"O homem nasce bom e a sociedade o corrompe" - Jean-Jacques Rousseau. Esse é tema central do filme, a derrocada humana em uma sociedade fria, egoísta e controlada pelas elites. Qualquer semelhança com nossa sociedade não é mera coincidência.
A cinematografia se utiliza de tons pasteis e frios com ambientes mal iluminados, sujos e dúbios, refletindo os personagens que ali existem (ou não, segundo uma fala do filme).
Phoenix, com certeza concorrerá a prêmios por seu Jocker. A fisicalidade e as nuances de um sujeito corrompido pelo ambiente criam um personagem rico e imprevisível.
A primeira parte do filme é mais lenta (não arrastada) na criação do personagem, e com alguns eventos um pouco forçados e/ou grandiloquentes em demasia, porém, não altera suspensão de descrença do filme.
As duas questões que me incomodaram mais referem-se a: como ocorre a morte de Thomas Wayne, visto como a representação da elite e de uma sociedade tóxica, sua morte faz parte do andamento do filme, porém a sua ligação direta com a "criação" do Batman, com a cena clássica do assassinado no beco, o colar de pérolas e todo o mais é desnecessário. Sua morte poderia ocorrer em outra circunstância melhor empregada dentro do discurso geral do filme. (questão pessoal mesmo)
A segunda é sobre a morte (subentendida) da personagem da Zazie Beetz, Sophie. Em nenhum momento a personagem agride, verbal, física ou moralmente o Jocker, ou representa as elites da cidade (como os três mortos no metro ou o próprio Thomas Wayne), muito pelo contrário, ela também é uma vítima da sociedade como Arthur. O fato de dele apenas ter fantasiado uma relação com a personagem não é motivação nenhuma para sua ação. Gratuito e sem nenhuma função narrativa, visto ainda como ele poupa o anão mesmo este sendo testemunha ocular de um assassinato com o motivo de sempre te-lo tratado bem.
A melhor parte do filme é o humor do terço inicial. Os 2/3 finais são muito problemáticos em questões de roteiro, consolidação de personagens e desenvolvimento. Não diverte, não assusta, não causa tensão, só cansa mesmo.
Nunca foi tão bom acompanhar os deslocamentos de carro dos personagens como nesse filme! Tarantino subverte a expectativa do espectador mostrando dias banais na vida dos personagens e nos apresenta à Hollywood em sua época de ouro. Segura a catarse até o fim, pontuando o longa com alguma tensão, já que, a história que permeia o período é conhecida. Margot Robie rouba todas as cenas em que aparece! É a personificação da inocência e graciosidade de toda uma época.
O respeito por Tate e outros assassinados na fatídica noite e ainda vingar todos acontecimentos com a explosão de violência já característica do diretor é o enceramento perfeito para o longa
A cena em que Cliff visita o Rancho Spahn cria uma atmosfera tão densa em tensão que me fez querer ver o Tarantino dirigindo um terror, de gênero mesmo.
Ps.: só eu me senti jogando GTA nos takes de carro, apresentando aquela ̶S̶a̶n̶ ̶A̶n̶d̶r̶e̶a̶s̶ Los Angeles do final dos anos 60?
De fato, Raso. Boa fotografia e uso da tecnologia, porém, pra um filme cuja proposta é o crível, os 30 minutos finais afastam-se demasiadamente desse conceito.
Com um design de produção, fotografia e sonoplastia incríveis o primeiro ato do filme destaca-se, porém, o plot central do filme atrapalha a condução e torna o filme repleto de facilitações de roteiro e incongruências narrativas.
O plot inicial da história é muito parecido com O Homem de Palha (The Wicker Man, 1973) porém, faltou a coragem de assumir um filme baseado na sociedade e no homem, sem a muleta sobrenatural, e o final do filme de 1973
Não consigo avaliar como filme em si. É um evento cinematográfico. Os personagens são conhecidos, a história é conhecida,e neste ultimo episódio temos a resolução. Se em Avengers: Infinity War (2018) tínhamos um clímax do começo ao fim, esse Avengers: End Game (2019), parte de uma curva dramática que se encerra num clímax não apenas desse filme, mas dos últimos 22 filmes e 11 anos de construção de universo. E os minutos finais ainda reservam um epílogo que fecha com maestria a história dos personagens. Como evento cinematográfico: ☆☆☆☆☆
Muito melhor enquanto exercício dúbio, o último ato peca ao explicar-se demais caindo nas convenções de gênero. Perdeu-se uma grande chance de enfoque no psicológico. Ao fim, o saldo mantem-se positivo, com ótima fotografia e design de produção (nem sempre foco do gênero) com sonoplastia perfeita e enervante.
