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Últimas opiniões enviadas

  • Beatriz Teodoro

    Tudo converge para o desconforto com a utilização do gore, a perturbação através da programação monarca, e a dissociação dos personagens — exemplo disso é o portagonismo sutil e inocente que se torna animalesco. É um filme de crítica e exposição a qual não se resume apenas a indústria midiática. Muitos erros no roteiro mas muito rico semiologicamente falando.

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  • Beatriz Teodoro

    [TEMPO DE LEITURA: 5 - 10 MINUTOS]
    Observação: Qualquer comparação com Stranger Things deve ser desmerecida. Você não verá isso aqui.

    Sinopse: Dark é uma série de suspense que se passa em 2019 numa pequena cidade alemã que ainda apresenta o medo das usinas radioativas, além do desaparecimento de crianças, um evento similar que ocorreu há 33 anos.

    Trilha sonora: Passando de músicas atuais até músicas dos anos 80. As instrumentais ou temas incidentais, sonorizam um contexto ficcional construindo Winden através de uma história cheia de mistérios, algumas ainda são compostas por instrumentos friccionados para dar ênfase a dramaticidade, e aquelas que contém letras fazem jus ao tema através da abordagem do suicídio, desaparecimento e terror.

    Abertura: se desenvolve juntamente com a trama, o que nos faz prender a atenção ao invés de entendiar-se com uma abertura comum e que não traz nada de novo. Esta pode ou não - dependendo da interpretação daquele que vê - dar um spoilerzão, digno a trazer o verdadeiro tema pra gente através do seu design caleidoscópico em que se remete as suas realidades acíclicas.

    A série é um suspense que tem como base em seu roteiro a causalidade. Sendo a causalidade diferente da sincronicidade, há então a ligação entre todos os personagens que se baseia em ação e parentesco e não está ali só por estar ou por mero destino.
    A teoria da sincronicidade de Carl Gustav Jung tem como premissa que esta se trata de um acontecimento espontâneo, porém não se trata de uma mera coincidência ou de uma acausalidade (não ter sentido), poderia ser melhor descrito como uma forma de "destino".
    Jung ainda presume que o ceticismo pode fazer com que a sincronicidade não ocorra, como a questão: "você atrai aquilo que você pensa/acredita". Porém não é disso que a série se trata, mesmo no momento em que Jonas questiona se há ou não um destino, até seus sonhos são influenciados pelas ações e não destinos.

    Talvez a única parte em que a sincronicidade esteja intrínseca é em seu próprio ceticismo, ou seja, ela não existe, então nada na série é espontâneo.

    O enredo foi construído para jovens/adultos que apreciam um bom mistério, suspense e ficção científica, ou seja, são pessoas que gostam de pensar, desenvolver teorias, estudar, discutir sobre o assunto. Como pode uma série desenvolver ainda mais senso crítico ou agradar seu público se entregasse todo seu enredo e despejassem explicações? Seria um tiro no pé, não é mesmo?

    Muitos personagens ainda não tiveram suas ligações desenvolvidas nesta primeira temporada, porque acredito que poderia ter duas reações no público: ou compreender basicamente todo o enredo, e por assim ser indispensável a segunda temporada e torná-la realmente como uma encheção de linguiça ou poderia deixar as coisas ainda mais confusas, já que são trabalhados muitos detalhes que possuem conexões. Expor muito algo pode dar mais respostas do que deveria e ser um erro ainda maior. Com apenas 10 episódios uma trama que desdobra as suas respostas mais rápido que as suas perguntas poderia ser exaustivo para o seu próprio público. Além disso, quanto mais rápido um desdobramento da trama, mais superficial ela poderá ficar e como esta série se trata de conteúdos complexos, seria de fato, algo impossível.

    O final desta temporada, a meu ver, foi apenas uma grande explicação de algumas das questões, porém mostrando que há uma continuação, a história não termina ali e é isso que faz com que o público desenvolva suas teorias, discuta e acompanhe, sendo até mesmo uma estratégia, além de deixar tudo mais cativante.

    Já para quem gosta de histórias com elaborações mais simples ou que tenha suas respostas de forma mais rápida, é provável que esta série não seja uma boa.
    Se a série conduz um material reflexivo ela quer que seu público pense, e não vai entregar tudo mastigado (nem deve), tampouco em sua primeira temporada, coisa que série de suspense nenhuma faz.

    Enquanto muitas temporadas não evoluem em seu tema central no desenvolvimento, Dark sabe fazer isso com muita facilidade e sem menosprezar a nossa inteligência, já que podemos desenvolver muita coisa só com as pistas que o roteiro nos concede.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    A série constitui-se de diversos referenciais teóricos que compactuam com a o gnosticismo de natureza dualista cosmológico maniqueísta, há também inúmeras referências às obras de Nietzsche que adentra ao universo de A Gaia Ciência, onde temos duas teorias que a compõe: O Eterno Retorno (na qual foi utilizada na 1ª temporada na série) e a morte de Deus (acredito que seja feita alusão deste na 2ª temporada, na qual remete-se ao apocalipse). É notório o conteúdo de excertos que exprimem a causalidade (já mencionada aqui), a liberdade, onde começa o bem e o mal, etc.

