Muito interessante a construção do documentário, partindo de imagens da maior conquista do clube, a Libertadores de 2013, mas forjando a identidade atleticana a partir do assalto de José Roberto Wright em favor do Flamengo em 1981 e do campeonato de 1977 contra o SP.
Enquanto assistia Acossado eu realmente me perguntei "mas q p*rra eu to vendo aqui??" Foi um misto de incompreensão e revolta por não conseguir entender o desenvolvimento do roteiro, os cortes abruptos e pra onde Godard quer nos levar. Foi bem frustrante
Ai fui ler sobre a história do filme e isso faz realmente diferença. Não é a questão de preciosismo ou mesmo fetichismo "nossa, um filme do Godard, q magnífico!", mas entender q o q estamos assistindo é literalmente a história do cinema em movimento. E isso é genial! A busca dele por um cinema autoral foi responsável por criar uma identidade genuinamente francesa para os filmes em um momento q o país era inundado por películas estadunidenses. As escolhas do diretor e a forma de montagem do filme é revolucionária nesse sentido (por mais q incompreensível, talvez, a primeira vista) e quebra com as convenções de Hollywood.
E isso se torna cada vez mais relevante, visto a monocultura cinematográfica de hoje em dia que estabelece filmes cada vez mais padronizados e com fórmulas prontas. Hollywood vive uma crise de criatividade e está em um processo autofágico, sendo engolida por sua própria megalomania. E entrar em contato com uma maneira tão revolucionária de fazer cinema é uma luz e demonstração de outras possibilidades de arte em movimento.
Quando estava na faculdade eu pensava q seria muito louco se alguns filmes dessem uma guinada no seu estilo no meio da história, mudando a atmosfera e o seu rumo. E é exatamente isso que acontece aqui.
Na primeira parte pensamos q o filme é sobre uma mulher e um psicopata em uma casa de airbnb, mas na segunda parte o buraco fica mais embaixo (literalmente).
Gosto dessas metáforas espaciais que estabelecem níveis para abordar algum aspecto da história. Assim como Parasita, mas por outro caminho, a casa em questão tem segredos aterradores nas suas bases, escondidos por uma casa aparentemente normal e bem bonita até, apesar de estar em um bairro decadente. O terror está nos alicerces... e não apenas no da casa...
Mesmo não sendo o foco do filme, vemos um comentário crítico sobre o declínio da sociedade estadunidense, representada por um bairro abandonado de Detroit onde a casa se localiza. Mesmo no flashback que mostra aquele bairro em seu auge como qualquer outro subúrbio estadunidense e suas casas com grama aparada na frente, vemos que seus alicerces servem para ação terrível de um serial killer psicopata. A aparente beleza e normalidade esconde o terror.
Mas o ápice do filme é o comentário feminista sobre os perigos e ameaças que as mulheres passam constantemente. Sobre isso, a primeira parte do filme é genial ao colocar na nossa cabeça uma grande interrogação: será q o personagem de Bill Skarsgard é uma ameaça ou só alguém sem jeito em uma situação estranha? O senhor correndo atrás de Tess para tentar avisa-la sobre os perigos da casa e ela desesperada para entrar é um medo real que as mulheres enfrentam quase todos os dias. Ou ainda os policiais que após ela escapar do cativeiro não dão a mínima para a situação dela.
O personagem de Justin Long é mais um ponto de convergência neste aspecto. Acusado de estupro, ele na verdade está mais preocupado com sua imagem pública e o efeito sobre sua carreira e finanças. Ele também busca o perdão da vítima para ficar com sua consciência limpa, mas se mostra um verdadeiro cuzão no final do filme.
Tenho pra mim que Ran é a definição absoluta de tragédia, tudo é grandioso e terrível na mesma dose! O encontro de Kurosawa com Shakespeare só poderia dar nisso msm.
Ran é daqueles filmes q quando você termina de assistir necessita de um tempo para refletir sobre a condição humana. O que o diretor quer explorar aqui é a ganância humana que leva a dor e sofrimento. a figura do senhor Buda cria um bom contraste e ao mesmo tempo uma constatação, o sofrimento é inerente e se não quebrarmos seu ciclo nunca atingiremos a plenitude.
