Por mais que seja inevitável o destino da história, me vi torcendo para que esse momento não chegasse, e saí arrasado no final. É um sentimento horrível que todo mundo que já perdeu alguém querido para a depressão (ou que conhece a doença de perto, de alguma forma) consegue entender.
Um daqueles filmes lindos que tem poder de arrancar um pedacinho seu. Só vejo elogios pra atuação do Mescal, mas a Frankie arrasou também!
Ainda não sei se a proposta era assustar ou divertir, mas seja o que for, não funcionou. O gore fica cansativo muito rápido e não tem história pra segurar os 120 minutos de duração. Contei os minutos pro filme chegar ao fim.
A história não é inovadora, mas é carismática, e a animação é lindíssima. Tem pelo menos duas cenas muito memoráveis (o capitão sendo puxado pro fundo do mar e a Red encarando os protagonistas abaixo d'água quando eles se encontram pela primeira vez). São momentos relativamente rápidos, mas que demonstram bem a força do filme, que em termos de técnica, não deve nada para a Disney. Só me irritou muito a semelhança entre a Red e o Banguela, de Como Treinar o Seu Dragão. Poderiam ter deixado menos na cara a cópia no design de personagem. Eles iguais não apenas fisicamente, mas também nas expressões.
Um filme feito com tanto carinho e delicadeza que fica difícil não se apaixonar pelo Marcel. Quem diria que uma conchinha de sapatos seria um dos personagens mais carismáticos do cinema nos últimos anos... Com certeza ele vai ser capaz de ensinar uma coisinha ou duas pra muita gente. E é mais um lembrete de que até mesmo as ideias mais simples tem poder de mexer com o nosso coração... tudo depende da maneira em que a história é contada. Facilmente um dos melhores lançamentos de 2022.
Dá pra perceber claramente que é uma direção estreante. O filme tem um tom esquisito, sem ritmo, com humor mal inserido e um roteiro que caminha sem rumo por um bom tempo. As únicas pessoas que parecem saber o que estão fazendo são os dois atores principais (principalmente a Angela Bettis, que me surpreendeu pra caramba e se dedicou ao melhor papel da carreira dela). Infelizmente, nem como estudo de personagem o filme vale a pena de ser conferido, porque o roteiro é superficial demais pra isso.
Um espetáculo melancólico, delicado e nostálgico. Ninguém retrata o cotidiano de uma forma tão linda como o Studio Ghibli. O ritmo lento do filme não me incomodou nem um pouco, porque cada uma das relações entre os personagens tem TANTO a dizer que você sente que está sendo recompensado pela espera. Os diálogos são riquíssimos e alguns tem pegam desprevenido, como um soco. A cena final é a cereja do bolo e me desmontou por completo (quando me dei conta, meus olhos estavam cheios de lágrimas). Era o último filme do estúdio que faltava eu assistir, e sem dúvidas entrou pro meu top 5.
Se fosse uma história para adultos, o suposto incesto até poderia passar, já que em novelas essa coisa de irmãos que não são irmãos é uma coisa bastante comum de se ver, mas o filme não é vendido dessa forma. Além disso, o Studio Ghibli faz trabalhos essencialmente para crianças (com algumas exceções, tipo o Túmulo dos Vagalumes), mas esse aqui, além de ter adolescentes como protagonistas, é leve em todos os aspectos, então me deixou muito incomodado depois essa reviravolta.
O pior de tudo é que o filme não precisava disso. Dava pra ter trabalhado as questões de paternidade/lembranças de outra forma e continuar mantendo o ritmo sem atrapalhar. No fim, parece que esse elemento ficou sobrando e estragou a experiência. Cada dia que passa fica mais difícil de defender Gorō Miyazaki.
Não tem como negar que o roteiro tem um patriotismo carregado, principalmente levando em consideração todo o contexto histórico da época em que foi lançado. É um típico filme de espionagem do Hitchcock, com algumas das características que vieram a se tornar frequentes na filmografia dele alguns anos mais tarde, e também foi o trabalho responsável por abrir as portas de Hollywood para o diretor. A trama é confusa em alguns aspectos, e o romance é extremamente forçado, mas também há momentos divertidos e sequências muito memoráveis, como a dos guarda-chuvas, a do moinho e a do avião. Pode não ser um dos filmes mais envolventes do Hitchcock, mas faz parte da safra indispensável do mestre do suspense.
