Não acho que traga nada que não saibamos, mas não deixa de ser um alerta e causar impacto. Nos convida a pensar novas práticas, tanto no âmbito privado quanto no público.
Estava esperando um filme sobre os conflitos Servia e Bósnia, momento que não falta escabrozidades e desgraças das mais tensas. Mas acaba que a proposta do filme é completamente outra. Trata-se de uma humorização dramática da realidade de estrangeiros em missão de ajuda humanitária ao longo da guerra. Nisso, de positivo, fica uma perspectiva crítica frente a atuação da ONU, bem como a toda burocratização excessiva. É possível ou desejável atuar em um país em uma situação extrema de guerra por meio de tratados e leis feitas por pessoas que nada tem a ver com ela? Por outro lado, forças externas atuando em missão de paz, caso não tenham regras bem definidas e estabelecidas, não correm grande risco de descambar em arbitrariedades e abusos? Entretanto, me questiono se o efeito do filme, ao invés de promover uma crítica, não soa antes como uma ridicularização barata das Nações Unidas que, apesar de possuir muitos aspectos questionáveis, ainda assim tem uma função importante no mundo e nada ridícula. O humor do filme tem seu lugar, mas em muitos momentos fiquei me sentido em uma comédia de adolescente/romântica estadunidense, passada em Nova York. Em resumo, conseguiram fazer de uma guerra horrível uma comédia de hollywood.
Como já disseram muitos aí, poderia ter sido bom, mas não é. Fica uma grande decepção. A execução do filme deixa muito a desejar, desde a interpretação até a direção. A ideia mais marcante que dá mote do filme praticamente não se desenvolve e o filme se torna um conjunto chato de dramas mal vividos e interpretados. Teria valido mais a pena se fosse explorado a ideia da troca de consciências e o próprio significado de consciência, mas isso passa quase em branco, exceto por uma passagem. De todo modo, apesar de explorar a ipseidade humana no dilema corpo e consciência e reconhecer de modo empolgante o papel do corpo frente a personalidade, que na maioria dos filmes fica reduzido a ideia de mente, parece que ele ainda está preso ao paradigma de considerar a consciência como um produto primordialmente neuronal.
Uma reatualização de Jogos Mortais, pode-se dizer que seja a mesmíssima coisa, porém menos icônico e marcante. A fio de sentido com que eles traçam algum envolvimento mais psicológico, que procura "explicar" o porque dos acontecimentos, além de clichê, não convence. É insuficiente e para mim ficou parecendo que jogaram lá só pra constar, forçação de barra pra fingir que não se trata de uma violência cujo propósito é unicamente prender o espectador e nos dar uma amortecida na vida de merda cotidiana.
Drama pessoal e determinações político-sociais combinadas. O filme é impactante e nos convida para a intensa tentativa de se colocar no lugar do outro. Ele gira em torno da empatia, que não perde espaço para as pitadas irônicas bem ao humor argentino, colocadas ali e aqui ao longo do filme, o que deixa ele mais interessante. Cada cena tem seu contraponto e o diretor soube aproveitar da linguagem visual aliada ao roteiro para fazer isso funcionar. Não deixa de ser interessante destacar um dos pontos principais do filme: a formação dos personagens em seu desconhecimento e reconhecimento do outro e da realidade, que move todo o drama até o fim. Esses argentinos sabem fazer filmes.
Talvez o filme mais americano entre os filmes mais típicos americanos. Uma série infinita de clichês se repetindo de modo bem caracterizado divertido até certo ponto. Uma aula sobre um recorte e estereótipo da adolescência norte-americana, que a anos é vendida para o mundo. Não dá para chamar de realidade estadunidense, que é muito mais complexa e diversa do que o que se mostra. Acho chocante que algumas pessoas sintam nostalgia com esse filme, afinal, nenhum brasileiro realmente viveu essa realidade, a não ser em algumas migalhas e forçações de barra. Revela talvez nosso desejo de não sermos nós, uma vontade de desejar aquilo que nunca tivemos. Nesse sentido, esse filme fundamentalmente é um apelo para o desejo, uma educação do desejo. Ele existe apenas principalmente como imagem desejada, não como real. A direção manda bem em vários momentos, explorando planos e linguagem cinematográfica. Acho que ficaria ainda muito mais legal alguns planos sequências mais longos em algumas cenas, que enriqueceriam a própria narrativa do filme.
