Anda de estilo em estilo sem medo nenhum. Isso com tanta coerência que você chega a duvidar que um filme desse tipo realmente tenha sido feito. Chega a surgir um pequeno desespero quando se percebe que o tempo passou e o filme está se despedindo devagar. Um roteiro maduro e sutil demais, uma captação que trabalha com simplicidade narrativa e beleza pouco vista. Obrigado por esse filme.
Coutinho entrevistava como se fosse um arqueólogo. Escavava cuidadosamente para achar a história. Fazia isso usando a despretensão e a busca pela humanidade como ferramentas. No final das contas, isso é bonito demais.
A cada cena existe uma dica sobre o próprio filme. Nolan trabalha os sinais tão bem que os deixa quase imperceptíveis. Ao longo do filme, você não os percebe. Mas quando eles vêm - em determinado ponto do filme -, são tão óbvios e necessários que funcionam exatamente como um bom truque de mágica ao ser revelado. Você é enganado e adora.
Sou fã absoluto do trabalho do Nolan. Primor técnico, sensibilidade em tudo que é capaz de narrar no cinema (fotografia, som, roteiro, direção, etc.) e relevância. Um cineasta que domina a narrativa e o significado do que faz, mas especificamente neste filme, Nolan chega a quase pecar. Digo isso com dor no coração. Só que Nolan é tão Nolan que mesmo quando o filme desengata, ele acaba engatando. É o time que quando está em crise, acaba o campeonato no quinto lugar. Está tudo lá: um filme com estética absurda, o lugar perfeito - e inventivo - para colocar a câmera, trilha incrível - tanto que às vezes parece até uma muleta -, bons atores, as histórias que correm paralelas e interdependentes, mas o filme demora para engatar. Infelizmente. A demora para embalar chega a dizer que os personagens parecem não ter tanto propósito. É fácil de entender a situação-problema, mas o desenrolar fica no banho-maria e parece que isso vem muito do roteiro que, talvez por coincidência, foi um dos poucos trabalhos de Christopher Nolan que não teve seu irmão, Jonathan, como parceiro. Sei que Nolan é Nolan, mas talvez sua mão tenha passado um pouco da conta nesse filme. O que se leva de maravilhoso? Primor técnico absurdo e condução. Queria dar um 3,8, mas como o site não permite e Dunkirk foi dirigido pelo Nolan, vai levar 4 estrelas.
Filme com trama e narrativa que tem uma condução utilizada em inúmeros filmes USA? Sim. Filme com ótimas viradas, extremamente objetivo, simples, pautas relevantes e um absurdo de atrativo? Sim também. E muito sim! O filme vai se construindo com a consciência de que não é um "filme-cabeçudismo", mas tamanha é sua humildade que acaba mordendo num universo muito forte e grande como filme. Vale muito assistir.
Que filme bonito! Roteiro simples, estético e sem pretensão, tal qual um folk. Ao assistir ao filme, dá pra sentir a textura dá madeira e das cordas de um violão antigo.
Documentário que sabe demais do riscado. Do riscado da necessária, óbvia e voraz denúncia. Do riscado do bom documentário que tem uma ideia clara na cabeça e usa a linguagem para mostrá-la.
Que filme difícil de fazer! O diretor escolheu ser simples e direto. Como a proposta do filme é ousada - passar toda a história dentro de um carro - ele não podia perder cenas explicando detalhadamente a história do protagonista. O filme ficaria chato. O que realmente acontece é o contrário. O passado do personagem é transmitido de um jeito orgânico, sutil, dentro das necessárias conversas e relações dele. O diretor foi na essência da história e acertou muito. O público é capaz de entender quase toda a vida do protagonista com apenas algumas conversas. Fora a montagem e a fotografia que não deixam a peteca cair. Os cortes são muito precisos, feitos num ritmo quase musical. A fotografia trabalha com o escuro da estrada e as luzes pontuais e coloridas de uma viagem noturna. Demais!
O plano-sequência é tão intenso que acaba se transformando na linguagem e, às vezes, nos momentos de diálogos constantes e percursos, transforma-se no próprio filme. Não digo isso com nenhum demérito aos outros elementos do filme (roteiro, atores, som e etc.), mas será que essa obra seria a mesma se tivesse cortes? Será que a história despertaria o mesmo interesse? Ao invés de levar isso como ponto negativo, prefiro olhar como ponto positivo, pois o diretor escolheu protagonizar a câmera e isso dá outro tom às transições de acontecimentos, às caminhadas pelas ruas, etc. Ele pesou a mão na linguagem da câmera de forma consciente. Os planos mais demorados dão outra textura. O plano ininterrupto valorizou demais a história e o filme? Sim. Sem isso o filme também seria bom? Não sei. Mas ele apostou numa linguagem e seguiu. Acho isso corajoso.
