quando li ''o mau exemplo de cameron post'', no início desse ano, me apaixonei quase que imediatamente por cameron. a obra cativa por vários prismas. desde como a história é conduzida, personagens detalhados e bem escritos, enredo interessante, e a adaptação parece ter omitido justamente tudo que faz o livro ser tão peculiar e especial.
não deram ênfase na relação de cameron com coley, o que deixou uma baita de uma ponta solta, porque no final das contas, parecia apenas uma relação superficial. não deram ênfase na relação de cameron e seus pais mortos, e como o luto também a assombrava durante a trama inteira. não deram ênfase no ambiente dos anos 90 em que cameron cresceu, numa cidade interiorana dos EUA, com sua vó e sua tia. tampouco mostraram a primeira parte do livro, na pré-adolescência de cameron, onde ela tem sua primeira experiência homossexual e começa a indagar sobre sua prórpia sexualidade; além de tantas outras coisas, afinal, o livro tem mais de 400 páginas.
de qualquer jeito, seria irrealista esperar que o roteiro cobrisse 100% da história original, mas o ponto nevrálgico é que o processo de auto-aceitação e descoberta dela sobre a vida em si era mágico e lindo, e isso quase não aparece, pelo recorte drástico que fizeram.
é como se cameron não tivesse um passado e antecedentes que a levaram pr'aquele lugar. parece que apenas jogaram uma adolescente de 16/17 anos num acampamento terapia e conversão, sem ao menos ela sofrer ou relutar contra aquilo. o que mais me chateou foi como minimizaram a cameron a apenas uma mera adolescente genérica, quando na verdade ela é uma personalidade completa, cheia de camadas e complexidades.
faltou a sensibilidade para tratar de temas tão delicados.
a questão que fica é: valeu a pena ir ao cinema assistir? valeu. mas deixa aquele gostinho de ''poderia ser excelente, foi no máximo bom''. valeu pela representatividade!
antes de assisti-lo, achei que "disobedience" trataria sobre um romance proibido numa comunidade judaica-ortodoxa, apenas. que o filme apoiaria neste recurso para desenrolar a trama, e por mim, já era um bom motivo pra atrair minha atenção. eis que, sim, o romance é, irrefutavelmente, lindo, e ambas as rachels roubam a cena, com cada olhar, cada toque, sútil, proibido, cauteloso, tudo minuciosamente pensado, demonstrando a fragilidade daquele amor.
e por mais que eu torça para que esti e ronit ficassem juntas no final, pra mim, conclui que o filme é muito mais sobre isso. é desobedecer no sentido de amar quem você quer amar, mas desobedecer pra ser o que você quer ser. era isso que ronit representava para esti. quando elas estavam juntas, esti projetava tudo aquilo que sua vida poderia ser se ela saísse da bolha em que vivia até então. ronit era um espírito livre, rebelde, desapegado. esti era conservadora, dependente, melancólica, e ronit ajudou essa mulher perdida e sem propósito a se achar.
no final, é lindo ver e pensar em tudo aquilo que a personagem da mcadams se tornaria quando se libertasse de tudo aquilo, finalmente. e que este amor, este romance, foi o grande motivador de tudo isso. e acho que é isso que o amor representa. causar um impacto tão grande na vida da pessoa a ponto dela querer crescer e se tornar alguém maior e melhor.
a primeira é uma das mais claras e um tanto quanto fácil de digerir. lavoisier, químico famoso, que inclusive é objeto de estudo na química pela sua grande maioria pela lei da conservação de massa, foi responsável pela famosa frase: "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." aonde isso se aplica no contexto do filme é claro; uma das primeiras cenas mostra a lena falando sobre células, e ela mesma diz que todas as células foram criadas a partir de uma célula, onde um se torna dois, dois tornam quatro, quatro tornam oito, e assim sucessivamente numa progressão geométrica.
no final do filme, a dr. ventress se torna uma espécie de matéria indenterminada, que se materializa numa espécie de ser humano, e que se torna o simulacro da personagem da natalie portman. tudo foi se transformando. outro sinal de transformação é a josie se "dissolvendo" e virando flor, quase no final. radek mudou de forma, mas não de essência. a mesma coisa acontece com a sheppard, que é comida por um lobo. apesar dela ter morrido, sua voz continua "dentro" da criatura.