Filme moderado ao tratar de questões radicais. Consegue trazer leveza meio a problemas tensos. Apresenta uma cultura mexicana atual que, ao menos para mim, é desconhecida e pouco apresentada. A dança dos kolombias lembra muito danças de matrizes ritualistas africanas, o que é bem legal perceber uma conexão subterrânea entre danças e ritmos brasileiros e expressões mexicanas. Ao final, fiquei sem compreender qual seria a intencionalidade e mensagem da direção e do roteiro. Nesse sentido, acho que alguma linguagem cinematográfica poderia ter sido melhor utilizada.
Foi uma experiência bastante curiosa assistir a esse filme. Ficou me parecendo a tentativa de produzir um filme de adolescente aos moldes da cinematografia estadunidense, só que por alemães, com um humor alemão e com um contexto em algumas questões bem alemãs. As vezes fiquei perdido em entender até onde era humor ou algum estranhamento pessoal com a linguagem e interpretação mais tipicamente alemã.
O Dilema das Redes
4.0 594 Assista AgoraNão acho que traga nada que não saibamos, mas não deixa de ser um alerta e causar impacto. Nos convida a pensar novas práticas, tanto no âmbito privado quanto no público.
O cinismo da Netflix chama a atenção.
A Terra é Plana
3.5 196O doidinho principal é muito cara de personagem do Bill Murray, parece que está atuando.
Um Dia Perfeito
3.5 110Estava esperando um filme sobre os conflitos Servia e Bósnia, momento que não falta escabrozidades e desgraças das mais tensas. Mas acaba que a proposta do filme é completamente outra. Trata-se de uma humorização dramática da realidade de estrangeiros em missão de ajuda humanitária ao longo da guerra.
Nisso, de positivo, fica uma perspectiva crítica frente a atuação da ONU, bem como a toda burocratização excessiva. É possível ou desejável atuar em um país em uma situação extrema de guerra por meio de tratados e leis feitas por pessoas que nada tem a ver com ela? Por outro lado, forças externas atuando em missão de paz, caso não tenham regras bem definidas e estabelecidas, não correm grande risco de descambar em arbitrariedades e abusos? Entretanto, me questiono se o efeito do filme, ao invés de promover uma crítica, não soa antes como uma ridicularização barata das Nações Unidas que, apesar de possuir muitos aspectos questionáveis, ainda assim tem uma função importante no mundo e nada ridícula.
O humor do filme tem seu lugar, mas em muitos momentos fiquei me sentido em uma comédia de adolescente/romântica estadunidense, passada em Nova York.
Em resumo, conseguiram fazer de uma guerra horrível uma comédia de hollywood.
Advantageous
3.4 77 Assista AgoraComo já disseram muitos aí, poderia ter sido bom, mas não é. Fica uma grande decepção. A execução do filme deixa muito a desejar, desde a interpretação até a direção.
A ideia mais marcante que dá mote do filme praticamente não se desenvolve e o filme se torna um conjunto chato de dramas mal vividos e interpretados.
Teria valido mais a pena se fosse explorado a ideia da troca de consciências e o próprio significado de consciência, mas isso passa quase em branco, exceto por uma passagem.
De todo modo, apesar de explorar a ipseidade humana no dilema corpo e consciência e reconhecer de modo empolgante o papel do corpo frente a personalidade, que na maioria dos filmes fica reduzido a ideia de mente, parece que ele ainda está preso ao paradigma de considerar a consciência como um produto primordialmente neuronal.