É q eu fico muito puto com a mercantilização da fé e passei a temporada quase toda xingando essa família. Mas talvez por isso a série seja bem competente. Algumas coisas me incomodaram:
tipo o filho do Jesse dar pra trás no plano de roubar (prefiro pensar em tomar de volta) a igreja da família. Ok, ele percebeu que na vdd só estava decepcionado pelo pai e coisa e tal, mas ficou mal construída. Em um momento ele está discutindo o plano e no outro vomitando de nervosismo.
a cena do Baby Billy sendo atingido pelo raio e sobreviver sem aparentes lesões e as pessoas a literalmente um passo dele não serem afetadas não tem como passar batido e nos faz pensar que Deus gosta mesmo dessa galera, só pode.
A série tem ganchos no final de cada episódio que me prenderam e eu realmente quis saber o que ia acontecer no episódio seguinte. Mas eu queria tanto ver essa família se foder q eu fiquei decepcionado quando eles conseguiam se safar.
Evil dead é umas das franquias de terror q eu mais gosto. Conheci na época da faculdade assistindo nas madrugadas na rep de uns amigos e isso coloca eles em um lugar afetivo muito gostoso de lembrar. Dito isso, sempre vou aceitar com mais maleabilidade os filmes da franquia, isso pode em certo nível influenciar a minha visão sobre este episódio da serie. Foi legal ver as referências aos outros filmes, como a motosserra, o próprio necronomicon, a cena dos cabos, dentre outras. Essas cenas sempre funcionam para aqueles q acompanham a franquia, mas aqui acho q foram bem estabelecidos e apresentados naturalmente, não fica como elementos soltos. A própria expansão da lore evil dead veio muito a calhar e também não pareceu truncado. As cenas de humor também são bem colocadas e dão um alívio a toda aflição q vemos em tela (cenas, aliás, q transmitem dor só de ver)
No entanto, algumas coisas não funcionaram para mim. Achei a inserção do drama familiar algo quase anexo e que não alterou profundamente a trama. Para mim, o primeiro evil dead funciona perfeitamente pq é um grupo de jovens q chegam em uma cabana e entram em uma noite de loucura, algo bem simples e direto. É ai q reside o terror. Mas nada disso atrapalha a trama e talvez funcione para as pessoas mais acostumadas com filmes de terror pique blockbuster.
Eu diria que evil dead rise encontrou um bom meio caminho entre o terror clássico da franquia e o terror mais hypado do momento. E como é bom ver um filme sem jumpscares bestas!
Achei essa continuação bem boa. Filme já começa frenético lembrando do que rolou no anterior e isso faz sentido pq ele é continuação direta do antecessor. As cenas são muito bem dirigidas, como
quando vemos a "origem" do pinhead, uma cena bem tensa colocando os pregos na cabeça dele; e a cena que apresenta o retorno da Julia com o paciente do sanatório sendo comido por vermes e se cortando.
Além disso, gostei de ver mais o mundo dos cenobitas e a ambientação ficou excelente
Algumas escolhas de roteiro são bem estúpidas que te faz pensar "cara, pq eles estão fazendo isso?", mas de maneira geral não atrapalha o andar do filme. Na moral acho uma das melhores continuações de filme de terror dessas franquias clássicas.
Achei a premissa sensacional e me foi apresentado como se fosse um filme na esteira de Parasita ou outros filmes q trazem críticas a este abismo social q vivemos. E apesar de haver essa dinâmica do filme (todos os clientes do restaurante são super-ricos menos o otário lá paga pau de comida de rico) ela não funcionou tanto assim para mim.
Primeiro pq para mim essa questão da imoralidade do dinheiro (extremamente real e pra mim bilionário é uma aberração desse sistema produtivo em q vivemos) não fica bem explorado. A história dos yuppies até apresenta isso com a tortilla e talz, mas parece mais um detalhe para justificar o sadismo do chef
E assim... ele querer matar o ator só pq não gostou do filme dele é o cúmulo da falta de um bom motivo e para mim vai no oposto a essa "crítica" q tentaram fazer aqui.
Achei as atuações bem boas, Anya Taylor-Joy sempre muito boa em fazer carões e destoar de todos aqueles escrotos (incluindo o chef) e o acompanhante dela se saiu muito bem no papel de grande babaca.
Essa série veio de encontro a pensamentos q tenho tido ultimamente. Não sou uma pessoa religiosa, me considerar ateu em certo nível e tenho minhas visões de mundo não propriamente religiosas, mas ainda sim espiritualistas. Até onde toda essa experiência religiosa q chamamos de catártica não é apenas o nosso ego inflado que achamos ser Deus?