O último ato do filme cai na convenção de gênero da seita satanista, porém pessimamente explorada e com cenas sofríveis, de personagens voando (wtf!?) inclusive. Mas também tem uma das melhores cenas do filme com um auto degolamento!
Mal explorada também foi a utilização das maquetes durante o filme. Tomando muito tempo de tela por ser o trabalho da personagem principal (Collette) apenas utilizado como escapismo para fluência do que se passa na mente da mesma. No trailer a sensação era que este artificio teria um enfoque maior, como na bela cena inicial do filme com uma transição da maquete para os personagens
O ritmo lento e apresentação acentuada das personagens pode afastar no primeiro momento, mas a partir do investimento inicial o filme entrega toda uma crítica social e de gerações através dos medos e anseios do trio principal. Em nenhum momento toma o espectador como ingênuo, resumindo seu enredo a cenas ou diálogos expositivos afim de de finalizar a película com o entendimento de quem assiste, muito pelo contrário, levanta diversas questões sem nunca responde-las completamente ainda tornando nossa própria visão da história dúbia. Com um enredo recheado de simbolismos, ambiguidades e certa dose onírica é um excelente filme com uma fotografia exuberante que contrasta com os sentimentos apresentados, Em Chamas (Burning) é a catarse dos personagens apresentados frente a letargia de suas condições vividas. Outro ponto excelente é a trilha sonora, que dialoga com ambiente de incômodo claustrofóbico dos personagens.
Duas cenas já valem todo o filme: A dança de Hae-mi ao som de música clássica ao pôr do sol e o a cena final que encerra perfeitamente a obra, sem nos deixar certeza de quem é vítima e quem é vilão. Ambas exemplificam muito bem o tema do filme, projetando a catarse dos personagens sempre acompanhados simbólica (por do sol) ou literalmente do fogo.
Um fechamento de trilogia condizente com a proposta urbana e "realística" adotada no outros filmes. O filme possui três divisões muito claras, a apresentação do embate entre os personagens, o desenvolvimento da relação através da psicologa Dr. Ellie Staple (Sarah Paulson), e o clímax. Apesar da segunda parte ser lenta (não arrastada) é interessante acompanhar o passado desses personagens e o que os levou até esse encontro e ganhar a atuação brilhante de James McAvoy no processo. se em Split (2017) se era surpreendente o domínio e a capacidade do ator alternar entre tantos personagens diferentes, em Glass (2019) ele consegue assombrar com mudanças entre as personalidades sem cortes, tudo na mesma cena, alternando entre elas como o piscar de luzes. Depois de algum tempo é possível identificar a personalidade presente apenas pela postura corporal ou olhar, sem nem precisar falar. Menção especial a Hewdig (personalidade de um garoto de 9 anos) que se transforma no alívio cômico do filmes, sem subverter a atmosfera ou a intenção do mesmo.
O filme possui problemas de roteiro e de lógica que, dependendo do investimento da platéia, não altera a experiência do mesmo.
Na parte final do filme onde entra em cena todo o plot da organização secreta, o filme torna-se expositivo e com algumas incongruências lógicas. As cenas expositivas dos encontros do grupo, e na loja de hq's com uma quase narração em off para redirecionar a trama são exemplos. E logicamente, se desde o principio, a psicóloga sabia de fato quem eram os pacientes e de seus poderes sobre-humanos, a segurança ridícula da instituição onde estavam os três personagens centrais não se justifica.
David Dunn (Bruce Willis), passou 19 anos atuando como vigilante, e mesmo assim, bastou um discurso da psicóloga para faze-lo duvidar de sua real capacidade
Todo o plot envolvendo o personagem da Casey (Anya Taylor-Joy) é mal escrito, expositivo e sem nenhuma naturalidade, e basicamente está presente por conveniência de roteiro, visto que é necessário no clímax do filme. O talento da atriz (vide The Witch, 2015) é desperdiçado. O interessante são algumas abordagens que o movimento e angulo de câmera incitam na questão da personagem também possuir algum tipo de poder, devido sua capacidade de "controlar" A Fera.
