Tira várias licenças poéticas para justificar o enredo, mas como um produto comercial, garante o entretenimento, com muita ação. Incomoda um pouco a falta de contexto para ambientar o espectador. Outro ponto limitante é o núcleo do pai (astronauta), a maioria das cenas de interação com a máquina MOSS são mal escritas. No entanto, a equipe que vai se formando ao longo do filme, consegue garantir empatia. A personagem Duoduo protagoniza o melhor momento do filme.
Excelente filme policial, daqueles raros, com policiais inteligentes e sem saídas fáceis para as situações. O ritmo de suspense é mantido todo tempo, seja pela investigação que vai avançando em tempo real, seja pela dubiedade dos personagens ou até mesmo pelo uso das técnicas de negociação. Com uma personagem central imaculada, mas sem qualquer traço de herói porradeiro, os sul coreanos conseguem aumentar o nível de exigência para os filmes policiais, apresentando personagens e diálogos bem coerentes.
É um filme diferente daqueles que constam nas listas de representatividade juvenil dos anos 80. Não chega a ser um filme de comédia, tampouco um filme irônico, nem com ritmo frenético. É um filme que trabalha o roteiro para discutir estereótipos em uma trama simples e explicada de início. As expectativas de quem assiste são frustradas em grande parte por não ser um filme típico adolescente. Mesmo assim, as discussões são bem conduzidas, os personagens são marcantes e os conflitos narrados são críveis. Acredito que consegue representar bem o público e a época que retrata.
Se observado pela perspectiva dos elementos que fizeram a carreira do diretor, este pode parecer tosco e improvisado. Porém, a história tem uma leveza peculiar, que contrasta muito bem a aventura vivida pelo avô e pela neta com o gore das cenas de morte e transformação. É um terror bastante criativo, principalmente pelos poucos cenários e pelas soluções virtuosas da criança.
O roteiro é fraco, apesar da história ser criativa. A personagem da Julie Andrews é insossa, apesar de encantar pela beleza e pureza do personagem. Há um maniqueísmo chato e ultrapassado, comum em filmes americanos que envolvem guerra fria. Uma boa solução para esses problemas seria mostrar um lado mais humano dos acadêmicos russos, ou até mesmo ter dado protagonismo a personagem Sarah Sherman: que ela continuasse o plano, a partir de uma possível prisão do seu noivo. O personagem do Paul Newman sofre de falta de verossimilhança. A cena da morte na fazenda, apesar de muito bem dirigida, poderia ter sido resolvida totalmente pela personagem feminina. De fato, o que atrapalha a total verossimilhança é o casal principal, principalmente o personagem do Newman, que deveria ser mais testemunha ocular do que protagonista das ações. As cenas do ônibus e do teatro são das mais inventivas cenas de fuga do cinema. Apesar dos defeitos, o suspense se mantém ao longo de toda trama, só faltou mais dubiedade aos personagens, mais carisma do casal principal e menos protagonismo do personagem principal.
São 90 minutos de contestação, diálogos que escancaram hipocrisia, método e caráter das pessoas que ao longo da história escreveram os capitulos protagonizados pelo cristianismo. Há um fio condutor só pra ter uma sinopse, mas o que vemos é uma montagem que de tão bem feita, transparece naturalidade ao pular de tempo e histórias. Não consegui entender algumas cenas, como a do garoto que pede carona, mas de todas as situações e diálogos, cada um leva a uma reflexão da sua própria fé. Não é nem de longe uma crítica a sua fé, ao contrário, há trechos dubios que reconhecem o papel da fé e da religião. É uma crítica ao abuso indiscriminado e vil da fé dos outros, que ao longo do tempo, criou tradições e rituais de origens nefastas.
Apesar de todos os detalhes técnicos parecerem bem caros, não garante imersão. Um tom teatral e mais colorido poderia ser mais eficaz e talvez até mais barato. Uma grande expectativa era ver algo do desenho e dos jogos de snes e megadrive transposto na tela. Foi frustrada. Vale a assistida pelo bom gênio do Will Smith e pelas canções clássicas.
