Analuz Marinho

"Casa Gucci" é um filme que não considero ruim, mas, de fato, é muito longo e também é morno. Se eu já não soubesse o desfecho da história real, teria desistido de assistir até o final...
Aliás, o próprio final, que teria tudo para ser o clímax do filme, é morno. Não mostra sequer como descobrem que a Patricia estava envolvida com o caso! Em resumo: a única parte interessante do filme é passada na tela de forma corrida, enquanto que toda a monótona narrativa da família Gucci é detalhada até demais!

Que Ridley Scott transmite um ritmo um pouco mais lento em seus filmes, isso não é novidade para ninguém. E, no geral, isso funciona muito bem, mas esse caso é definitivamente uma exceção!
Existem formas de se retratar jogos de poder e de vingança que são bem mais atraentes que o que se vê aqui (vide o caso de "A Rede Social", que, apesar de ter um enredo bastante diferente, tem um ritmo maravilhoso de se assistir, pois nos prende).

No todo, acho que "Casa Gucci" é resultado de uma direção e de um roteiro que não casaram bem...
Sobre a caracterização dos personagens, simplesmente não compro a ideia desta versão do Jared Leto como filho do Al Pacino. No máximo, me parecia um irmão mais novo...

Filme clichê que conduz o espectador a acreditar que encontrará aqui um romance leve, bem "água com açúcar". Porém, a história consegue surpreender, mesmo que tenda a cair no previsível em boa parte do enredo.
Devo dizer que ainda não consegui decidir se gostei ou não do filme (por isso a nota mediana), pois apesar de a história ser interessante, achei tudo muito caricato. Principalmente a mocinha: exageradamente desastrada e surpreendentemente boazinha. O mesmo posso dizer sobre o namorado dela, sempre egocêntrico.
Na minha opinião, o filme até tem uma temática legal, mas peca pela caracterização dos personagens, fazendo que eles sejam menos humanos e mais ficcionais, graças ao exagero com que são representados.
No mais, o filme dá um espetáculo em diversas categorias técnicas, incluindo a atuação do elenco. E como cereja do bolo, tem música do Ed Sheeran pra incrementar no elemento "romance fofinho" e atrair (e talvez enganar!) aqueles que só estão procurando algo leve pra assistir.

Depois do excelente season finale da primeira temporada, é impossível não se decepcionar com o desfecho apresentado aqui.

Aliás, "monotonia" pode ser uma boa palavra pra resumir essa temporada.
Num caminho de altos e baixos, parece que os pontos fracos chamam mais atenção. Mesmo com tanta coisa acontecendo, ainda assim ficamos com a impressão de que a série se arrastou o tempo todo...