E vamos nem mencionar as cenas bizarras de tensão sexual entre a Terra e o Slade. Aparentemente a DC Animation não aprendeu mesmo com Bruce e Barbara em Piada Mortal...
Não tirando seus méritos, mais parece uma versão baixo-orçamento de Brokeback Mountain. Roteiro raso, atuações fracas, desenvolvimento muito superficial e corrido apesar do ritmo lento. Esperava bem mais.
Taika Waititi é um diretor que tem me surpreendido bastante. "O Que Fazemos Nas Sombras" é um dos filmes mais geniais e divertidos que já vi, e esse, embora não seja tão bom quanto, não deixa de ser ótimo. Tem uma vibe que me lembrou bastante o Wes Anderson (especialmente Moonrise Kingdom), e é um filme despretensioso e adorável.
"De fato, caso não seja o “melhor filme da Marvel”, como todos dizem, certamente é um dos mais divertidos, trazendo ação, aventura, drama, suspense psicológico, conflito ideológico e tudo que o torna uma miscelânea variada de grandes hits. E sua maior conquista é ser esse pináculo, onde várias histórias se fecham e outras se abrem, de um modo similar ao que Os Vingadores fez há quatro anos."
Quando esse filme foi anunciado, o mundo colidiu entre gente com desconfiança extrema (dentre as quais eu mesmo estava no meio) e as pessoas que, mesmo em ter lido uma HQ do grupo, já consideravam o filme o Star Wars dessa geração. No final das contas, o filme é resultado de um misto desses dois fatores e de nenhum deles. E se uma coisa é certa no meio disso tudo é o seguinte: A Marvel Studios pela primeira vez abriu mão de fazer um típico filme de ação com comédia para trazer sua primeira comédia com ação. E o resultado é primoroso.
Adaptado de uma equipe de personagens B e C (como bem era o Homem de Ferro antes de seu primeiro filme, lá em 2008), que vieram a montar sua própria equipe no mesmo ano (coincidência?), “Guardiões da Galáxia” (Guardians of the Galaxy, no original) traz uma história bem simples e de fácil compreensão para todos os públicos: Peter Quill (Wyatt Oleff quando jovem, Chris Pratt quando adulto), um menino problemático, é abduzido para o espaço logo após a morte de um parente bem próximo. Vinte e poucos anos depois, o rapaz já é um ladrão e trapaceiro de marca maior, passando a perna em sócios e em busca de um orbe desejado por várias pessoas bem poderosas.
Nisso, cabe a Gamora (vivida pela veterana em sci-fis, Zoe Saldana) recuperar o objeto para seu “chefe” Ronan, um fanático que anseia, a qualquer custo a destruição do Império Nova, e que trabalha para um homem nas sombras que muitos fãs terão o prazer de ver por alguns segundos, tendo em vista que sua última aparição não foi mais que um olhar sobre os ombros e um sorrisinho diabólico. Mas não para por aí. Além de Ronan, Nebulosa e Korath são outras adições ao time dos vilões, dando bastante trabalho aos mocinhos...
Do outro lado, Rocket e seu parceiro/guarda-costas Groot (com vozes muito bem escolhidas de Bradley Cooper e Vin Diesel), empreendem uma caçada pela cabeça de Quill, contratados por um sócio bem furioso do ladrão galáctico. Como não poderia deixar de ser, Quill, Gamora, Rocket e Groot acabam cruzando jornadas no planeta Xandar, sede do Império Nova, e ali, após um quebra-pau, acabam presos e colocados juntos em busca da liberdade. Drax (Dave Bautista) se junta ao protótipo de equipe e daqui em diante, tudo passa a ser uma missão de resgate e ataque a Ronan.
