Um filme importante sobre uma causa importante. É incrível como, tomando como referência a realidade brasileira, os esquemas sujos que conhecemos tomam escalas grotescamente grandes nos Estados Unidos. Moore faz um trabalho louvável ao apontar o dedo na fuça de quem se aproveita do povo tão descaradamente, e trazer à tona tudo o que é tão bem acobertado pela complexa "democracia madura" norte-americana. Ainda assim, é necessário pensar que o filme abusa demais de recursos maniqueístas que, tantas vezes, fogem do ponto principal. Os depoimentos pessoais são importantíssimos, mas inúmeras conclusões nos são apresentadas com base em apenas um depoimento necessariamente comovente, por exemplo. Mesmo acreditando e concordando com toda a crítica do documentário, isso me faz pensar que se ater aos fatos não é exatamente uma prioridade, o que me parece extremamente problemático em um filme que tenta provar um ponto objetivamente. O quadro da saúde nos EUA é seríssimo, e Michael busca a todo custo, com o filme, convencer o povo de seu ponto. Bem, acredito que há formas menos apelativas de se fazer isso. Michael Moore não precisa disso para provar seu ponto. Eu, por exemplo, estaria mais convencido com menos drama. Talvez, investindo menos no drama, e forçando menos a barra, não fosse tantas vezes corrigido e criticado por apresentar dados e fatos de maneira equivocada em seus filmes.
A proposta é sensacional, e a execução também. A única coisa que gostaria que tivesse tido maior enfoque é na direção feita pelos jovens. Eles também são diretores do filme. A palavra final é do Mascaro, sim, na pós-produção, mas vejam, por exemplo, a série de perguntas feitas pelo último garoto. Vi ali uma clara proposta de entrevista que, por estar afastada das abordagens vistas antes, me parece ter partido dele. E, mesmo se tiver havido uma instrução prévia, é impossível negar a autoria desses garotos e garotas em suas abordagens com os empregados. Acharia interessantíssimo a participação desses jovens na montagem do filme, mas entendo que se trataria de um outro projeto. Agora, realmente acho que os créditos de direção deviam se estender a eles.
Sobre comparar esse filme com "Chuva", também do Ivens: acho que simplesmente não há discussão, a chuva é infinitamente mais interessante do que a tal da ponte. Rs
Superemos o plano-sequência. De resto, não entendo a repercussão crítica que o filme teve, considerando-se o roteiro absolutamente morno e inverossímil (num sentido bem ruim). A ação é impecável, a direção é realmente fantástica, e a fotografia as acompanha muito bem, o que é resultado de mais um sucesso da dupla Cuarón e Lubezki. O esqueleto da história, porém, tem tantos pontos fracos que não sustenta tamanha grandiosidade dos dois. Pena.
O roteiro não prometia ser surpreendente, e não é, realmente. Os aspectos técnicos, por outro lado, tinham que no mínimo fazer jus à bilheteria gorda do filme. Para a minha surpresa, o som deixou muito a desejar. Considerando que vi numa sala da rede Cinemark, estou compreendendo que a mixagem do próprio filme foi o problema, e não da sala de exibição. Nesse caso, que absurdo.
É interessante como, retirando-se o áudio, poderia se dizer que trata-se de um filme de um país da Europa. Isso se deve, sem dúvidas, à estética e ao acabamento da produção, mas as paisagens repletas de montanhas e o uso apenas de atores e atrizes brancos é que criam esse tom europeu. É um filme interessante, mas, na minha opinião, pouquíssimo brasileiro, ressalvando-se o quão contestável é uma classificação desse tipo.
Sicko - S.O.S. Saúde
4.2 301Um filme importante sobre uma causa importante. É incrível como, tomando como referência a realidade brasileira, os esquemas sujos que conhecemos tomam escalas grotescamente grandes nos Estados Unidos. Moore faz um trabalho louvável ao apontar o dedo na fuça de quem se aproveita do povo tão descaradamente, e trazer à tona tudo o que é tão bem acobertado pela complexa "democracia madura" norte-americana.
Ainda assim, é necessário pensar que o filme abusa demais de recursos maniqueístas que, tantas vezes, fogem do ponto principal. Os depoimentos pessoais são importantíssimos, mas inúmeras conclusões nos são apresentadas com base em apenas um depoimento necessariamente comovente, por exemplo. Mesmo acreditando e concordando com toda a crítica do documentário, isso me faz pensar que se ater aos fatos não é exatamente uma prioridade, o que me parece extremamente problemático em um filme que tenta provar um ponto objetivamente. O quadro da saúde nos EUA é seríssimo, e Michael busca a todo custo, com o filme, convencer o povo de seu ponto. Bem, acredito que há formas menos apelativas de se fazer isso. Michael Moore não precisa disso para provar seu ponto. Eu, por exemplo, estaria mais convencido com menos drama. Talvez, investindo menos no drama, e forçando menos a barra, não fosse tantas vezes corrigido e criticado por apresentar dados e fatos de maneira equivocada em seus filmes.
14 Estações de Maria
4.0 77Olha, o plano final devia constar em todo top 10 de momentos na história do cinema.
Doméstica
3.8 124A proposta é sensacional, e a execução também. A única coisa que gostaria que tivesse tido maior enfoque é na direção feita pelos jovens. Eles também são diretores do filme. A palavra final é do Mascaro, sim, na pós-produção, mas vejam, por exemplo, a série de perguntas feitas pelo último garoto. Vi ali uma clara proposta de entrevista que, por estar afastada das abordagens vistas antes, me parece ter partido dele. E, mesmo se tiver havido uma instrução prévia, é impossível negar a autoria desses garotos e garotas em suas abordagens com os empregados.
Acharia interessantíssimo a participação desses jovens na montagem do filme, mas entendo que se trataria de um outro projeto. Agora, realmente acho que os créditos de direção deviam se estender a eles.
A Ponte
3.9 6Sobre comparar esse filme com "Chuva", também do Ivens: acho que simplesmente não há discussão, a chuva é infinitamente mais interessante do que a tal da ponte. Rs
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraSuperemos o plano-sequência. De resto, não entendo a repercussão crítica que o filme teve, considerando-se o roteiro absolutamente morno e inverossímil (num sentido bem ruim). A ação é impecável, a direção é realmente fantástica, e a fotografia as acompanha muito bem, o que é resultado de mais um sucesso da dupla Cuarón e Lubezki. O esqueleto da história, porém, tem tantos pontos fracos que não sustenta tamanha grandiosidade dos dois. Pena.
Vestido Pra Casar
1.9 190O roteiro não prometia ser surpreendente, e não é, realmente. Os aspectos técnicos, por outro lado, tinham que no mínimo fazer jus à bilheteria gorda do filme. Para a minha surpresa, o som deixou muito a desejar. Considerando que vi numa sala da rede Cinemark, estou compreendendo que a mixagem do próprio filme foi o problema, e não da sala de exibição. Nesse caso, que absurdo.
Floradas na Serra
3.7 19É interessante como, retirando-se o áudio, poderia se dizer que trata-se de um filme de um país da Europa. Isso se deve, sem dúvidas, à estética e ao acabamento da produção, mas as paisagens repletas de montanhas e o uso apenas de atores e atrizes brancos é que criam esse tom europeu. É um filme interessante, mas, na minha opinião, pouquíssimo brasileiro, ressalvando-se o quão contestável é uma classificação desse tipo.