Um filme que não é uma decepção, mas está longe de ser algo que nos ganhe. Uma infelicidade, porque o diretor é competentíssimo pra conseguir segurar o filme. Parece ser um filme daqueles bem promissores, mas ele simplesmente não tem pontos de virada. É apenas uma sequência de acontecimentos encadeados que não provocam sensações. Ficamos no filme apenas para saber como a próxima cena vai caminhar. O filme é muito bonito esteticamente, mas no conjunto, não ganha muito.
A dinâmica do filme é bem interessante. Tem todo o estilo Danny Boyle de filmar, com uns planos diagonais e uma edição que dá uns saltos bem característicos. O roteiro é bem redondo com todas as características de quem precisa contar uma história bem: os personagens são bem coerentes e os pontos de virada bem executados. Nada de absurdamente surpreendente ocorre, mas você se envolve com a história pela boa execução do diretor. O jeito dos zumbis e como eles foram filmados é um dos pontos positivaços do filme. É um filme bem redondo, bem filmado e eficaz. Joga o arroz com feijão, mas joga muito bem.
Abordar o câncer sem a obrigação de usar o drama rasgado como narrativa já é um mérito para esse filme. O drama rasgado também é um caminho possível, mas não aqui. O filme prefere a realidade que é diversa, sortida e mais profunda. O real num caso desses é triste, pesado, traumático, mas carrega outros elementos como o apoio da família, as pessoas envolvidas, a mudança de visão... O que dá mais vida à história e torna o filme maduro. O trabalho do fotógrafo é de elogiar demais.
Não tem 10 estrelas para dar para este filme?! Por favor, Filmow, coloque as 10 estrelas. Esse filme descreve muitos, muitos, muitos dos problemas - características - que estão em nosso dia a dia brasileiro e normalizamos porque acreditamos "que é assim mesmo". Falo desse pensamento escravo-casa grande, desse desejo de higiene que surge quando pessoas antes marginalizadas acessam os mesmos lugares que outrora somente ricos e classe média conviviam, etc. O roteiro tem um cuidado absoluto com cada fala para tornar as situações muito reais e próximas de nós. Esse ponto, aliás, torna o filme um grito ensurdecedor de verdade em nossos ouvidos, pois convivemos com isso a vida inteira e por vezes nos encontramos na posição de opressores, mesmo sem saber. Assista "Que Horas Ela Volta" para você saber um pouco mais sobre você, sobre o Brasil e sobra a importância que o cinema - e as artes - têm para nós: transmitir mensagens que nos tornem mais sensíveis a nós mesmos, humanos, e ao amor que está acima de tudo.
Esse filme é um deslumbre de fotografia. Eu fiquei simplesmente impressionado com o carinho que o fotógrafo teve para iluminar e desenhar cada cena desse filme. O roteiro é simples e bem conduzido. Essa história fala sobre a dor da desilusão. De perdermos aquela inocência que nos torna motivados e sorridentes, mas que no final das contas, no ajuda a identificar o que realmente importa no mundo em que vivemos.
O roteiro é extremamente carinhoso com o público. Não é pretensioso, carrega as informações certas pra contextualizar aquele "climão anos 90" e não deixa a peteca cair. A fotografia é o que mais salta: cores muito bem definidas, todos os quadros parecem ser pintados e o fotógrafo é bem dinâmico, também pra dar mais ritmo ainda à obra. Não é o melhor do Taretto, mas o refino dele é muito evidente.
Filme preciso demais e com um bom gosto bem raro! A montagem coloca as cenas no tempo certo para trazer exatamente o que precisamos ver. A fotografia destrói no refino. A câmera só faz valorizar os personagens, pois apesar de tratar de (pré) loucuras, ninguém é opressor e claustrofóbico. Todos são abertos e leves como a fotografia.
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4.2 2,0K Assista AgoraAnda de estilo em estilo sem medo nenhum. Isso com tanta coerência que você chega a duvidar que um filme desse tipo realmente tenha sido feito. Chega a surgir um pequeno desespero quando se percebe que o tempo passou e o filme está se despedindo devagar. Um roteiro maduro e sutil demais, uma captação que trabalha com simplicidade narrativa e beleza pouco vista. Obrigado por esse filme.
Últimas Conversas
4.2 108Coutinho entrevistava como se fosse um arqueólogo. Escavava cuidadosamente para achar a história. Fazia isso usando a despretensão e a busca pela humanidade como ferramentas. No final das contas, isso é bonito demais.
