Um filme com depoimentos e imagens que retratam o quanto ainda somos humanos, e o tanto quanto esquecemos do que já fomos, do que já vivemos. De visualização obrigatória para aqueles que gostam de pensar o choque do poder de construção de imagens pessoais com aquelas construídas pelos mecanismos do Estado. Um filme de amor.
Não achei o filme horroroso, mas ficou, sim, bem pouco interessante. Algumas cenas quebraram muito a perspectiva do filme, como aquela cena dos guris escolhendo a roupa do baile de formatura (O QUE DIABOS É AQUELA CENA E O QUE ELA FAZ NAQUELE FILME?!) ou ainda a cena no baile em que o filme se passa pela perspectiva da câmera do menino que filma (o filme passa o tempo todo tentando nos colocar no lugar da Carrie, e DO NADA vem umas cenas de encheção de linguiça MASTER). A escolha de atores é outro ponto bastante questionável... tirando a Julianne Moore... nem a Chlöe ficou bem, honestamente... achei o papel grande demais pra ela, e visivelmente ela não deu conta disso... e outra coisa, bem lembrada pelo meu companheiro nos nossos comentários pós-fílmicos: a Sissy Spacek, do de 1976, tinha uma beleza "estranha", ela não era bonita tipo "uau"... como é a Clöe... Aí Hollywood tenta transformar uma guria que é uma bonequinha de luxo em uma pessoa estranha (o que faz pra isso? escova o cabelo!!! DAFUQ?!!). É tipo um filme B com bastante dinheiro para produção... de longe um filme tão bom quanto seu original, de longe um filme que conseguiu contextualizar a história para os nossos dias, e de longe uma direção que conseguisse homenagear o que foi o trabalho do De Palma, no original...
Quando nos deparamos com a certeza do sagrado, existe uma barreira que se quebra e outra que se cria. Enquanto enterramos a solidão da certeza de estarmos vazios neste universo, nasce a muralha que edifica nosso caminho ao divino e que ao mesmo tempo nos cerca. As cenas de introdução deste filme são chocantes e, por sua natureza provocadora e inquestionáveis, confirmam a grande valia de um projeto cinematográfico como este.
Uma aula por excelência. Um mundo onde o moderno transformou os modos que o homem tinha de enxergar-se e de perceber-se. O cinema apresentado como um dos impulsos da primeira grande vanguarda moderna, e artistas, teóricos e cineastas contemporâneos dispostos a nos revelar modos de perceber o contexto artístico e social de um mundo aonde a fusão e a assimilação de um meio artístico pelo outro já significava o enriquecimento de toda a nossa percepção.
Como todo o trabalho de Antony como músico, a base deste documentário são os níveis de transexualidade na história de 13 lindas mulheres que são apresentadas na turnê européia do espetáculo que dá nome ao filme. Como um documento experimental, como um estudo das formas e do legado cinematográfico, é verdade que o filme pode parecer um pouco cru e exageradamente simples - com pontuais e importantes momentos mais elaborados visualmente. Mas como peça sensível, latente de sentimentos, o documentário acerta um espectador atento à combinação daquilo que é apresentado em palco e no "back stage" do espetáculo. Devo dizer que esta foi uma das minhas mais fortes experiências, posso dizer, de catarse com o cinema. Ele não foi feito para ganhar centenas de prêmios e atingir um público vastíssimo, mas a verdade é que, se conseguirmos nos deixar levar por aquilo que o filme tem para nos mostrar, desprendendo-nos de tudo que possa configurar em regras ou modos do fazer cinematográfico, recebemos em troca um documentários que nos leva aos estudos mais básicos de tudo o que significa ser mulher e ser humano, e ser tudo o que se pode ser entre aquilo que pensamos, que nos ensinam sobre nós, e aquilo que legitimamente sentimos, o que vem de dentro e nos define como seres únicos. Veja para sentir. Permita-se desaprender aquilo que possa transformar o filme em formalidades técnicas. "Turning" te devolverá o esforço na forma de grossas, incontroláveis e transcendentais lágrimas.
