Palavras e expressões muito em voga serviriam para descrever o filme “Dias Perfeitos”, de Wim Wenders. Minimalismo, slow way of life são dois exemplos cabíveis. Mas acredito que Hirayama aprovaria o início desse texto simplificado por um dos melhores ditos do poetinha Manoel: “só as coisas rasteiras me celestam”.
Detentor de um doce par de olhos orientais, o protagonista é morador da cidade de Tóquio. Em uma rotina composta por banheiros, fotografias de câmera analógica, sombras de árvores e farfalhar de folhas, passeios de bicicleta e leituras, ele constrói um elemento precioso, tão raro em nossos dias: o silêncio. Opondo-se ao grande e ao muito, ele enxerga o pequeno e se faz feliz em cada pedaço do que a sociedade convencionou a chamar de “pouco”.
Burlar a urgência e contemplar o que importa. Está na moda ser simples, mas raro é, nos dias atuais, aquele que de fato – trazendo Manoel outra vez - “não sofre de nobrezas”. Hirayama busca o sossego e o conforto, não o luxo. Na contramão do rúido e desejos artificiais, a obra de Wenders nos reorienta para o caminho das miudezas e das conversas sem palavras.
Palavras e expressões muito em voga serviriam para descrever o filme “Dias Perfeitos”, de Wim Wenders. Minimalismo, slow way of life são dois exemplos cabíveis. Mas acredito que Hirayama aprovaria o início desse texto simplificado por um dos melhores ditos do poetinha Manoel: “só as coisas rasteiras me celestam”.
Detentor de um doce par de olhos orientais, o protagonista é morador da cidade de Tóquio. Em uma rotina composta por banheiros, fotografias de câmera analógica, sombras de árvores e farfalhar de folhas, passeios de bicicleta e leituras, ele constrói um elemento precioso, tão raro em nossos dias: o silêncio. Opondo-se ao grande e ao muito, ele enxerga o pequeno e se faz feliz em cada pedaço do que a sociedade convencionou a chamar de “pouco”.
Burlar a urgência e contemplar o que importa. Está na moda ser simples, mas raro é, nos dias atuais, aquele que de fato – trazendo Manoel outra vez - “não sofre de nobrezas”. Hirayama busca o sossego e o conforto, não o luxo. Na contramão do rúido e desejos artificiais, a obra de Wenders nos reorienta para o caminho das miudezas e das conversas sem palavras.