Essa é a discussão que a série levanta é acho muito pertinente. A atuação de Andrew Garfield como detetive (e mórmon) Pyre é ótima e realmente sentimos a crise na sua crença religiosa por um caso tão bárbaro ocorrer na sua comunidade. Seu companheiro de origem Paiute é um grande contraponto para a visão religiosa cristã e apresenta o outro ponto de vista dessa história. Gostaria que isso tivesse sido explorado melhor.
No entanto as cenas de recriação históricas não funcionaram para mim, por conhecer pouco a história mórmon, muitas vezes fiquei perdido com as personagens e quem elas eram. De qualquer forma é uma série muito boa e que dá visão sobre este crime que nunca tinha ouvido falar e foi chocante pela brutalidade e os argumentos dos criminosos
"Meus amigos, lembrem-se disto, não existe ervas daninhas, nem homens maus. Apenas mais cultivadores." Victor Hugo, Os miseráveis.
Esse filme é um soco no estômago bem dado. Minha visão é que ele faz parte de um grupo de filmes lançados nos últimos anos que encarna de maneira visceral o nosso tempo. Coloco ele na mesma esteira de Parasita (Bong Joon-Ho) e Coringa (Todd Phillips), nos quais a sociedade chegou num momento de tensão tão grande que o caos e a violência estão por questão de horas para ocorrer. E não seria este caminho que estamos trilhando com a crise da política liberal que não dá mais conta de atender aos anseios da população, as mudanças climáticas que fazem da vida algo incerto e a obscena concentração de renda que retira toda perspectiva da juventude e dos mais pobres? A partir daí a violência é a alternativa mais evidente.
Olha, difícil salvar alguma coisa aqui. Parece q ta tudo errado. O maior problema é q este filme quer ser resident evil ser ser resident evil. Digo, ele se ambienta em Raccoon City, há a Umbrella e as personagens estão ai, mas além disso não há essência dos jogos. O que é aquele Leon pelo amor de deus???? Não sou daqueles puristas q advogam q um filme adaptado tem q ser extremamente fiel à obra original, acho q a transposição para outras mídias exigem uma originalidade justamente para se fazer uma nova obra (se não, fiquemos com a original em si). E acho q esse foi um mérito neste filme, mas a execução foi péssima. Conceitualmente o filme é bom, a fotografia me agradou e os efeitos práticos são convincentes. Mas além disso, não há o que se salvar.
Nesse filme já se percebe a grandiosidade de Wong Kar Wai. As relações amorosas pueris, a melancolia pela não correspondência dos afetos, a ambientação de Hong Kong dos anos 1960, a palheta de cores, música. Enfim, é um ótimo filme para adentrar na filmografia deste diretor.
Um dos motivos do meu surto. Comecei a ver Zyuranger pq tava revendo Power Ranger e percebi como as coisas não fazem sentido ali. Então descobri que Power Ranger era feito a partir da franquia japonesa Super-Sentai e é óbvio q eu teria q conferir a produção original. Não me arrependo mesmo porque a série é boa (coloquem em mente q é uma série infantil) e faz muito mais sentido q a versão estadunidense. Bem, de qualquer forma posso colocar na minha listas de coisas aleatórias q eu já fiz q eu já vi power ranger japonês inteiro.
Achei que estava assistindo uma sátira pique Todo Mundo em Pânico (só que mais sem graça), mas não, era só mais um filme da Marvel tentando ser engraçadão. Sério, nenhum problema com isso. Até acho que isso é uma correção de rota. Realmente concordo com o Alan Moore (com certas ressalvas) que os super-heróis não são NECESSARIAMENTE para adultos. Acredito que possa haver adaptações para este público, mas de maneira geral eles deveriam ser um produto para o público juvenil. E ta tudo bem!
Nota: lembrar de nunca mais gastar dinheiro com filme da Marvel.
Sempre a velha história do país sul-americano cheio de corrupção e miséria q precisa ser salvo pelo primeiro mundo. A mentalidade de Guerra Fria perdura.
Realmente surpreso com esta série. Como já disseram ai em baixo, achava q ia ser uma parada de mistério meio cômica e foi muito mais q isso! Produção impecável da HBO e com proposta (até bem executada) de representar as relações sociais e de classe, a série vai muito além do que se imagina quando se lê apenas sinopse.
