Lembro com exatidão até hoje do quão incrível eu achei a interação e a animação empregados no primeiro filme dessa saga, Homem-aranha no Aranhaverso (2019). Então eu fui verificar se esta continuação ao menos se igualava às características técnicas empregadas na primeira tratativa... e posso dizer que estou muito feliz de afirmar que consegue ser ainda melhor do que foi apresentado no primeiro passeio.
Nessa sequência, passou-se um ano desde os eventos do primeiro filme e Miles sente saudade do seu grupo de amigos, principalmente de Gwen. Forçado a lidar com as decisões de amadurecimento, o rapaz tenta conciliar a vida de herói e de adolescente, nem sempre dando conta das duas de forma correta.
A animação manteve o padrão e conseguiu alavancar o que já era bom. A estética de páginas de quadrinhos continua, mas agora existe uma mescla de padrões aquarelados e diversidades de cores que potencializam várias sequências. Em destaque posso indicar um olhar mais afiado de como as cores são tratadas em um diálogo entre Gwen e seu pai, onde a não-padronização de um tom e a inserção de um derretimento como pinceladas não terminadas em detrimento a linhas retas, cria um elemento visual para a catástrofe dos próprios sentimentos e relação entre as personagens com a predominação de cores frias.
Outro fator que me agradou foi a escolha de várias sequências em que os diretores brincam com a inversão da visão de mundo, dando ao espectador um gostinho de como é estar na pele dos homem-aranhas. É um recurso bem usado, principalmente nos voos e acrobacias pela cidade tanto nas cenas de luta e perseguição, quanto em momentos mais ternos como o passeio de Gwen e Miles mostrando suas habilidades um ao outro.
A história é o ponto mais fraco, principalmente pelo seu vilão "Mancha" que, apesar de cômico, não demonstra uma real sensação de perigo até o último terço da narrativa, apesar de seu design e poderes serem interessantes.
A sociedade aranha é um colírio para os olhos recheada de easter eggs para os entusiastas do cinema e dos quadrinhos.
No fim, é um filme excelente que cumpre bem todas as suas propostas e deixa margem para um final épico.
O primeiro Shazam lançado em 2019 veio como uma grata surpresa ao universo da DC. Piadas boas, um claro desprendimento quanto a seriedade dos filmes de herói da produtora e um protagonista carismático fizeram o filme ter sucesso e fazer um burburinho saudável.
Quatro anos depois, retorna-se ao Universo de Shazam e... parece que nada mudou para o bem e para o mal.
Os efeitos melhoraram, assim como os detalhes nos figurinos (graças a God), e o ritmo imposto no primeiro filme não foi deixado de lado. Continua um filme que mescla piadas fora de hora em momentos de ação e tensão.
O grande problema em Shazam 2 reside na sua falta de novidade. Todos os acontecimentos enfrentados aqui já foram vistos a exaustão. Parece que é um filme de super-herói reciclado em que basta colocar a alcunha de qualquer outro genérico que se manteria a mesma coisa. Essa foi a idêntica sensação ao assistir a "Homem Formiga e a Vespa: Quantumania", parece que as produtoras optaram por não se arriscar em pisar em terrenos perigosos e jogar sempre no seguro e isso já está se refletindo no gosto do público ao se observar as bilheterias e repercussões dos últimos lançamentos tanto da Marvel quanto da DC.
Os personagens não têm um aprofundamento decente, fazendo com que se importar realmente com seu destino soe difícil. Zachary Levi ainda sustenta com precisão a figura de seu herói, rendendo os melhores momentos da projeção.
A equipe de antagonistas assume a faceta de vilãs genéricas e abraçam com vontade esse papel, parecendo se divertirem bastante com isso (Helen Mirren e Lucy Liu divas).
No fim, o saldo é que Shazam 2 não evolui o que foi mostrado no primeiro filme e soe quase como um episódio filler no meio da galeria imensa de personagens do gênero lançados a exaustão. Ao menos é divertido e dá para dar boas risadas.
Ps.: Existe uma participação especial interessante da forma que foi utilizada. Ao menos minha companhia aceitou de bom grado esse Deus Ex-machina kkkk
Aqui tem-se o sexto exemplar da franquia Pânico, trazendo as novas faces já apresentadas no antecessor e alguns velhos conhecidos das antigas para uma nova perseguição do ghostface pelas ruas da Big Apple.
Depois de cinco filmes, como se reinventar? Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett acharam a solução em realocar os sobreviventes para um cenário mais amplo onde pudessem trabalhar com a imaginação e providenciar sequências de tirar o fôlego, pois as possibilidades de se trabalhar com um assassino em série em uma cidade grande são bem maiores.
Este novo Pânico é mais violento e frenético de que seus predecessores e sabe como trabalhar isso de forma que quem está assistindo fique grudado na cadeira a cada nova informação e morte em tela. Algumas bem chocantes. Além de manter a velha brincadeira de tentar adivinhar quem está por trás da máscara.
Melissa Barrera e Jenna Ortega, agora mais amadurecidas nos papéis, entregam uma maior veracidade e segurança às suas personagens representando um grande avanço comparado à Pânico de 2022. Além delas, todo o elenco parece estar mais a vontade em seus papéis, principalmente as veteranas Courteney Cox e sua Gale que ainda mostra fragilidade quanto à morte de Dewey, e a inserção de Kirby (mulher tu não tava morta?) retornando muito bem ao seu papel após Pânico 4.
O filme é como uma montanha-russa sangrenta, onde uma sequência leva a outra sem dar descanso às pobres vítimas, resultando em cenas emblemáticas e chocantes como a do supermercado e a que envolve uma escada. Tudo é maior e mais perigoso na cidade grande e os diretores fizeram questão de deixar isso claro.
O ponto negativo provavelmente seja no fator Wolverine que parte do elenco possui de levar facadas e correr como se nada tivesse acontecido (sério isso, gente?) e a revelação da pessoa por trás de tudo que pode soar meio... forçada para algumas pessoas.
De resto, Pânico VI é um ótimo avanço em relação à Pânico V e é um presente aos fãs da franquia.
Ps.: A cena inicial me pegou de surpresa de tantas formas... Adorei!
O Menu foi uma grata surpresa que encontrei por minhas andanças nos streamings. Ele não me chamou atenção quando saiu seu primeiro trailer (o qual me passou uma ideia totalmente errada da história), mas resolvi dar uma chance e me surpreendi positivamente.
A história consegue prender justamente por não entregar de uma vez as intenções dos personagens envolvidos, servindo pouco a pouco os pedaços para que sua degustação seja saborosa e apreciada, fazendo com que o espectador monte as peças do quebra-cabeça até seu plot twist....no meio da história.
Sim. As revelações são adiantadas, mas isso não compromete a obra, pelo contrário, apenas reforça uma dualidade existente entre as duas figuras principais que movem a trama em um duelo frio de interações em que Ralph Fiennes e Anna Taylor-Joy esbanjam uma sordidez e um perfeito timing para seus personagens não soarem caricatos.
É delicioso ver os desdobramentos a cada prato servido e a angústia que cresce naquele ambiente sufocante, cuja única certeza é um final tenebroso ou não, dependendo de cada decisão tomada.