além disso, até o DNA dos personagens que foram substituídos por outro, mostram que biologicamente eles estão diferente, mas no exterior, aparentam ser os mesmos, com diferentes personalidades, entretanto, as mesmas "pessoas". nessa interpretação, o chamado Brilho, nada mais é que o cosmos e suas maneiras de manifestação.
e fica a questão: se estavam em constante mudança, é possível dizer que eles são os mesmos mesmo depois de todas essas mutações?
bom, a segunda:
a palavra-chave aqui é autodestruição.
todos os grupos militares que entraram no Brilho, de alguma forma misteriosa, sumiram e não deixaram precedentes sobre o sumiço. isso era uma missão suicída? não necessariamente, mas ninguém da missão entrou nisso com 100% de certeza que iriam voltar.
o ser humano tem uma natureza autodestrutiva, desde o fato das nossas células fazerem autólise, processo que seria um "suícidio celular" quando algum tecidi defeituoso é detectado pelo corpo, até quando se trata de literalmente, mutilação.
na conversa de lena com a sheppard, ela conta que cada uma das mulheres que estavam naquela missão não estavam em perfeita harmonia com suas vidas. anya fazia uso de drogas no passado, se autodestruindo, assim como josie, que se mutilava para se sentir viva (e a missão também daria a ela essa mesma sensação), ventress, que estava doente, e sheppard que já não tinha mais próposito depois da morte de sua filha. na própria sequência do farol, a dr. ventress demonstra que para criar algo novo, é preciso destruir, por isso ela se torna pó, e depois se torna algo novo. josie também, se tornando parte do Brilho e virando uma flor. entretanto, lena não, ela tinha um propósito para voltar, propósito esse que a impulsionou a ir nessa missão também.
mas, o que fez com que o kane fosse na missão? provavelmente, o fato de que ele estava infeliz com seu casamento já que a sua esposa estava sendo infiel à ele, como um ato de destruição de uma relação também, e ele havia descoberto, o que o feriu e o impulsionou (mais um traço de impulsos destruitivos) a deixar tudo pra trás e viver uma loucura. quando a cópia de kane volta do Brilho, lena vê uma segunda chance de recomeçar sua história com seu marido, já que ele não tinha consciência da traição. a destruição do chamado Brilho mostra a destruição da antiga lena com os antigos hábitos destrutivos, marcando o recomeço de sua vida, e por isso dos olhos brilhantes no final do filme.
apesar dela ter células novas em seu corpo, ela continua sendo ela mesma, mas recomeçando do zero, como uma célula nova.
que trilha sonora é aquela nos últimos vinte minutos do filme? boa demais, puta que pariu!
acho que essas pessoas não tiveram a mesma impressão que eu tive, não necessariamente correta, quando vi. pra mim, tonya sempre foi retratada como uma anti-heroína, mas que como todas as pessoas, tem um passado por trás delas mostrou suas cicatrizes, e "o outro lado da moeda".
a história de tonya harding é vocalizada para mostrar como é simples construir a imagem de alguém quando apenas retratada em breves reportagens num canal de TV, ainda mais atualmente, quando apenas uma foto pode traçar o futuro de alguém. como ela mesma diz, as pessoas querem alguém pra odiar, e querem fácil. é muito fácil odiar alguém quando não se sabe da sua história. filmes bons, principalmente os biográficos, são aqueles que apresentam o desenrolar do filme sem colocar a moral do personagem em pauta, e deixar isso para quem assiste.
cinematic paralells: rooney mara comendo uma torta durante 5 minutos no chão da cozinha e timothé chalamet chorando na frente da lareira durante 5 minutos em call me by your name.
incrível como uma simples cena consegue ter um poder emocional tão grande sobre o espectador,
mas o fato do pai ter pego fogo e logo após isso, thelma voltou a ver a anja, representa o fato dela ter se libertado de sua família? que nesse contexto, era o motivo pelo qual thelma não se sentia à vontade com sua orientação, estilo de vida, etc? ou seja... por mais creepy que seja, o filme desenrolou a aceitação de si mesma (thelma), gradualmente?
