"só posso dar os olhos". Não é exatamente um filme sobre os jovens que falam, mas principalmente o homem que faz com que falem, o próprio título indica: "últimas conversas". Fiquei alguns momentos emocionado ao perceber que esse era o último trabalho dele, que perdemos um gênio, que o homem que cedeu seus olhos para que nós pudêssemos ver o mundo, ainda mais, para ver as pessoas.
"Então, ele foi convocado, e ela foi obrigada a remover o seu véu. A violência contra ambos é particularmente visível na provocação incrível da mulher. Seu cabelo desarrumado dá a impressão da dor, da emoção, da agitação... a tensão em seu rosto, seu semblante amargo e raiva surpreendente, sua expressão que diz NÃO. Ela pode ter um fim, mas não será subjulgada. Eu sou movida pelo rosto dessa mulher... e por este fotógrafo que, ao fazer o trabalho sujo do exército, conseguiu capturar a verdade sobre o que estava acontecendo".
Esse documentário, que me emocionou muito, traz alguns momentos da vida e da carreira de Janis Joplin. Desde a infância no Texas, o "bullying" na adolescências, a descoberta da "voz"; até os grandes momentos de sua carreira: o festival de Monterey em 67 ao lado da Big Brother and the Holding Company, Woodstock em 69, sua vinda ao Brasil em 1970, e a gravação de seu melhor disco, que viria a ser o último, "Pearl", lançado postumamente. Janis, diz o documentário, morreu em Outubro de 1970, mas nisso eles estão errados. Ela vive.
Eu sou suspeito para falar sobre os "road movies" de Walter Salles (Diário de Motocicleta, Central do Brasil), assim como os outros filmes que ele fez (Terra Estrangeira, Abril Despedaçado), mas a sensação que eu tenho aqui é que "On The Road" (Pé na Estrada) é um daqueles livros que não pode ser adaptado para o cinema. Mas, apesar de tudo, gostei do filme, das atuações, da fotografia, da trilha...
Nunca tinha visto, aproveitei o hype do novo filme, e achei muito bom. Tomei vários sustos, achei bem realizado, mas, a "primeira parte" é imensamente melhor que a "segunda parte" (antes e depois da chegada dos demonologistas à casa). Porém, acho que isso é bastante particular, prefiro o terror que questiona, não o que me dá respostas.
Vi o curta há muito tempo, achei uma história tão redonda, pensei que não havia possibilidade dele ser expandido, mas, o filme é tão bom, e o melhor, continua sendo muito sensível e delicado.
Li em qualquer lugar, ou ouvi alguém citar (ou ainda posso ter inventado) que Kierkegaard entendia a vida como um espaço entre dois gritos, o do nascimento e o da morte. Esse é um filme que acontece entre duas virgulas (reticências, ponto-vírgula, dois pontos...): sem paragrafo seguido de letra maiúscula, no início, e sem ponto final, no fim.
Quando eu leio esses comentários sem qualquer coesão e embasamento eu tenho cada vez mais certeza das bandeiras que eu defendo. Informem-se sobre as leis de incentivo cultural, não reproduzam as informações equivocadas que vocês andam lendo por aí. E outra: arte tem tudo a ver com política. TUDO.
Achei espetacular! Além do mais não conhecia o filme anterior, o que foi muito bom, porque realmente não esperava o final. E talvez essa seria minha crítica ao filme, porque num caso como esse em que o sucesso depende do mistério, atrelar esse ao outro filme (pelo título) já deixam as pessoas que o viram atentas a essa proximidade da trama.
O documentário registra a vida de duas mulheres (mãe e filha), que ficaram famosas depois das autoridades locais tentaram expulsá-las de sua propriedade (Grey Gradens) devido a falta de condições sanitárias. O documentário tem uma narrativa extremamente simples, só ligar a câmera e a mágica acontece. "As falas" são espetaculares, digna dos melhores roteiristas. Sobretudo as de "Edie", sempre com suas roupas revolucionárias. Em alguns momentos você ri das "excentricidades" das duas, depois fica um pouco desconfortável, e mais para o fim do filme você percebe o quanto ele é triste. "Oh God, another winter." A sensação que eu tive é que eu estava vendo algo que deveria ser visto, coisas muito íntimas expostas. Desnudar-se demais. Estamos preparados para isso?