Diferente de como foi vendido, "O Menu" não se trata de um filme de terror, e sim é uma crítica mordaz ao sistema da alta gastronomia (é claro que a metáfora empregada poderia muito bem servir para outros tipos de indústria, inclusive a cinematográfica) e o quão vazias as pessoas podem se tornar, ao aderirem a algo sem alma cujo mote de vida seria apenas a aprovação de terceiros.
É claro que a estética e direção empregadas aqui podem não agradar a todo mundo, principalmente quem espera um filme frenético e de causar calafrios. O Menu possui uma narrativa de boa duração e que fecha seu enredo com uma cena final ideal para o que foi proposto.
Portanto, vale muito uma conferida, nem que seja por mera curiosidade.
Lake Mungo (ou "O segredo do Lago Mungo") é um filme que busca uma abordagem diferenciada quanto ao gênero "found footage". Sendo gravado como um mockumentary (um documentário falso), o filme busca uma aproximação com a realidade, para deixar o espectador mais imersivo dentro do que se propõe a mostrar.
Não se engane, apesar de possuir um cartaz e uma estética que se referem ao gênero terror, o ritmo do filme é lento e cuida de tudo com extremo cuidado, preferindo não apelar para jump scares baratos.
O trunfo de Lake Mungo reside na atmosfera criada com seu jogo de câmeras e a forma que decidiu ser filmado. O fato de trazer uma estética real ao seu mundo ficcional, permite que muitos momentos de tensão sejam construídos ao abordar todas as facetas de Alice Palmer e sua família.
O problema principal é justamente a frustração pela história parecer não levar a lugar algum, principalmente com dois plot twists no meio da projeção que soaram meio como um balde de água fria (já que um deles nem sequer é relevante de verdade para a história) e um final que arrepia, mas que te deixa mais confuso do que satisfeito.
De qualquer forma, é uma experiência válida para quem busca algo diferente do gênero e quer sentir um calafrio na espinha em uma madrugada chuvosa e solitária.
O Homem-formiga nunca foi meu herói favorito (nem perto disso), mas confesso que tive certo apreço pelo primeiro longa que achei bem dinâmico e com piadas que funcionavam (além da interação entre diferentes tamanhos). O segundo longa já deixou a desejar, principalmente por parecer um episódio filler dentro do universo da Marvel sem aparentemente querer alçar grandes voos... Então chegamos nesse terceiro filme do herói, em tese poderia se dizer o mais ambicioso, graças a proposta de trazer a tona o grande vilão dessa saga do multiverso, Kang, o Conquistador.
É verdade que os últimos filmes e séries dessa saga têm deixado MUITO a desejar no quesito inovação (acho que a Marvel tem medo dessa palavra). A inserção dos personagens no mundo quântico aparentava ser uma oportunidade de ouro para que a empresa buscasse um novo horizonte, numa terra jamais desbravada e com tanto a fornecer. Nos primeiros 40 minutos, o filme consegue te prender pela interação com essa nova realidade, suas criaturas curiosas e seu povo.... mas é só isso. Ao inserir a figura de Kang e seu exército, a fórmula Marvel assume e tudo fica como mais do mesmo.
Kang é um personagem que assume a alcunha de vilão e tem imponência pra isso, mas nunca chega a ser realmente ameaçador por causa do ritmo e objetivo da projeção que insere uma piada por segundo praticamente. Nada é levado a sério, afinal estamos em um filme do Homem-formiga, mas do que adianta então inserir um antagonista de tamanha importância em um filme que não o trabalha devidamente?
Os efeitos visuais são OK, apesar de em vários momentos soarem meio...mé para a tecnologia atual (note o tanto de nomes nos créditos que cuidaram dos efeitos e se assuste). As atuações eu destaco a maravilhosa Michelle Pfeiffer, que ganha mais tempo de tela e merecia ainda mais destaque, e Jonathan Majors que assume o tom correto para seu Kang.
De resto, posso pontuar que a história não empolga e o final soa até mesmo frustrante para alguém que esperasse algo realmente diferente (aquela redenção repentina...credo). Vamos torcer para que algo melhor apareça nos próximos filmes dessa saga.
Comédia de humor ácido e timing não tão perfeito nas piadas. O roteiro dos irmãos Farrelly (conhecidos diretores desse tipo de filme) aposta no absurdo entrelaçado com situações de uma comédia romântica corriqueira para conduzir seus personagens. Sinceramente, algumas piadas soam ofensivas demais atualmente, principalmente pela demasiada repetição durante a projeção. Além disso, o ritmo irregular e a duração extensa (2h para esse fiapo de história? Sério isso?) com personagens desinteressantes podem não compensar alguns momentos cômicos (as cenas com o cachorro são hilárias). Bom, se você gosta do humor dos Farrelly dê uma chance para "Quem vai ficar com Mary?".
Não é tão ruim, mas também não é tão bom. Segue o padrão das obras envolvendo o Esquadrão Suicida, mas faltando o carisma característico de seus personagens aqui. Tudo soa apressado demais e deixa uma colcha de retalhos imensa com vários buracos a mostra. Poucos momentos inspiradores e um plot mais do que previsível. Desperdício de bons personagens.
Ah, cada risada trazia uma lágrima junto nesse documentário sobre os bastidores da peça feita pelo próprio Paulo Gustavo junto de sua mãe Déa Lúcia. Em tese, trata-se de uma homenagem a essa figura que tanto fez o povo brasileiro rir e esquecer de suas próprias dificuldades, além de permitir a inserção de temas de diversidade e inclusão através de suas obras. Senti falta apenas de um olhar mais pessoal e crítico sobre justamente as pautas que Paulo Gustavo desejava tocar na ferida, mas esse não era o foco e quem for assistir, com certeza matará a saudade desse grande ícone da comédia.
O primeiro filme da saga "Avatar" lançado em Dezembro de 2009, trouxe uma grande revolução ao adornar sua história com o uso da tecnologia em voga da época aliada ao 3D que havia voltado a ser sensação nas salas de cinema. 13 anos depois, a sua continuação tão aguardada finalmente dá as caras e mostra que tanta espera rendeu bons frutos. A história é o calcanhar de Aquiles do filme assim como seu predecessor, servindo um fiapo de um quase desastroso roteiro para conduzir a narrativa de Jake e sua família novamente em guerra contra os humanos pelo controle do planeta Pandora. O retorno de velhos inimigos e a forma que a narrativa se constrói soam apenas como desculpas para que o confronto ocorra soando como uma ideia qualquer jogada na mesa pelos roteiristas sem se preocuparem com o saldo final. No entanto, o grande triunfo desse novo Avatar é justamente o seu visual. A tecnologia empregada por James Cameron para dar vida ao planeta é simplesmente soberba! Pandora é parte integrante da narrativa e sua natureza exuberante na parte da flora já era surreal na primeira abordagem, mas as belezas do mundo aquático e essa mudança de cenário são de cair o queixo! Os efeitos visuais evidenciam uma diferença gritante e o salto tecnológico de 13 anos até este momento, proporcionando uma das obras mais belas visualmente que eu tive o prazer de acompanhar sendo desenhada em tela. Um trabalho artístico magnífico que poucos filmes são capazes de proporcionar ao seu espectador, estabelecendo uma catarse que consegue esconder os muitos furos narrativos existentes. Meu conselho? Não perca essa chance e deleite-se com essas imagens em uma tela cheia com a melhor qualidade possível, pois esse é um espetáculo que merece ser visto dessa maneira. Relaxe, deixe seus pensamentos fluírem e por 192 minutos permita que sua mente explore Pandora mais uma vez.
