É desesperançoso perceber a total falência de sistemas de governo ou ideologias perante o desafio que é melhorar a vida das pessoas comuns. O chavismo é só mais um modelo que fracassa aqui, não é o primeiro e nem será o último.
Fazer esse filme foi um delírio maior do que o do próprio Fitzcarraldo. Admiro o Herzog pela empreitada, mas não dá pra deixar de notar que, por mais que ele tenha uma consciência ambiental e cultural bem desenvolvida, continua refém daquele olhar europeizado da floresta e dos povos indígenas (ao menos na época da produção do filme). Continua colocando-os naquela caixinha do exótico, selvagem, violento, caótico, miserável, lascivo... Bom, nem mesmo nós, brasileiros natos, conseguimos nos libertar desse olhar, que dirá um estrangeiro. PS: mais alguém veio aqui pela indicação da Chloé Zhao na premiação do Oscar?
Obra-prima. Só não dou 5 estrelas porque a moral presenta na narrativa meio que culpa o morador de rua, de certa forma, por sua situação, desconsiderando o fator socioeconômico (o que, realmente, tem menos força numa sociedade com mais oportunidades como a japonesa).
Eu, particularmente, tenho um gosto por essas narrativas em tempo "real", numa só locação. Dão mais peso à trama, e os personagens conseguem se desenvolver melhor. O principal problema aqui é a falta de uma real motivação por trás do desenrolar dos acontecimentos (ou uma motivação mais convincente), o que faz o argumento em si do filme superior ao roteiro. É uma iniciativa louvável, entretanto. Proposta bem fora da curva em termos de cinema nacional. O elenco todo está muito bem, sobretudo o Murilo Benício, que parece que nasceu pra esse papel.
Filme competente, fornece um bom panorama geral do personagem e da época em que viveu. Destaque para a dramatização metafórica com as rosas, no melhor estilo "clipe dos anos 90" hehe. Ah, e assisti no Prime, vejam só. Não sei até quando vai estar disponível.
Que satisfação deparar-me novamente com um cinema ousado, na forma e no conteúdo. A primeira parte, depois de uma reflexão, me parece como que uma passada pelo feed de uma rede social genérica. Na terceira, a principal, temos o discurso central do filme, o desenrolar da trama em si, numa linguagem mais convencional e acessível (e é bom que seja assim). A segunda, como glossário, ajuda a entender tanto a parte que a precede como a que a segue, e me lembrou de cara Ilha das Flores, do Jorge Furtado. Se o diretor ainda não viu, espero que alguém o indique. Bad Luck Banging Or Loony Porn é um filme necessário, que se propõe a discutir, num formato incomum, a sociedade contemporânea, sobretudo suas contradições e hipocrisias. E que ganha ainda mais importância por ter vindo de onde veio, da periferia da Europa.
Podiam ter caprichado um pouquinho mais na história. Nada muito complexo, alguma coisa nível Marvel já tava bom. Mas quem eu tô querendo enganar, a expectativa toda era em cima das lutinhas, e o filme entrega isso.
Curioso como é comum esse fenômeno. Perdi meu pai com a mesma idade da protagonista, mas no meu caso entrei de cabeça nos Ramones, só queria saber disso, tinha trocentas camisetas, comprava DVDs... e meio que me fechei pro mundo por um tempo (claro, a problemática da adolescência é uma causa concomitante). O rock oferece uma estética propícia pro luto e uma sonoridade propícia pra revolta, creio que a explicação passe por aí. Apesar de ter ampliado meus horizontes musicais posteriormente, continua sendo meu gênero preferido, até porque essas sensações seguem presentes - a gente consegue, sim, tocar a vida e se divertir novamente, mas a cicatriz fica pra sempre.
A narrativa em si não traz novidade, é um drama que o cinema já contou. O destaque é, realmente, o apuro técnico: roteiro, trilha musical, fotografia, montagem e, claro, as atuações. Não que Hopkins precisasse provar mais alguma coisa, mas né. Sem igual.
Forte e de uma importância sem paralelo. Ai Weiwei nos leva clandestinamente pro epicentro da pandemia através dos olhos e lentes desses 15 cinegrafistas chineses. Ainda que de uma maneira superficial, as principais problemáticas envolvendo o país vêm à tona. Também os êxitos e falhas, propositais ou não, no combate à pandemia.