A História Vai ao Cinema #14 Pra Frente, Brasil (1981, Roberto Farias)
O filme "Pra frente, Brasil" tinha uma proposta bem audaciosa, falar sobre a tortura contra presos políticos realizada pelo governo militar, no ano de 1981, onde o Brasil ainda vivia sob o regime, apesar de já não mais vigorar o AI-5. Por esse motivo, foi inicialmente censurado, mas depois liberado, sem cortes. O filme trata de um homem que por engano é associado a luta armada ou participante de algum grupo de esquerda. Jofre é levado para um lugar ermo e lá é interrogado sobre esse possível grupo, como "não colabora" é imposto a tortura. O seu sumiço preocupa sua mulher e seu irmão que vão a sua procura. O mais curioso sobre o filme é que seu diretor, Roberto Farias, que na década de 60 havia dirigido "Assalto ao Trem Pagador", durante o período de censura dirigiu 3 filmes de Roberto Carlos, um artista que convenientemente não se manifestou contra o período de exceção vivido no país, em alguns documentos ele é colocado como um "amigo do regime". O filme não é dos melhores, mas a sua importância dentro de seu contexto deve ser levado em conta, assim como a sua coragem de expor uma parte não tão boa do milagre econômico, onde, enquanto a seleção ganhava a copa (daí vem o título do filme, retirado da música ufanista, que apoiava o campeonato), presos políticos eram torturados e mortos nos porões do DOPS.
Eu Sei Que Vou Te Amar
3.6 140Filme pelo qual Fernanda Torres ganhou a Palma de Ouro de Cannes, MERECIDAMENTE.
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
3.9 502 Assista AgoraUm retrato poético do sertão:
É tão lindo, tão lindo que dói. E tão triste, solitário. Isso é o sertão.
Últimas Conversas
4.2 108"só posso dar os olhos".
Não é exatamente um filme sobre os jovens que falam, mas principalmente o homem que faz com que falem, o próprio título indica: "últimas conversas".
Fiquei alguns momentos emocionado ao perceber que esse era o último trabalho dele, que perdemos um gênio, que o homem que cedeu seus olhos para que nós pudêssemos ver o mundo, ainda mais, para ver as pessoas.
O Enigma de Kaspar Hauser
4.0 328"As pessoas são como lobos para mim" quanto mais vivo, mais certeza tenho disso.
Fargo (1ª Temporada)
4.5 511Fargo é um dos meus filmes preferidos, agora Fargo é uma das minhas séries preferidas, também.
Justiça (1ª Temporada)
4.3 320Já quero muito essa série, criei uma expectativa muito grande
Caravana Cigana
4.6 10POESIA
Um Minuto Para uma Imagem
4.2 2"Então, ele foi convocado, e ela foi obrigada a remover o seu véu. A violência contra ambos é particularmente visível na provocação incrível da mulher. Seu cabelo desarrumado dá a impressão da dor, da emoção, da agitação... a tensão em seu rosto, seu semblante amargo e raiva surpreendente, sua expressão que diz NÃO. Ela pode ter um fim, mas não será subjulgada. Eu sou movida pelo rosto dessa mulher... e por este fotógrafo que, ao fazer o trabalho sujo do exército, conseguiu capturar a verdade sobre o que estava acontecendo".
Atração Mortal
3.7 318 Assista AgoraUMCW brought me here
Ônibus 174
3.9 297Seria Sandro uma versão contemporânea de Macabéa? Em busca de sua "hora da estrela", numa tentativa frustrada de lutar contra a invisibilidade social?
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraJefferson Airplane, The Clash, Joy Division: trilha espetacular.
Maioria Absoluta
4.4 29 Assista Agora"o homem com fome não ama"
A Casa de Pequenos Cubinhos
4.5 766Pra quê 3 horas quando "tudo" pode ser dito em 12 minutos?
Janis: Little Girl Blue
4.3 166Esse documentário, que me emocionou muito, traz alguns momentos da vida e da carreira de Janis Joplin. Desde a infância no Texas, o "bullying" na adolescências, a descoberta da "voz"; até os grandes momentos de sua carreira: o festival de Monterey em 67 ao lado da Big Brother and the Holding Company, Woodstock em 69, sua vinda ao Brasil em 1970, e a gravação de seu melhor disco, que viria a ser o último, "Pearl", lançado postumamente.
Janis, diz o documentário, morreu em Outubro de 1970, mas nisso eles estão errados. Ela vive.
O Poeta Dinamarquês
4.3 91um curta sobre as coincidências da vida, uma história simples que me arrancou algumas lágrimas.