Refilmagem do filme de 1997, Cubo continua uma história instigante e que prende pela sensação de perigo imediato a cada sala averiguada. A matemática, fator importante no original, se manteve como cerne dos sobreviventes assim como seus dilemas morais que ganharam mais profundidade aqui. Apesar disso, a duração mais extensa para uma história que não necessita de muita coisa prejudica o ritmo, e a sensação de claustrofobia como no original se perde em cenários "limpos demais". De qualquer forma, segue sendo uma boa releitura.
Lázaro Ramos conseguiu criar uma narrativa que brinca com o elemento distópico para criar uma alegoria do racismo social. As cenas revoltantes de personagens como os de Renata Sorrah e Adriana Estevez, para as situações vividas por Taís Araújo, Seu Jorge e Alfred Enoch criam um paralelo com o mundo real em um discurso forte e contundente. No entanto, o ponto fraco do filme é justamente ser um festival de alegorias que acabam deixando a sua narrativa sem a profundidade que ela merecia, como uma colcha de retalhos que prosseguem até o seu término. Faltou um pouco de estruturação narrativa, mas, ainda assim, vale uma conferida.
A homofobia existente no futebol não é novidade. É um esporte que recebeu a titulação de que somente homens heteronormativos poderiam curtir e participar. Então, a existência de qualquer elemento que não interaja de forma adequada com esse padrão, acaba por provocar estranheza e consequentemente sua exclusão. Mario é o protagonista e sofre a maior carga dessa pressão de estabelecer dentro dessa característica sem ir contra essa corrente. Por diversos momentos, o que se vê são discursos preconceitos e "brincadeiras" tratadas como normais, quando na verdade conseguem quebrar pouco a pouco o espírito do indivíduo envolvido. Em ano de Copa do Mundo, é possível ver que o futebol tem a força de unir nações pra um torneio que todas as telas se voltam para acompanhar, mas ainda está muito longe de se resolver os problemas que ocorrem nos bastidores. E os problemas apresentados na projeção, não ficam no cerne da ficção. Mario e Leon são ótimos goleadores, os melhores de seu time, mas os fatos que a narrativa conduz de forma paciente e que crescem a tal ponto de sufocar, são apenas uma amostra do que inúmeros jovens que sonham da mesma forma que os protagonistas têm de suportar para poderem se encaixar em determinadas esferas. Não só no futebol, mas também em outros esportes. Até quando a orientação sexual será motivo de exclusão e medo na sociedade atual? Não sei, mas já está na hora de dar um basta a isso.
James Cameron é um carinha corajoso. Isso não se pode negar. O diretor do clássico Titanic, fez sua primeira investida no mundo dos Na'vi 13 anos atrás, abusando da tecnologia em voga na época (o 3D) e aproveitando uma maestria em efeitos visuais inovadores, os quais possibilitaram um espetáculo visual para narrar a guerra entre humanos e nativos. A alegoria de invasores europeus a nativos é bem evidente como pano de fundo no amadurecimento do protagonista Jake. Acompanhamos através de seus olhos e de seu avatar, toda a cultura dos povos Na'vi e como a ganância humana tem afetado seu ecossistema em troca de materiais valiosos existentes em suas terras. A forma com que sua relação com aquela cultura é retratada foi o ponto mais forte da obra, pouco a pouco, sem pressa, construindo uma relação pacífica e amorosa com os adventos da guerra em segundo plano. É claro, desde sua época de lançamento, Avatar sofre com a história sendo seu calcanhar de Aquiles. A meu ver, a narrativa trabalha bem com o que se propõe, sem reinventar a roda, mas sabendo como utilizar seus elementos para benefício próprio, aliado a efeitos visuais e uma ambientação magnífica, fazendo com que a própria fauna e flora seja participante atuante nos eventos da projeção. É uma história linda de acompanhar e, apesar de sua extensa duração, consegue manter seu ritmo e interesse do espectador até seu ápice no último ato. Eu pude acompanhar isso em 2009, e também em 2022 com seu relançamento e posso dizer que tudo ainda me encanta da mesma forma. Sua continuação, "O caminho da água" tem pré-estreia programada para hoje nos cinemas, e espero que essa longa duração tenha servido para incrementar a mitologia imposta no primeiro filme. Venha descobrir Pandora e se aventurar na mente megalomaníaca de James Cameron.
Eu esperava mais... Calma, antes de me crucificarem eu vou explicar. O primeiro Pantera Negra com Chadwick Boseman foi um "boom" enorme no universo Marvel e também um marco na história cinematográfica ao trazer um herói, assim como um elenco, majoritariamente negro em um blockbuster de peso. O filme possui profundidade e questões desenvolvidas com muito afinco para conseguir transmitir sua mensagem ao espectador, além de um deleite visual proporcionado por um figurino e direção de arte primorosos em adornar elementos da cultura africana com artefatos tecnológicos. Eu simplesmente AMEI o primeiro filme, sendo um dos meus favoritos da Marvel, e minha empolgação com essa continuação estava nas alturas. Aqui, Namor é o antagonista junto com seu povo da cidade submersa de Talocan que busca a ajuda de Wakanda para proteção e acaba iniciando um conflito de grandes proporções. A direção de arte e os figurinos se mantém primorosos, assim como a fotografia exibindo uma técnica se não melhor, tão boa quanto a do primeiro filme. Namor e Shuri estão muito bem em seus papéis, entregando-se de corpo e alma aos seus personagens assim como Angela Bassett (MARAVILHOSA) que rouba todas as cenas em que aparece. O problema da projeção reside no tempo. O filme é muito longo e parece não se resolver qual é a cara que deseja assumir. A mistura de guerra e luto andam em conjunto e existe uma quebra de ritmo em vários pontos da narrativa que, por vezes, torna enfadonho de acompanhá-la. A batalha final que deveria ser seu ponto mais forte, na verdade soa como a parte mais fraca apresentando tudo de forma rápida e com pouca emoção, resolvendo os problemas repentinamente e pode soar meio frustrante para quem espera um espetáculo. Existem boas adições como Michaela Coel como nova integrante das Dora Milaje e Dominique Thorne como Coração de Ferro, personagens divertidas e que adicionam vigor e humor à narrativa. No fim, o saldo é um filme que desejou mostrar muito sem dosar e que consegue emocionar, mas não deixa de ter a sensação de "poderia ser mais" Ps.: A cena pós-créditos vale o ingresso pelo filme inteiro
Animação fofa que traz uma garota azarada se envolvendo com um ser do mundo da sorte. Tem uma vibe bem Disney e Divertida Mente, mas acaba sendo muito bobinho as vezes. De qualquer forma, é uma animação fora do meio das grandes indústrias e que pode cativar pela simplicidade.
Para os amantes de musicais e filmes natalinos essa é uma ótima escolha. Will Ferrel e Ryan Reynolds formam uma duplinha com um ótimo timing nessa comédia natalina que pode conquistar seu coração assim como o meu. (PS.: Se não for fã de cantoria, passe longe!)
Naomi Watts carregando 55 minutos do filme nas costas enquanto corre e fala no Iphone com bateria interminável. O trunfo é que o filme faz você trabalhar com a imaginação para que a tensão se desenvolva, caso contrário, parecerá bem mais parado do que já é.