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Mataram Meu Irmão
3.6 13Um filme com depoimentos e imagens que retratam o quanto ainda somos humanos, e o tanto quanto esquecemos do que já fomos, do que já vivemos. De visualização obrigatória para aqueles que gostam de pensar o choque do poder de construção de imagens pessoais com aquelas construídas pelos mecanismos do Estado. Um filme de amor.
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraNão achei o filme horroroso, mas ficou, sim, bem pouco interessante. Algumas cenas quebraram muito a perspectiva do filme, como aquela cena dos guris escolhendo a roupa do baile de formatura (O QUE DIABOS É AQUELA CENA E O QUE ELA FAZ NAQUELE FILME?!) ou ainda a cena no baile em que o filme se passa pela perspectiva da câmera do menino que filma (o filme passa o tempo todo tentando nos colocar no lugar da Carrie, e DO NADA vem umas cenas de encheção de linguiça MASTER). A escolha de atores é outro ponto bastante questionável... tirando a Julianne Moore... nem a Chlöe ficou bem, honestamente... achei o papel grande demais pra ela, e visivelmente ela não deu conta disso... e outra coisa, bem lembrada pelo meu companheiro nos nossos comentários pós-fílmicos: a Sissy Spacek, do de 1976, tinha uma beleza "estranha", ela não era bonita tipo "uau"... como é a Clöe... Aí Hollywood tenta transformar uma guria que é uma bonequinha de luxo em uma pessoa estranha (o que faz pra isso? escova o cabelo!!! DAFUQ?!!). É tipo um filme B com bastante dinheiro para produção... de longe um filme tão bom quanto seu original, de longe um filme que conseguiu contextualizar a história para os nossos dias, e de longe uma direção que conseguisse homenagear o que foi o trabalho do De Palma, no original...
Jesus, You Know
3.4 7 Assista AgoraQuando nos deparamos com a certeza do sagrado, existe uma barreira que se quebra e outra que se cria. Enquanto enterramos a solidão da certeza de estarmos vazios neste universo, nasce a muralha que edifica nosso caminho ao divino e que ao mesmo tempo nos cerca. As cenas de introdução deste filme são chocantes e, por sua natureza provocadora e inquestionáveis, confirmam a grande valia de um projeto cinematográfico como este.
Picasso e Braque Vão ao Cinema
3.6 1Uma aula por excelência. Um mundo onde o moderno transformou os modos que o homem tinha de enxergar-se e de perceber-se. O cinema apresentado como um dos impulsos da primeira grande vanguarda moderna, e artistas, teóricos e cineastas contemporâneos dispostos a nos revelar modos de perceber o contexto artístico e social de um mundo aonde a fusão e a assimilação de um meio artístico pelo outro já significava o enriquecimento de toda a nossa percepção.
Turning
4.2 4Como todo o trabalho de Antony como músico, a base deste documentário são os níveis de transexualidade na história de 13 lindas mulheres que são apresentadas na turnê européia do espetáculo que dá nome ao filme. Como um documento experimental, como um estudo das formas e do legado cinematográfico, é verdade que o filme pode parecer um pouco cru e exageradamente simples - com pontuais e importantes momentos mais elaborados visualmente. Mas como peça sensível, latente de sentimentos, o documentário acerta um espectador atento à combinação daquilo que é apresentado em palco e no "back stage" do espetáculo. Devo dizer que esta foi uma das minhas mais fortes experiências, posso dizer, de catarse com o cinema. Ele não foi feito para ganhar centenas de prêmios e atingir um público vastíssimo, mas a verdade é que, se conseguirmos nos deixar levar por aquilo que o filme tem para nos mostrar, desprendendo-nos de tudo que possa configurar em regras ou modos do fazer cinematográfico, recebemos em troca um documentários que nos leva aos estudos mais básicos de tudo o que significa ser mulher e ser humano, e ser tudo o que se pode ser entre aquilo que pensamos, que nos ensinam sobre nós, e aquilo que legitimamente sentimos, o que vem de dentro e nos define como seres únicos. Veja para sentir. Permita-se desaprender aquilo que possa transformar o filme em formalidades técnicas. "Turning" te devolverá o esforço na forma de grossas, incontroláveis e transcendentais lágrimas.