Não me conectei. Tem momentos realmente bonitinhos e engraçados, mas como um todo é desnivelado. Algumas cenas são extremamente cansativas, e o humor tipicamente japonês não se traduz completamente, fazendo com que parte das piadas não funcionem bem para pessoas de outras nacionalidades. E isso é um grande problema, levando em conta a mensagem que o filme quer passar, de que "família é tudo igual". Sobre a animação, nenhum defeito. É curioso ver o estúdio saindo da zona de conforto, mas se engana quem acha que os traços são simples. Felizmente, anos depois, outro filme lançado pelo Ghibli trilhou um caminho parecido, e fez ainda mais bonito (é claro que estou falando de "O Conto da Princesa Kaguya, que curiosamente, é trabalhado de forma breve no início desse filme).
Gorō Miyazaki: o maior nepo baby do Japão. Brincadeiras a parte, ele sempre vai ter um caminho enorme pra percorrer, levando em consideração que o pai dele é um dos maiores gênios do cinema, e entende a complexidade das relações humanas como ninguém. Tudo que o Hayao cria é poesia viva, transposta para as telas por através de aquarelas ricas em paixão. Sabendo disso, o primeiro filme do Gorō tenta seguir pelo mesmo caminho do pai, ao criar uma alegoria sobre a ganância, mas é prejudicada por um roteiro literal, que cospe as ideias de maneira tão óbvia que acaba soando artificial (principalmente no último ato, que parece interminável). A conexão entre os personagens não convence, e dificulta o público de estabelecer vínculos verdadeiros com eles. Algo extremamente incomum em um estúdio que produziu inúmeras obras conhecidas exatamente por este aspecto. Até o tom sombrio e depressivo e com cenas de violência não parecem genuínos. Dito isso, se não fosse um trabalho lançado pelo Ghibli, talvez não fosse tão frustrante. A gente sempre assiste os filmes do estúdio esperando a magia acontecer, e de fato, a animação lindíssima se empenha o bastante para não deixar o público perder o interesse no que vai acontecer a seguir. Mas isso não é o bastante.
As metáforas não estavam me incomodando, mas o filme perde a mão no fim. Ainda que seja uma obra carregada de simbolismos, as mensagens não são nem um pouco difíceis de compreender, então é frustrante que o terceiro ato seja tão repetitivo. Chega um ponto em que você quase grita pra tela "tá bom, eu já entendi, será que dá pra seguir em frente?!", porque o filme se enrola numa espiral interminável e parece não saber para onde quer ir depois disso. É como se o diretor precisasse garantir de todas as formas que o público tem capacidade de entender o quão magnificamente inteligente ele é, e com isso, arrasta a trama até uma conclusão entediante. Pra quem estiver disposto a aguentar toda essa pretensão, vale a pena assistir pelas atuações (todas maravilhosas), principalmente a do Rory.
Me lembrou alguns trabalhos do Hitchcock, principalmente "Um Corpo que Cai". Não achei a trama confusa como algumas pessoas disseram, mas o filme fica menos envolvente depois que o primeiro caso é encerrado. Está longe de ser ruim, mas teria me agradado mais se a duração não fosse tão excessiva. 2h20 foi exagero.
A sorte do Fred Astaire é que a Audrey Hepburn conseguiria ter química até com uma caixa de sapatos, se quisesse. Colocar os dois como par romântico foi sacanagem. Dito isso, o filme tem seus momentos. Alguns deles muito memoráveis, outros nem tanto. Tenho a impressão de que alguns dos longas da Audrey valem mais a pena por causa dela do que pela história em si... tipo "Sabrina", "Bonequinha de Luxo" ou este aqui.
Visualmente impecável e com a melhor atuação que a Mia Goth já entregou até hoje, nivelando entre momentos de exagero e sutileza, mas é só isso. O roteiro é frustrantemente raso para um filme que não se entrega de vez ao gore como o primeiro, e por isso deixa sempre a sensação de que tá faltando alguma coisa (já que nem o horror psicológico que tomou a vez é eficiente).