Como a discussão entre Olivia e sua família, quando o pai diz "então devemos apenas ficar tristes e fingir nos importar?", quando questionado sobre suas ideologias e crenças.
Ou mesmo não-diálogos para transmitir a mensagem de maneira inequívoca, cito novamente:
Quando novamente Olivia finalmente interpela sua amiga Paula (aliás, que nem sobre nome tem) e a acusa de participar do "roubo de milhões" das joias da sua família. E Paula simplesmente responde com um "você não entenderia [porque você é do mundo dos brancos e ricos]". E completa: "não é roubo se você acha que tudo é seu". Aliás, a relação delas é uma metáfora para isso.
No meu ponto de vista este (não-)diálogo se conecta com a relação entre Paula (a única que transita pelos dois mundos) e Kai. Ele precisa trabalhar (e fazer apresentações ridículas emulando sua cultura para entreter ricos que se sustentam destas expropriações, materiais ou retóricas) para o hotel que roubou a terra dos seus ancestrais e isso é algo legal e legítimo. Mas a sua ação de assaltar o cofre dos Mossbacher o leva a prisão. Uns ficam ricos, outros são condenados. O episódio 4 é completamente intragável pelas falas das personagens brancas que escancaram a hipocrisia e cinismo dos discursos para justificar seus privilégios. Claro que nem tudo é bom nessa série. A forma que a cultura Polinésia é apresentada é totalmente tosca e marginal. Algumas atuações são fracas e alguns diálogos bem "enche linguiça". Alguns finais são de cortar o coração (cof cof Rachel cof cof), outros me deixaram alegres (vá viver, Quinn S2). Acredito que dei nota alta por estes aspectos, mas se alguém não levar isso em consideração, a série pode parecer maçante e fraca justificadamente.
O Último Duelo é um filme magistral. Aqui somos apresentados a um julgamento de uma caso de estupro em plena Idade Média. Apesar de soar raro, não é de se impressionar que casos como este eram corriqueiros durante o período (e posteriormente, dado que ainda é uma realidade para as mulheres contemporâneas). O que é raro é a coragem de Marguerite, interpretada de maneira efusiva por Jodie Comer, de encarar um julgamento que poderia resultar em sua morte e, ainda mais, o julgamento social de um período em que as mulheres são apenas propriedades.
Dividido em 3 partes, o filme de Ridley Scott se propõe a apresentar a perspectiva dos três envolvidos: Jean de Carrouge (Matt Damon), Jacques Le Gris (Adam Drive) e da própria vítima, Marguerite. Scott não se mantém neutro e afirma que é a versão desta última que é a verdadeira. Nada mais justo e necessário.
A montagem e metáforas levantadas pelo diretor são certeiras e acrescentam à narrativa, como a cena da égua comprada por Carrouge apenas para procriação (uma metáfora à condição da mulher naquela sociedade).
Scott também não nos poupa da cena explícita de violência contra Marguerite, uma cena dura mas não apresentada de maneira despropositada, ela funciona para apresentar o estupro da perspectiva da vítima e como é um ato violento, traumático e vil.
Comecei a assistir despretensiosamente pensando que era apenas um filme sobre dois nobres se matando e que poderia ter uma boa ambientação (o que não é mentira), mas ele vai muito além e nos fala sobre a condição da mulher não apenas na sociedade francesa medieval, mas também na sociedade contemporânea.
Domicílio Conjugal
4.1 114 Assista AgoraAdorei a homenagem a Jacques Tati!
Pixote: A Lei do Mais Fraco
4.0 448Um dos filmes mais brutais que já assisti. E mesmo assim, a história em que se baseou é muito pior...
Lutar, Lutar, Lutar: O Filme do Galo
3.8 5Muito interessante a construção do documentário, partindo de imagens da maior conquista do clube, a Libertadores de 2013, mas forjando a identidade atleticana a partir do assalto de José Roberto Wright em favor do Flamengo em 1981 e do campeonato de 1977 contra o SP.
Acossado
4.1 510 Assista AgoraEnquanto assistia Acossado eu realmente me perguntei "mas q p*rra eu to vendo aqui??" Foi um misto de incompreensão e revolta por não conseguir entender o desenvolvimento do roteiro, os cortes abruptos e pra onde Godard quer nos levar. Foi bem frustrante
Ai fui ler sobre a história do filme e isso faz realmente diferença. Não é a questão de preciosismo ou mesmo fetichismo "nossa, um filme do Godard, q magnífico!", mas entender q o q estamos assistindo é literalmente a história do cinema em movimento. E isso é genial! A busca dele por um cinema autoral foi responsável por criar uma identidade genuinamente francesa para os filmes em um momento q o país era inundado por películas estadunidenses. As escolhas do diretor e a forma de montagem do filme é revolucionária nesse sentido (por mais q incompreensível, talvez, a primeira vista) e quebra com as convenções de Hollywood.
