Amores de Chumbo tem uma forma peculiar de tratar um tema que, pelo menos pra mim, é pouco trabalhado no cinema: o amor na terceira idade. Sei lá, esse tema MUITO raramente é o foco de um enredo e aparece apenas como algo que acontece, mas não é explorado, enfim. Daí entra o mérito da Tuca Siqueira de explorar a relação passada das personagens, mas deixando os fatos surtirem efeito no presente. Tais cenas seguem um ritmo mais lento, com momentos longos de silêncio, mas isso não é necessariamente ruim. Pelo contrário: mostra a capacidade dos atores de saberem passar a mensagem sem 'apelar' pro caricato.
Achei muito legal também a escolha de Recife como cidade retratada no filme. Além da cidade acabar se tornando um personagem também, é bom porque a maioria dos filmes que têm a ditadura militar como pano de fundo concentra seus enredos em São Paulo (O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, entre outros) e Rio (Deslembro, por exemplo).
Eu também acho que destoa dos outros filmes de ditadura porque o foco aqui é outro. Não é sobre o período em si, mas sim do efeito que ele teve nas pessoas. O ponto de vista de cada uma das personagens guia diferentes percepções sobre acontecimentos de uma época que, muito infelizmente, foi marcante aqui no Brasil.
Por fim, Amores de Chumbo é daqueles filmes que sempre serão relevantes, mas mediante o cenário político daqui, é AINDA MAIS essencial. Essa ascensão eleitoral do conservadorismo aqui casa com a multiplicidade de percepções quanto à ditadura militar - ou seja, a relação com a realidade atual é a grande sacada do filme.
Primeiramente: James Vanderbilt e filmes de jornalismo é match made in heaven, rapá.
E em segundo, mas com certeza não menos importante, que atriz do CARALHO é a Cate Blanchett. Sério.
Quanto ao filme em si, poucas vezes me lembro de um filme que tenha retratado tão bem a dinâmica do jornalismo - sou formado na área e já trampei em redação, e a abordagem de 'Truth' com relação a isso é bem fiel e verídica. Mesmo. É isso daí que rola em casos reais, como foi esse do Bush.
Isso dito... acho que o principal atrativo do filme é o impacto da revelação e denúncia iniciais. E isso se perde um pouco devido à própria estrutura de narração. Não consigo definir se é 'arrastada' ou meio com aspecto de novela (o que acaba sendo redundante, né), mas é isso.
"A internet me aproximou do mundo, mas me distanciou da vida.” Essa frase do Martin é sintomática e, pelo menos pra mim, dá pra entender como síntese de correlação do filme com os conceitos de sociedade do espetáculo, do Guy Debord, um dos maiores escritores franceses.
A teoria do Debord fala, de maneira brutalmente resumida, que o espetáculo pode ser visto como um conjunto de relações sociais mediadas pelas imagens. E é justamente em cima disso que o Taretto deita e rola com a condução do filme. Um exemplo disso é quando o Martin compara a mulher do encontro com um Big Mac e, no fim, se vê enganado imageticamente nessa relação social. Ele é "só" um mero espectador contemplativo daquilo que acreditava ser uma representação de seus gostos pessoais.
Isso rola pelo lado da Mariana também. Se pro Debord a imagem sustenta tudo... nada melhor que a representação de uma arquiteta que trabalha como vitrinista para o protagonismo do filme.
Esses foram os “caminhos seguidos” pelos dois personagens até a união dos dois, ao final do filme.
Tem um trecho muito bacana também em que uma simples queda de energia interrompeu toda a conversa introdutória e envolvente que os dois protagonistas tinham, online, onde puderam se conhecer melhor. Logo depois eles se encontram por acaso em uma loja com a mesma intenção, a de comprar velas, trocando poucas palavras um com o outro. Isso mostra bem a sociedade do espetáculo: como toda construção prévia de tal relacionamento era puramente imagética e representativa, a fragilidade de um acontecimento, aliada com o anonimato da internet - que acaba sendo um plano que permite e viabiliza ainda mais o mundo de imagens e representações - determinou que ambos não pudessem “transmitir” para o mundo real suas interações. E isso é meio doido de se pensar.