Admiro o Ti West por ter feito um filme completamente diferente do anterior, não apenas narrativamente falando, mas também em relação à estética, com um universo rico de cores vivas e gritantes que simbolizam a juventude e se contrapõem completamente ao tom sépia envelhecido de "X"... mas visuais não enchem barriga. O filme tem um exagero de diálogos expositivos e uma superficialidade de desenvolvimento de personagem que não justificam o motivo de ter sido feito.
O roteiro parece estar satisfeito em trazer uma análise pouco aprofundada sobre a psiquê de Pearl que não faça alguém dizer "aaah, agora tudo faz sentido", e por isso, toma caminhos que poderiam ser facilmente deduzidos apenas assistindo ao primeiro filme. No fim, senti que não descobri nada de novo sobre ela.
Goste ou não, é um filme como nenhum outro. Extremamente angustiante e original, te obriga a continuar pensando nele mesmo depois que os créditos aparecem. Claro que é fácil de achar graça dos absurdos da história, e o primeiro ato consegue ser vazio e afastar o público, mas depois que o personagem do Vincent Lindon é inserido, a brutalidade dá uma pausa, e o resultado acaba ficando "doce" (por mais difícil que seja de acreditar). E isso dá certo principalmente se a gente levar em conta que ambos os personagens vivenciam uma condição que é comum entre eles: os dois são reféns dos próprios corpos. Inclusive, a Julia Ducornau é extremamente talentosa pela forma em que balanceia o humor ácido e o horror corporal para de tratar de assuntos sensíveis, como o luto ou o renascimento (em vários sentidos da palavra). Não é uma mistura que costuma dar certo, mas aqui funciona muito bem.
Nos primeiros 10 minutos há uma cena em que o rosto da enfermeira aparece refletido por cima de um cartaz que alerta sobre a importância de denunciar abusos sexuais.
Este é apenas um dos muitos momentos em que a diretora joga a mensagem do filme na nossa cara. Nada contra este tipo de abordagem, mas neste caso, acabou tirando toda a força da proposta.
No cinema e na arte, as ideias mais impactantes podem ser ditas através de nuances pequenas. O que é uma pena, pois a mensagem de "The Power" também é importantíssima, e poderia ressoar mais alto se fosse melhor trabalhada.
O destaque mesmo vai para a trilha sonora, produzida pela sempre ótima Gazelle Twin.
Tecnicamente perfeito, e apesar da duração longa, o filme não me pareceu cansativo. As críticas sociais a respeito das oportunidades dos Estados Unidos para receber a população porto-riquenha são bem afiadas, e os números musicais são uma delícia. Só o núcleo amoroso que não me convenceu, e o whitewashing pesado dificultou ainda mais a proposta do filme. Apesar da Natalie Wood ser uma boa atriz, ela ficou péssima no papel, e ainda usou um sotaque que não convence ninguém. Tirando isso, é um musical ótimo.
O Hideaki se despediu bem da saga. Meus amigos, é claro que NADA jamais vai se comparar a The End of Evangelion. Aquilo foi um acontecimento único que fechou a franquia original brilhantemente, e esse feito não vai se repetir porque é isso que constitui uma obra prima. E apesar do Rebuild nunca ter conseguido sequer fazer cócegas na franquia original, o Thrice Upon Time me surpreendeu com o nível de audácia. A animação é um primor: mais bonita do que nunca, ela está riquíssima em detalhes, e faz um ótimo uso do CGI (na maior parte do tempo). O final é apoteótico e trouxe um desfecho digno aos fãs. Toda a emoção e o desenvolvimento dos personagens (que sempre foram a essência de NGE) também estão aqui. Se o filme não causar impacto imediato, vai conseguir fazer isso nos próximos anos... com certeza está destinado a se tornar um clássico também. Fiquei muito satisfeito com o resultado, e feliz por ter um novo desfecho que nos entregasse uma ponta de positividade. Com todos os problemas do Rebuild, no final das contas ele acabou fazendo juz ao legado que carregou nas costas.
