder pendem e não seja possível tomar um lado. E, ainda assim, o filme escolhe o seu herói. Um filme delicado.
Down in Shadowland
3.3 1Me senti mais próximo do povo nova iorquino, tão semelhante ao brasileiro no que se refere à locomoção ferroviária.
Gritos e Sussurros
4.3 472O filme me passou uma sensação de clausura de um tempo morto. Utiliza as cores, especialmente o branco, para transmitir frio, e o vermelho para indicar a violência latente. A câmera procura, sempre muito próxima, algum sentimento no rosto aristocrático. E encontra gritos, recalques, emoções contidas.
É um drama cuidadoso, que aborda relações permeadas pela falta de toque, pelo excesso de regras.
Uma Tarde Qualquer
3.5 17 Assista AgoraO filme parece nos estimular a observar com calma o cotidiano de uma família repleta de silêncios e inquietações profundas.
Uma Nova Amiga
3.7 120 Assista AgoraUma história bonita, sensível e bem filmada. Filme impecável.
Sem Fôlego
3.0 76 Assista AgoraUm filme bastante sensível, com dois bons atores mirins, especialmente o menino, e firme reconstituição de época. Achei que a edição atrapalhou no começo do filme, demorei um pouco para me situar.
120 Batimentos por Minuto
4.0 190Este filme é uma experiência. Nos coloca dentro dos debates, das manifestações, das relações.
O Destino de Uma Nação
3.7 723 Assista AgoraO filme passa a sensação de que a resistência inglesa foi essencial para impedir o domínio nazista. Complementa "Dunkirk", e me fez querer descobrir mais sobre o papel da Inglaterra na segunda guerra. Me incomodaram os momentos em que o diretor apresenta o patriotismo, me pareceu forçado e algo perigoso, considerando a conjuntura atual.
Aliados
3.5 452 Assista AgoraAchei o ritmo do filme na medida. Me interessei pela trama e fiquei bastante curioso na hora final. Gosto dos atores e do diretor. Uma bonita homenagem ao filme Casablanca.