O Grande Truque
4.2 2,0K Assista AgoraA cada cena existe uma dica sobre o próprio filme. Nolan trabalha os sinais tão bem que os deixa quase imperceptíveis. Ao longo do filme, você não os percebe. Mas quando eles vêm - em determinado ponto do filme -, são tão óbvios e necessários que funcionam exatamente como um bom truque de mágica ao ser revelado. Você é enganado e adora.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraSou fã absoluto do trabalho do Nolan. Primor técnico, sensibilidade em tudo que é capaz de narrar no cinema (fotografia, som, roteiro, direção, etc.) e relevância. Um cineasta que domina a narrativa e o significado do que faz, mas especificamente neste filme, Nolan chega a quase pecar. Digo isso com dor no coração.
Só que Nolan é tão Nolan que mesmo quando o filme desengata, ele acaba engatando. É o time que quando está em crise, acaba o campeonato no quinto lugar.
Está tudo lá: um filme com estética absurda, o lugar perfeito - e inventivo - para colocar a câmera, trilha incrível - tanto que às vezes parece até uma muleta -, bons atores, as histórias que correm paralelas e interdependentes, mas o filme demora para engatar. Infelizmente. A demora para embalar chega a dizer que os personagens parecem não ter tanto propósito. É fácil de entender a situação-problema, mas o desenrolar fica no banho-maria e parece que isso vem muito do roteiro que, talvez por coincidência, foi um dos poucos trabalhos de Christopher Nolan que não teve seu irmão, Jonathan, como parceiro. Sei que Nolan é Nolan, mas talvez sua mão tenha passado um pouco da conta nesse filme. O que se leva de maravilhoso? Primor técnico absurdo e condução. Queria dar um 3,8, mas como o site não permite e Dunkirk foi dirigido pelo Nolan, vai levar 4 estrelas.
O Poder e a Lei
3.8 612 Assista grátisFilme com trama e narrativa que tem uma condução utilizada em inúmeros filmes USA? Sim. Filme com ótimas viradas, extremamente objetivo, simples, pautas relevantes e um absurdo de atrativo? Sim também. E muito sim! O filme vai se construindo com a consciência de que não é um "filme-cabeçudismo", mas tamanha é sua humildade que acaba mordendo num universo muito forte e grande como filme. Vale muito assistir.
Scoop - O Grande Furo
3.4 386 Assista Agora3,5 estrelas mais pela construção e cruzamento interessante de personagens que o Allen consegue dar, do que pelo filme em si.
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraResumindo: um filme extremamente violento, mas intencionalmente sutil. Isso é enorme!
Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum
3.8 529 Assista AgoraQue filme bonito! Roteiro simples, estético e sem pretensão, tal qual um folk. Ao assistir ao filme, dá pra sentir a textura dá madeira e das cordas de um violão antigo.
O Invasor Americano
4.2 75 Assista AgoraTalvez um dos filmes mais simples e diretos do Moore, o que é ótimo também.
Deus da Carnificina
3.8 1,4KAula de diálogos, trabalho simples de linguagem de câmera e transformação de personagens. Ponto!
Ah! Adultos podem ser tão crianças quanto as crianças que eles tentam não ser.
A 13ª Emenda
4.6 354 Assista AgoraDocumentário que sabe demais do riscado. Do riscado da necessária, óbvia e voraz denúncia. Do riscado do bom documentário que tem uma ideia clara na cabeça e usa a linguagem para mostrá-la.
Locke
3.5 444 Assista AgoraQue filme difícil de fazer!
O diretor escolheu ser simples e direto. Como a proposta do filme é ousada - passar toda a história dentro de um carro - ele não podia perder cenas explicando detalhadamente a história do protagonista. O filme ficaria chato. O que realmente acontece é o contrário. O passado do personagem é transmitido de um jeito orgânico, sutil, dentro das necessárias conversas e relações dele. O diretor foi na essência da história e acertou muito. O público é capaz de entender quase toda a vida do protagonista com apenas algumas conversas. Fora a montagem e a fotografia que não deixam a peteca cair. Os cortes são muito precisos, feitos num ritmo quase musical. A fotografia trabalha com o escuro da estrada e as luzes pontuais e coloridas de uma viagem noturna. Demais!
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraPreciso assistir de novo.