Devia ter deixado esse filme guardado na memória afetiva mesmo... não lembrava de ser tão ruim assim 😂 O videoclipe da música tema já tem toda a nostalgia necessária pra evitar qualquer um de rever isso... e a história não faz sentido nenhum, hahaha.
O roteiro faz questão de evidenciar a qualquer custo o quão vazia a vida amorosa da personagem de Juliette Binoche é, porque como se já não estivesse claro o bastante pra qualquer um, ainda existe um momento em que a atriz está sozinha e diz pra si mesma o quão solitária se sente. Só que o roteiro não vai a fundo na provocação. Fica rodando em círculos e acaba causando tédio. É um filme sobre uma mulher de meia idade tendo reflexões e crises amorosas... não acho que vai dialogar intensamente com qualquer um que estiver fora desse nicho. Porém, o talento de Binoche é incontestável (por mais irritante que a protagonista seja, não dá pra ficar com raiva da atriz) e algumas cenas em plano sequência tendo ela em destaque são memoráveis. Quase consegui perdoar o filme por isso, e talvez algumas pessoas até consigam.
Aftersun
4.1 705Por mais que seja inevitável o destino da história, me vi torcendo para que esse momento não chegasse, e saí arrasado no final. É um sentimento horrível que todo mundo que já perdeu alguém querido para a depressão (ou que conhece a doença de perto, de alguma forma) consegue entender.
Um daqueles filmes lindos que tem poder de arrancar um pedacinho seu. Só vejo elogios pra atuação do Mescal, mas a Frankie arrasou também!
Projeto Caça Ao Lobo
3.3 42Ainda não sei se a proposta era assustar ou divertir, mas seja o que for, não funcionou. O gore fica cansativo muito rápido e não tem história pra segurar os 120 minutos de duração. Contei os minutos pro filme chegar ao fim.
A Fera do Mar
3.7 237 Assista AgoraA história não é inovadora, mas é carismática, e a animação é lindíssima. Tem pelo menos duas cenas muito memoráveis (o capitão sendo puxado pro fundo do mar e a Red encarando os protagonistas abaixo d'água quando eles se encontram pela primeira vez). São momentos relativamente rápidos, mas que demonstram bem a força do filme, que em termos de técnica, não deve nada para a Disney. Só me irritou muito a semelhança entre a Red e o Banguela, de Como Treinar o Seu Dragão. Poderiam ter deixado menos na cara a cópia no design de personagem. Eles iguais não apenas fisicamente, mas também nas expressões.
Marcel a Concha de Sapatos
3.8 104 Assista AgoraUm filme feito com tanto carinho e delicadeza que fica difícil não se apaixonar pelo Marcel. Quem diria que uma conchinha de sapatos seria um dos personagens mais carismáticos do cinema nos últimos anos... Com certeza ele vai ser capaz de ensinar uma coisinha ou duas pra muita gente. E é mais um lembrete de que até mesmo as ideias mais simples tem poder de mexer com o nosso coração... tudo depende da maneira em que a história é contada. Facilmente um dos melhores lançamentos de 2022.
May: Obsessão Assassina
3.2 268 Assista AgoraDá pra perceber claramente que é uma direção estreante. O filme tem um tom esquisito, sem ritmo, com humor mal inserido e um roteiro que caminha sem rumo por um bom tempo. As únicas pessoas que parecem saber o que estão fazendo são os dois atores principais (principalmente a Angela Bettis, que me surpreendeu pra caramba e se dedicou ao melhor papel da carreira dela). Infelizmente, nem como estudo de personagem o filme vale a pena de ser conferido, porque o roteiro é superficial demais pra isso.
Memórias de Ontem
4.1 235Um espetáculo melancólico, delicado e nostálgico. Ninguém retrata o cotidiano de uma forma tão linda como o Studio Ghibli. O ritmo lento do filme não me incomodou nem um pouco, porque cada uma das relações entre os personagens tem TANTO a dizer que você sente que está sendo recompensado pela espera. Os diálogos são riquíssimos e alguns tem pegam desprevenido, como um soco. A cena final é a cereja do bolo e me desmontou por completo (quando me dei conta, meus olhos estavam cheios de lágrimas). Era o último filme do estúdio que faltava eu assistir, e sem dúvidas entrou pro meu top 5.