Após assistir esse documentário, consegui entender o motivo de demorar tanto para escolher um filme. Contemplo a capa, a sinopse, busco referências de diretor, atores, comparo com outros, pondero sobre quais assistir, como se a lista que faço na cabeça fosse a escolha das fitas que ia alugar. São velhos hábitos que nunca morrem. É também um belo registro de nascimento e declínio de uma indústria. Em pouco tempo, temos o início ingênuo, a dificuldade em definir o conceito de pirataria, o lobby, a organização inicial dos profissionais da área, a batalha pela regulação, o marketing, os diferenciais competitivos, a paixão e conhecimento do negócio, a variedade, busca por nichos, criação de marcas, diversificação com os cartuchos de games... Tudo isso em uma ou duas gerações.
Há uma inversão de valores quando as frases do Pai são colocadas em primeiro plano. Quando nos lembramos da infância, o que fica são os acontecimentos marcantes, e se os acontecimentos marcantes foram violências bizarras, então nada de bom supera essas memórias traumáticas, nem estrelas, nem castelos, nem ensinamentos distorcidos de coragem. Há também romantização de uma relação extremamente tóxica e perigosa entre pais e filhos. Apenas com o que foi contado no filme, temos vários crimes sendo cometidos, justificados anos depois por uma falsa cicatrização e amadurecimento das vítimas. Aqueles filhos, além de todo esforço pela sobrevivência, tiveram sorte. A empatia e amor demonstrado pelo pai é apenas mais uma faceta de um relacionamento abusivo. Ele (o pai), de fato, acredita que ama seus filhos e esposa, de fato, passa mensagens encorajadoras e tenta ensinar algo, porém, ele impõe sua visão de maneira autoritária e egoísta. Cada acontecimento bizarro poderia ou gerou traumas irreversíveis, necessitando de intervenção do Estado para conter todas as violências que as crianças estavam sofrendo. Sob os aspectos técnicos, destaco as atuações, bastante críveis. A mãe, feita pela Naomi Watts, tem uma bela atuação, de um personagem contido, espremido, que estava entregue a esse relacionamento doentio. Por outro lado, temos outra atuação belíssima de Woody Harrelson, com um personagem que exigia exagero.
A história se desenrola em um romance de guerra, que pouco me agrada na segunda metade do filme. Contudo, a história é bem contada e tem belas atuações. Confesso que esperava um foco no trabalho do Sérgio e no papel da ONU em alguns eventos importantes, mas ainda assim, a experiência é valida.
A relação incestuosa pouco incomoda, devido a construção narrativa recheada de contexto e que, se por um lado não justifica, tampouco julga. O que me incomoda mais são as ações intempéries do trio de irmãos. Mesmo com acesso a educação de alto nível, na escola e em casa, estavam envoltos em uma bolha burguesa recheada de arroubos imaturos, ações desmedidas, desrespeito com os empregados e visão de mundo limitada.
Um filme datado, apenas pela ingenuidade da trama tecnológica, mas ao mesmo tempo, visionário por ser um dos pioneiros de filmes de hacker. É com carinho que vejo a empolgação do protagonista com seu computador pessoal e periféricos. A perspectiva ou argumento sobre a inteligência artificial, guerra fria e teoria dos jogos, envelheceu bem. São cativantes o tímido romance adolescente, a paixão do cientista pela sua criação e a conclusão da história.
Um ótimo exemplar de terror brasileiro, construindo personagens complexos, envoltos em um contexto social que ajuda a desenvolver a história e, com atuações comedidas, explorando mais o corpo para gerar e comunicar sentimentos. Tem duas partes bem divididas, cada parte com seus atos bem fechados (início, meio e fim). A primeira parte é melhor.
Um filme bem infeliz nas escolhas: o flashback traz uma complexidade falsa e irrisória para a trama; o exagero e o nonsense, característicos da personagem, foram mal utilizados; a frieza e calculismo da Arlequina foram deixados de lado, dando lugar a uma Arlequina que sobrevive pela sorte e que não tem instinto de sobrevivência; o fim do relacionamento como impulsionador das ações tomadas pela personagem, deveria ser tratado em um certo momento, mas não, em todo o filme, parece que todas as ações da personagem se resumem a sentimentos ligados ao Coringa. É um filme que tinha potencial imenso em desenvolver uma anti-heroína feminina, mas entregou uma personagem afetada emocionalmente e que justifica suas ações por conta de um homem.