Vale ressaltar que o filme tem cara total de anos 70/80. Desde a trilha sonora (algo a ser discutido depois) até o clima canastrão e a história que lembra essencialmente os clássicos de ficção científica da época. A parte técnica tem um brilhantismo especial, especialmente no que diz respeito aos efeitos especiais e ao uso do 3D. Os figurinos e a direção de arte é outra coisa a ser observada. Apesar de alguns capangas genéricos, todos os personagens conseguem demonstrar personalidade própria, e o trabalho em construção dos diversos planetas, naves e cenários no geral são de cair o queixo.
As atuações são bem empenhadas, dando um toque bem intimista em alguns personagens. Pratt é o típico canastrão, porém não morre nisso. Além de ser a ponte do expectador, é um ator que consegue evoluir durante o filme, arrebatando a platéia com momentos dramáticos e cômicos. Mas comicidade nenhuma supera a do trio formada por Rocket, Groot e Drax. Enquanto o guaxinim traz um tom extremamente sarcástico, a árvore falante interpretada por Vin Diesel foge de ser um personagem limitado e rende os melhores momentos do filme, todos cercados pelo inesquecível bordão “Eu sou Groot”. Já Drax, refém da falta de tato para entender metáforas e conotações, tem momentos hilariantes. Gamora, por sua vez, é a mais séria do grupo. O que não impede vários momentos em que gargalhadas são tiradas da boca dos expectadores. No campo dos vilões, Ronan faz um vilão sádico e insano, que aliás, nesse último quesito, dá um show, por exemplo, em Malekith, um dos deméritos de Thor – O Mundo Sombrio. Vivido por Lee Pace, é um dos poucos vilões que dão arrepios e trazem aos heróis um senso real de perigo. Nebulosa (Karen Gillian) está lá como a contraparte maligna de Gamora. No campo dos secundários ainda temos John C. Reilly, Glenn Close e Michael Rooker, todos excelentes em seus papéis, mas no caso dos dois primeiros, afetados pelo pouco tempo de cena.
A trilha sonora é um mérito à parte. Agindo quase como personagem coadjuvante do filme, é delicioso relembrar as músicas de Blue Swede, David Bowie, Jackson Five, dentre outros, remetendo uma época distante e um personagem de extrema importância para Quill. A trilha composta por Tyler Bates também pontua muito bem o filme, adicionando momentos épicos em cena.
Mas nada disso seria possível se não fosse pela direção (e roteiro) de James Gunn. Dando destaque a todos os personagens de modo que todos se sobressaiam igualmente é um mérito difícil, mas que vem sido mantido pela Marvel, como se observa em Vingadores e Guardiões da Galáxia. O diretor consegue trabalhar com méritos e deméritos individuais de cada integrante da equipe, de modo que para se reunir, não há necessariamente apenas o trabalho de acabar com os próprios defeitos, mas aceitar os defeitos alheios. E isso é conseguido com muita autoridade por Gunn.
Contudo, o filme apresenta alguns problemas básicos. O primeiro deles são as coincidências exageradas e o fato de algumas coisas parecerem corridas na primeira parte do filme em si. Há também várias quebras absurdas de leis da física, o que nem vem a ser considerado ao pensar no tipo de filme que estamos falando.
Outra coisa que pode vir a ser uma decepção para alguns é o fato de encerrarem com Ronan logo agora, sem dar espaço, como nos quadrinhos, para uma redenção ou até mesmo para uma segunda vinda muito mais maligna.
Mas isso é facilmente perdoado se parar para analisar o filme como um todo. O terceiro ato é um dos poucos, juntamente com o de Vingadores e de Capitão América – O Soldado Invernal, a ter um vilão forte e uma solução não tão rápida, o que por si só já é gratificante. As piadas são bem sacadas e sabem quebrar a tensão sem parecerem constrangedoras. O expectador sair da sala com um gostinho de “quero mais” na boca, parecendo criança querendo ser o herói X ou a heroína Y. Bem, nesse caso... anti-herói e anti-heroína. A Marvel, James Gunn e toda a equipe, quer seja técnica ou de atores conseguiram trazer um filme divertido, leve e sem insultar a inteligência de quem o vê, diferente de muitos blockbusters atuais (lê-se qualquer filme do Michael Bay e etc).