Se "Desencantada" tirou suco de pedra, Abracadabra 2 tirou suco do subterrâneo do deserto do Saara para justificar essa sequência. É divertida e inofensiva, mas que soa desnecessária, apesar da química entre as três bruxas não ter diminuído com a diferença de anos.
Conseguiram tirar suco de pedra para essa continuação que ainda consegue trazer uma Giselle inspirada na boa atuação de Amy Adams, mas que carece de números musicais tão bons quanto do primeiro filme (exceto o dueto entre as duas vilãs que simplesmente amei).
Para quem está carente de "As crônicas de Nárnia", pode dar uma chance para essa fantasia que possui uma vibe bem "Ponte para Terabítia" e um Jason Momoa divertido.
O Predador já é uma figura conhecida do panteão cinematográfico de monstros. Com uma filmografia extensa (ao todo 4 filmes e 2 crossovers) e não muita qualidade em suas obras (particularmente gosto muito do primeiro filme, mas os outros são aceitáveis ou execráveis) chega esse ano mais uma tentativa de abordar esse universo de caçador e caça. Será que deu certo dessa vez? No caso, o maior acerto do filme é mudar o cenário para o passado, onde a figura de uma nativa munida com as ferramentas de caça de sua tribo e sua inteligência é a grande adversária da criatura. Muito se falou nas redes sociais sobre a mudança de gênero do guerreiro a enfrentar o monstro já que em todas as outras películas, o desafiante era um homem másculo (nem tanto né Adrien Brody) e treinado. Pois a meu ver, esse foi mais um grande acerto do longa, pois o que vemos em tela é uma ótima jornada de amadurecimento da jovem Naru e do seu reconhecimento como verdadeira caçadora. Acompanhar esse crescimento junto da grande ameaça proporcionada pela criatura com visual repaginado (e muito bom aliás, dando um ar mais ameaçador do que os filmes anteriores) é o que move as quase duas horas do longa. Além disso, o gore está bem presente, apesar de abusar dos efeitos digitais, e mesmo com várias mortes off-screen, o sangue é jorrado em boa parte da narrativa. A direção é precisa tanto nas sequências de luta, quanto na exploração dos cenários já que a mata é uma grande arena de combate onde quem a conhece melhor leva a vantagem. A fotografia é outro grande ponto, proporcionando uma bela visão tanto nas tomadas diurnas quanto nas noturnas, revelando um ambiente hostil e ao mesmo tempo acolhedor, assim como dando o tom de ameaça que ronda cada passo dado pela protagonista. Como resultado final, "O predador - a caçada" é um prato cheio para velhos e novos fãs do personagem e sua mitologia, que consegue trazer "sangue novo" à franquia, sem buscar muita inovação, trabalhando no seguro, mas fazendo seu dever de casa.
Ame ou odeie! Não tem definição melhor para esta nova empreitada no gênero "slasher" que desembarcou em nossas terras nesta quinta-feira. A dinâmica apresentada aqui parece tentar equilibrar o terror e a comédia na mesma medida, sem pender para nenhum lado tornando por deveras vezes cansativo e enfadonho acompanhar as discussões que se desenrolam entre as personagens. O desenvolvimento inicial serve para tentar apresentar (e talvez fazer com que nos importemos) o grupo de jovens que se juntam para um final de semana regado a drogas e álcool sem restrições. Quando a primeira morte ocorre, o que se vê é uma virada de ritmo maravilhosa e uma tensão crescente que aflora o que há de pior na desconfiança entre os sobreviventes em uma casa sem luz e sem socorro. "Morte, morte, morte!" é um filme de baixo orçamento e sabe trabalhar com o pouco que possui, alfinetando a burrice da geração tik tok e a futilidade da burguesia (simplesmente deixei escapar uma risada sincera quando uma das personagens esbravejou que sua amiga não era do mesmo patamar por ser classe média alta). A parte negativa é justamente a quebra de ritmo e a pouca importância que o espectador dá ao destino de qualquer um dos personagens. As mortes ocorrem e o que se vê é apenas mais um corpo atrás do outro, sem realmente ocorrer uma relação entre interlocutor e obra, soando raso onde poderia ser mais incisivo. Quanto ao final... COM CERTEZA o plot twist dividirá opiniões. Eu particularmente adorei a tirada do roteiro (apesar de já ter desconfiada na metade do que poderia se tratar), mas entendo a frustração de algumas pessoas. O que posso dizer? Aplaudo a ousadia da direção em optar por essa última cutucada nas redes sociais. De resto, é uma grata surpresa e que tenta inovar dentro de um gênero já engessado em velhas técnicas, sendo uma boa diversão para quem não possui muitas exigências.
O que aconteceu aqui? Essa é a pergunta que me fiz quando os créditos finais começaram a subir ao fim de Thor: amor e trovão. Particularmente, Thor não é um dos personagens da Marvel que mais me agrada (apesar de ter gostado de Thor: Ragnarok), no entanto sempre vou com a cabeça vazia para acompanhar qualquer produção da Marvel sem preconceitos... O que eu tenho a falar é que a fusão de Taika Waititi no comando desse universo funcionou muito bem no terceiro filme por causa da galhofa que a história possuía. Era um sentido de fim do mundo com uma vilã megalomaníaca por poder e um conjunto de heróis diversificado. A finitude explorada em Ragnarok (o fim de Asgard) não é o centro da história, porém aqui em Thor: amor e trovão, esse sentido de fim das mais diversas formas é o que move cada momento. O fim da vida, o fim dos deuses, o fim do sofrimento. Os temas aqui, principalmente os focados na personagem Jane Foster, precisavam de uma mão mais pesada e que convergisse para um filme bem mais sério do que apresentado na aventura anterior, mas o que se viu foi uma espécie de continuação das piadas intermináveis de Ragnarok como se fosse uma mera extensão do mesmo. O grande problema é a falta de coesão entre as partes. Se é para ser uma galhofa, então trate tudo dessa maneira, porém o terceiro ato destoa de todo o resto justamente porque o conteúdo narrativo não permite "brincar" com as situações do vilão Gorr e de Jane, e assim ele se perde com um roteiro que não empolga e não emociona. O que se vê é uma viagem interminável de cenário em cenário sem um norte verdadeiro para a urgência apresentada, culminando em um final piegas e sem sal justamente por não possuir uma execução satisfatório em seus atos anteriores. Thor: amor e trovão poderia ser épico e trazer um amadurecimento verdadeiro ao herói, trabalhando seu psicológico e emoções como nenhum dos outros filmes o fez... mas falha terrivelmente no que se propõe, servindo um festival de belos cenários para uma história sem alma.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
4.3 525 Assista AgoraLembro com exatidão até hoje do quão incrível eu achei a interação e a animação empregados no primeiro filme dessa saga, Homem-aranha no Aranhaverso (2019). Então eu fui verificar se esta continuação ao menos se igualava às características técnicas empregadas na primeira tratativa... e posso dizer que estou muito feliz de afirmar que consegue ser ainda melhor do que foi apresentado no primeiro passeio.
Nessa sequência, passou-se um ano desde os eventos do primeiro filme e Miles sente saudade do seu grupo de amigos, principalmente de Gwen. Forçado a lidar com as decisões de amadurecimento, o rapaz tenta conciliar a vida de herói e de adolescente, nem sempre dando conta das duas de forma correta.