Da Colina Kokuriko
4.0 243 Assista AgoraGente, que filme que esquisito! A história central é super agradável de assistir, mas de repente chega "naquela" trama e tudo fica desconfortável.
Se fosse uma história para adultos, o suposto incesto até poderia passar, já que em novelas essa coisa de irmãos que não são irmãos é uma coisa bastante comum de se ver, mas o filme não é vendido dessa forma. Além disso, o Studio Ghibli faz trabalhos essencialmente para crianças (com algumas exceções, tipo o Túmulo dos Vagalumes), mas esse aqui, além de ter adolescentes como protagonistas, é leve em todos os aspectos, então me deixou muito incomodado depois essa reviravolta.
O pior de tudo é que o filme não precisava disso. Dava pra ter trabalhado as questões de paternidade/lembranças de outra forma e continuar mantendo o ritmo sem atrapalhar. No fim, parece que esse elemento ficou sobrando e estragou a experiência. Cada dia que passa fica mais difícil de defender Gorō Miyazaki.
Correspondente Estrangeiro
3.7 54 Assista AgoraNão tem como negar que o roteiro tem um patriotismo carregado, principalmente levando em consideração todo o contexto histórico da época em que foi lançado. É um típico filme de espionagem do Hitchcock, com algumas das características que vieram a se tornar frequentes na filmografia dele alguns anos mais tarde, e também foi o trabalho responsável por abrir as portas de Hollywood para o diretor. A trama é confusa em alguns aspectos, e o romance é extremamente forçado, mas também há momentos divertidos e sequências muito memoráveis, como a dos guarda-chuvas, a do moinho e a do avião. Pode não ser um dos filmes mais envolventes do Hitchcock, mas faz parte da safra indispensável do mestre do suspense.
Meus Vizinhos, os Yamadas
3.9 119 Assista AgoraNão me conectei. Tem momentos realmente bonitinhos e engraçados, mas como um todo é desnivelado. Algumas cenas são extremamente cansativas, e o humor tipicamente japonês não se traduz completamente, fazendo com que parte das piadas não funcionem bem para pessoas de outras nacionalidades. E isso é um grande problema, levando em conta a mensagem que o filme quer passar, de que "família é tudo igual". Sobre a animação, nenhum defeito. É curioso ver o estúdio saindo da zona de conforto, mas se engana quem acha que os traços são simples. Felizmente, anos depois, outro filme lançado pelo Ghibli trilhou um caminho parecido, e fez ainda mais bonito (é claro que estou falando de "O Conto da Princesa Kaguya, que curiosamente, é trabalhado de forma breve no início desse filme).
Contos de Terramar
3.5 172 Assista AgoraGorō Miyazaki: o maior nepo baby do Japão. Brincadeiras a parte, ele sempre vai ter um caminho enorme pra percorrer, levando em consideração que o pai dele é um dos maiores gênios do cinema, e entende a complexidade das relações humanas como ninguém. Tudo que o Hayao cria é poesia viva, transposta para as telas por através de aquarelas ricas em paixão. Sabendo disso, o primeiro filme do Gorō tenta seguir pelo mesmo caminho do pai, ao criar uma alegoria sobre a ganância, mas é prejudicada por um roteiro literal, que cospe as ideias de maneira tão óbvia que acaba soando artificial (principalmente no último ato, que parece interminável). A conexão entre os personagens não convence, e dificulta o público de estabelecer vínculos verdadeiros com eles. Algo extremamente incomum em um estúdio que produziu inúmeras obras conhecidas exatamente por este aspecto. Até o tom sombrio e depressivo e com cenas de violência não parecem genuínos. Dito isso, se não fosse um trabalho lançado pelo Ghibli, talvez não fosse tão frustrante. A gente sempre assiste os filmes do estúdio esperando a magia acontecer, e de fato, a animação lindíssima se empenha o bastante para não deixar o público perder o interesse no que vai acontecer a seguir. Mas isso não é o bastante.