P.S: Como é de praxe, há cena após os créditos. E será um deleite para os fãs relembrar um personagem que chegou a ter um filme na década de 80. Então não, não precisa se alarmar pensando que é alguma intervenção da Disney.
“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (Days of Future Past), filme baseado na saga homônima, chegou aos cinemas nessa quinta-feira. E por mais que os fãs de quadrinhos passassem a detestar a saga firmada por Bryan Singer e companhia nas telonas, esse filme em especial veio para nos deslumbrar com a melhor (porém não impecável) adaptação dos mutantes para as telonas.
Antes de mais nada, vale relembrar que tudo é uma questão de ponto de vista. Se há um único filme baseado em quadrinhos este ano que eu não colocava qualquer traço de expectativa, era esse. E o resultado final me surpreendeu positivamente. Dentro da mesma categoria, disputa no nível do ótimo “Capitão América – O Soldado Invernal” pelo primeiro lugar no pódio de 2014. Dado o aviso, vamos à crítica em si.
Um filme, naturalmente, não é feito sem finalidade. Alguns filmes são feitos para se refletir, enquanto outros servem como mera fonte de diversão. Alguns servem para encher os bolsos de estúdios e diretores, e outros servem como fim de carreiras brilhantes. Em 2000, Bryan Singer revolucionava a indústria de adaptações com “X-Men”, fruto de uma venda de direitos de alguns personagens para a 20th Century Fox. O acordo na época foi bem sucedido e livrou a Marvel da falência. Atualmente, há controvérsias por partes dos fãs (dentre os quais eu me encaixo sob determinadas circunstâncias). Após o estrondoso sucesso do primeiro filme, que abriu as portas para filmes como a trilogia “Homem-Aranha” de Sam Raimi e “Batman” de Christopher Nolan, os estúdios investiram pesado e trouxeram “X2”, o melhor filme da trilogia original. Porém, em 2006, ocorre o primeiro desgaste de uma franquia de sucesso quando o diretor, renomado por filmes como “Os Suspeitos”, larga mão da produção do terceiro filme e parte para lançar “Superman – O Retorno”, sendo substituído por Brett Ratner, diretor de vários curtas e comercias sem grandes experiências com blockbusters. O resultado é o “X-Men 3 – O Confronto Final”, produção que se perdeu em seu próprio enredo e amontoado de personagens, além de trazer uma imperdoável adaptação da Saga da Fênix Negra, uma das favoritas dos fãs.
Após isso, a série viu seu fim iminente. Ou ao menos um adiamento que abriu espaço para um (deplorável) Spin-off chamado “X-Men Origens – Wolverine”, um longa que é facilmente odiado e duramente esquecido pelos fãs. Curiosamente, esses dois filmes, X3 e Origens, são os responsáveis maiores por uma série de erros e incongruências na cronologia. Alguns não passam de pequenos deslizes, enquanto outros são erros gritantes de continuidade que sempre acabam com a experiência do fã que vai ao cinema atento aos mínimos detalhes. Porém, após essa nuvem negra, Singer retorna ao lar como roteirista do magnífico “X-Men – Primeira Classe”, que apesar de Primeira Classe só ter o nome, nos entregou um excelente prelúdio (na época pensava-se que era um reboot), seguido com 2 anos de diferença por “Wolverine Imortal”, que serviu como minimizador dos danos causados por Origens. Porém, as incongruências e os furos cronológicos continuaram a devorar a franquia de dentro para fora, algo que só poderia ser corrigido num reboot ou numa trama repleta de viagem no tempo e outros atrativos modos de se recuperar o perdido. Então sim, Dias de um Futuro Esquecido serve primariamente como o corretor de X3 e Origens. Ou melhor dizendo, de seus erros. O que não altera muita coisa no sentido da primeira frase.
