Analisando alguns comentários abaixo, acho que só faltou o clássico argumento refutador "Superestimado". Nos dias de hoje, aderir à designação de "hipster" e "cultzinho" te faz um cinéfilo contracultura cheio de bom senso e mega-intelectual. É rotineiro ver esse tipo de desabafo por parte de haters de Donnie Darko e afins - "...afim apenas de complicar para ser prestigiado por adeptos de filmes cult". Mas o interessante é que aqui o filme se distancia de "apenas" uma idealização ambiciosa de roteiro mindfuck. É claro e expressamente notável que se trata de um reflexão sensorial onde se releva cuidadosamente elementos estéticos e de som (inclusive o design de som é um dos melhores em muito tempo, e artifícios de roteiro muito se assemelham ao que foi, por exemplo, brilhantemente feito em Trois couleurs: Bleu por Kieślowski). Uma concepção artística autêntica e meticulosa, o que pouco se vê hoje (felizmente ainda com alguns novos gigantes como Charlie Kaufman). Eu até entendo o odiozinho de algumas pessoas para com os hipsters/indie de cinema. Mas o problema é que esses haters acabam por, uma hora ou outra, generalizar para todo e qualquer filme que eles tenham considerado chato e pretensioso. E é assim que constitui mais uma imbecilidade na crítica/abordagem de uma obra de cinema. Eu aposto que o amigo com a fala citada pensaria a mesma coisa de Stalker de 1979, "um filme entediante feito para os cultzinhos" - mas talvez não falasse, dada a data de lançamento, o que buga a cabecinha dos críticos de internet - tempo quando toda essa nova significação de indie jamais imaginava ser concebida, e muito menos seus haters distraídos e desonestos.
Cores do Destino
3.5 196 Assista AgoraAnalisando alguns comentários abaixo, acho que só faltou o clássico argumento refutador "Superestimado". Nos dias de hoje, aderir à designação de "hipster" e "cultzinho" te faz um cinéfilo contracultura cheio de bom senso e mega-intelectual.
É rotineiro ver esse tipo de desabafo por parte de haters de Donnie Darko e afins - "...afim apenas de complicar para ser prestigiado por adeptos de filmes cult". Mas o interessante é que aqui o filme se distancia de "apenas" uma idealização ambiciosa de roteiro mindfuck. É claro e expressamente notável que se trata de um reflexão sensorial onde se releva cuidadosamente elementos estéticos e de som (inclusive o design de som é um dos melhores em muito tempo, e artifícios de roteiro muito se assemelham ao que foi, por exemplo, brilhantemente feito em Trois couleurs: Bleu por Kieślowski). Uma concepção artística autêntica e meticulosa, o que pouco se vê hoje (felizmente ainda com alguns novos gigantes como Charlie Kaufman).
Eu até entendo o odiozinho de algumas pessoas para com os hipsters/indie de cinema. Mas o problema é que esses haters acabam por, uma hora ou outra, generalizar para todo e qualquer filme que eles tenham considerado chato e pretensioso. E é assim que constitui mais uma imbecilidade na crítica/abordagem de uma obra de cinema. Eu aposto que o amigo com a fala citada pensaria a mesma coisa de Stalker de 1979, "um filme entediante feito para os cultzinhos" - mas talvez não falasse, dada a data de lançamento, o que buga a cabecinha dos críticos de internet - tempo quando toda essa nova significação de indie jamais imaginava ser concebida, e muito menos seus haters distraídos e desonestos.