Victoria
3.8 248 Assista AgoraO plano-sequência é tão intenso que acaba se transformando na linguagem e, às vezes, nos momentos de diálogos constantes e percursos, transforma-se no próprio filme. Não digo isso com nenhum demérito aos outros elementos do filme (roteiro, atores, som e etc.), mas será que essa obra seria a mesma se tivesse cortes? Será que a história despertaria o mesmo interesse? Ao invés de levar isso como ponto negativo, prefiro olhar como ponto positivo, pois o diretor escolheu protagonizar a câmera e isso dá outro tom às transições de acontecimentos, às caminhadas pelas ruas, etc. Ele pesou a mão na linguagem da câmera de forma consciente. Os planos mais demorados dão outra textura. O plano ininterrupto valorizou demais a história e o filme? Sim. Sem isso o filme também seria bom? Não sei. Mas ele apostou numa linguagem e seguiu. Acho isso corajoso.
Memórias Secretas
4.1 353 Assista AgoraQue filme! Simples, bonito e verdadeiro.
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 944 Assista AgoraUm filme que não é uma decepção, mas está longe de ser algo que nos ganhe. Uma infelicidade, porque o diretor é competentíssimo pra conseguir segurar o filme. Parece ser um filme daqueles bem promissores, mas ele simplesmente não tem pontos de virada. É apenas uma sequência de acontecimentos encadeados que não provocam sensações. Ficamos no filme apenas para saber como a próxima cena vai caminhar. O filme é muito bonito esteticamente, mas no conjunto, não ganha muito.
Extermínio
3.7 947A dinâmica do filme é bem interessante. Tem todo o estilo Danny Boyle de filmar, com uns planos diagonais e uma edição que dá uns saltos bem característicos. O roteiro é bem redondo com todas as características de quem precisa contar uma história bem: os personagens são bem coerentes e os pontos de virada bem executados. Nada de absurdamente surpreendente ocorre, mas você se envolve com a história pela boa execução do diretor. O jeito dos zumbis e como eles foram filmados é um dos pontos positivaços do filme. É um filme bem redondo, bem filmado e eficaz. Joga o arroz com feijão, mas joga muito bem.
50%
3.9 2,2K Assista AgoraAbordar o câncer sem a obrigação de usar o drama rasgado como narrativa já é um mérito para esse filme. O drama rasgado também é um caminho possível, mas não aqui. O filme prefere a realidade que é diversa, sortida e mais profunda. O real num caso desses é triste, pesado, traumático, mas carrega outros elementos como o apoio da família, as pessoas envolvidas, a mudança de visão... O que dá mais vida à história e torna o filme maduro. O trabalho do fotógrafo é de elogiar demais.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraNão tem 10 estrelas para dar para este filme?! Por favor, Filmow, coloque as 10 estrelas.
Esse filme descreve muitos, muitos, muitos dos problemas - características - que estão em nosso dia a dia brasileiro e normalizamos porque acreditamos "que é assim mesmo". Falo desse pensamento escravo-casa grande, desse desejo de higiene que surge quando pessoas antes marginalizadas acessam os mesmos lugares que outrora somente ricos e classe média conviviam, etc. O roteiro tem um cuidado absoluto com cada fala para tornar as situações muito reais e próximas de nós. Esse ponto, aliás, torna o filme um grito ensurdecedor de verdade em nossos ouvidos, pois convivemos com isso a vida inteira e por vezes nos encontramos na posição de opressores, mesmo sem saber. Assista "Que Horas Ela Volta" para você saber um pouco mais sobre você, sobre o Brasil e sobra a importância que o cinema - e as artes - têm para nós: transmitir mensagens que nos tornem mais sensíveis a nós mesmos, humanos, e ao amor que está acima de tudo.
Não Me Abandone Jamais
3.8 2,1K Assista AgoraEsse filme é um deslumbre de fotografia. Eu fiquei simplesmente impressionado com o carinho que o fotógrafo teve para iluminar e desenhar cada cena desse filme. O roteiro é simples e bem conduzido. Essa história fala sobre a dor da desilusão. De perdermos aquela inocência que nos torna motivados e sorridentes, mas que no final das contas, no ajuda a identificar o que realmente importa no mundo em que vivemos.
Las Insoladas
3.3 27O roteiro é extremamente carinhoso com o público. Não é pretensioso, carrega as informações certas pra contextualizar aquele "climão anos 90" e não deixa a peteca cair. A fotografia é o que mais salta: cores muito bem definidas, todos os quadros parecem ser pintados e o fotógrafo é bem dinâmico, também pra dar mais ritmo ainda à obra. Não é o melhor do Taretto, mas o refino dele é muito evidente.
Frank
3.7 599 Assista AgoraFilme preciso demais e com um bom gosto bem raro!
A montagem coloca as cenas no tempo certo para trazer exatamente o que precisamos ver. A fotografia destrói no refino. A câmera só faz valorizar os personagens, pois apesar de tratar de (pré) loucuras, ninguém é opressor e claustrofóbico. Todos são abertos e leves como a fotografia.