A animação manteve o padrão e conseguiu alavancar o que já era bom. A estética de páginas de quadrinhos continua, mas agora existe uma mescla de padrões aquarelados e diversidades de cores que potencializam várias sequências. Em destaque posso indicar um olhar mais afiado de como as cores são tratadas em um diálogo entre Gwen e seu pai, onde a não-padronização de um tom e a inserção de um derretimento como pinceladas não terminadas em detrimento a linhas retas, cria um elemento visual para a catástrofe dos próprios sentimentos e relação entre as personagens com a predominação de cores frias.
Outro fator que me agradou foi a escolha de várias sequências em que os diretores brincam com a inversão da visão de mundo, dando ao espectador um gostinho de como é estar na pele dos homem-aranhas. É um recurso bem usado, principalmente nos voos e acrobacias pela cidade tanto nas cenas de luta e perseguição, quanto em momentos mais ternos como o passeio de Gwen e Miles mostrando suas habilidades um ao outro.
A história é o ponto mais fraco, principalmente pelo seu vilão "Mancha" que, apesar de cômico, não demonstra uma real sensação de perigo até o último terço da narrativa, apesar de seu design e poderes serem interessantes.
A sociedade aranha é um colírio para os olhos recheada de easter eggs para os entusiastas do cinema e dos quadrinhos.
No fim, é um filme excelente que cumpre bem todas as suas propostas e deixa margem para um final épico.
Nota: 10
Shazam! Fúria dos Deuses
2.8 354 Assista AgoraO primeiro Shazam lançado em 2019 veio como uma grata surpresa ao universo da DC. Piadas boas, um claro desprendimento quanto a seriedade dos filmes de herói da produtora e um protagonista carismático fizeram o filme ter sucesso e fazer um burburinho saudável.
Quatro anos depois, retorna-se ao Universo de Shazam e... parece que nada mudou para o bem e para o mal.
Os efeitos melhoraram, assim como os detalhes nos figurinos (graças a God), e o ritmo imposto no primeiro filme não foi deixado de lado. Continua um filme que mescla piadas fora de hora em momentos de ação e tensão.
O grande problema em Shazam 2 reside na sua falta de novidade. Todos os acontecimentos enfrentados aqui já foram vistos a exaustão. Parece que é um filme de super-herói reciclado em que basta colocar a alcunha de qualquer outro genérico que se manteria a mesma coisa. Essa foi a idêntica sensação ao assistir a "Homem Formiga e a Vespa: Quantumania", parece que as produtoras optaram por não se arriscar em pisar em terrenos perigosos e jogar sempre no seguro e isso já está se refletindo no gosto do público ao se observar as bilheterias e repercussões dos últimos lançamentos tanto da Marvel quanto da DC.
Os personagens não têm um aprofundamento decente, fazendo com que se importar realmente com seu destino soe difícil. Zachary Levi ainda sustenta com precisão a figura de seu herói, rendendo os melhores momentos da projeção.
A equipe de antagonistas assume a faceta de vilãs genéricas e abraçam com vontade esse papel, parecendo se divertirem bastante com isso (Helen Mirren e Lucy Liu divas).
No fim, o saldo é que Shazam 2 não evolui o que foi mostrado no primeiro filme e soe quase como um episódio filler no meio da galeria imensa de personagens do gênero lançados a exaustão. Ao menos é divertido e dá para dar boas risadas.
Ps.: Existe uma participação especial interessante da forma que foi utilizada. Ao menos minha companhia aceitou de bom grado esse Deus Ex-machina kkkk
Pânico VI
3.5 800 Assista AgoraAqui tem-se o sexto exemplar da franquia Pânico, trazendo as novas faces já apresentadas no antecessor e alguns velhos conhecidos das antigas para uma nova perseguição do ghostface pelas ruas da Big Apple.
Depois de cinco filmes, como se reinventar? Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett acharam a solução em realocar os sobreviventes para um cenário mais amplo onde pudessem trabalhar com a imaginação e providenciar sequências de tirar o fôlego, pois as possibilidades de se trabalhar com um assassino em série em uma cidade grande são bem maiores.
Este novo Pânico é mais violento e frenético de que seus predecessores e sabe como trabalhar isso de forma que quem está assistindo fique grudado na cadeira a cada nova informação e morte em tela. Algumas bem chocantes. Além de manter a velha brincadeira de tentar adivinhar quem está por trás da máscara.
Melissa Barrera e Jenna Ortega, agora mais amadurecidas nos papéis, entregam uma maior veracidade e segurança às suas personagens representando um grande avanço comparado à Pânico de 2022. Além delas, todo o elenco parece estar mais a vontade em seus papéis, principalmente as veteranas Courteney Cox e sua Gale que ainda mostra fragilidade quanto à morte de Dewey, e a inserção de Kirby (mulher tu não tava morta?) retornando muito bem ao seu papel após Pânico 4.
O filme é como uma montanha-russa sangrenta, onde uma sequência leva a outra sem dar descanso às pobres vítimas, resultando em cenas emblemáticas e chocantes como a do supermercado e a que envolve uma escada. Tudo é maior e mais perigoso na cidade grande e os diretores fizeram questão de deixar isso claro.
O ponto negativo provavelmente seja no fator Wolverine que parte do elenco possui de levar facadas e correr como se nada tivesse acontecido (sério isso, gente?) e a revelação da pessoa por trás de tudo que pode soar meio... forçada para algumas pessoas.
De resto, Pânico VI é um ótimo avanço em relação à Pânico V e é um presente aos fãs da franquia.
Ps.: A cena inicial me pegou de surpresa de tantas formas... Adorei!
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraO Menu foi uma grata surpresa que encontrei por minhas andanças nos streamings. Ele não me chamou atenção quando saiu seu primeiro trailer (o qual me passou uma ideia totalmente errada da história), mas resolvi dar uma chance e me surpreendi positivamente.
A história consegue prender justamente por não entregar de uma vez as intenções dos personagens envolvidos, servindo pouco a pouco os pedaços para que sua degustação seja saborosa e apreciada, fazendo com que o espectador monte as peças do quebra-cabeça até seu plot twist....no meio da história.
Sim. As revelações são adiantadas, mas isso não compromete a obra, pelo contrário, apenas reforça uma dualidade existente entre as duas figuras principais que movem a trama em um duelo frio de interações em que Ralph Fiennes e Anna Taylor-Joy esbanjam uma sordidez e um perfeito timing para seus personagens não soarem caricatos.
É delicioso ver os desdobramentos a cada prato servido e a angústia que cresce naquele ambiente sufocante, cuja única certeza é um final tenebroso ou não, dependendo de cada decisão tomada.
Diferente de como foi vendido, "O Menu" não se trata de um filme de terror, e sim é uma crítica mordaz ao sistema da alta gastronomia (é claro que a metáfora empregada poderia muito bem servir para outros tipos de indústria, inclusive a cinematográfica) e o quão vazias as pessoas podem se tornar, ao aderirem a algo sem alma cujo mote de vida seria apenas a aprovação de terceiros.
É claro que a estética e direção empregadas aqui podem não agradar a todo mundo, principalmente quem espera um filme frenético e de causar calafrios. O Menu possui uma narrativa de boa duração e que fecha seu enredo com uma cena final ideal para o que foi proposto.