Os homens e a criatura são acuados por um sistema que tem seus próprios monstros, repletos de sentimentos egoístas. Interessante notar que as cenas da criatura são divertidas, já as cenas com figuras de poder são repletas de horror. As pequenas nuances em cenas pontuais aumentam a qualidade e a diversidade de críticas sociais que esse filme desperta (a cena do velório, a ajuda do mendigo, a mídia glorificando o general americano, a trama do sem teto, etc). E se essas nuances ficam nas entrelinhas, é para não atrapalhar o plot principal, que se trata de um resgate. Mesmo com todas as mazelas individuais, a família se une a um único propósito.
Que reservem salas em todos os horários em diversos países do mundo para está pérola sul coreana. Ele já tinha ganho o maior prêmio do cinema mundial, e ontem ainda quebrou recorde no Oscar.
O Wonka da versão original não tem conflito com doces, não é tão afetado, nem tão caricato. Beira mais um sábio incompreendido. A questão familiar também não é tão explorada. De fato, essa falta de elementos dramáticos garante uma comédia mais leve do que o remake. As soluções técnicas para elaboração das cenas, com o passar do tempo, se tornam boas surpresas.
O filme apresenta um tom sóbrio, sendo quase um documentário. Me senti dentro do processo lento e mordaz da construção do relatório. Essa indiferença e negação de elementos pessoais dos personagens contribuiu com isso. O filme tem foco, e o título escancara qual é o foco: resumir um relatório de milhares de páginas mostrando como ele foi feito. Se quisesse ser ainda mais disruptivo no âmbito dos filmes sobre poder e política, poderia jogar fora os flashbacks das torturas. Os personagens estão ali como meros elementos substituíveis para te apresentar o relatório de forma didática e sintética.
Te faz refletir sobre culpa e insegurança, através da conexão estabelecida com a protagonista. A história é previsível, e talvez, a frustração venha de todo o clima de suspense criado pela atmosfera do filme. Ainda que não haja uma trama mirabolante, o filme cumpre bem seu papel.
A recompensa pela aceitação do crime é descontruída, o luxo do crime é ignorado, a violência gráfica não é mais glorificada. O fim, não é a morte motivada por traição, mas a velhice e toda incapacidade que ela pode trazer. Fidelidade não significa amizade. A derrota vem durante o curso da vida, derrota maior com a família, e principalmente com as mulheres da família. O silêncio e os olhares da filha, a cada cena com ela, quebra a aura positiva criada no subgênero do crime e dos filmes de máfia. Um filme maduro e que nega as características de um subgênero que o próprio diretor ajudou a consolidar. Já estava atrasado.
Um excelente estudo de personagem, com uma conclusão fria e solitária, assim como o personagem principal. O som do filme é imersivo, assim como o monólogo do personagem do Brad. São duas horas calmantes, reflexivas, terapêuticas.
Apesar do tom didático e da aparente revolta reprimida do Stephen King em relação ao que Kubrick fez, o filme consegue ser muito bom. Entre os acertos, a escolha dos personagens, essa aura de sessão da tarde tornando o filme uma aventura sobrenatural, e a divisão em atos, delimitando claramente um gênero em cada ato, drama, aventura e terror. Essa mistura de sentimentos empoderadores e de superação em um filme de "terror", deixa tudo mais interessante. Uma obra de sequência que homenageia em equilíbrio King e Kubrick.
Terra à Deriva
3.1 115Tira várias licenças poéticas para justificar o enredo, mas como um produto comercial, garante o entretenimento, com muita ação. Incomoda um pouco a falta de contexto para ambientar o espectador. Outro ponto limitante é o núcleo do pai (astronauta), a maioria das cenas de interação com a máquina MOSS são mal escritas. No entanto, a equipe que vai se formando ao longo do filme, consegue garantir empatia. A personagem Duoduo protagoniza o melhor momento do filme.