E isso se torna cada vez mais relevante, visto a monocultura cinematográfica de hoje em dia que estabelece filmes cada vez mais padronizados e com fórmulas prontas. Hollywood vive uma crise de criatividade e está em um processo autofágico, sendo engolida por sua própria megalomania. E entrar em contato com uma maneira tão revolucionária de fazer cinema é uma luz e demonstração de outras possibilidades de arte em movimento.
Sobrenatural: Capítulo 2
3.4 1,2K Assista Agorao primeiro e este filme deveriam ser um só com duração de 2h20
Noites Brutais
3.4 1,0K Assista AgoraQuando estava na faculdade eu pensava q seria muito louco se alguns filmes dessem uma guinada no seu estilo no meio da história, mudando a atmosfera e o seu rumo. E é exatamente isso que acontece aqui.
Na primeira parte pensamos q o filme é sobre uma mulher e um psicopata em uma casa de airbnb, mas na segunda parte o buraco fica mais embaixo (literalmente).
Gosto dessas metáforas espaciais que estabelecem níveis para abordar algum aspecto da história. Assim como Parasita, mas por outro caminho, a casa em questão tem segredos aterradores nas suas bases, escondidos por uma casa aparentemente normal e bem bonita até, apesar de estar em um bairro decadente. O terror está nos alicerces... e não apenas no da casa...
Mesmo não sendo o foco do filme, vemos um comentário crítico sobre o declínio da sociedade estadunidense, representada por um bairro abandonado de Detroit onde a casa se localiza. Mesmo no flashback que mostra aquele bairro em seu auge como qualquer outro subúrbio estadunidense e suas casas com grama aparada na frente, vemos que seus alicerces servem para ação terrível de um serial killer psicopata. A aparente beleza e normalidade esconde o terror.
Mas o ápice do filme é o comentário feminista sobre os perigos e ameaças que as mulheres passam constantemente. Sobre isso, a primeira parte do filme é genial ao colocar na nossa cabeça uma grande interrogação: será q o personagem de Bill Skarsgard é uma ameaça ou só alguém sem jeito em uma situação estranha? O senhor correndo atrás de Tess para tentar avisa-la sobre os perigos da casa e ela desesperada para entrar é um medo real que as mulheres enfrentam quase todos os dias. Ou ainda os policiais que após ela escapar do cativeiro não dão a mínima para a situação dela.
O personagem de Justin Long é mais um ponto de convergência neste aspecto. Acusado de estupro, ele na verdade está mais preocupado com sua imagem pública e o efeito sobre sua carreira e finanças. Ele também busca o perdão da vítima para ficar com sua consciência limpa, mas se mostra um verdadeiro cuzão no final do filme.
Ran
4.5 265 Assista AgoraTenho pra mim que Ran é a definição absoluta de tragédia, tudo é grandioso e terrível na mesma dose! O encontro de Kurosawa com Shakespeare só poderia dar nisso msm.
Ran é daqueles filmes q quando você termina de assistir necessita de um tempo para refletir sobre a condição humana. O que o diretor quer explorar aqui é a ganância humana que leva a dor e sofrimento. a figura do senhor Buda cria um bom contraste e ao mesmo tempo uma constatação, o sofrimento é inerente e se não quebrarmos seu ciclo nunca atingiremos a plenitude.
Obra-prima absoluta
The Righteous Gemstones (1ª Temporada)
3.9 17 Assista AgoraÉ q eu fico muito puto com a mercantilização da fé e passei a temporada quase toda xingando essa família. Mas talvez por isso a série seja bem competente. Algumas coisas me incomodaram:
tipo o filho do Jesse dar pra trás no plano de roubar (prefiro pensar em tomar de volta) a igreja da família. Ok, ele percebeu que na vdd só estava decepcionado pelo pai e coisa e tal, mas ficou mal construída. Em um momento ele está discutindo o plano e no outro vomitando de nervosismo.
a cena do Baby Billy sendo atingido pelo raio e sobreviver sem aparentes lesões e as pessoas a literalmente um passo dele não serem afetadas não tem como passar batido e nos faz pensar que Deus gosta mesmo dessa galera, só pode.