Depois de ficar um tanto decepcionado com a produção bastante comum de Rammstein in Amerika, dei o play meio desconfiado nesse aqui. Nos primeiros segundos já pude ver que, agora sim, tinha encontrado uma produção à altura da banda. Com a exceção de alguns vídeo-grafismos realmente dispensáveis, é um espetáculo sem paralelo: luz, fotografia, cenografia e montagem estão deslumbrantes, e derrubaram meu queixo por várias vezes. A gravação tem uma certa textura, como se pudéssemos encostar no que estamos vendo (não verifiquei se foi filmado com película, mas isso explicaria). Mais do que o registro de uma performance, é como se fosse um clipe de duas horas, como falaram aqui. Talvez seja o filme-concerto mais poderoso que já vi.
Um filme sobre as consequências da guerra, sobretudo, na vida privada. Seu peso vem dessa aproximação com o cotidiano dos afetados. Apesar da temática, é paradoxalmente silencioso e belo.
Simples e realista digressão, de impacto reforçado pela maneira como foi filmada, sobre a passagem do tempo, encontros e desencontros, erros e acertos, e como cada um de nós vai se transformando, inevitavelmente, ao longo dos anos (e impactando aqueles que convivem ou passam pela nossa vida). Curioso que, enquanto Mason observa todos mudarem ao seu redor, ele permanece praticamente o mesmo personagem desde o início. Nesse sentido, apesar de ser o protagonista, ele cumpre o papel de espectador na narrativa.
Uma grata surpresa. A fotografia é absolutamente deslumbrante, emulando as pinturas da época. As atuações estão ótimas, e é muito legal ouvir certos trechos em basco, esse idioma tão peculiar, que acaba até desempenhando um papel na trama justamente por isso. A narrativa é que parece não se resolver entre um tom mais dramático, realista, e outro mais comum e previsível, de certo deboche, mais maniqueísta.
Não dá pra cravar que foi o melhor de todos os tempos, na verdade não é possível fazer isso com ninguém, porque cairíamos em anacronismo. O que ficou ainda mais claro para mim com esse ótimo documentário é que Pelé foi único em seu tempo. Quebrou paradigmas, praticamente criou uma nova maneira de se jogar futebol. Um abismo imenso o separava dos demais jogadores, ao passo que hoje há uma homogeneidade muito maior, certo padrão de qualidade conferido pelo profissionalismo. Messi e Cristiano Ronaldo se destacam mais pela competência e regularidade do que por trazer alguma coisa nova, diferente, ao esporte. O documentário não abdica de abordar, ainda que de forma superficial, a problemática do posicionamento político dele, o que é positivo. Fica claro que ele nunca se interessou verdadeiramente por política (nem na época e nem agora), e uma certa timidez e comportamento reservado parecem ter reforçado isso. Olhando para o passado da nossa posição atual, bem informados e confortáveis nas nossas poltronas, nos é fácil reprovar o que ele fez ou apontar o que deixou de fazer, mas jamais saberemos como é ser Pelé, ter vivido naqueles anos, pensar com a cabeça dele, enxergar o mundo com a visão dele. Muitos tomaram atitudes diferentes, de enfrentamento, na certa por terem sido criados de maneira diversa, ou por terem acesso à informações, ou outro tipo de personalidade. Enfim, estamos em 2021, e penso que já passou do tempo de acreditarmos em super-heróis. Pelé é um ser humano, contraditório como todos, não por isso menos digno de admiração pelo que alcançou no esporte e pelo que entregou ao sofrido povo brasileiro.
Como falaram aqui, a impressão inicial é de que, sim, não há um foco muito claro no filme, mas para mim tudo se encaixou nesse final catártico. É menos um filme sobre imigrantes, e mais sobre as dificuldades de relacionamento, seja entre os membros de uma família, seja entre os cônjuges, num contexto de precariedade econômica e desamparo social - contexto esse tão comum e tão universal. A grandeza do filme reside aí, na universalidade e no realismo.
Não entendi nada, no final acho que comecei a entender um pouco, mas não entendi, não, no máximo consegui fazer algumas conexões. Curto experimentação abstrata no cinema, mas até certo ponto.
Muito bom como cinema (percebe-se claramente uma assinatura), e uma realização importantíssima, pois coloca na tela um drama característico - e poucas vezes abordado - do Brasil. A única crítica fica na qualidade da atuação, mas sei que o amadorismo é uma escolha consciente da produção, visando autenticidade. O problema é que filmes desse tipo sempre perdem um pouco seu impacto e capacidade de proporcionar imersão.
Ah, e pra quem tá procurando, estreou hoje na Netflix.