The Negotiation
3.6 22Excelente filme policial, daqueles raros, com policiais inteligentes e sem saídas fáceis para as situações. O ritmo de suspense é mantido todo tempo, seja pela investigação que vai avançando em tempo real, seja pela dubiedade dos personagens ou até mesmo pelo uso das técnicas de negociação. Com uma personagem central imaculada, mas sem qualquer traço de herói porradeiro, os sul coreanos conseguem aumentar o nível de exigência para os filmes policiais, apresentando personagens e diálogos bem coerentes.
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraÉ um filme diferente daqueles que constam nas listas de representatividade juvenil dos anos 80. Não chega a ser um filme de comédia, tampouco um filme irônico, nem com ritmo frenético. É um filme que trabalha o roteiro para discutir estereótipos em uma trama simples e explicada de início. As expectativas de quem assiste são frustradas em grande parte por não ser um filme típico adolescente. Mesmo assim, as discussões são bem conduzidas, os personagens são marcantes e os conflitos narrados são críveis. Acredito que consegue representar bem o público e a época que retrata.
Cronos
3.2 119Se observado pela perspectiva dos elementos que fizeram a carreira do diretor, este pode parecer tosco e improvisado. Porém, a história tem uma leveza peculiar, que contrasta muito bem a aventura vivida pelo avô e pela neta com o gore das cenas de morte e transformação. É um terror bastante criativo, principalmente pelos poucos cenários e pelas soluções virtuosas da criança.
Cortina Rasgada
3.4 126 Assista AgoraO roteiro é fraco, apesar da história ser criativa. A personagem da Julie Andrews é insossa, apesar de encantar pela beleza e pureza do personagem. Há um maniqueísmo chato e ultrapassado, comum em filmes americanos que envolvem guerra fria. Uma boa solução para esses problemas seria mostrar um lado mais humano dos acadêmicos russos, ou até mesmo ter dado protagonismo a personagem Sarah Sherman: que ela continuasse o plano, a partir de uma possível prisão do seu noivo. O personagem do Paul Newman sofre de falta de verossimilhança. A cena da morte na fazenda, apesar de muito bem dirigida, poderia ter sido resolvida totalmente pela personagem feminina. De fato, o que atrapalha a total verossimilhança é o casal principal, principalmente o personagem do Newman, que deveria ser mais testemunha ocular do que protagonista das ações. As cenas do ônibus e do teatro são das mais inventivas cenas de fuga do cinema. Apesar dos defeitos, o suspense se mantém ao longo de toda trama, só faltou mais dubiedade aos personagens, mais carisma do casal principal e menos protagonismo do personagem principal.
Via Láctea ou O Estranho Caminho de São Tiago
3.8 30 Assista AgoraSão 90 minutos de contestação, diálogos que escancaram hipocrisia, método e caráter das pessoas que ao longo da história escreveram os capitulos protagonizados pelo cristianismo. Há um fio condutor só pra ter uma sinopse, mas o que vemos é uma montagem que de tão bem feita, transparece naturalidade ao pular de tempo e histórias. Não consegui entender algumas cenas, como a do garoto que pede carona, mas de todas as situações e diálogos, cada um leva a uma reflexão da sua própria fé. Não é nem de longe uma crítica a sua fé, ao contrário, há trechos dubios que reconhecem o papel da fé e da religião. É uma crítica ao abuso indiscriminado e vil da fé dos outros, que ao longo do tempo, criou tradições e rituais de origens nefastas.
Hellraiser: Renascido do Inferno
3.5 858 Assista AgoraUm raro exemplo de maquiagem salvando um filme de terror. É marcante a retratação dos Cenobitas. Merece ser visto quase que somente por isso.
Aladdin
3.9 1,3K Assista AgoraApesar de todos os detalhes técnicos parecerem bem caros, não garante imersão. Um tom teatral e mais colorido poderia ser mais eficaz e talvez até mais barato. Uma grande expectativa era ver algo do desenho e dos jogos de snes e megadrive transposto na tela. Foi frustrada. Vale a assistida pelo bom gênio do Will Smith e pelas canções clássicas.