    Em síntese sobre Eterno Retorno e de forma menos descomplicada: “Se o universo é algo infinito, o tempo também é infinito (algo que não o é realmente) e assim há x tempo de todas as possibilidades das coisas acontecerem já terem acontecido. Na série é determinado esse ciclo de começo e fim com o calendário solar (33 anos). Assim quando tudo já aconteceu, tudo retorna novamente a acontecer. O responsável para que isso aconteça é o reverendo (Noah), ou seja, ele não é bom ou mau, parte da própria concepção do espectador, segundo a teoria, para o homem pode ser uma benção ou um inferno viver sua própria natureza e realidade infinitamente. Simbologia utilizada na série: juntamente com a triqueta é apresentado o Ouroboros (signo para a eternidade).

    A utilização do buraco de minhoca refere-se ao aprisionamento, ele é a passagem entre o buraco negro e o buraco branco. A gravidade de um buraco negro é imensa, portanto, nada escapa dele, ou seja, na série tudo o que vai acontecer deve e vai acontecer. Caso o viajante do viajante do tempo tente sair, ele pode entrar em um buraco negro em rotação, ou seja, fugir para outro universo para ver se escapa e essa é a tentativa que o protagonista está fazendo, porém quanto mais ele viaja no tempo, mais infinito está tornando o buraco negro. Na solução de Schwarzschild, o passado do buraco branco pode se tornar um passado do além do buraco negro, ou seja, o buraco branco é o passado e o buraco negro é o futuro dele. Para melhores explicações vamos entender melhor a situação de acordo com o astrofísico Andrew Hamilton:

    “Você adentraria por um buraco negro e sai diretamente por um buraco de minhoca, que proporcionaria a mudança do fluxo espacial, ocasionando em uma espécie de aceleração para trás. Após, você sai pela outra extremidade, chamada de buraco branco, que nada mais é que a mesma versão do buraco negro, mas invertido, o que proporcionaria que você chegasse no outro ponto com o tempo diferente do qual você entrou. Dessa forma, você sairia do passado e cairia no futuro. Se movendo por esse buraco branco, ainda seria possível, através de um flash, você conter uma imagem com todas as informações do seu passado, possibilitando uma viagem de ‘volta’.”

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  • Beatriz Teodoro

    O filme Bandersnatch é uma ficção interativa com o máximo de 132 minutos de duração, lançado em 2018 e da antologia Black Mirror, original da plataforma de streaming de filmes Netflix, escrita por Charlie Booker e dirigido por David Slade. A história passa nos anos 1980 para ambientar e retratar a fotografia e ser condizente ao lançamento do jogo Pac-man, um importante elemento que é diversas vezes citado para a teoria conspiracional Program and Control (Programa e Controle). O protagonista, Stefan, é um adolescente traumatizado pela perda da mãe, o que o faz manter um relacionamento frio com seu pai, culpando-o pelo ocorrido. A trama se desenvolve quando Stefan vai atrás da criação do seu primeiro jogo, a partir disso as simples opções de como controlar a rotina do jovem se tornam mais intensas, apresentando uma evolução do personagem de forma extremamente rápida.

    O nome Bandersnatch advém de um personagem da obra “Alice através do espelho”, de Lewis Carrol, ou mais especificamente uma criatura ficcional descrito como fumegante e furioso, este levou ao projeto do jogo Brataccas da Imagine Software, o primeiro vídeo interativo com intuito, segundo o próprio manual, de tornar os pensamentos e os problemas do personagem os seus. Bandersnatch com sua narrativa de controle cria a sensação inicialmente aos espectadores de autores que possuem o poder para decidir o que desejarem com a consciência de que não é o personagem, portanto, não há consequências. Inesperadamente os contextos se transformam de forma independente para que chegue a um fim ou lhe influenciam a fazer as decisões. Por fim o espectador se torna um personagem.

    As comparações com tipos de jogos já existentes como Role-playing game ou FMW traz os questionamentos sobre a inovação da obra. O Manual PINTEC (2008; 2011) define a Inovação Tecnológica como “a introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) novo ou substancialmente aprimorada ou pela introdução na empresa de um processo novo ou substancialmente aprimorada” (BENEFACIO, José, Olga, 2016, 91). Sendo Bandersnatch definido semiologicamente como filme e apresentado em sua plataforma específica, não há como defini-lo um jogo, além de apresentar a facilidade na tomada de decisões sem grandes estratégias, recursos ou aprofundamento das técnicas de jogabilidade, tornando-se assim o primeiro filme interativo.

    Apesar de trazer finais imprevisíveis, por conseguinte de seu efeito ancoragem, repetição e os limites de assistir em aparelhos smart, as críticas negativas sobressaíram e tornaram o final menos visto da produção de Black Mirror. Decepcionante ainda mais àqueles que depois de experimentarem a sensação de poder posteriormente entenderem que não o tinha e pior, eram os controlados. Em contrapartida, restringiu a pirataria e cumpriu o objetivo. Com uma louvável facilidade da interação, nos presenciou com a oportunidade de agir, tomar decisões e observar as consequências. Em suma, mesmo inovando, Bandersnatch não perde a essência de sua antologia, manteve as críticas tecnológicas perturbadoras e trouxe reflexões a partir da vida pessoal através do questionamento da falsa percepção de livre-arbítrio numa cadeia de comandos.

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