Muito curiosa a proposta, mas acho que faltou dar uma despirocada ainda maior na estética. A montagem e a trilha musical são fantásticas, a fotografia é que não casa com a narrativa, por ser realista demais, na minha opinião.
Cada pessoa tem o seu momento próprio de iluminação, de entendimento da sua realidade e de aceitação das condições de sua vida - ainda que seja no último minuto do filme. Esse me parece ser o grande legado de O Som do Silêncio. Parecia que a narrativa iria seguir aquele padrão batido do surgimento do problema > negação > aceitação > final feliz. O final não deixa de ser, de alguma maneira, positivo para o protagonista, já que ele encontra a sua paz, mas, para isso, foi preciso que ele esgotasse por completo as possibilidades de retorno à vida que levava antes. Insiste em voltar a escutar, mas a cirurgia não dá muito certo; insiste em voltar ao relacionamento, mas sua parceira já construiu outra vida para si. Só restou um caminho a seguir, e que estava evidente o tempo todo, mas não para Ruben, que precisou ser convencido disso.
Esperava que um filme de terror tão antigo fosse ficar datado, como costuma acontecer, e acabasse nos fazendo dar risada, mas não é o caso aqui. É um filme que tem uma assinatura própria, com os enquadramentos, montagem e trilha musical compondo um estilo bastante peculiar. Muito curiosa a premissa envolvendo astrologia. Ao longo do filme, sentimos como se os astros realmente estivessem influenciando no surto de violência e loucura, o sol e a lua estão sempre presentes, deixando o clima tenso e pesado. É um clássico, sem dúvida. Me curvo perante o pioneirismo da equipe de produção.
A Caverna
2.7 290 Assista AgoraMas que bela b... até que tava interessante, ali, nos primeiros 5 minutos.
O Mundo de Gloria
2.9 5 Assista Agora2.7 na avaliação? Sério mesmo, Filmow?
Era Uma Vez na Venezuela
4.0 3É desesperançoso perceber a total falência de sistemas de governo ou ideologias perante o desafio que é melhorar a vida das pessoas comuns. O chavismo é só mais um modelo que fracassa aqui, não é o primeiro e nem será o último.
Burden of Dreams
4.2 19Fazer esse filme foi um delírio maior do que o do próprio Fitzcarraldo. Admiro o Herzog pela empreitada, mas não dá pra deixar de notar que, por mais que ele tenha uma consciência ambiental e cultural bem desenvolvida, continua refém daquele olhar europeizado da floresta e dos povos indígenas (ao menos na época da produção do filme). Continua colocando-os naquela caixinha do exótico, selvagem, violento, caótico, miserável, lascivo... Bom, nem mesmo nós, brasileiros natos, conseguimos nos libertar desse olhar, que dirá um estrangeiro.
PS: mais alguém veio aqui pela indicação da Chloé Zhao na premiação do Oscar?
Padrinhos de Tóquio
4.3 202 Assista AgoraObra-prima. Só não dou 5 estrelas porque a moral presenta na narrativa meio que culpa o morador de rua, de certa forma, por sua situação, desconsiderando o fator socioeconômico (o que, realmente, tem menos força numa sociedade com mais oportunidades como a japonesa).
O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraEu, particularmente, tenho um gosto por essas narrativas em tempo "real", numa só locação. Dão mais peso à trama, e os personagens conseguem se desenvolver melhor. O principal problema aqui é a falta de uma real motivação por trás do desenrolar dos acontecimentos (ou uma motivação mais convincente), o que faz o argumento em si do filme superior ao roteiro. É uma iniciativa louvável, entretanto. Proposta bem fora da curva em termos de cinema nacional. O elenco todo está muito bem, sobretudo o Murilo Benício, que parece que nasceu pra esse papel.
O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes
3.9 31Filme competente, fornece um bom panorama geral do personagem e da época em que viveu. Destaque para a dramatização metafórica com as rosas, no melhor estilo "clipe dos anos 90" hehe. Ah, e assisti no Prime, vejam só. Não sei até quando vai estar disponível.
Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
3.6 60Que satisfação deparar-me novamente com um cinema ousado, na forma e no conteúdo.
A primeira parte, depois de uma reflexão, me parece como que uma passada pelo feed de uma rede social genérica. Na terceira, a principal, temos o discurso central do filme, o desenrolar da trama em si, numa linguagem mais convencional e acessível (e é bom que seja assim). A segunda, como glossário, ajuda a entender tanto a parte que a precede como a que a segue, e me lembrou de cara Ilha das Flores, do Jorge Furtado. Se o diretor ainda não viu, espero que alguém o indique.