Sobre o filme em si, somos rapidamente introduzidos a um futuro apocalíptico em que mutantes e humanos portadores do gene são exterminados pelos Sentinelas, armas de guerra adaptáveis criadas por Bolivar Trask (Peter Dinklage) e suas indústrias em 1973. O estopim para esse futuro foi o assassinato de Trask pelas mãos de Mística (Jennifer Lawrence), que fez com que o governo acatasse ao projeto Sentinela e suas consequências. A captura de Mística foi outro fator importantíssimo para o desenvolvimento das posteriores versões dos caçadores de mutantes. Com isso em mente, há uma reunião entre os X-Men remanescentes desse futuro catastrófico e é decidido que o Wolverine (Hugh Jackman), auxiliado por Kitty Pryde (Ellen Page), deve ser enviado ao passado para evitar a tragédia. Ao voltar, precisa mudar toda uma série de atitudes do Professor Xavier (Patrick Stewart no futuro, James McAvoy no passado), traumatizado por experiências envolvendo Mística e seu amigo/inimigo Magneto (Ian McKellen no futuro, Michael Fassbender no passado). Libertando o mestre do magnetismo, com a ajuda de Mercúrio (Evan Peters), Wolverine deve partir para a França, impedindo Mística de conceber o terrível destino para homens e mutantes. O problema é que esse impedimento pode não ser o suficiente para salvar todo um futuro comprometido.
Singer e Kimberg, escritores do roteiro, prezam por uma história com espaço para ação e para o drama em dose equilibrada, sem grandes pretensões filosóficas, mas com grande foco no desenvolvimento de personagens, com destaque para o Magneto de Fassbender, que o liga perfeitamente com o personagem apresentado por McKellen na trilogia. Óbvio que há espaço para alguns personagens menores, porém sem o foco necessário para tornar o filme um “Vingadores” da vida. Ainda assim, esses personagens trazem um excelente gostinho de quero mais e são de fazer alguns fãs perderem a cabeça nos cinemas (Alguém aí captou Cable e X-Man no filme?).
E falando desses personagens, não podemos esquecer de mencionar duas cenas memoráveis. A primeira não é bem uma cena, mas sim todo o segmento futuro, com lutas interessantíssimas (finalmente acertaram os efeitos especiais) e também toda uma excelente ambientação num apocalipse mutante. E olha que nem chegou 2016! Blink, Colossus e Homem de Gelo se destacam em cenas chocantes, feitas de modo que a ausência de sangue característica de filmes com essa classificação indicativa fosse algo palpável e esquecido facilmente. A segunda cena é uma questão controversa. Trata-se da invasão do Mercúrio ao Pentágono. Relembrando bastante o ataque de Noturno à Casa Branca em X2, a cena é muito bem construída e tem efeitos invejáveis, além de ser um alívio cômico dos mais bem colocados no longa. A Marvel Studios precisa suar a camisa se quiser algo melhor e original com seu Mercúrio, a ser vivido por Aaron Taylor-Johnson em “Vingadores – A Era de Ultron”.
John Ottman, amigo de longa data de Bryan Singer, traz uma trilha sonora que deixa um clima nostálgico e vibrante no ar. O tom certo. Cheia de suspense em horas necessárias e capaz de dar breves momentos de plenitude emocional. Dificilmente memorável, mas divertida e com acompanhamento vital à trama.
Porém, como tudo não são flores, o filme apresenta erros. Não tão gritantes como nas duas catástrofes citadas anteriormente, mas ainda assim consideráveis. O primeiro deles é a fadiga. Não por parte da trama ou da produção, mas sim por parte daqueles do outro lado da tela, ou seja, o fã. Essa é a quinta vez que os mutantes são levados (em conjunto) às telas, e é a quinta vez que temos Magneto como vilão principal. E por este fator, o filme acaba perdendo sua originalidade para X2, onde temos a mesma trama do mal maior que acaba sendo utilizado pelo Magneto como arma contra os seus criadores. E Mística exerce o exato papel que Fassbender trouxe no filme anterior, a pessoa dividida entre o bem e o mal e cuja escolha final seria a definição disso. E isso é algo feito em várias cenas do filme, o que chega a ser irritante.