Enfim, tudo isso pra dizer que é um filme lindo, lindo. Deixa o coração quentinho mesmo.
E acho que o legal do filme fica pelo conjunto de críticas sutis a diversos temas e pela inovação dentro do cenário cinemático nacional. É diferente, em vários sentidos, por isso dá gosto de assistir.
É, de fato, o melhor filme brasileiro em um bom tempo.
O filme não é tão ruim não. Tem um propósito e cumpre com ele de maneira bem eficaz. Só de ler a sinopse já dá pra saber o que esperar do filme, então sem surpresas nesse ponto. Gostei mais do que Arrival.
Sim, assisti porque ganhou minha curiosidade ao ganhar o Oscar. E não vou comparar aos outros filmes, dizer que mereceu ganhar, porque não vi os outros. Vou comentar pelo o que o filme é, na minha opinião. E é sensacional, inovador. Acho que o fato de não haver cortes no filme cria justamente um efeito de maior absorção do que acontece, você está de fato ''imerso'' no ambiente do filme. A cinematografia é, novamente, sensacional, assim como as atuações da grande maioria dos personagens. E confesso que tenho uma atração maior por filmes, como Birdman, que delegam o final à interpretação do espectador. Se mereceu ganhar o Oscar, se não mereceu, pouco importa. O filme é sim, muito bom.
Eu, como um fã de esportes tradicionalmente americanos, fiquei impressionado com o filme. Muito bom, mesmo! Retrata a dificuldade e o dilema pessoal/profissional que um diretor, presidente e/ou técnico possuem em um dia tão importante no futebol americano quanto o draft. Entretanto, pra quem não tem contato nenhum com futebol americano, o filme é de difícil entendimento.
Elenco muito bom, e apontar pras ótimas atuações do Kevin Costner, Jennifer Garner e Chadwick Boseman como Vontae Mack.
Genérico, previsível. Não tinha passado nem metade do filme e já tinha imaginado perfeitamente o final, e não errei. Alguns personagens (e cenas) também são muito estereotipados.
A nota era 2.5, mas vou acrescentar mais uma meia estrela por motivos de Aaron Paul, a beleza da Imogen Poots e a trilha sonora ter Linkin Park.
É bom, bom mesmo, mas não sei se o fato de ter altas expectativas (ou até mesmo de saber certos pontos importantes do filme antes de ter visto) não me deixaram ''animado'' com o filme.
Amores de Chumbo
3.3 10Amores de Chumbo tem uma forma peculiar de tratar um tema que, pelo menos pra mim, é pouco trabalhado no cinema: o amor na terceira idade. Sei lá, esse tema MUITO raramente é o foco de um enredo e aparece apenas como algo que acontece, mas não é explorado, enfim. Daí entra o mérito da Tuca Siqueira de explorar a relação passada das personagens, mas deixando os fatos surtirem efeito no presente. Tais cenas seguem um ritmo mais lento, com momentos longos de silêncio, mas isso não é necessariamente ruim. Pelo contrário: mostra a capacidade dos atores de saberem passar a mensagem sem 'apelar' pro caricato.
Achei muito legal também a escolha de Recife como cidade retratada no filme. Além da cidade acabar se tornando um personagem também, é bom porque a maioria dos filmes que têm a ditadura militar como pano de fundo concentra seus enredos em São Paulo (O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, entre outros) e Rio (Deslembro, por exemplo).
Eu também acho que destoa dos outros filmes de ditadura porque o foco aqui é outro. Não é sobre o período em si, mas sim do efeito que ele teve nas pessoas. O ponto de vista de cada uma das personagens guia diferentes percepções sobre acontecimentos de uma época que, muito infelizmente, foi marcante aqui no Brasil.