Bad Luck Banging Or Loony Porn é um filme necessário, que se propõe a discutir, num formato incomum, a sociedade contemporânea, sobretudo suas contradições e hipocrisias. E que ganha ainda mais importância por ter vindo de onde veio, da periferia da Europa.
Godzilla vs. Kong
3.1 799 Assista AgoraPodiam ter caprichado um pouquinho mais na história. Nada muito complexo, alguma coisa nível Marvel já tava bom. Mas quem eu tô querendo enganar, a expectativa toda era em cima das lutinhas, e o filme entrega isso.
Mudando o Destino
3.5 171Curioso como é comum esse fenômeno. Perdi meu pai com a mesma idade da protagonista, mas no meu caso entrei de cabeça nos Ramones, só queria saber disso, tinha trocentas camisetas, comprava DVDs... e meio que me fechei pro mundo por um tempo (claro, a problemática da adolescência é uma causa concomitante). O rock oferece uma estética propícia pro luto e uma sonoridade propícia pra revolta, creio que a explicação passe por aí. Apesar de ter ampliado meus horizontes musicais posteriormente, continua sendo meu gênero preferido, até porque essas sensações seguem presentes - a gente consegue, sim, tocar a vida e se divertir novamente, mas a cicatriz fica pra sempre.
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraA narrativa em si não traz novidade, é um drama que o cinema já contou. O destaque é, realmente, o apuro técnico: roteiro, trilha musical, fotografia, montagem e, claro, as atuações. Não que Hopkins precisasse provar mais alguma coisa, mas né. Sem igual.
CoroNation
3.5 4Forte e de uma importância sem paralelo. Ai Weiwei nos leva clandestinamente pro epicentro da pandemia através dos olhos e lentes desses 15 cinegrafistas chineses. Ainda que de uma maneira superficial, as principais problemáticas envolvendo o país vêm à tona. Também os êxitos e falhas, propositais ou não, no combate à pandemia.
Rammstein: Paris
4.5 16 Assista AgoraDepois de ficar um tanto decepcionado com a produção bastante comum de Rammstein in Amerika, dei o play meio desconfiado nesse aqui. Nos primeiros segundos já pude ver que, agora sim, tinha encontrado uma produção à altura da banda. Com a exceção de alguns vídeo-grafismos realmente dispensáveis, é um espetáculo sem paralelo: luz, fotografia, cenografia e montagem estão deslumbrantes, e derrubaram meu queixo por várias vezes. A gravação tem uma certa textura, como se pudéssemos encostar no que estamos vendo (não verifiquei se foi filmado com película, mas isso explicaria). Mais do que o registro de uma performance, é como se fosse um clipe de duas horas, como falaram aqui. Talvez seja o filme-concerto mais poderoso que já vi.
Notturno
3.3 14 Assista AgoraUm filme sobre as consequências da guerra, sobretudo, na vida privada. Seu peso vem dessa aproximação com o cotidiano dos afetados. Apesar da temática, é paradoxalmente silencioso e belo.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraSimples e realista digressão, de impacto reforçado pela maneira como foi filmada, sobre a passagem do tempo, encontros e desencontros, erros e acertos, e como cada um de nós vai se transformando, inevitavelmente, ao longo dos anos (e impactando aqueles que convivem ou passam pela nossa vida). Curioso que, enquanto Mason observa todos mudarem ao seu redor, ele permanece praticamente o mesmo personagem desde o início. Nesse sentido, apesar de ser o protagonista, ele cumpre o papel de espectador na narrativa.
Silenciadas
3.6 152 Assista AgoraUma grata surpresa. A fotografia é absolutamente deslumbrante, emulando as pinturas da época. As atuações estão ótimas, e é muito legal ouvir certos trechos em basco, esse idioma tão peculiar, que acaba até desempenhando um papel na trama justamente por isso. A narrativa é que parece não se resolver entre um tom mais dramático, realista, e outro mais comum e previsível, de certo deboche, mais maniqueísta.
Pelé
3.6 77Não dá pra cravar que foi o melhor de todos os tempos, na verdade não é possível fazer isso com ninguém, porque cairíamos em anacronismo. O que ficou ainda mais claro para mim com esse ótimo documentário é que Pelé foi único em seu tempo. Quebrou paradigmas, praticamente criou uma nova maneira de se jogar futebol. Um abismo imenso o separava dos demais jogadores, ao passo que hoje há uma homogeneidade muito maior, certo padrão de qualidade conferido pelo profissionalismo. Messi e Cristiano Ronaldo se destacam mais pela competência e regularidade do que por trazer alguma coisa nova, diferente, ao esporte.