Portanto, vale muito uma conferida, nem que seja por mera curiosidade.
Lake Mungo
3.2 291Lake Mungo (ou "O segredo do Lago Mungo") é um filme que busca uma abordagem diferenciada quanto ao gênero "found footage". Sendo gravado como um mockumentary (um documentário falso), o filme busca uma aproximação com a realidade, para deixar o espectador mais imersivo dentro do que se propõe a mostrar.
Não se engane, apesar de possuir um cartaz e uma estética que se referem ao gênero terror, o ritmo do filme é lento e cuida de tudo com extremo cuidado, preferindo não apelar para jump scares baratos.
O trunfo de Lake Mungo reside na atmosfera criada com seu jogo de câmeras e a forma que decidiu ser filmado. O fato de trazer uma estética real ao seu mundo ficcional, permite que muitos momentos de tensão sejam construídos ao abordar todas as facetas de Alice Palmer e sua família.
O problema principal é justamente a frustração pela história parecer não levar a lugar algum, principalmente com dois plot twists no meio da projeção que soaram meio como um balde de água fria (já que um deles nem sequer é relevante de verdade para a história) e um final que arrepia, mas que te deixa mais confuso do que satisfeito.
De qualquer forma, é uma experiência válida para quem busca algo diferente do gênero e quer sentir um calafrio na espinha em uma madrugada chuvosa e solitária.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
2.8 519 Assista AgoraO Homem-formiga nunca foi meu herói favorito (nem perto disso), mas confesso que tive certo apreço pelo primeiro longa que achei bem dinâmico e com piadas que funcionavam (além da interação entre diferentes tamanhos). O segundo longa já deixou a desejar, principalmente por parecer um episódio filler dentro do universo da Marvel sem aparentemente querer alçar grandes voos... Então chegamos nesse terceiro filme do herói, em tese poderia se dizer o mais ambicioso, graças a proposta de trazer a tona o grande vilão dessa saga do multiverso, Kang, o Conquistador.
É verdade que os últimos filmes e séries dessa saga têm deixado MUITO a desejar no quesito inovação (acho que a Marvel tem medo dessa palavra). A inserção dos personagens no mundo quântico aparentava ser uma oportunidade de ouro para que a empresa buscasse um novo horizonte, numa terra jamais desbravada e com tanto a fornecer. Nos primeiros 40 minutos, o filme consegue te prender pela interação com essa nova realidade, suas criaturas curiosas e seu povo.... mas é só isso. Ao inserir a figura de Kang e seu exército, a fórmula Marvel assume e tudo fica como mais do mesmo.
Kang é um personagem que assume a alcunha de vilão e tem imponência pra isso, mas nunca chega a ser realmente ameaçador por causa do ritmo e objetivo da projeção que insere uma piada por segundo praticamente. Nada é levado a sério, afinal estamos em um filme do Homem-formiga, mas do que adianta então inserir um antagonista de tamanha importância em um filme que não o trabalha devidamente?
Os efeitos visuais são OK, apesar de em vários momentos soarem meio...mé para a tecnologia atual (note o tanto de nomes nos créditos que cuidaram dos efeitos e se assuste). As atuações eu destaco a maravilhosa Michelle Pfeiffer, que ganha mais tempo de tela e merecia ainda mais destaque, e Jonathan Majors que assume o tom correto para seu Kang.
De resto, posso pontuar que a história não empolga e o final soa até mesmo frustrante para alguém que esperasse algo realmente diferente (aquela redenção repentina...credo). Vamos torcer para que algo melhor apareça nos próximos filmes dessa saga.
Quem vai Ficar com Mary?
3.1 492 Assista AgoraComédia de humor ácido e timing não tão perfeito nas piadas. O roteiro dos irmãos Farrelly (conhecidos diretores desse tipo de filme) aposta no absurdo entrelaçado com situações de uma comédia romântica corriqueira para conduzir seus personagens. Sinceramente, algumas piadas soam ofensivas demais atualmente, principalmente pela demasiada repetição durante a projeção. Além disso, o ritmo irregular e a duração extensa (2h para esse fiapo de história? Sério isso?) com personagens desinteressantes podem não compensar alguns momentos cômicos (as cenas com o cachorro são hilárias). Bom, se você gosta do humor dos Farrelly dê uma chance para "Quem vai ficar com Mary?".
Esquadrão Suicida: Acerto de Contas
3.6 117 Assista AgoraNão é tão ruim, mas também não é tão bom. Segue o padrão das obras envolvendo o Esquadrão Suicida, mas faltando o carisma característico de seus personagens aqui. Tudo soa apressado demais e deixa uma colcha de retalhos imensa com vários buracos a mostra. Poucos momentos inspiradores e um plot mais do que previsível. Desperdício de bons personagens.
Filho da Mãe
4.4 136 Assista AgoraAh, cada risada trazia uma lágrima junto nesse documentário sobre os bastidores da peça feita pelo próprio Paulo Gustavo junto de sua mãe Déa Lúcia. Em tese, trata-se de uma homenagem a essa figura que tanto fez o povo brasileiro rir e esquecer de suas próprias dificuldades, além de permitir a inserção de temas de diversidade e inclusão através de suas obras. Senti falta apenas de um olhar mais pessoal e crítico sobre justamente as pautas que Paulo Gustavo desejava tocar na ferida, mas esse não era o foco e quem for assistir, com certeza matará a saudade desse grande ícone da comédia.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraO primeiro filme da saga "Avatar" lançado em Dezembro de 2009, trouxe uma grande revolução ao adornar sua história com o uso da tecnologia em voga da época aliada ao 3D que havia voltado a ser sensação nas salas de cinema. 13 anos depois, a sua continuação tão aguardada finalmente dá as caras e mostra que tanta espera rendeu bons frutos.
A história é o calcanhar de Aquiles do filme assim como seu predecessor, servindo um fiapo de um quase desastroso roteiro para conduzir a narrativa de Jake e sua família novamente em guerra contra os humanos pelo controle do planeta Pandora. O retorno de velhos inimigos e a forma que a narrativa se constrói soam apenas como desculpas para que o confronto ocorra soando como uma ideia qualquer jogada na mesa pelos roteiristas sem se preocuparem com o saldo final.
No entanto, o grande triunfo desse novo Avatar é justamente o seu visual. A tecnologia empregada por James Cameron para dar vida ao planeta é simplesmente soberba! Pandora é parte integrante da narrativa e sua natureza exuberante na parte da flora já era surreal na primeira abordagem, mas as belezas do mundo aquático e essa mudança de cenário são de cair o queixo! Os efeitos visuais evidenciam uma diferença gritante e o salto tecnológico de 13 anos até este momento, proporcionando uma das obras mais belas visualmente que eu tive o prazer de acompanhar sendo desenhada em tela. Um trabalho artístico magnífico que poucos filmes são capazes de proporcionar ao seu espectador, estabelecendo uma catarse que consegue esconder os muitos furos narrativos existentes.
Meu conselho? Não perca essa chance e deleite-se com essas imagens em uma tela cheia com a melhor qualidade possível, pois esse é um espetáculo que merece ser visto dessa maneira. Relaxe, deixe seus pensamentos fluírem e por 192 minutos permita que sua mente explore Pandora mais uma vez.