A série tem ganchos no final de cada episódio que me prenderam e eu realmente quis saber o que ia acontecer no episódio seguinte. Mas eu queria tanto ver essa família se foder q eu fiquei decepcionado quando eles conseguiam se safar.
A Morte do Demônio: A Ascensão
3.3 818 Assista AgoraEvil dead é umas das franquias de terror q eu mais gosto. Conheci na época da faculdade assistindo nas madrugadas na rep de uns amigos e isso coloca eles em um lugar afetivo muito gostoso de lembrar. Dito isso, sempre vou aceitar com mais maleabilidade os filmes da franquia, isso pode em certo nível influenciar a minha visão sobre este episódio da serie.
Foi legal ver as referências aos outros filmes, como a motosserra, o próprio necronomicon, a cena dos cabos, dentre outras. Essas cenas sempre funcionam para aqueles q acompanham a franquia, mas aqui acho q foram bem estabelecidos e apresentados naturalmente, não fica como elementos soltos. A própria expansão da lore evil dead veio muito a calhar e também não pareceu truncado. As cenas de humor também são bem colocadas e dão um alívio a toda aflição q vemos em tela (cenas, aliás, q transmitem dor só de ver)
No entanto, algumas coisas não funcionaram para mim. Achei a inserção do drama familiar algo quase anexo e que não alterou profundamente a trama. Para mim, o primeiro evil dead funciona perfeitamente pq é um grupo de jovens q chegam em uma cabana e entram em uma noite de loucura, algo bem simples e direto. É ai q reside o terror. Mas nada disso atrapalha a trama e talvez funcione para as pessoas mais acostumadas com filmes de terror pique blockbuster.
Eu diria que evil dead rise encontrou um bom meio caminho entre o terror clássico da franquia e o terror mais hypado do momento. E como é bom ver um filme sem jumpscares bestas!
O Ataque do Tubarão de 3 Cabeças
1.7 44 Assista Agora1 estrela por Danny Trejo ter aparecido, meia estrela por ser melhor q as continuações
Hellraiser II: Renascido das Trevas
3.4 304 Assista AgoraAchei essa continuação bem boa. Filme já começa frenético lembrando do que rolou no anterior e isso faz sentido pq ele é continuação direta do antecessor. As cenas são muito bem dirigidas, como
quando vemos a "origem" do pinhead, uma cena bem tensa colocando os pregos na cabeça dele; e a cena que apresenta o retorno da Julia com o paciente do sanatório sendo comido por vermes e se cortando.
Além disso, gostei de ver mais o mundo dos cenobitas e a ambientação ficou excelente
Algumas escolhas de roteiro são bem estúpidas que te faz pensar "cara, pq eles estão fazendo isso?", mas de maneira geral não atrapalha o andar do filme. Na moral acho uma das melhores continuações de filme de terror dessas franquias clássicas.
Shazam! Fúria dos Deuses
2.8 354 Assista AgoraAquele filme q faz valer a expressão "ruim q dói"
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraAchei a premissa sensacional e me foi apresentado como se fosse um filme na esteira de Parasita ou outros filmes q trazem críticas a este abismo social q vivemos. E apesar de haver essa dinâmica do filme (todos os clientes do restaurante são super-ricos menos o otário lá paga pau de comida de rico) ela não funcionou tanto assim para mim.
Primeiro pq para mim essa questão da imoralidade do dinheiro (extremamente real e pra mim bilionário é uma aberração desse sistema produtivo em q vivemos) não fica bem explorado. A história dos yuppies até apresenta isso com a tortilla e talz, mas parece mais um detalhe para justificar o sadismo do chef
E assim... ele querer matar o ator só pq não gostou do filme dele é o cúmulo da falta de um bom motivo e para mim vai no oposto a essa "crítica" q tentaram fazer aqui.
Achei as atuações bem boas, Anya Taylor-Joy sempre muito boa em fazer carões e destoar de todos aqueles escrotos (incluindo o chef) e o acompanhante dela se saiu muito bem no papel de grande babaca.
Justiça Jovem: Invasão (2ª Temporada)
4.4 77 Assista AgoraImpressionante como essa série é boa e melhora a cada temporada.