Na Estrada
3.3 1,9KEu sou suspeito para falar sobre os "road movies" de Walter Salles (Diário de Motocicleta, Central do Brasil), assim como os outros filmes que ele fez (Terra Estrangeira, Abril Despedaçado), mas a sensação que eu tenho aqui é que "On The Road" (Pé na Estrada) é um daqueles livros que não pode ser adaptado para o cinema. Mas, apesar de tudo, gostei do filme, das atuações, da fotografia, da trilha...
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraNunca tinha visto, aproveitei o hype do novo filme, e achei muito bom. Tomei vários sustos, achei bem realizado, mas, a "primeira parte" é imensamente melhor que a "segunda parte" (antes e depois da chegada dos demonologistas à casa). Porém, acho que isso é bastante particular, prefiro o terror que questiona, não o que me dá respostas.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraVi o curta há muito tempo, achei uma história tão redonda, pensei que não havia possibilidade dele ser expandido, mas, o filme é tão bom, e o melhor, continua sendo muito sensível e delicado.
Elefante
3.6 1,2K Assista AgoraLi em qualquer lugar, ou ouvi alguém citar (ou ainda posso ter inventado) que Kierkegaard entendia a vida como um espaço entre dois gritos, o do nascimento e o da morte. Esse é um filme que acontece entre duas virgulas (reticências, ponto-vírgula, dois pontos...): sem paragrafo seguido de letra maiúscula, no início, e sem ponto final, no fim.
Aquarius
4.2 1,9K Assista Agora1083 querem ver, 17 não querem ver. Parabéns esse boicote está sendo muito bem sucedido.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraQuando eu leio esses comentários sem qualquer coesão e embasamento eu tenho cada vez mais certeza das bandeiras que eu defendo.
Informem-se sobre as leis de incentivo cultural, não reproduzam as informações equivocadas que vocês andam lendo por aí.
E outra: arte tem tudo a ver com política. TUDO.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KAchei espetacular! Além do mais não conhecia o filme anterior, o que foi muito bom, porque realmente não esperava o final. E talvez essa seria minha crítica ao filme, porque num caso como esse em que o sucesso depende do mistério, atrelar esse ao outro filme (pelo título) já deixam as pessoas que o viram atentas a essa proximidade da trama.
Grey Gardens
4.3 105O documentário registra a vida de duas mulheres (mãe e filha), que ficaram famosas depois das autoridades locais tentaram expulsá-las de sua propriedade (Grey Gradens) devido a falta de condições sanitárias.
O documentário tem uma narrativa extremamente simples, só ligar a câmera e a mágica acontece. "As falas" são espetaculares, digna dos melhores roteiristas. Sobretudo as de "Edie", sempre com suas roupas revolucionárias.
Em alguns momentos você ri das "excentricidades" das duas, depois fica um pouco desconfortável, e mais para o fim do filme você percebe o quanto ele é triste. "Oh God, another winter."
A sensação que eu tive é que eu estava vendo algo que deveria ser visto, coisas muito íntimas expostas. Desnudar-se demais. Estamos preparados para isso?
Pra Frente, Brasil
3.7 75A História Vai ao Cinema #14
Pra Frente, Brasil (1981, Roberto Farias)
O filme "Pra frente, Brasil" tinha uma proposta bem audaciosa, falar sobre a tortura contra presos políticos realizada pelo governo militar, no ano de 1981, onde o Brasil ainda vivia sob o regime, apesar de já não mais vigorar o AI-5.
Por esse motivo, foi inicialmente censurado, mas depois liberado, sem cortes.
O filme trata de um homem que por engano é associado a luta armada ou participante de algum grupo de esquerda. Jofre é levado para um lugar ermo e lá é interrogado sobre esse possível grupo, como "não colabora" é imposto a tortura. O seu sumiço preocupa sua mulher e seu irmão que vão a sua procura.
O mais curioso sobre o filme é que seu diretor, Roberto Farias, que na década de 60 havia dirigido "Assalto ao Trem Pagador", durante o período de censura dirigiu 3 filmes de Roberto Carlos, um artista que convenientemente não se manifestou contra o período de exceção vivido no país, em alguns documentos ele é colocado como um "amigo do regime".
O filme não é dos melhores, mas a sua importância dentro de seu contexto deve ser levado em conta, assim como a sua coragem de expor uma parte não tão boa do milagre econômico, onde, enquanto a seleção ganhava a copa (daí vem o título do filme, retirado da música ufanista, que apoiava o campeonato), presos políticos eram torturados e mortos nos porões do DOPS.