Cubo: A Caixa do Medo
2.2 61 Assista AgoraRefilmagem do filme de 1997, Cubo continua uma história instigante e que prende pela sensação de perigo imediato a cada sala averiguada. A matemática, fator importante no original, se manteve como cerne dos sobreviventes assim como seus dilemas morais que ganharam mais profundidade aqui. Apesar disso, a duração mais extensa para uma história que não necessita de muita coisa prejudica o ritmo, e a sensação de claustrofobia como no original se perde em cenários "limpos demais". De qualquer forma, segue sendo uma boa releitura.
Medida Provisória
3.6 432Lázaro Ramos conseguiu criar uma narrativa que brinca com o elemento distópico para criar uma alegoria do racismo social. As cenas revoltantes de personagens como os de Renata Sorrah e Adriana Estevez, para as situações vividas por Taís Araújo, Seu Jorge e Alfred Enoch criam um paralelo com o mundo real em um discurso forte e contundente. No entanto, o ponto fraco do filme é justamente ser um festival de alegorias que acabam deixando a sua narrativa sem a profundidade que ela merecia, como uma colcha de retalhos que prosseguem até o seu término. Faltou um pouco de estruturação narrativa, mas, ainda assim, vale uma conferida.
Mário e Leon: No Amor e no Jogo
3.8 84 Assista AgoraA homofobia existente no futebol não é novidade. É um esporte que recebeu a titulação de que somente homens heteronormativos poderiam curtir e participar. Então, a existência de qualquer elemento que não interaja de forma adequada com esse padrão, acaba por provocar estranheza e consequentemente sua exclusão.
Mario é o protagonista e sofre a maior carga dessa pressão de estabelecer dentro dessa característica sem ir contra essa corrente.
Por diversos momentos, o que se vê são discursos preconceitos e "brincadeiras" tratadas como normais, quando na verdade conseguem quebrar pouco a pouco o espírito do indivíduo envolvido. Em ano de Copa do Mundo, é possível ver que o futebol tem a força de unir nações pra um torneio que todas as telas se voltam para acompanhar, mas ainda está muito longe de se resolver os problemas que ocorrem nos bastidores. E os problemas apresentados na projeção, não ficam no cerne da ficção.
Mario e Leon são ótimos goleadores, os melhores de seu time, mas os fatos que a narrativa conduz de forma paciente e que crescem a tal ponto de sufocar, são apenas uma amostra do que inúmeros jovens que sonham da mesma forma que os protagonistas têm de suportar para poderem se encaixar em determinadas esferas. Não só no futebol, mas também em outros esportes. Até quando a orientação sexual será motivo de exclusão e medo na sociedade atual? Não sei, mas já está na hora de dar um basta a isso.
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraJames Cameron é um carinha corajoso. Isso não se pode negar. O diretor do clássico Titanic, fez sua primeira investida no mundo dos Na'vi 13 anos atrás, abusando da tecnologia em voga na época (o 3D) e aproveitando uma maestria em efeitos visuais inovadores, os quais possibilitaram um espetáculo visual para narrar a guerra entre humanos e nativos. A alegoria de invasores europeus a nativos é bem evidente como pano de fundo no amadurecimento do protagonista Jake. Acompanhamos através de seus olhos e de seu avatar, toda a cultura dos povos Na'vi e como a ganância humana tem afetado seu ecossistema em troca de materiais valiosos existentes em suas terras. A forma com que sua relação com aquela cultura é retratada foi o ponto mais forte da obra, pouco a pouco, sem pressa, construindo uma relação pacífica e amorosa com os adventos da guerra em segundo plano.
É claro, desde sua época de lançamento, Avatar sofre com a história sendo seu calcanhar de Aquiles. A meu ver, a narrativa trabalha bem com o que se propõe, sem reinventar a roda, mas sabendo como utilizar seus elementos para benefício próprio, aliado a efeitos visuais e uma ambientação magnífica, fazendo com que a própria fauna e flora seja participante atuante nos eventos da projeção.
É uma história linda de acompanhar e, apesar de sua extensa duração, consegue manter seu ritmo e interesse do espectador até seu ápice no último ato. Eu pude acompanhar isso em 2009, e também em 2022 com seu relançamento e posso dizer que tudo ainda me encanta da mesma forma.
Sua continuação, "O caminho da água" tem pré-estreia programada para hoje nos cinemas, e espero que essa longa duração tenha servido para incrementar a mitologia imposta no primeiro filme. Venha descobrir Pandora e se aventurar na mente megalomaníaca de James Cameron.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 800 Assista AgoraEu esperava mais...
Calma, antes de me crucificarem eu vou explicar. O primeiro Pantera Negra com Chadwick Boseman foi um "boom" enorme no universo Marvel e também um marco na história cinematográfica ao trazer um herói, assim como um elenco, majoritariamente negro em um blockbuster de peso. O filme possui profundidade e questões desenvolvidas com muito afinco para conseguir transmitir sua mensagem ao espectador, além de um deleite visual proporcionado por um figurino e direção de arte primorosos em adornar elementos da cultura africana com artefatos tecnológicos.
Eu simplesmente AMEI o primeiro filme, sendo um dos meus favoritos da Marvel, e minha empolgação com essa continuação estava nas alturas.
Aqui, Namor é o antagonista junto com seu povo da cidade submersa de Talocan que busca a ajuda de Wakanda para proteção e acaba iniciando um conflito de grandes proporções.
A direção de arte e os figurinos se mantém primorosos, assim como a fotografia exibindo uma técnica se não melhor, tão boa quanto a do primeiro filme. Namor e Shuri estão muito bem em seus papéis, entregando-se de corpo e alma aos seus personagens assim como Angela Bassett (MARAVILHOSA) que rouba todas as cenas em que aparece.
O problema da projeção reside no tempo. O filme é muito longo e parece não se resolver qual é a cara que deseja assumir. A mistura de guerra e luto andam em conjunto e existe uma quebra de ritmo em vários pontos da narrativa que, por vezes, torna enfadonho de acompanhá-la. A batalha final que deveria ser seu ponto mais forte, na verdade soa como a parte mais fraca apresentando tudo de forma rápida e com pouca emoção, resolvendo os problemas repentinamente e pode soar meio frustrante para quem espera um espetáculo.
Existem boas adições como Michaela Coel como nova integrante das Dora Milaje e Dominique Thorne como Coração de Ferro, personagens divertidas e que adicionam vigor e humor à narrativa.
No fim, o saldo é um filme que desejou mostrar muito sem dosar e que consegue emocionar, mas não deixa de ter a sensação de "poderia ser mais"
Ps.: A cena pós-créditos vale o ingresso pelo filme inteiro
Sorte
3.5 85 Assista AgoraAnimação fofa que traz uma garota azarada se envolvendo com um ser do mundo da sorte. Tem uma vibe bem Disney e Divertida Mente, mas acaba sendo muito bobinho as vezes. De qualquer forma, é uma animação fora do meio das grandes indústrias e que pode cativar pela simplicidade.
Spirited: Um Conto Natalino
3.3 43 Assista AgoraPara os amantes de musicais e filmes natalinos essa é uma ótima escolha. Will Ferrel e Ryan Reynolds formam uma duplinha com um ótimo timing nessa comédia natalina que pode conquistar seu coração assim como o meu.