Quando Mongul chegou com o mundo bélico eu fiquei sem acreditar!
Em Nome do Céu
3.5 37 Assista AgoraEssa série veio de encontro a pensamentos q tenho tido ultimamente. Não sou uma pessoa religiosa, me considerar ateu em certo nível e tenho minhas visões de mundo não propriamente religiosas, mas ainda sim espiritualistas. Até onde toda essa experiência religiosa q chamamos de catártica não é apenas o nosso ego inflado que achamos ser Deus?
Essa é a discussão que a série levanta é acho muito pertinente. A atuação de Andrew Garfield como detetive (e mórmon) Pyre é ótima e realmente sentimos a crise na sua crença religiosa por um caso tão bárbaro ocorrer na sua comunidade. Seu companheiro de origem Paiute é um grande contraponto para a visão religiosa cristã e apresenta o outro ponto de vista dessa história. Gostaria que isso tivesse sido explorado melhor.
No entanto as cenas de recriação históricas não funcionaram para mim, por conhecer pouco a história mórmon, muitas vezes fiquei perdido com as personagens e quem elas eram. De qualquer forma é uma série muito boa e que dá visão sobre este crime que nunca tinha ouvido falar e foi chocante pela brutalidade e os argumentos dos criminosos
Os Miseráveis
4.0 162"Meus amigos, lembrem-se disto, não existe ervas daninhas, nem homens maus. Apenas mais cultivadores." Victor Hugo, Os miseráveis.
Esse filme é um soco no estômago bem dado. Minha visão é que ele faz parte de um grupo de filmes lançados nos últimos anos que encarna de maneira visceral o nosso tempo. Coloco ele na mesma esteira de Parasita (Bong Joon-Ho) e Coringa (Todd Phillips), nos quais a sociedade chegou num momento de tensão tão grande que o caos e a violência estão por questão de horas para ocorrer. E não seria este caminho que estamos trilhando com a crise da política liberal que não dá mais conta de atender aos anseios da população, as mudanças climáticas que fazem da vida algo incerto e a obscena concentração de renda que retira toda perspectiva da juventude e dos mais pobres? A partir daí a violência é a alternativa mais evidente.
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City
2.2 581Olha, difícil salvar alguma coisa aqui. Parece q ta tudo errado. O maior problema é q este filme quer ser resident evil ser ser resident evil. Digo, ele se ambienta em Raccoon City, há a Umbrella e as personagens estão ai, mas além disso não há essência dos jogos. O que é aquele Leon pelo amor de deus???? Não sou daqueles puristas q advogam q um filme adaptado tem q ser extremamente fiel à obra original, acho q a transposição para outras mídias exigem uma originalidade justamente para se fazer uma nova obra (se não, fiquemos com a original em si). E acho q esse foi um mérito neste filme, mas a execução foi péssima. Conceitualmente o filme é bom, a fotografia me agradou e os efeitos práticos são convincentes. Mas além disso, não há o que se salvar.
Dias Selvagens
3.8 72Nesse filme já se percebe a grandiosidade de Wong Kar Wai. As relações amorosas pueris, a melancolia pela não correspondência dos afetos, a ambientação de Hong Kong dos anos 1960, a palheta de cores, música. Enfim, é um ótimo filme para adentrar na filmografia deste diretor.
Esquadrão Dinossauro Zyuranger
3.6 9Um dos motivos do meu surto. Comecei a ver Zyuranger pq tava revendo Power Ranger e percebi como as coisas não fazem sentido ali. Então descobri que Power Ranger era feito a partir da franquia japonesa Super-Sentai e é óbvio q eu teria q conferir a produção original. Não me arrependo mesmo porque a série é boa (coloquem em mente q é uma série infantil) e faz muito mais sentido q a versão estadunidense. Bem, de qualquer forma posso colocar na minha listas de coisas aleatórias q eu já fiz q eu já vi power ranger japonês inteiro.
De Salto Alto
3.7 175 Assista AgoraAcho os filmes do Almodóvar belíssimos, tanto no quesito estético, quanto na abordagem das personagens.
Thor: Amor e Trovão
2.9 973 Assista AgoraAchei que estava assistindo uma sátira pique Todo Mundo em Pânico (só que mais sem graça), mas não, era só mais um filme da Marvel tentando ser engraçadão. Sério, nenhum problema com isso. Até acho que isso é uma correção de rota. Realmente concordo com o Alan Moore (com certas ressalvas) que os super-heróis não são NECESSARIAMENTE para adultos. Acredito que possa haver adaptações para este público, mas de maneira geral eles deveriam ser um produto para o público juvenil. E ta tudo bem!