Men: Faces do Medo
3.2 401 Assista AgoraAs metáforas não estavam me incomodando, mas o filme perde a mão no fim. Ainda que seja uma obra carregada de simbolismos, as mensagens não são nem um pouco difíceis de compreender, então é frustrante que o terceiro ato seja tão repetitivo. Chega um ponto em que você quase grita pra tela "tá bom, eu já entendi, será que dá pra seguir em frente?!", porque o filme se enrola numa espiral interminável e parece não saber para onde quer ir depois disso. É como se o diretor precisasse garantir de todas as formas que o público tem capacidade de entender o quão magnificamente inteligente ele é, e com isso, arrasta a trama até uma conclusão entediante. Pra quem estiver disposto a aguentar toda essa pretensão, vale a pena assistir pelas atuações (todas maravilhosas), principalmente a do Rory.
Os Banshees de Inisherin
3.9 570 Assista Agora- Well, you can get out of my confessional right now, so you can. And I'm not forgiving you any of these things until the next time, so I'm not!
- Well, I better not be dying in the meantime then, eh, Father? I'll be pure fecked!
- You will be pure fecked! Yes, you will be pure fecked!
Decisão de Partir
3.6 143Me lembrou alguns trabalhos do Hitchcock, principalmente "Um Corpo que Cai". Não achei a trama confusa como algumas pessoas disseram, mas o filme fica menos envolvente depois que o primeiro caso é encerrado. Está longe de ser ruim, mas teria me agradado mais se a duração não fosse tão excessiva. 2h20 foi exagero.
Cinderela em Paris
4.0 419 Assista AgoraA sorte do Fred Astaire é que a Audrey Hepburn conseguiria ter química até com uma caixa de sapatos, se quisesse. Colocar os dois como par romântico foi sacanagem. Dito isso, o filme tem seus momentos. Alguns deles muito memoráveis, outros nem tanto. Tenho a impressão de que alguns dos longas da Audrey valem mais a pena por causa dela do que pela história em si... tipo "Sabrina", "Bonequinha de Luxo" ou este aqui.
Pearl
3.9 992Visualmente impecável e com a melhor atuação que a Mia Goth já entregou até hoje, nivelando entre momentos de exagero e sutileza, mas é só isso. O roteiro é frustrantemente raso para um filme que não se entrega de vez ao gore como o primeiro, e por isso deixa sempre a sensação de que tá faltando alguma coisa (já que nem o horror psicológico que tomou a vez é eficiente).
Admiro o Ti West por ter feito um filme completamente diferente do anterior, não apenas narrativamente falando, mas também em relação à estética, com um universo rico de cores vivas e gritantes que simbolizam a juventude e se contrapõem completamente ao tom sépia envelhecido de "X"... mas visuais não enchem barriga. O filme tem um exagero de diálogos expositivos e uma superficialidade de desenvolvimento de personagem que não justificam o motivo de ter sido feito.
O roteiro parece estar satisfeito em trazer uma análise pouco aprofundada sobre a psiquê de Pearl que não faça alguém dizer "aaah, agora tudo faz sentido", e por isso, toma caminhos que poderiam ser facilmente deduzidos apenas assistindo ao primeiro filme. No fim, senti que não descobri nada de novo sobre ela.
Duas Tias Loucas de Férias
3.0 57 Assista AgoraEu não tô acreditando que o título em português é esse kkkkkk
Titane
3.5 390 Assista AgoraGoste ou não, é um filme como nenhum outro. Extremamente angustiante e original, te obriga a continuar pensando nele mesmo depois que os créditos aparecem. Claro que é fácil de achar graça dos absurdos da história, e o primeiro ato consegue ser vazio e afastar o público, mas depois que o personagem do Vincent Lindon é inserido, a brutalidade dá uma pausa, e o resultado acaba ficando "doce" (por mais difícil que seja de acreditar). E isso dá certo principalmente se a gente levar em conta que ambos os personagens vivenciam uma condição que é comum entre eles: os dois são reféns dos próprios corpos. Inclusive, a Julia Ducornau é extremamente talentosa pela forma em que balanceia o humor ácido e o horror corporal para de tratar de assuntos sensíveis, como o luto ou o renascimento (em vários sentidos da palavra). Não é uma mistura que costuma dar certo, mas aqui funciona muito bem.
The Power
2.7 36 Assista AgoraO filme não é nem um pouco sutil, e por isso, toda a trama parece óbvia desde o início. Até as metáforas são muito literais.