esse filme fodeu minha cabeça e eu só queria dizer que o torrent já saiu pra quem quiser
para os de sp, o filme ainda tá em cartaz todos os dias às 16:40 no caixa belas artes... woody allen é o caralho, eu quero mesmo é saber de filmes brasileiros. que orgulho.
primeiramente, é necessário ressaltar um dos pontos principais da história, que no caso é o término da relação entre susan e edward. não o fim do casamento em si, mas sim o motivo. susan termina com edward porque acha que ele não é ambicioso o bastante para ser um escritor de sucesso; fraco, e consequentemente ele não poderia dar estabilidade (principalmente econômica) para ela, e assim, termina seu casamento.
um pouco antes da mulher se casar, há uma cena de diálogos entre ela e sua mãe, onde fica claro que a mãe sempre foi relutante em relação ao casamento dos jovens, exatamente por não ter confiança em edward e saber que ele não daria estabilidade para susan.
então, no final das contas, susan vira exatamente o que sempre repudiou.
um pouco depois de seu casamento terminar, ela encontra walker, seu atual companheiro, e ambos vão para uma clínica realizar um aborto de um filho que susan estava carregando de edward. ela, acha que o jovem não sabia sobre, mas assim que ela entra no carro, vê o homem do lado de fora da clínica, já ciente de tudo.
a vingança proposta no filme é bem mais metafórica do que simplesmente o final, onde susan leva ''um bolo'' no restaurante. o livro é uma maneira de edward mostrar para susan que ele é um homem de caráter forte, e de fato, corajoso e ela é quem fez a escolha errada, o que é bem vísivel ao longo do filme.
isso é, susan é uma mulher de sucesso, mas não possui felicidade, só bens materiais, vive largada e até mesmo é traída por walker.
o ray marcus (aaron-taylor johnson) ocupa o papel de susan atual, onde o personagem mata a mulher e a filha de tony hastings, assim como susan faz com a ''antiga susan'' e a filha que ela acaba abortando e consequentemente ''matando'', de uma maneira bem menos dramática, claramente. além disso, surge uma referência a essa impressão de fraqueza que a nova susan tem do edward quando ray marcus chama tony de fraco, um pouco antes de morrer.
já tony hastings, o ''homem da família'' ocupa o papel do próprio edward, aonde o personagem acaba sofrendo um processo de metamorfose na personalidade. isto é, ele começa como um homem fraco, não protege sua família, e as duas acabam morrendo. porém, no final da trama, ele é alguém totalmente diferente, sedento por vingança e corajoso. deixa pra trás aquele tony hastings fraco, assim como edward fez com sua personalidade após susan terminar com ele.
o policial por sua vez, bobby andes, ocupa o papel de voz da consciência de edward, que instiga tony que ele vá atrás do assassino e acabe de uma vez por todas com aquela história. edward, na vida real, segue a consciência, mas no caso indo atrás de ser um homem menos ''fraco'', deixando para trás os pecados.
isso é extremamente perceptível quando tony hastings acaba morrendo no final do livro. e portanto, era uma maneira de edward dizer que finalmente conseguiu deixar para trás as mágoas do seu passado e que aquela pessoa já não existe mais, que ele mudou.
tom ford disse em uma entrevista que o final do filme simboliza edward quererendo mostrar a susan que ele realmente havia mudado e superado quando não aparece no restaurante. o homem queria dar um pouco de esperança para a sua ex-mulher, deixar ela achando que conseguiria consertar as coisas, mas não foi o que aconteceu.
o close no olhar da personagem principal é um dos pontos altos, fazendo referência ao ''olhar de tristeza'' que edward diz que a mãe de susan tinha, que no final de tudo, ela acabou tendo também.