Ainda assim, é um filme que no mínimo, merece quatro estrelas de cinco. O final do filme, e aqui me perdoem os que não querem spoilers, serve tanto para redimir a trilogia quanto para dar aos fãs um desfecho para a série de filmes que embalou toda uma geração posterior de adaptações e as vendeu como presente. Além disso, traz algo que os fãs queriam desde meados de 2006: a borracha definitiva em X3 e Origens, o primeiro de modo mais leve, e o segundo de forma brutal, uma vez que os acontecimentos de Dias de um Futuro Esquecido se chocam temporalmente com este. Além disso, é a promessa para um novo universo de filmes mutantes a ser construído em cima do que já foi visto com a turma de Primeira Classe. (E provavelmente, o Wolverine). A cena pós-crédito promete um vilão brutal e esmagador, que, se não atrapalhado por um certo Magneto, pode vir a ser a maior ameaça dos mutantes a partir do próximo filme.
Em suma, Dias de Um Futuro esquecido é um filme de arrancar lágrimas dos olhos, seja de uma geração que cresceu com os filmes da trilogia, seja de uma meninada mais recente que se encantou com Primeira Classe. Dificilmente o filme a ser lembrado como um dos melhores do mundo, mas um dos melhores em sua categoria. Se 2013 se mostrou um ano instável para alguns fãs (dentre os quais só me incluo na lista dos cautelosos com o segundo a ser citado) com alguns filmes como Homem de Ferro 3, Homem de Aço e Thor – O Mundo Sombrio, 2014 se prova o ano cuja safra de filmes até agora mais lucrou que desapontou (ressalvas unicamente sobre O Espetacular Homem-Aranha 2). E uma coisa é certa. A briga que todos os fãs queriam ver, um embate, seja lado a lado ou seja conflitante entre X-Men e Vingadores ainda está longe de acontecer em telas, mas fora dela já está mostrando seus dentes. Dias de um Futuro Esquecido veio para ensinar a'Os Vingadores como se fazer um ótimo filme, com um tom mais sério e menos pastelão do que o apresentado até agora na franquia do Universo Cinematográfico da Marvel (que não deixa de ter as melhores adaptações do mercado). Resta saber se A Era de Ultron ensinará à franquia de Singer como se fazer uma impecável adaptação.
Um filme consegue atingir sua meta quando aos 40 minutos do segundo tempo, o time da casa ganha de virada. Essa é a uma filosofia que eu, amante de cinema e de quadrinhos, gosto de adotar sempre que vou ao cinema e me deixo ser encantado pelas peripécias miraculosas de um mocinho contra bandidos e as consequências trazidas por isso.
E esse é o principal mérito desta continuação, dirigida por Marc Web(b). Os acontecimentos envolvem o expectador, seja fazendo-o amar o filme ou odiá-lo. Todas as sequências levam a um caminho contraditório a sua chegada, e o final disso é a coisa que poderia ser clichê, mas opta por ser fiel.
E um dos pilares dessa característica do filme é a atuação. Seja no jeito descontraído que Andrew Garfield dá ao Aranha, seja na paixão que Emma Stacy (?) entrega a todos nós, seja na loucura que Dane DeHaan viabiliza em seu personagem, todos são magnificamente gloriosos nisso, com destaque muito especial para este último. Quem viu "Poder Sem Limites" sabe que o rapaz tem um grande potencial, especialmente em papéis antagônicos, e aqui ele demonstra isso perfeitamente.