O final, apesar de dividir opiniões, é bastante verossímil com a realidade construída pelo filme. Desenrola-se além do clímax, apresentando-se com um epilogo do filme, porém encaixa-se no contexto apresentado na trilogia.
Shyamalan continua mostrando as qualidades de diretor que catapultaram sua carreira, controle de câmera e de ângulos específicos para adicionar informação ao que é visto em tela, esquema de cores e fotografia que interagem com as personagens e criação da atmosfera de suspense sem necessariamente ser gráfico ou expositivo. E também continua mostrando os problemas no roteiro que transformaram sua carreia em uma montanha russa.
No geral o filme te prende pela apresentação da história e pela temática fincada no real de uma história batida nos últimos anos (Marvel, DC, afins) além da interpretação magistral de James McAvoy, mesmo apresentando facilitações e conveniências de roteiro.
Curiosidade.: James McAvoy é listado nos créditos interpretando as 24 personalidades de seu personagem. Por favor, deem pelo menos um prêmio pra esse homem!
A nota leva em conta a experiência em si. O roteiro não é de fato extremamente novo ou revolucionário, mas a experiência interativa eleva o impacto da obra. A interação é fluida, não há pausas durante as escolhas, não atrapalhando a atmosfera.
Não gostei das opções de volta nos finais abruptos, possibilitando uma nova escolha sem consequências. Foi me contado que a opção de trabalhar na empresa resulta em um final abrupto, porém na volta da opção após outra escolha os personagens demonstram alguns traços de conhecimento prévio, o que justificaria a volta e encaixaria no discurso do Colin no apartamento sobre realidades alternativas e o tempo ser uma farsa
A construção da história e as interpretações são muito boas, gostei do fato de pistas sobre outras camadas não acessadas ficam pela trajetória, já que você acompanha a história do ponto de vista do Stefan, faz sentido ficarem pontas soltas não desvendadas completamente
Mas o ponto alto do filme de fato é a metalinguagem sobre Controle e livre arbítrio. O que é controle e a falsa sensação de controle. O monólogo para psicóloga em um dos finais sintetiza toda a obra. O personagem por nós controlados desenvolve um jogo com intuito de simular livre arbítrio, mas só consegue finalizar o jogo quando entende que a resposta é tirar camadas e opções, dando ao jogador uma falsa sensação de controle, exatamente a sensação que temos ao "controlar" Stefan.
Em primeiro lugar, desde o primeiro filme já era evidente que o nome da nova franquia ser Animais Fantásticos seria um problema, se no primeiro filme, os animais são parte central, movimentam a trama e são essenciais pra o desenvolvimento da trama, no segundo filme poderia se retirar o Newt Scamander e não iria interferir na história principal. O foco central desse franquia é o embate (físico e ideológico) de Dumbledore e Grindewald, logo, todo o arco do Newt e seus animais é gratuito e forçado. Como continuação o filme é muito ruim, não amarra os fatos, apresenta duzias de personagens sem desenvolvimento e apresenta muita informação atrelada à fatos que remetem aos filmes da saga Harry Potter, em suma, é outro filme de origem, sendo o segundo da franquia, e pior que o primeiro. Os únicos pontos positivos são os núcleos dessa nova saga, Dumbledore e Grindewald, porém sem desenvolvimento suficiente.
Várias oportunidades desperdiçadas, Nicolau Flamel, Beaubatoux (escola de magia francesa) que não tem nenhuma menção, vários personagens apresentados sem profundidade e com extrema exposição, aprofundamento medíocre da família Lestrange, extremamente importante na saga original e uma das mais famosas no mundo bruxo (segundo a própria escritora nos livros e nesse proprio filme. e o maior desperdício de todos, a relação Dumbledore / Grindewald. No final do filme, na sequência da "luta final" com o que pareceu uma espécie de fogo-vivo-azul, já estava torcendo pra todo mundo morrer e o próximo filme se centrar de fato na história principal
Na verdade o filme é um grande criador de expectativas não realizadas, com filme sem ligação que mais parece um um amontoado de sketches que não se conectam com fluidez.