''When you love someone you have to be careful with it, you might never get it again.''
vale a pena assistir só pela trilha sonora e a fotografia. a história é água com açúcar e os atores medianos, mas não é algo péssimo. só não surpreendeu.
me senti muito conectada aos personagens. além da maravilhosa fotografia, frases e detalhes, é de se refletir a mensagem do longa. a maneira que, esse mundo mais ''conectado'' em que vivemos na verdade apenas nos distância. é notável a melancolia dos protagonistas, e me faz ver que mesmo estando rodeados de recursos da nova era, no final do dia, somos apenas meros seres humanos, sozinhos.
confesso que comecei a pegar gosto pelas obras de anna muylaert depois de ter visto ''que horas ela volta''. e interessada, fui ver esse filme que muito me intrigou por conta do tema abordado.
sai do cinema com uma sensação, sem saber se tinha gostado ou não. entendi as mensagens não-explícitas que a trama deixa no ar, mas achei raso. os personagens não foram bem desenvolvidos, e fatos que poderiam ser explorados não foram. muitas coisas não explicadas.
foi bom? sim. saciou minhas expectativas? nem perto.
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O Mau Exemplo de Cameron Post
3.4 319 Assista Agoraaqui vai uma crítica honesta, de uma pessoa que leu o livro, e que carrega uma tonelada de decepções com o filme (e juro que não é por frescura):
quando li ''o mau exemplo de cameron post'', no início desse ano, me apaixonei quase que imediatamente por cameron. a obra cativa por vários prismas. desde como a história é conduzida, personagens detalhados e bem escritos, enredo interessante, e a adaptação parece ter omitido justamente tudo que faz o livro ser tão peculiar e especial.
não deram ênfase na relação de cameron com coley, o que deixou uma baita de uma ponta solta, porque no final das contas, parecia apenas uma relação superficial. não deram ênfase na relação de cameron e seus pais mortos, e como o luto também a assombrava durante a trama inteira. não deram ênfase no ambiente dos anos 90 em que cameron cresceu, numa cidade interiorana dos EUA, com sua vó e sua tia. tampouco mostraram a primeira parte do livro, na pré-adolescência de cameron, onde ela tem sua primeira experiência homossexual e começa a indagar sobre sua prórpia sexualidade; além de tantas outras coisas, afinal, o livro tem mais de 400 páginas.
de qualquer jeito, seria irrealista esperar que o roteiro cobrisse 100% da história original, mas o ponto nevrálgico é que o processo de auto-aceitação e descoberta dela sobre a vida em si era mágico e lindo, e isso quase não aparece, pelo recorte drástico que fizeram.
é como se cameron não tivesse um passado e antecedentes que a levaram pr'aquele lugar. parece que apenas jogaram uma adolescente de 16/17 anos num acampamento terapia e conversão, sem ao menos ela sofrer ou relutar contra aquilo. o que mais me chateou foi como minimizaram a cameron a apenas uma mera adolescente genérica, quando na verdade ela é uma personalidade completa, cheia de camadas e complexidades.
faltou a sensibilidade para tratar de temas tão delicados.
a questão que fica é: valeu a pena ir ao cinema assistir? valeu. mas deixa aquele gostinho de ''poderia ser excelente, foi no máximo bom''. valeu pela representatividade!
Desobediência
3.7 722 Assista Agoraeu poderia listar tantos motivos por ter amado esse filme, mas eis que citarei o que mais me pegou:
antes de assisti-lo, achei que "disobedience" trataria sobre um romance proibido numa comunidade judaica-ortodoxa, apenas. que o filme apoiaria neste recurso para desenrolar a trama, e por mim, já era um bom motivo pra atrair minha atenção. eis que, sim, o romance é, irrefutavelmente, lindo, e ambas as rachels roubam a cena, com cada olhar, cada toque, sútil, proibido, cauteloso, tudo minuciosamente pensado, demonstrando a fragilidade daquele amor.
e por mais que eu torça para que esti e ronit ficassem juntas no final, pra mim, conclui que o filme é muito mais sobre isso. é desobedecer no sentido de amar quem você quer amar, mas desobedecer pra ser o que você quer ser. era isso que ronit representava para esti. quando elas estavam juntas, esti projetava tudo aquilo que sua vida poderia ser se ela saísse da bolha em que vivia até então. ronit era um espírito livre, rebelde, desapegado. esti era conservadora, dependente, melancólica, e ronit ajudou essa mulher perdida e sem propósito a se achar.