Nota: lembrar de nunca mais gastar dinheiro com filme da Marvel.
007: Quantum of Solace
3.4 683 Assista AgoraSempre a velha história do país sul-americano cheio de corrupção e miséria q precisa ser salvo pelo primeiro mundo. A mentalidade de Guerra Fria perdura.
The White Lotus (1ª Temporada)
3.9 400 Assista AgoraRealmente surpreso com esta série. Como já disseram ai em baixo, achava q ia ser uma parada de mistério meio cômica e foi muito mais q isso! Produção impecável da HBO e com proposta (até bem executada) de representar as relações sociais e de classe, a série vai muito além do que se imagina quando se lê apenas sinopse.
Alguns diálogos são muito bons e precisos, cito:
Como a discussão entre Olivia e sua família, quando o pai diz "então devemos apenas ficar tristes e fingir nos importar?", quando questionado sobre suas ideologias e crenças.
Ou mesmo não-diálogos para transmitir a mensagem de maneira inequívoca, cito novamente:
Quando novamente Olivia finalmente interpela sua amiga Paula (aliás, que nem sobre nome tem) e a acusa de participar do "roubo de milhões" das joias da sua família. E Paula simplesmente responde com um "você não entenderia [porque você é do mundo dos brancos e ricos]". E completa: "não é roubo se você acha que tudo é seu". Aliás, a relação delas é uma metáfora para isso.
No meu ponto de vista este (não-)diálogo se conecta com a relação entre Paula (a única que transita pelos dois mundos) e Kai. Ele precisa trabalhar (e fazer apresentações ridículas emulando sua cultura para entreter ricos que se sustentam destas expropriações, materiais ou retóricas) para o hotel que roubou a terra dos seus ancestrais e isso é algo legal e legítimo. Mas a sua ação de assaltar o cofre dos Mossbacher o leva a prisão. Uns ficam ricos, outros são condenados.
O episódio 4 é completamente intragável pelas falas das personagens brancas que escancaram a hipocrisia e cinismo dos discursos para justificar seus privilégios.
Claro que nem tudo é bom nessa série. A forma que a cultura Polinésia é apresentada é totalmente tosca e marginal. Algumas atuações são fracas e alguns diálogos bem "enche linguiça".
Alguns finais são de cortar o coração (cof cof Rachel cof cof), outros me deixaram alegres (vá viver, Quinn S2). Acredito que dei nota alta por estes aspectos, mas se alguém não levar isso em consideração, a série pode parecer maçante e fraca justificadamente.
O Último Duelo
3.9 326A VERDADE SEGUNDO QUEM?
O Último Duelo é um filme magistral. Aqui somos apresentados a um julgamento de uma caso de estupro em plena Idade Média. Apesar de soar raro, não é de se impressionar que casos como este eram corriqueiros durante o período (e posteriormente, dado que ainda é uma realidade para as mulheres contemporâneas). O que é raro é a coragem de Marguerite, interpretada de maneira efusiva por Jodie Comer, de encarar um julgamento que poderia resultar em sua morte e, ainda mais, o julgamento social de um período em que as mulheres são apenas propriedades.
Dividido em 3 partes, o filme de Ridley Scott se propõe a apresentar a perspectiva dos três envolvidos: Jean de Carrouge (Matt Damon), Jacques Le Gris (Adam Drive) e da própria vítima, Marguerite. Scott não se mantém neutro e afirma que é a versão desta última que é a verdadeira. Nada mais justo e necessário.
A montagem e metáforas levantadas pelo diretor são certeiras e acrescentam à narrativa, como a cena da égua comprada por Carrouge apenas para procriação (uma metáfora à condição da mulher naquela sociedade).
Scott também não nos poupa da cena explícita de violência contra Marguerite, uma cena dura mas não apresentada de maneira despropositada, ela funciona para apresentar o estupro da perspectiva da vítima e como é um ato violento, traumático e vil.
Comecei a assistir despretensiosamente pensando que era apenas um filme sobre dois nobres se matando e que poderia ter uma boa ambientação (o que não é mentira), mas ele vai muito além e nos fala sobre a condição da mulher não apenas na sociedade francesa medieval, mas também na sociedade contemporânea.