Um dos filmes de comédia que mais gosto. Mesmo com um roteiro simplório, e abordagem totalmente surreal faz uma ótima crítica à "máquina de ensino" e outros pontos da sociedade americana, como nos discursos do "Tio" Ben:
Veja, nós jogamos um monte de palavras extravagantes na frente dessas crianças, a fim de atraí-las para ir à escola, na crença de que elas vão ter uma vida melhor, e nós sabemos que tudo o que estamos fazendo é criar uma nova geração inteira de compradores e vendedores, compradores e vendedores! Cafetões e prostitutas, cafetões e prostitutas! Doutrinando-os em um longo inferno de dívidas e indecisões! (Ben Lewis - tradução livre)
Filme ok. Sem nenhuma inovação de roteiro ou apresentação do gênero o filme transcorre lembrando-nos nostalgicamente dos slashers dos anos 80. Bom filme pra se divertir despretensiosamente. O ponto positivo fica por conta da utilização e movimentação da câmera, ora estática deixando a movimentação da cena por conta das personagens, que entram e saem da visão do telespectador, ora em close-ups que tiram toda a noção de espaço ou redor, funcionam muito bem pra causar certa apreensão e suspense. Destaque também para a trilha, que se utiliza da música tema clássica, mas altera o ritmo da mesma conforme a situação. Funciona bem para pautar o que se segue em tela acrescido da nostalgia que traz.
Deixa um possível gancho na cena final, com um close-up na mão de Allyson Strode segurando firmemente a faca. Pode indicar uma continuação renovando o slasher a partir da mesma. E claro, sempre há a dúvida se Michael Myers realmente morreu.
Coringa
4.4 4,1K Assista Agora"O homem nasce bom e a sociedade o corrompe" - Jean-Jacques Rousseau. Esse é tema central do filme, a derrocada humana em uma sociedade fria, egoísta e controlada pelas elites. Qualquer semelhança com nossa sociedade não é mera coincidência.
A cinematografia se utiliza de tons pasteis e frios com ambientes mal iluminados, sujos e dúbios, refletindo os personagens que ali existem (ou não, segundo uma fala do filme).
Phoenix, com certeza concorrerá a prêmios por seu Jocker. A fisicalidade e as nuances de um sujeito corrompido pelo ambiente criam um personagem rico e imprevisível.
A primeira parte do filme é mais lenta (não arrastada) na criação do personagem, e com alguns eventos um pouco forçados e/ou grandiloquentes em demasia, porém, não altera suspensão de descrença do filme.
As duas questões que me incomodaram mais referem-se a: como ocorre a morte de Thomas Wayne, visto como a representação da elite e de uma sociedade tóxica, sua morte faz parte do andamento do filme, porém a sua ligação direta com a "criação" do Batman, com a cena clássica do assassinado no beco, o colar de pérolas e todo o mais é desnecessário. Sua morte poderia ocorrer em outra circunstância melhor empregada dentro do discurso geral do filme. (questão pessoal mesmo)
A segunda é sobre a morte (subentendida) da personagem da Zazie Beetz, Sophie. Em nenhum momento a personagem agride, verbal, física ou moralmente o Jocker, ou representa as elites da cidade (como os três mortos no metro ou o próprio Thomas Wayne), muito pelo contrário, ela também é uma vítima da sociedade como Arthur. O fato de dele apenas ter fantasiado uma relação com a personagem não é motivação nenhuma para sua ação. Gratuito e sem nenhuma função narrativa, visto ainda como ele poupa o anão mesmo este sendo testemunha ocular de um assassinato com o motivo de sempre te-lo tratado bem.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista AgoraA melhor parte do filme é o humor do terço inicial.
Os 2/3 finais são muito problemáticos em questões de roteiro, consolidação de personagens e desenvolvimento. Não diverte, não assusta, não causa tensão, só cansa mesmo.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraNunca foi tão bom acompanhar os deslocamentos de carro dos personagens como nesse filme!
Tarantino subverte a expectativa do espectador mostrando dias banais na vida dos personagens e nos apresenta à Hollywood em sua época de ouro. Segura a catarse até o fim, pontuando o longa com alguma tensão, já que, a história que permeia o período é conhecida. Margot Robie rouba todas as cenas em que aparece! É a personificação da inocência e graciosidade de toda uma época.