no final, é lindo ver e pensar em tudo aquilo que a personagem da mcadams se tornaria quando se libertasse de tudo aquilo, finalmente. e que este amor, este romance, foi o grande motivador de tudo isso. e acho que é isso que o amor representa. causar um impacto tão grande na vida da pessoa a ponto dela querer crescer e se tornar alguém maior e melhor.
bom, de qualquer jeito:
AS DUAS VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE SIM E NINGUÉM PODE ME DIZER O CONTRÁRIO
Aniquilação
3.4 1,6K Assista Agoraninguém pediu, mas vamo lá
minhas duas interpretações do filme + final:
a primeira é uma das mais claras e um tanto quanto fácil de digerir. lavoisier, químico famoso, que inclusive é objeto de estudo na química pela sua grande maioria pela lei da conservação de massa, foi responsável pela famosa frase: "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." aonde isso se aplica no contexto do filme é claro; uma das primeiras cenas mostra a lena falando sobre células, e ela mesma diz que todas as células foram criadas a partir de uma célula, onde um se torna dois, dois tornam quatro, quatro tornam oito, e assim sucessivamente numa progressão geométrica.
no final do filme, a dr. ventress se torna uma espécie de matéria indenterminada, que se materializa numa espécie de ser humano, e que se torna o simulacro da personagem da natalie portman. tudo foi se transformando. outro sinal de transformação é a josie se "dissolvendo" e virando flor, quase no final. radek mudou de forma, mas não de essência. a mesma coisa acontece com a sheppard, que é comida por um lobo. apesar dela ter morrido, sua voz continua "dentro" da criatura.
além disso, até o DNA dos personagens que foram substituídos por outro, mostram que biologicamente eles estão diferente, mas no exterior, aparentam ser os mesmos, com diferentes personalidades, entretanto, as mesmas "pessoas". nessa interpretação, o chamado Brilho, nada mais é que o cosmos e suas maneiras de manifestação.
e fica a questão: se estavam em constante mudança, é possível dizer que eles são os mesmos mesmo depois de todas essas mutações?
bom, a segunda:
a palavra-chave aqui é autodestruição.
todos os grupos militares que entraram no Brilho, de alguma forma misteriosa, sumiram e não deixaram precedentes sobre o sumiço. isso era uma missão suicída? não necessariamente, mas ninguém da missão entrou nisso com 100% de certeza que iriam voltar.
o ser humano tem uma natureza autodestrutiva, desde o fato das nossas células fazerem autólise, processo que seria um "suícidio celular" quando algum tecidi defeituoso é detectado pelo corpo, até quando se trata de literalmente, mutilação.
na conversa de lena com a sheppard, ela conta que cada uma das mulheres que estavam naquela missão não estavam em perfeita harmonia com suas vidas. anya fazia uso de drogas no passado, se autodestruindo, assim como josie, que se mutilava para se sentir viva (e a missão também daria a ela essa mesma sensação), ventress, que estava doente, e sheppard que já não tinha mais próposito depois da morte de sua filha. na própria sequência do farol, a dr. ventress demonstra que para criar algo novo, é preciso destruir, por isso ela se torna pó, e depois se torna algo novo. josie também, se tornando parte do Brilho e virando uma flor. entretanto, lena não, ela tinha um propósito para voltar, propósito esse que a impulsionou a ir nessa missão também.
mas, o que fez com que o kane fosse na missão? provavelmente, o fato de que ele estava infeliz com seu casamento já que a sua esposa estava sendo infiel à ele, como um ato de destruição de uma relação também, e ele havia descoberto, o que o feriu e o impulsionou (mais um traço de impulsos destruitivos) a deixar tudo pra trás e viver uma loucura. quando a cópia de kane volta do Brilho, lena vê uma segunda chance de recomeçar sua história com seu marido, já que ele não tinha consciência da traição. a destruição do chamado Brilho mostra a destruição da antiga lena com os antigos hábitos destrutivos, marcando o recomeço de sua vida, e por isso dos olhos brilhantes no final do filme.
apesar dela ter células novas em seu corpo, ela continua sendo ela mesma, mas recomeçando do zero, como uma célula nova.
que trilha sonora é aquela nos últimos vinte minutos do filme? boa demais, puta que pariu!