Nos primeiros 10 minutos há uma cena em que o rosto da enfermeira aparece refletido por cima de um cartaz que alerta sobre a importância de denunciar abusos sexuais.
Este é apenas um dos muitos momentos em que a diretora joga a mensagem do filme na nossa cara. Nada contra este tipo de abordagem, mas neste caso, acabou tirando toda a força da proposta.
No cinema e na arte, as ideias mais impactantes podem ser ditas através de nuances pequenas. O que é uma pena, pois a mensagem de "The Power" também é importantíssima, e poderia ressoar mais alto se fosse melhor trabalhada.
O destaque mesmo vai para a trilha sonora, produzida pela sempre ótima Gazelle Twin.
Amor, Sublime Amor
3.8 372 Assista AgoraTecnicamente perfeito, e apesar da duração longa, o filme não me pareceu cansativo. As críticas sociais a respeito das oportunidades dos Estados Unidos para receber a população porto-riquenha são bem afiadas, e os números musicais são uma delícia. Só o núcleo amoroso que não me convenceu, e o whitewashing pesado dificultou ainda mais a proposta do filme. Apesar da Natalie Wood ser uma boa atriz, ela ficou péssima no papel, e ainda usou um sotaque que não convence ninguém. Tirando isso, é um musical ótimo.
Maligno
3.3 1,2KBom, pelo menos existe uma explicação para a
Annabelle Wallis usar aquela peruca horrível o filme inteiro, né 🤡
Evangelion: 3.0+1.01 A Esperança
4.3 91 Assista AgoraO Hideaki se despediu bem da saga. Meus amigos, é claro que NADA jamais vai se comparar a The End of Evangelion. Aquilo foi um acontecimento único que fechou a franquia original brilhantemente, e esse feito não vai se repetir porque é isso que constitui uma obra prima. E apesar do Rebuild nunca ter conseguido sequer fazer cócegas na franquia original, o Thrice Upon Time me surpreendeu com o nível de audácia. A animação é um primor: mais bonita do que nunca, ela está riquíssima em detalhes, e faz um ótimo uso do CGI (na maior parte do tempo). O final é apoteótico e trouxe um desfecho digno aos fãs. Toda a emoção e o desenvolvimento dos personagens (que sempre foram a essência de NGE) também estão aqui. Se o filme não causar impacto imediato, vai conseguir fazer isso nos próximos anos... com certeza está destinado a se tornar um clássico também. Fiquei muito satisfeito com o resultado, e feliz por ter um novo desfecho que nos entregasse uma ponta de positividade. Com todos os problemas do Rebuild, no final das contas ele acabou fazendo juz ao legado que carregou nas costas.
Sonho de Verão
2.6 109Devia ter deixado esse filme guardado na memória afetiva mesmo... não lembrava de ser tão ruim assim 😂 O videoclipe da música tema já tem toda a nostalgia necessária pra evitar qualquer um de rever isso... e a história não faz sentido nenhum, hahaha.
Godzilla II: Rei dos Monstros
3.2 651 Assista AgoraExpectativa: Monstros caindo no soco.
Realidade: Terapia familiar meia boca com personagens insuportáveis (que você torce pra morrerem logo). Os monstros ficam em segundo plano.
Deixe a Luz do Sol Entrar
3.0 73O roteiro faz questão de evidenciar a qualquer custo o quão vazia a vida amorosa da personagem de Juliette Binoche é, porque como se já não estivesse claro o bastante pra qualquer um, ainda existe um momento em que a atriz está sozinha e diz pra si mesma o quão solitária se sente. Só que o roteiro não vai a fundo na provocação. Fica rodando em círculos e acaba causando tédio. É um filme sobre uma mulher de meia idade tendo reflexões e crises amorosas... não acho que vai dialogar intensamente com qualquer um que estiver fora desse nicho. Porém, o talento de Binoche é incontestável (por mais irritante que a protagonista seja, não dá pra ficar com raiva da atriz) e algumas cenas em plano sequência tendo ela em destaque são memoráveis. Quase consegui perdoar o filme por isso, e talvez algumas pessoas até consigam.