O respeito por Tate e outros assassinados na fatídica noite e ainda vingar todos acontecimentos com a explosão de violência já característica do diretor é o enceramento perfeito para o longa
A cena em que Cliff visita o Rancho Spahn cria uma atmosfera tão densa em tensão que me fez querer ver o Tarantino dirigindo um terror, de gênero mesmo.
Ps.: só eu me senti jogando GTA nos takes de carro, apresentando aquela ̶S̶a̶n̶ ̶A̶n̶d̶r̶e̶a̶s̶ Los Angeles do final dos anos 60?
Águas Rasas
3.4 1,3K Assista AgoraDe fato, Raso. Boa fotografia e uso da tecnologia, porém, pra um filme cuja proposta é o crível, os 30 minutos finais afastam-se demasiadamente desse conceito.
O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraColoque todos os problemas de "classe" de um país em um ambiente lúgubre e em ponto de ebulição.
Supense, terror, gore, doses oníricas. Cinema nacional mostra camadas em filme de gênero.
Mais alguém entendeu o final como um "sonho" ou representação onírica? Eu acho que a Sara desmaia / morre ao lado do Inácio
Pixels: O Filme
2.8 1,0K Assista AgoraNem consegui terminar de tão ruim.
Apóstolo
3.0 427Com um design de produção, fotografia e sonoplastia incríveis o primeiro ato do filme destaca-se, porém, o plot central do filme atrapalha a condução e torna o filme repleto de facilitações de roteiro e incongruências narrativas.
O plot inicial da história é muito parecido com O Homem de Palha (The Wicker Man, 1973) porém, faltou a coragem de assumir um filme baseado na sociedade e no homem, sem a muleta sobrenatural, e o final do filme de 1973
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraNão consigo avaliar como filme em si. É um evento cinematográfico. Os personagens são conhecidos, a história é conhecida,e neste ultimo episódio temos a resolução. Se em Avengers: Infinity War (2018) tínhamos um clímax do começo ao fim, esse Avengers: End Game (2019), parte de uma curva dramática que se encerra num clímax não apenas desse filme, mas dos últimos 22 filmes e 11 anos de construção de universo. E os minutos finais ainda reservam um epílogo que fecha com maestria a história dos personagens. Como evento cinematográfico: ☆☆☆☆☆
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraFilme bom, bem dirigido, com ótimo elenco, mas médio em sua concepção. A história que ele conta é muito maior que o filme em si.
Quase Famosos
4.1 1,4K Assista Agora"Listen to Tommy with a candle burning and you'll see your entire future."
Rock Star
3.7 401We All Die Young ♥
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraMuito melhor enquanto exercício dúbio, o último ato peca ao explicar-se demais caindo nas convenções de gênero. Perdeu-se uma grande chance de enfoque no psicológico.
Ao fim, o saldo mantem-se positivo, com ótima fotografia e design de produção (nem sempre foco do gênero) com sonoplastia perfeita e enervante.
O último ato do filme cai na convenção de gênero da seita satanista, porém pessimamente explorada e com cenas sofríveis, de personagens voando (wtf!?) inclusive. Mas também tem uma das melhores cenas do filme com um auto degolamento!
Mal explorada também foi a utilização das maquetes durante o filme. Tomando muito tempo de tela por ser o trabalho da personagem principal (Collette) apenas utilizado como escapismo para fluência do que se passa na mente da mesma. No trailer a sensação era que este artificio teria um enfoque maior, como na bela cena inicial do filme com uma transição da maquete para os personagens
Em Chamas
3.9 379 Assista AgoraO ritmo lento e apresentação acentuada das personagens pode afastar no primeiro momento, mas a partir do investimento inicial o filme entrega toda uma crítica social e de gerações através dos medos e anseios do trio principal. Em nenhum momento toma o espectador como ingênuo, resumindo seu enredo a cenas ou diálogos expositivos afim de de finalizar a película com o entendimento de quem assiste, muito pelo contrário, levanta diversas questões sem nunca responde-las completamente ainda tornando nossa própria visão da história dúbia.
Com um enredo recheado de simbolismos, ambiguidades e certa dose onírica é um excelente filme com uma fotografia exuberante que contrasta com os sentimentos apresentados, Em Chamas (Burning) é a catarse dos personagens apresentados frente a letargia de suas condições vividas.
Outro ponto excelente é a trilha sonora, que dialoga com ambiente de incômodo claustrofóbico dos personagens.