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista Agoravi muitas pessoas reclamando sobre o filme, e que retrataram tonya como uma heroína:
acho que essas pessoas não tiveram a mesma impressão que eu tive, não necessariamente correta, quando vi. pra mim, tonya sempre foi retratada como uma anti-heroína, mas que como todas as pessoas, tem um passado por trás delas mostrou suas cicatrizes, e "o outro lado da moeda".
a história de tonya harding é vocalizada para mostrar como é simples construir a imagem de alguém quando apenas retratada em breves reportagens num canal de TV, ainda mais atualmente, quando apenas uma foto pode traçar o futuro de alguém. como ela mesma diz, as pessoas querem alguém pra odiar, e querem fácil. é muito fácil odiar alguém quando não se sabe da sua história. filmes bons, principalmente os biográficos, são aqueles que apresentam o desenrolar do filme sem colocar a moral do personagem em pauta, e deixar isso para quem assiste.
margot sweetie you're doing amazing.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista Agoracinematic paralells: rooney mara comendo uma torta durante 5 minutos no chão da cozinha e timothé chalamet chorando na frente da lareira durante 5 minutos em call me by your name.
incrível como uma simples cena consegue ter um poder emocional tão grande sobre o espectador,
Mãe!
4.0 3,9K Assista Agorative uma puta crise de ansiedade no terceiro ato, já quase no final, mas valeu a pena
Thelma
3.5 342 Assista Agorame corrijam se eu estiver errada,
mas o fato do pai ter pego fogo e logo após isso, thelma voltou a ver a anja, representa o fato dela ter se libertado de sua família? que nesse contexto, era o motivo pelo qual thelma não se sentia à vontade com sua orientação, estilo de vida, etc? ou seja... por mais creepy que seja, o filme desenrolou a aceitação de si mesma (thelma), gradualmente?
esse filme fodeu minha cabeça e eu só queria dizer que o torrent já saiu pra quem quiser
Não Amarás
4.2 297 Assista Agorato namorando aquela mina... mas não sei se ela me namora
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista Agorapara os de sp, o filme ainda tá em cartaz todos os dias às 16:40 no caixa belas artes... woody allen é o caralho, eu quero mesmo é saber de filmes brasileiros. que orgulho.
Vida
3.4 1,2K Assista Agorahugh doesn't shower anyway, he's british
A 13ª Emenda
4.6 354 Assista Agoraa hora que compararam discursos do nixon com os de trump..
Minha Vida de Abobrinha
4.2 288 Assista Agora''na verdade os pais dela morreram, porque os dois se amavam. e então... ele se matou''
[spoiler][/spoiler]
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista Agoravi um vídeo interessante sobre a análise do filme que me ajudou a compreender melhor então decidi tentar sintetizar e esclarecer uns pontos.
o filme possui três linhas do tempo: a vida atual da personagem principal, a vida com seu ex-marido, e a trama do livro.
para entender a simbologia:
primeiramente, é necessário ressaltar um dos pontos principais da história, que no caso é o término da relação entre susan e edward. não o fim do casamento em si, mas sim o motivo. susan termina com edward porque acha que ele não é ambicioso o bastante para ser um escritor de sucesso; fraco, e consequentemente ele não poderia dar estabilidade (principalmente econômica) para ela, e assim, termina seu casamento.
um pouco antes da mulher se casar, há uma cena de diálogos entre ela e sua mãe, onde fica claro que a mãe sempre foi relutante em relação ao casamento dos jovens, exatamente por não ter confiança em edward e saber que ele não daria estabilidade para susan.
então, no final das contas, susan vira exatamente o que sempre repudiou.
um pouco depois de seu casamento terminar, ela encontra walker, seu atual companheiro, e ambos vão para uma clínica realizar um aborto de um filho que susan estava carregando de edward. ela, acha que o jovem não sabia sobre, mas assim que ela entra no carro, vê o homem do lado de fora da clínica, já ciente de tudo.