(PS.: Se não for fã de cantoria, passe longe!)
A Hora do Desespero
2.7 105 Assista AgoraNaomi Watts carregando 55 minutos do filme nas costas enquanto corre e fala no Iphone com bateria interminável. O trunfo é que o filme faz você trabalhar com a imaginação para que a tensão se desenvolva, caso contrário, parecerá bem mais parado do que já é.
Abracadabra 2
3.3 349 Assista AgoraSe "Desencantada" tirou suco de pedra, Abracadabra 2 tirou suco do subterrâneo do deserto do Saara para justificar essa sequência. É divertida e inofensiva, mas que soa desnecessária, apesar da química entre as três bruxas não ter diminuído com a diferença de anos.
Desencantada
2.8 177 Assista AgoraConseguiram tirar suco de pedra para essa continuação que ainda consegue trazer uma Giselle inspirada na boa atuação de Amy Adams, mas que carece de números musicais tão bons quanto do primeiro filme (exceto o dueto entre as duas vilãs que simplesmente amei).
Terra dos Sonhos
3.5 80 Assista AgoraPara quem está carente de "As crônicas de Nárnia", pode dar uma chance para essa fantasia que possui uma vibe bem "Ponte para Terabítia" e um Jason Momoa divertido.
O Predador: A Caçada
3.6 665O Predador já é uma figura conhecida do panteão cinematográfico de monstros. Com uma filmografia extensa (ao todo 4 filmes e 2 crossovers) e não muita qualidade em suas obras (particularmente gosto muito do primeiro filme, mas os outros são aceitáveis ou execráveis) chega esse ano mais uma tentativa de abordar esse universo de caçador e caça. Será que deu certo dessa vez?
No caso, o maior acerto do filme é mudar o cenário para o passado, onde a figura de uma nativa munida com as ferramentas de caça de sua tribo e sua inteligência é a grande adversária da criatura. Muito se falou nas redes sociais sobre a mudança de gênero do guerreiro a enfrentar o monstro já que em todas as outras películas, o desafiante era um homem másculo (nem tanto né Adrien Brody) e treinado. Pois a meu ver, esse foi mais um grande acerto do longa, pois o que vemos em tela é uma ótima jornada de amadurecimento da jovem Naru e do seu reconhecimento como verdadeira caçadora. Acompanhar esse crescimento junto da grande ameaça proporcionada pela criatura com visual repaginado (e muito bom aliás, dando um ar mais ameaçador do que os filmes anteriores) é o que move as quase duas horas do longa.
Além disso, o gore está bem presente, apesar de abusar dos efeitos digitais, e mesmo com várias mortes off-screen, o sangue é jorrado em boa parte da narrativa.
A direção é precisa tanto nas sequências de luta, quanto na exploração dos cenários já que a mata é uma grande arena de combate onde quem a conhece melhor leva a vantagem.
A fotografia é outro grande ponto, proporcionando uma bela visão tanto nas tomadas diurnas quanto nas noturnas, revelando um ambiente hostil e ao mesmo tempo acolhedor, assim como dando o tom de ameaça que ronda cada passo dado pela protagonista.
Como resultado final, "O predador - a caçada" é um prato cheio para velhos e novos fãs do personagem e sua mitologia, que consegue trazer "sangue novo" à franquia, sem buscar muita inovação, trabalhando no seguro, mas fazendo seu dever de casa.
Morte Morte Morte
3.1 643 Assista AgoraAme ou odeie! Não tem definição melhor para esta nova empreitada no gênero "slasher" que desembarcou em nossas terras nesta quinta-feira.
A dinâmica apresentada aqui parece tentar equilibrar o terror e a comédia na mesma medida, sem pender para nenhum lado tornando por deveras vezes cansativo e enfadonho acompanhar as discussões que se desenrolam entre as personagens.
O desenvolvimento inicial serve para tentar apresentar (e talvez fazer com que nos importemos) o grupo de jovens que se juntam para um final de semana regado a drogas e álcool sem restrições. Quando a primeira morte ocorre, o que se vê é uma virada de ritmo maravilhosa e uma tensão crescente que aflora o que há de pior na desconfiança entre os sobreviventes em uma casa sem luz e sem socorro.
"Morte, morte, morte!" é um filme de baixo orçamento e sabe trabalhar com o pouco que possui, alfinetando a burrice da geração tik tok e a futilidade da burguesia (simplesmente deixei escapar uma risada sincera quando uma das personagens esbravejou que sua amiga não era do mesmo patamar por ser classe média alta).
A parte negativa é justamente a quebra de ritmo e a pouca importância que o espectador dá ao destino de qualquer um dos personagens. As mortes ocorrem e o que se vê é apenas mais um corpo atrás do outro, sem realmente ocorrer uma relação entre interlocutor e obra, soando raso onde poderia ser mais incisivo.
Quanto ao final... COM CERTEZA o plot twist dividirá opiniões. Eu particularmente adorei a tirada do roteiro (apesar de já ter desconfiada na metade do que poderia se tratar), mas entendo a frustração de algumas pessoas. O que posso dizer? Aplaudo a ousadia da direção em optar por essa última cutucada nas redes sociais.
De resto, é uma grata surpresa e que tenta inovar dentro de um gênero já engessado em velhas técnicas, sendo uma boa diversão para quem não possui muitas exigências.
Thor: Amor e Trovão
2.9 973 Assista AgoraO que aconteceu aqui?
Essa é a pergunta que me fiz quando os créditos finais começaram a subir ao fim de Thor: amor e trovão. Particularmente, Thor não é um dos personagens da Marvel que mais me agrada (apesar de ter gostado de Thor: Ragnarok), no entanto sempre vou com a cabeça vazia para acompanhar qualquer produção da Marvel sem preconceitos...
O que eu tenho a falar é que a fusão de Taika Waititi no comando desse universo funcionou muito bem no terceiro filme por causa da galhofa que a história possuía. Era um sentido de fim do mundo com uma vilã megalomaníaca por poder e um conjunto de heróis diversificado. A finitude explorada em Ragnarok (o fim de Asgard) não é o centro da história, porém aqui em Thor: amor e trovão, esse sentido de fim das mais diversas formas é o que move cada momento. O fim da vida, o fim dos deuses, o fim do sofrimento. Os temas aqui, principalmente os focados na personagem Jane Foster, precisavam de uma mão mais pesada e que convergisse para um filme bem mais sério do que apresentado na aventura anterior, mas o que se viu foi uma espécie de continuação das piadas intermináveis de Ragnarok como se fosse uma mera extensão do mesmo.
O grande problema é a falta de coesão entre as partes. Se é para ser uma galhofa, então trate tudo dessa maneira, porém o terceiro ato destoa de todo o resto justamente porque o conteúdo narrativo não permite "brincar" com as situações do vilão Gorr e de Jane, e assim ele se perde com um roteiro que não empolga e não emociona. O que se vê é uma viagem interminável de cenário em cenário sem um norte verdadeiro para a urgência apresentada, culminando em um final piegas e sem sal justamente por não possuir uma execução satisfatório em seus atos anteriores.
Thor: amor e trovão poderia ser épico e trazer um amadurecimento verdadeiro ao herói, trabalhando seu psicológico e emoções como nenhum dos outros filmes o fez... mas falha terrivelmente no que se propõe, servindo um festival de belos cenários para uma história sem alma.