Duas cenas já valem todo o filme: A dança de Hae-mi ao som de música clássica ao pôr do sol e o a cena final que encerra perfeitamente a obra, sem nos deixar certeza de quem é vítima e quem é vilão. Ambas exemplificam muito bem o tema do filme, projetando a catarse dos personagens sempre acompanhados simbólica (por do sol) ou literalmente do fogo.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraUm fechamento de trilogia condizente com a proposta urbana e "realística" adotada no outros filmes. O filme possui três divisões muito claras, a apresentação do embate entre os personagens, o desenvolvimento da relação através da psicologa Dr. Ellie Staple (Sarah Paulson), e o clímax. Apesar da segunda parte ser lenta (não arrastada) é interessante acompanhar o passado desses personagens e o que os levou até esse encontro e ganhar a atuação brilhante de James McAvoy no processo. se em Split (2017) se era surpreendente o domínio e a capacidade do ator alternar entre tantos personagens diferentes, em Glass (2019) ele consegue assombrar com mudanças entre as personalidades sem cortes, tudo na mesma cena, alternando entre elas como o piscar de luzes. Depois de algum tempo é possível identificar a personalidade presente apenas pela postura corporal ou olhar, sem nem precisar falar. Menção especial a Hewdig (personalidade de um garoto de 9 anos) que se transforma no alívio cômico do filmes, sem subverter a atmosfera ou a intenção do mesmo.
O filme possui problemas de roteiro e de lógica que, dependendo do investimento da platéia, não altera a experiência do mesmo.
Na parte final do filme onde entra em cena todo o plot da organização secreta, o filme torna-se expositivo e com algumas incongruências lógicas. As cenas expositivas dos encontros do grupo, e na loja de hq's com uma quase narração em off para redirecionar a trama são exemplos. E logicamente, se desde o principio, a psicóloga sabia de fato quem eram os pacientes e de seus poderes sobre-humanos, a segurança ridícula da instituição onde estavam os três personagens centrais não se justifica.
David Dunn (Bruce Willis), passou 19 anos atuando como vigilante, e mesmo assim, bastou um discurso da psicóloga para faze-lo duvidar de sua real capacidade
Todo o plot envolvendo o personagem da Casey (Anya Taylor-Joy) é mal escrito, expositivo e sem nenhuma naturalidade, e basicamente está presente por conveniência de roteiro, visto que é necessário no clímax do filme. O talento da atriz (vide The Witch, 2015) é desperdiçado. O interessante são algumas abordagens que o movimento e angulo de câmera incitam na questão da personagem também possuir algum tipo de poder, devido sua capacidade de "controlar" A Fera.
O final, apesar de dividir opiniões, é bastante verossímil com a realidade construída pelo filme. Desenrola-se além do clímax, apresentando-se com um epilogo do filme, porém encaixa-se no contexto apresentado na trilogia.
Shyamalan continua mostrando as qualidades de diretor que catapultaram sua carreira, controle de câmera e de ângulos específicos para adicionar informação ao que é visto em tela, esquema de cores e fotografia que interagem com as personagens e criação da atmosfera de suspense sem necessariamente ser gráfico ou expositivo. E também continua mostrando os problemas no roteiro que transformaram sua carreia em uma montanha russa.
No geral o filme te prende pela apresentação da história e pela temática fincada no real de uma história batida nos últimos anos (Marvel, DC, afins) além da interpretação magistral de James McAvoy, mesmo apresentando facilitações e conveniências de roteiro.
Curiosidade.: James McAvoy é listado nos créditos interpretando as 24 personalidades de seu personagem. Por favor, deem pelo menos um prêmio pra esse homem!
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KA nota leva em conta a experiência em si. O roteiro não é de fato extremamente novo ou revolucionário, mas a experiência interativa eleva o impacto da obra. A interação é fluida, não há pausas durante as escolhas, não atrapalhando a atmosfera.