Escape Room: O Jogo
3.1 754 Assista AgoraUma reatualização de Jogos Mortais, pode-se dizer que seja a mesmíssima coisa, porém menos icônico e marcante.
A fio de sentido com que eles traçam algum envolvimento mais psicológico, que procura "explicar" o porque dos acontecimentos, além de clichê, não convence. É insuficiente e para mim ficou parecendo que jogaram lá só pra constar, forçação de barra pra fingir que não se trata de uma violência cujo propósito é unicamente prender o espectador e nos dar uma amortecida na vida de merda cotidiana.
Como Falar com Garotas em Festas
3.2 205 Assista AgoraTem seu charme pela estranheza.
Sempre fico impressionado com a feiura dos ingleses,é tocante.
Bruxa de Blair
2.4 1,0K Assista AgoraPodre
A História Oficial
4.1 140 Assista AgoraDrama pessoal e determinações político-sociais combinadas. O filme é impactante e nos convida para a intensa tentativa de se colocar no lugar do outro. Ele gira em torno da empatia, que não perde espaço para as pitadas irônicas bem ao humor argentino, colocadas ali e aqui ao longo do filme, o que deixa ele mais interessante. Cada cena tem seu contraponto e o diretor soube aproveitar da linguagem visual aliada ao roteiro para fazer isso funcionar.
Não deixa de ser interessante destacar um dos pontos principais do filme: a formação dos personagens em seu desconhecimento e reconhecimento do outro e da realidade, que move todo o drama até o fim.
Esses argentinos sabem fazer filmes.
Jovens, Loucos e Rebeldes
3.7 447 Assista AgoraTalvez o filme mais americano entre os filmes mais típicos americanos. Uma série infinita de clichês se repetindo de modo bem caracterizado divertido até certo ponto. Uma aula sobre um recorte e estereótipo da adolescência norte-americana, que a anos é vendida para o mundo. Não dá para chamar de realidade estadunidense, que é muito mais complexa e diversa do que o que se mostra. Acho chocante que algumas pessoas sintam nostalgia com esse filme, afinal, nenhum brasileiro realmente viveu essa realidade, a não ser em algumas migalhas e forçações de barra. Revela talvez nosso desejo de não sermos nós, uma vontade de desejar aquilo que nunca tivemos. Nesse sentido, esse filme fundamentalmente é um apelo para o desejo, uma educação do desejo. Ele existe apenas principalmente como imagem desejada, não como real.
A direção manda bem em vários momentos, explorando planos e linguagem cinematográfica. Acho que ficaria ainda muito mais legal alguns planos sequências mais longos em algumas cenas, que enriqueceriam a própria narrativa do filme.
Não Estou mais Aqui
4.0 75 Assista AgoraFilme moderado ao tratar de questões radicais. Consegue trazer leveza meio a problemas tensos. Apresenta uma cultura mexicana atual que, ao menos para mim, é desconhecida e pouco apresentada.
A dança dos kolombias lembra muito danças de matrizes ritualistas africanas, o que é bem legal perceber uma conexão subterrânea entre danças e ritmos brasileiros e expressões mexicanas.
Ao final, fiquei sem compreender qual seria a intencionalidade e mensagem da direção e do roteiro. Nesse sentido, acho que alguma linguagem cinematográfica poderia ter sido melhor utilizada.
Isi & Ossi
3.0 136 Assista AgoraFoi uma experiência bastante curiosa assistir a esse filme. Ficou me parecendo a tentativa de produzir um filme de adolescente aos moldes da cinematografia estadunidense, só que por alemães, com um humor alemão e com um contexto em algumas questões bem alemãs. As vezes fiquei perdido em entender até onde era humor ou algum estranhamento pessoal com a linguagem e interpretação mais tipicamente alemã.
Achei o filme por demais conciliatório.