Por fim, Amores de Chumbo é daqueles filmes que sempre serão relevantes, mas mediante o cenário político daqui, é AINDA MAIS essencial. Essa ascensão eleitoral do conservadorismo aqui casa com a multiplicidade de percepções quanto à ditadura militar - ou seja, a relação com a realidade atual é a grande sacada do filme.
Muito do caralho.
Conspiração e Poder
3.7 108 Assista AgoraPrimeiramente: James Vanderbilt e filmes de jornalismo é match made in heaven, rapá.
E em segundo, mas com certeza não menos importante, que atriz do CARALHO é a Cate Blanchett. Sério.
Quanto ao filme em si, poucas vezes me lembro de um filme que tenha retratado tão bem a dinâmica do jornalismo - sou formado na área e já trampei em redação, e a abordagem de 'Truth' com relação a isso é bem fiel e verídica. Mesmo. É isso daí que rola em casos reais, como foi esse do Bush.
Isso dito... acho que o principal atrativo do filme é o impacto da revelação e denúncia iniciais. E isso se perde um pouco devido à própria estrutura de narração. Não consigo definir se é 'arrastada' ou meio com aspecto de novela (o que acaba sendo redundante, né), mas é isso.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraTalvez eu viaje nessa, mas lá vai.
"A internet me aproximou do mundo, mas me distanciou da vida.” Essa frase do Martin é sintomática e, pelo menos pra mim, dá pra entender como síntese de correlação do filme com os conceitos de sociedade do espetáculo, do Guy Debord, um dos maiores escritores franceses.
A teoria do Debord fala, de maneira brutalmente resumida, que o espetáculo pode ser visto como um conjunto de relações sociais mediadas pelas imagens. E é justamente em cima disso que o Taretto deita e rola com a condução do filme. Um exemplo disso é quando o Martin compara a mulher do encontro com um Big Mac e, no fim, se vê enganado imageticamente nessa relação social. Ele é "só" um mero espectador contemplativo daquilo que acreditava ser uma representação de seus gostos pessoais.
Isso rola pelo lado da Mariana também. Se pro Debord a imagem sustenta tudo... nada melhor que a representação de uma arquiteta que trabalha como vitrinista para o protagonismo do filme.
Esses foram os “caminhos seguidos” pelos dois personagens até a união dos dois, ao final do filme.
Tem um trecho muito bacana também em que uma simples queda de energia interrompeu toda a conversa introdutória e envolvente que os dois protagonistas tinham, online, onde puderam se conhecer melhor. Logo depois eles se encontram por acaso em uma loja com a mesma intenção, a de comprar velas, trocando poucas palavras um com o outro. Isso mostra bem a sociedade do espetáculo: como toda construção prévia de tal relacionamento era puramente imagética e representativa, a fragilidade de um acontecimento, aliada com o anonimato da internet - que acaba sendo um plano que permite e viabiliza ainda mais o mundo de imagens e representações - determinou que ambos não pudessem “transmitir” para o mundo real suas interações. E isso é meio doido de se pensar.
Enfim, tudo isso pra dizer que é um filme lindo, lindo. Deixa o coração quentinho mesmo.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraO melhor filme animado que eu já vi. Tô nem aí
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraAssim, é sensacional, muito bom, Rami Malek te amo, etc etc etc.
MAS POR QUE ISSO DAQUI GANHOU OSCAR DE MELHOR EDIÇÃO???????????
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraVou cometer um baita de um gate-keeping aqui, mas quem gosta de cinema brasileiro não pode deixar de assistir Eduardo Coutinho. Sério.
O Virgem de 40 Anos
3.1 830 Assista AgoraO "pai" (e único que presta) dos pastelões norte-americanos.
E viva Steve Carell
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 578 Assista AgoraEu tenho fobia de avião e esse filme foi GATILHO pra mim
O Incrível Hulk
3.1 881 Assista AgoraDe longe, de muito longe, o pior filme do MCU.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraEu assisti Bacurau.