Não gostei das opções de volta nos finais abruptos, possibilitando uma nova escolha sem consequências. Foi me contado que a opção de trabalhar na empresa resulta em um final abrupto, porém na volta da opção após outra escolha os personagens demonstram alguns traços de conhecimento prévio, o que justificaria a volta e encaixaria no discurso do Colin no apartamento sobre realidades alternativas e o tempo ser uma farsa
A construção da história e as interpretações são muito boas, gostei do fato de pistas sobre outras camadas não acessadas ficam pela trajetória, já que você acompanha a história do ponto de vista do Stefan, faz sentido ficarem pontas soltas não desvendadas completamente
Mas o ponto alto do filme de fato é a metalinguagem sobre Controle e livre arbítrio. O que é controle e a falsa sensação de controle. O monólogo para psicóloga em um dos finais sintetiza toda a obra. O personagem por nós controlados desenvolve um jogo com intuito de simular livre arbítrio, mas só consegue finalizar o jogo quando entende que a resposta é tirar camadas e opções, dando ao jogador uma falsa sensação de controle, exatamente a sensação que temos ao "controlar" Stefan.
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraQuando a perseguição policial dos anos 90 abraça o trash dos anos 80.
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraEm primeiro lugar, desde o primeiro filme já era evidente que o nome da nova franquia ser Animais Fantásticos seria um problema, se no primeiro filme, os animais são parte central, movimentam a trama e são essenciais pra o desenvolvimento da trama, no segundo filme poderia se retirar o Newt Scamander e não iria interferir na história principal. O foco central desse franquia é o embate (físico e ideológico) de Dumbledore e Grindewald, logo, todo o arco do Newt e seus animais é gratuito e forçado. Como continuação o filme é muito ruim, não amarra os fatos, apresenta duzias de personagens sem desenvolvimento e apresenta muita informação atrelada à fatos que remetem aos filmes da saga Harry Potter, em suma, é outro filme de origem, sendo o segundo da franquia, e pior que o primeiro. Os únicos pontos positivos são os núcleos dessa nova saga, Dumbledore e Grindewald, porém sem desenvolvimento suficiente.
Várias oportunidades desperdiçadas, Nicolau Flamel, Beaubatoux (escola de magia francesa) que não tem nenhuma menção, vários personagens apresentados sem profundidade e com extrema exposição, aprofundamento medíocre da família Lestrange, extremamente importante na saga original e uma das mais famosas no mundo bruxo (segundo a própria escritora nos livros e nesse proprio filme. e o maior desperdício de todos, a relação Dumbledore / Grindewald. No final do filme, na sequência da "luta final" com o que pareceu uma espécie de fogo-vivo-azul, já estava torcendo pra todo mundo morrer e o próximo filme se centrar de fato na história principal
Na verdade o filme é um grande criador de expectativas não realizadas, com filme sem ligação que mais parece um um amontoado de sketches que não se conectam com fluidez.
Aprovados
3.1 320 Assista AgoraUm dos filmes de comédia que mais gosto. Mesmo com um roteiro simplório, e abordagem totalmente surreal faz uma ótima crítica à "máquina de ensino" e outros pontos da sociedade americana, como nos discursos do "Tio" Ben:
Veja, nós jogamos um monte de palavras extravagantes na frente dessas crianças, a fim de atraí-las para ir à escola, na crença de que elas vão ter uma vida melhor, e nós sabemos que tudo o que estamos fazendo é criar uma nova geração inteira de compradores e vendedores, compradores e vendedores! Cafetões e prostitutas, cafetões e prostitutas! Doutrinando-os em um longo inferno de dívidas e indecisões! (Ben Lewis - tradução livre)
Halloween
3.4 1,1KFilme ok. Sem nenhuma inovação de roteiro ou apresentação do gênero o filme transcorre lembrando-nos nostalgicamente dos slashers dos anos 80. Bom filme pra se divertir despretensiosamente.
O ponto positivo fica por conta da utilização e movimentação da câmera, ora estática deixando a movimentação da cena por conta das personagens, que entram e saem da visão do telespectador, ora em close-ups que tiram toda a noção de espaço ou redor, funcionam muito bem pra causar certa apreensão e suspense.
Destaque também para a trilha, que se utiliza da música tema clássica, mas altera o ritmo da mesma conforme a situação. Funciona bem para pautar o que se segue em tela acrescido da nostalgia que traz.
Deixa um possível gancho na cena final, com um close-up na mão de Allyson Strode segurando firmemente a faca. Pode indicar uma continuação renovando o slasher a partir da mesma. E claro, sempre há a dúvida se Michael Myers realmente morreu.
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraNão funciona como ficção científica, não funciona como thriller e não funciona como filme. Parafraseando Pablo Villaça: "é uma bosta".