sobre o livro do ''animais noturnos'':
a vingança proposta no filme é bem mais metafórica do que simplesmente o final, onde susan leva ''um bolo'' no restaurante. o livro é uma maneira de edward mostrar para susan que ele é um homem de caráter forte, e de fato, corajoso e ela é quem fez a escolha errada, o que é bem vísivel ao longo do filme.
isso é, susan é uma mulher de sucesso, mas não possui felicidade, só bens materiais, vive largada e até mesmo é traída por walker.
em relação as simbologias do livro:
o ray marcus (aaron-taylor johnson) ocupa o papel de susan atual, onde o personagem mata a mulher e a filha de tony hastings, assim como susan faz com a ''antiga susan'' e a filha que ela acaba abortando e consequentemente ''matando'', de uma maneira bem menos dramática, claramente. além disso, surge uma referência a essa impressão de fraqueza que a nova susan tem do edward quando ray marcus chama tony de fraco, um pouco antes de morrer.
já tony hastings, o ''homem da família'' ocupa o papel do próprio edward, aonde o personagem acaba sofrendo um processo de metamorfose na personalidade. isto é, ele começa como um homem fraco, não protege sua família, e as duas acabam morrendo. porém, no final da trama, ele é alguém totalmente diferente, sedento por vingança e corajoso. deixa pra trás aquele tony hastings fraco, assim como edward fez com sua personalidade após susan terminar com ele.
o policial por sua vez, bobby andes, ocupa o papel de voz da consciência de edward, que instiga tony que ele vá atrás do assassino e acabe de uma vez por todas com aquela história. edward, na vida real, segue a consciência, mas no caso indo atrás de ser um homem menos ''fraco'', deixando para trás os pecados.
isso é extremamente perceptível quando tony hastings acaba morrendo no final do livro. e portanto, era uma maneira de edward dizer que finalmente conseguiu deixar para trás as mágoas do seu passado e que aquela pessoa já não existe mais, que ele mudou.
sobre o final do filme:
tom ford disse em uma entrevista que o final do filme simboliza edward quererendo mostrar a susan que ele realmente havia mudado e superado quando não aparece no restaurante. o homem queria dar um pouco de esperança para a sua ex-mulher, deixar ela achando que conseguiria consertar as coisas, mas não foi o que aconteceu.
o close no olhar da personagem principal é um dos pontos altos, fazendo referência ao ''olhar de tristeza'' que edward diz que a mãe de susan tinha, que no final de tudo, ela acabou tendo também.
''When you love someone you have to be careful with it, you might never get it again.''
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista Agorapower to the people, stick it to the man!
A Chegada
4.2 3,4K Assista Agoraamy adams, minha filha injustiçada
Nerve: Um Jogo Sem Regras
3.3 1,2K Assista Agoravale a pena assistir só pela trilha sonora e a fotografia. a história é água com açúcar e os atores medianos, mas não é algo péssimo. só não surpreendeu.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista Agorame senti muito conectada aos personagens. além da maravilhosa fotografia, frases e detalhes, é de se refletir a mensagem do longa. a maneira que, esse mundo mais ''conectado'' em que vivemos na verdade apenas nos distância. é notável a melancolia dos protagonistas, e me faz ver que mesmo estando rodeados de recursos da nova era, no final do dia, somos apenas meros seres humanos, sozinhos.
Um Dia
3.9 3,5K Assista Agora''Well, you know there’s a poem. If on St. Swithen’s day at the thrane, something, something, something, remain.''
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista Agoraestaríamos nós sendo controlados por pessoas como marionetes? reflita
Mãe Só Há Uma
3.5 408 Assista Agoraconfesso que comecei a pegar gosto pelas obras de anna muylaert depois de ter visto ''que horas ela volta''. e interessada, fui ver esse filme que muito me intrigou por conta do tema abordado.
sai do cinema com uma sensação, sem saber se tinha gostado ou não. entendi as mensagens não-explícitas que a trama deixa no ar, mas achei raso. os personagens não foram bem desenvolvidos, e fatos que poderiam ser explorados não foram. muitas coisas não explicadas.
foi bom? sim. saciou minhas expectativas? nem perto.