E acho que o legal do filme fica pelo conjunto de críticas sutis a diversos temas e pela inovação dentro do cenário cinemático nacional. É diferente, em vários sentidos, por isso dá gosto de assistir.
É, de fato, o melhor filme brasileiro em um bom tempo.
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraAvisa pro Scorsese que isso daqui é cinema pra caralho.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraA atuação do McAvoy é digna de indicação ao Oscar. Muito boa.
Mas o filme cai último no terço final. Não sei se gostei da ideia da sobrenaturalidade da ideia da Besta, mas é algo crível.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraTem uma queda de ritmo bem grande ao introduzir o Saroo como Dev Patel no meio da história.
Mas relacionado à enredo e o geral, foi o filme dessa edição do Oscar que eu mais gostei
Passageiros
3.3 1,5K Assista AgoraO filme não é tão ruim não. Tem um propósito e cumpre com ele de maneira bem eficaz.
Só de ler a sinopse já dá pra saber o que esperar do filme, então sem surpresas nesse ponto.
Gostei mais do que Arrival.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraMontanha-russa de emoções.
Que atuação do J.K Simmons
Amizade Desfeita
2.8 1,1K Assista AgoraSó quis comentar pra dizer que o final é HORRÍVEL.
Zumbilândia
3.7 2,5K Assista AgoraVi com uns amigos por chamada no skype. Dá pra dar umas risadinhas.
E só. E o final é bem ''vazio''.
Porém tem a Emma Stone <3
Getúlio
3.1 383 Assista AgoraElenco renomado e bem produzido. Direção, nem tanto. Podia ser menos ''arrastado'', e senti falta de alguns detalhes históricos, mas nada demais.
''Ditador é que nem mau caráter. Não muda. Só tira férias.''
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraSim, assisti porque ganhou minha curiosidade ao ganhar o Oscar. E não vou comparar aos outros filmes, dizer que mereceu ganhar, porque não vi os outros. Vou comentar pelo o que o filme é, na minha opinião. E é sensacional, inovador. Acho que o fato de não haver cortes no filme cria justamente um efeito de maior absorção do que acontece, você está de fato ''imerso'' no ambiente do filme. A cinematografia é, novamente, sensacional, assim como as atuações da grande maioria dos personagens. E confesso que tenho uma atração maior por filmes, como Birdman, que delegam o final à interpretação do espectador.
Se mereceu ganhar o Oscar, se não mereceu, pouco importa. O filme é sim, muito bom.
A Grande Escolha
3.5 116 Assista AgoraEu, como um fã de esportes tradicionalmente americanos, fiquei impressionado com o filme. Muito bom, mesmo! Retrata a dificuldade e o dilema pessoal/profissional que um diretor, presidente e/ou técnico possuem em um dia tão importante no futebol americano quanto o draft. Entretanto, pra quem não tem contato nenhum com futebol americano, o filme é de difícil entendimento.
Elenco muito bom, e apontar pras ótimas atuações do Kevin Costner, Jennifer Garner e Chadwick Boseman como Vontae Mack.
''He turned nothing into a big time something.''
Need for Speed - O Filme
3.2 875Genérico, previsível. Não tinha passado nem metade do filme e já tinha imaginado perfeitamente o final, e não errei. Alguns personagens (e cenas) também são muito estereotipados.
A nota era 2.5, mas vou acrescentar mais uma meia estrela por motivos de Aaron Paul, a beleza da Imogen Poots e a trilha sonora ter Linkin Park.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraÉ bom, bom mesmo, mas não sei se o fato de ter altas expectativas (ou até mesmo de saber certos pontos importantes do filme antes de ter visto) não me deixaram ''animado'' com o filme.
Todo Mundo em Pânico 5
1.9 1,6KSó não digo que perdi 86 minutos da minha vida porque fui assistir com amigos e deu pra dar uma descontraída