O documentário não abdica de abordar, ainda que de forma superficial, a problemática do posicionamento político dele, o que é positivo. Fica claro que ele nunca se interessou verdadeiramente por política (nem na época e nem agora), e uma certa timidez e comportamento reservado parecem ter reforçado isso. Olhando para o passado da nossa posição atual, bem informados e confortáveis nas nossas poltronas, nos é fácil reprovar o que ele fez ou apontar o que deixou de fazer, mas jamais saberemos como é ser Pelé, ter vivido naqueles anos, pensar com a cabeça dele, enxergar o mundo com a visão dele. Muitos tomaram atitudes diferentes, de enfrentamento, na certa por terem sido criados de maneira diversa, ou por terem acesso à informações, ou outro tipo de personalidade. Enfim, estamos em 2021, e penso que já passou do tempo de acreditarmos em super-heróis. Pelé é um ser humano, contraditório como todos, não por isso menos digno de admiração pelo que alcançou no esporte e pelo que entregou ao sofrido povo brasileiro.
Minari - Em Busca da Felicidade
3.9 553 Assista AgoraComo falaram aqui, a impressão inicial é de que, sim, não há um foco muito claro no filme, mas para mim tudo se encaixou nesse final catártico. É menos um filme sobre imigrantes, e mais sobre as dificuldades de relacionamento, seja entre os membros de uma família, seja entre os cônjuges, num contexto de precariedade econômica e desamparo social - contexto esse tão comum e tão universal. A grandeza do filme reside aí, na universalidade e no realismo.
Longa Jornada Noite Adentro
3.6 63 Assista AgoraNão entendi nada, no final acho que comecei a entender um pouco, mas não entendi, não, no máximo consegui fazer algumas conexões. Curto experimentação abstrata no cinema, mas até certo ponto.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 901 Assista AgoraCinema com letra maiúscula. Fazia tempo que não me deparava com uma obra-prima.
A Febre
3.8 55Muito bom como cinema (percebe-se claramente uma assinatura), e uma realização importantíssima, pois coloca na tela um drama característico - e poucas vezes abordado - do Brasil. A única crítica fica na qualidade da atuação, mas sei que o amadorismo é uma escolha consciente da produção, visando autenticidade. O problema é que filmes desse tipo sempre perdem um pouco seu impacto e capacidade de proporcionar imersão.
Ah, e pra quem tá procurando, estreou hoje na Netflix.
Jallikattu
3.4 12 Assista AgoraMuito curiosa a proposta, mas acho que faltou dar uma despirocada ainda maior na estética. A montagem e a trilha musical são fantásticas, a fotografia é que não casa com a narrativa, por ser realista demais, na minha opinião.
O Som do Silêncio
4.1 988 Assista AgoraCada pessoa tem o seu momento próprio de iluminação, de entendimento da sua realidade e de aceitação das condições de sua vida - ainda que seja no último minuto do filme. Esse me parece ser o grande legado de O Som do Silêncio.
Parecia que a narrativa iria seguir aquele padrão batido do surgimento do problema > negação > aceitação > final feliz. O final não deixa de ser, de alguma maneira, positivo para o protagonista, já que ele encontra a sua paz, mas, para isso, foi preciso que ele esgotasse por completo as possibilidades de retorno à vida que levava antes. Insiste em voltar a escutar, mas a cirurgia não dá muito certo; insiste em voltar ao relacionamento, mas sua parceira já construiu outra vida para si. Só restou um caminho a seguir, e que estava evidente o tempo todo, mas não para Ruben, que precisou ser convencido disso.
O Massacre da Serra Elétrica
3.7 1K Assista AgoraEsperava que um filme de terror tão antigo fosse ficar datado, como costuma acontecer, e acabasse nos fazendo dar risada, mas não é o caso aqui. É um filme que tem uma assinatura própria, com os enquadramentos, montagem e trilha musical compondo um estilo bastante peculiar. Muito curiosa a premissa envolvendo astrologia. Ao longo do filme, sentimos como se os astros realmente estivessem influenciando no surto de violência e loucura, o sol e a lua estão sempre presentes, deixando o clima tenso e pesado. É um clássico, sem dúvida. Me curvo perante o pioneirismo da equipe de produção.