Uma obra-prima do cinema – muito embora este filme jamais tenha passado e nunca passará em cinema algum. A humanidade perde; ou parte dela. Entre uma cena ou outra de tubarões roendo as pernas das pessoas, sobretudo quando o sujeito tenta fugir deles a 0Km de jetski, o que se vê é um show de efeitos especiais. Em que pese que, quando falo “roer as pernas” é preciso que se faça um exercício de imaginação: note, o CGI malfeito e vagabundo não permite que os tubarões tenham dentes, eles são, portanto, todos banguelas. Mera tecnicalidade. Há também alguma limitação orçamentária – até quando um dos personagens vai quebrar um vidro este é feito do mesmo CGI malfeito e vagabundo. Nada que seja impossível de relevar. A trama bem construída, sólida e crível não deixa margem para que o espectador se distraia com recursos ortodoxos da cinematografia. Trama que culmina em uma sequência ímpar de ação e emoção, já para o final do filme. Todo o engajamento emocional investido nos excelentes personagens é devolvido em cenas e soluções impensáveis e, portanto, pegam o cinéfilo de assalto. Comentando en passant alguns desses momentos de ouro, sem revelar o enredo, é difícil não destacar a incrível perícia dos protagonistas, que são capazes de dar headshot com pistola nos tubarões que sobrevoam a cidade a dezenas de metros de altura, a velocidade de um furacão – naturalmente, quando atingido, o tubarão cai qual um pássaro faria, desprezando a ação do vento que o fazia ficar no ar antes de ser baleado. Como é possível mirar na cabeça dos animais? Ora, você, leitor atento, já andou de carro com um cachorro? Já notou que eles gostam de andar com a cabecinha para fora do carro, tomando o vento na cara com a boca aberta? Pois assim são os tubarões também, aparentemente, quando viajam num furacão – facilitam, assim, a vida de quem pretende baleá-los. Quando comentei sobre a retribuição emocional dada pelos personagens (e, sobretudo, os brilhantes roteiristas, claro), tinha em mente a cena final do filme, sobre a qual não darei detalhes: basta destacar a sutileza, a apuração técnica, a improbabilidade e ao mesmo tempo obviedade da surpresa definitiva da projeção. Veja hoje mesmo. Você, bom leitor e apreciador da arte, merece.
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Sharknado
2.0 832 Assista AgoraUma obra-prima do cinema – muito embora este filme jamais tenha passado e nunca passará em cinema algum. A humanidade perde; ou parte dela.
Entre uma cena ou outra de tubarões roendo as pernas das pessoas, sobretudo quando o sujeito tenta fugir deles a 0Km de jetski, o que se vê é um show de efeitos especiais. Em que pese que, quando falo “roer as pernas” é preciso que se faça um exercício de imaginação: note, o CGI malfeito e vagabundo não permite que os tubarões tenham dentes, eles são, portanto, todos banguelas. Mera tecnicalidade.
Há também alguma limitação orçamentária – até quando um dos personagens vai quebrar um vidro este é feito do mesmo CGI malfeito e vagabundo. Nada que seja impossível de relevar. A trama bem construída, sólida e crível não deixa margem para que o espectador se distraia com recursos ortodoxos da cinematografia.
Trama que culmina em uma sequência ímpar de ação e emoção, já para o final do filme. Todo o engajamento emocional investido nos excelentes personagens é devolvido em cenas e soluções impensáveis e, portanto, pegam o cinéfilo de assalto. Comentando en passant alguns desses momentos de ouro, sem revelar o enredo, é difícil não destacar a incrível perícia dos protagonistas, que são capazes de dar headshot com pistola nos tubarões que sobrevoam a cidade a dezenas de metros de altura, a velocidade de um furacão – naturalmente, quando atingido, o tubarão cai qual um pássaro faria, desprezando a ação do vento que o fazia ficar no ar antes de ser baleado. Como é possível mirar na cabeça dos animais? Ora, você, leitor atento, já andou de carro com um cachorro? Já notou que eles gostam de andar com a cabecinha para fora do carro, tomando o vento na cara com a boca aberta? Pois assim são os tubarões também, aparentemente, quando viajam num furacão – facilitam, assim, a vida de quem pretende baleá-los.
Quando comentei sobre a retribuição emocional dada pelos personagens (e, sobretudo, os brilhantes roteiristas, claro), tinha em mente a cena final do filme, sobre a qual não darei detalhes: basta destacar a sutileza, a apuração técnica, a improbabilidade e ao mesmo tempo obviedade da surpresa definitiva da projeção.
Veja hoje mesmo. Você, bom leitor e apreciador da arte, merece.