CineMagia - A História das Videolocadoras de São Paulo
4.0 109Após assistir esse documentário, consegui entender o motivo de demorar tanto para escolher um filme. Contemplo a capa, a sinopse, busco referências de diretor, atores, comparo com outros, pondero sobre quais assistir, como se a lista que faço na cabeça fosse a escolha das fitas que ia alugar. São velhos hábitos que nunca morrem. É também um belo registro de nascimento e declínio de uma indústria. Em pouco tempo, temos o início ingênuo, a dificuldade em definir o conceito de pirataria, o lobby, a organização inicial dos profissionais da área, a batalha pela regulação, o marketing, os diferenciais competitivos, a paixão e conhecimento do negócio, a variedade, busca por nichos, criação de marcas, diversificação com os cartuchos de games... Tudo isso em uma ou duas gerações.
O Castelo de Vidro
3.8 269 Assista AgoraHá uma inversão de valores quando as frases do Pai são colocadas em primeiro plano. Quando nos lembramos da infância, o que fica são os acontecimentos marcantes, e se os acontecimentos marcantes foram violências bizarras, então nada de bom supera essas memórias traumáticas, nem estrelas, nem castelos, nem ensinamentos distorcidos de coragem. Há também romantização de uma relação extremamente tóxica e perigosa entre pais e filhos. Apenas com o que foi contado no filme, temos vários crimes sendo cometidos, justificados anos depois por uma falsa cicatrização e amadurecimento das vítimas. Aqueles filhos, além de todo esforço pela sobrevivência, tiveram sorte. A empatia e amor demonstrado pelo pai é apenas mais uma faceta de um relacionamento abusivo. Ele (o pai), de fato, acredita que ama seus filhos e esposa, de fato, passa mensagens encorajadoras e tenta ensinar algo, porém, ele impõe sua visão de maneira autoritária e egoísta. Cada acontecimento bizarro poderia ou gerou traumas irreversíveis, necessitando de intervenção do Estado para conter todas as violências que as crianças estavam sofrendo.
Sob os aspectos técnicos, destaco as atuações, bastante críveis. A mãe, feita pela Naomi Watts, tem uma bela atuação, de um personagem contido, espremido, que estava entregue a esse relacionamento doentio. Por outro lado, temos outra atuação belíssima de Woody Harrelson, com um personagem que exigia exagero.
Sérgio
3.2 223 Assista AgoraA história se desenrola em um romance de guerra, que pouco me agrada na segunda metade do filme. Contudo, a história é bem contada e tem belas atuações. Confesso que esperava um foco no trabalho do Sérgio e no papel da ONU em alguns eventos importantes, mas ainda assim, a experiência é valida.
O Sopro do Coração
4.0 97A relação incestuosa pouco incomoda, devido a construção narrativa recheada de contexto e que, se por um lado não justifica, tampouco julga. O que me incomoda mais são as ações intempéries do trio de irmãos. Mesmo com acesso a educação de alto nível, na escola e em casa, estavam envoltos em uma bolha burguesa recheada de arroubos imaturos, ações desmedidas, desrespeito com os empregados e visão de mundo limitada.
Jogos de Guerra
3.5 89 Assista AgoraUm filme datado, apenas pela ingenuidade da trama tecnológica, mas ao mesmo tempo, visionário por ser um dos pioneiros de filmes de hacker. É com carinho que vejo a empolgação do protagonista com seu computador pessoal e periféricos. A perspectiva ou argumento sobre a inteligência artificial, guerra fria e teoria dos jogos, envelheceu bem. São cativantes o tímido romance adolescente, a paixão do cientista pela sua criação e a conclusão da história.
As Boas Maneiras
3.5 649 Assista AgoraUm ótimo exemplar de terror brasileiro, construindo personagens complexos, envoltos em um contexto social que ajuda a desenvolver a história e, com atuações comedidas, explorando mais o corpo para gerar e comunicar sentimentos. Tem duas partes bem divididas, cada parte com seus atos bem fechados (início, meio e fim). A primeira parte é melhor.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KUm filme bem infeliz nas escolhas: o flashback traz uma complexidade falsa e irrisória para a trama; o exagero e o nonsense, característicos da personagem, foram mal utilizados; a frieza e calculismo da Arlequina foram deixados de lado, dando lugar a uma Arlequina que sobrevive pela sorte e que não tem instinto de sobrevivência; o fim do relacionamento como impulsionador das ações tomadas pela personagem, deveria ser tratado em um certo momento, mas não, em todo o filme, parece que todas as ações da personagem se resumem a sentimentos ligados ao Coringa. É um filme que tinha potencial imenso em desenvolver uma anti-heroína feminina, mas entregou uma personagem afetada emocionalmente e que justifica suas ações por conta de um homem.
O Hospedeiro
3.6 550 Assista AgoraOs homens e a criatura são acuados por um sistema que tem seus próprios monstros, repletos de sentimentos egoístas. Interessante notar que as cenas da criatura são divertidas, já as cenas com figuras de poder são repletas de horror. As pequenas nuances em cenas pontuais aumentam a qualidade e a diversidade de críticas sociais que esse filme desperta (a cena do velório, a ajuda do mendigo, a mídia glorificando o general americano, a trama do sem teto, etc). E se essas nuances ficam nas entrelinhas, é para não atrapalhar o plot principal, que se trata de um resgate. Mesmo com todas as mazelas individuais, a família se une a um único propósito.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraQue reservem salas em todos os horários em diversos países do mundo para está pérola sul coreana. Ele já tinha ganho o maior prêmio do cinema mundial, e ontem ainda quebrou recorde no Oscar.
A Fantástica Fábrica de Chocolate
4.0 1,1K Assista AgoraO Wonka da versão original não tem conflito com doces, não é tão afetado, nem tão caricato. Beira mais um sábio incompreendido. A questão familiar também não é tão explorada. De fato, essa falta de elementos dramáticos garante uma comédia mais leve do que o remake. As soluções técnicas para elaboração das cenas, com o passar do tempo, se tornam boas surpresas.
O Relatório
3.5 111 Assista AgoraO filme apresenta um tom sóbrio, sendo quase um documentário. Me senti dentro do processo lento e mordaz da construção do relatório. Essa indiferença e negação de elementos pessoais dos personagens contribuiu com isso. O filme tem foco, e o título escancara qual é o foco: resumir um relatório de milhares de páginas mostrando como ele foi feito. Se quisesse ser ainda mais disruptivo no âmbito dos filmes sobre poder e política, poderia jogar fora os flashbacks das torturas. Os personagens estão ali como meros elementos substituíveis para te apresentar o relatório de forma didática e sintética.
Pássaro do Oriente
3.1 180Te faz refletir sobre culpa e insegurança, através da conexão estabelecida com a protagonista. A história é previsível, e talvez, a frustração venha de todo o clima de suspense criado pela atmosfera do filme. Ainda que não haja uma trama mirabolante, o filme cumpre bem seu papel.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraA recompensa pela aceitação do crime é descontruída, o luxo do crime é ignorado, a violência gráfica não é mais glorificada. O fim, não é a morte motivada por traição, mas a velhice e toda incapacidade que ela pode trazer. Fidelidade não significa amizade. A derrota vem durante o curso da vida, derrota maior com a família, e principalmente com as mulheres da família. O silêncio e os olhares da filha, a cada cena com ela, quebra a aura positiva criada no subgênero do crime e dos filmes de máfia. Um filme maduro e que nega as características de um subgênero que o próprio diretor ajudou a consolidar. Já estava atrasado.
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 852 Assista AgoraUm excelente estudo de personagem, com uma conclusão fria e solitária, assim como o personagem principal. O som do filme é imersivo, assim como o monólogo do personagem do Brad. São duas horas calmantes, reflexivas, terapêuticas.
Kairo
3.4 165Que filme de terror!!!
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraApesar do tom didático e da aparente revolta reprimida do Stephen King em relação ao que Kubrick fez, o filme consegue ser muito bom. Entre os acertos, a escolha dos personagens, essa aura de sessão da tarde tornando o filme uma aventura sobrenatural, e a divisão em atos, delimitando claramente um gênero em cada ato, drama, aventura e terror. Essa mistura de sentimentos empoderadores e de superação em um filme de "terror", deixa tudo mais interessante. Uma obra de sequência que homenageia em equilíbrio King e Kubrick.