O mesmo, pesarosamente, não pode ser dito sobre o vilão principal do filme. Jamie Foxx e seu Electro formam, em conjunto, um vilão galhofeiro que rende pouca coisa senão vários momentos de vergonha alheia. É o típico personagem que se fosse tratado com mais destaque em seus aspectos emocionais e mentais, teria funcionado bem melhor. Logo se vê que onde poderia haver uma obsessão doentia, há apenas uma fixação cômica, típica de adolescentes pelo ídolo do momento ou até mesmo crianças pelo maior brinquedo da vitrine.
O outro vilão, interpretado por Paul Giamatti, é, em sua definição mais simples, supervalorizado nas campanhas de marketing e com uma característica definitivamente cômica. Não que seja ruim, afinal, o que esperar de um vilão que tanto nos quadrinhos com sua roupa impenetrável, quanto nesta versão, com um aparato mecânico miraculoso? O problema é justamente esta comicidade que, se usada da maneira errada, seria motivo de angústia (no mau sentido da palavra) maior que a perpetrada por este Electro.
No aspecto técnico, o filme caminha em uma linha tênue entre o primor e o desastre. O visual é incrível, mas várias cenas são construídas de forma que tudo acaba parecendo mais falso do que já é, com destaque a várias coisas que sem dúvida lembram video-games com os gráficos de Playstation 3. As cenas de luta tem vários momentos interessantes, especialmente pelo magnífico uso do 3D, mas com o pesar do fato de serem cenas escuras, especialmente por se passarem em ambientes noturnos. Ao menos, isso é algo necessário na história.
Sobre a trilha sonora, este é o primeiro filme que tenho a sensação de ter gostado mais da trilha musical cantada (apesar de uma música saída diretamente de uma boyband xexelenta brasileira) do que da trilha composta para o filme. Zimmer traz um misto de coisas já vistas (ou ouvidas) em todos seus trabalhos anteriores, especialmente o dubstep utilizado em Homem de Aço. E sem contar alguns momentos de aparição do Aranha que lembram muito a composição do primeiro Kick-Ass, apesar deste não ser trabalhado pelo Zimmer. Incrivelmente, o que melhor funciona nisso tudo são os temas do Electro. A música e sua letra (pasmem) trabalharam melhor o psicológico do personagem do que o roteiro em si.
Os personagens secundários dão grande relevância para a trama, principalmente se levarmos em conta o uso dos pais de Peter, fechando um arco deixado em aberto pelo primeiro filme. Tia May tem uma cena que honra tudo que conhecemos sobre a personagem e que não foi usado no primeiro filme e nem na trilogia anterior, e os rostos de Norman Osborn, Alistair Smythe, Dr. Kafka e outra assistente dos Osborn cujo nome seria um grande spoiler abrilhantam o filme e o tornam minimamente palpável.
Quanto a Webb, sua estética cai perfeitamente bem nesse filme, com momentos belíssimos de câmera lenta e bom uso dos efeitos. Como coordenador da festa, só é ruim pensar que ele poderia ter mexido uns pauzinhos (e umas letrinhas) no roteiro.
No geral, é um filme meramente bom. Nada espetacular, como o nome sugere, mas devidamente promissor. Traz ares mais adultos, apesar do tom visivelmente familiar, e faz bem em manter uma dinâmica rápida e ágil, assemelhando-se a um real aracnídeo. No fim, nada que virá a ser gravado no hall dos melhores filmes já exibidos, mas aquele a ser gravado em primeiro lugar no hall dos filmes que trouxeram a verdadeira essência do Homem-Aranha. As falhas estão aí, e com elas vem a aprendizagem para as continuações.
Ainda não Espetacular, mas sem dúvida, em progresso.
Uma das coisas que me deixou intrigado sobre esse filme foi o manto que os fãs colocaram nele como sendo o The Dark Knight da Marvel. É uma afirmação que não faz jus a Capitão América - O Soldado Invernal. Primeiro pelo quesito adaptação, que tem cenas tiradas exclusivamente das HQ homônima, e segundo porque na humilde opinião de quem vos escreve, TDK passa longe de ser o melhor filme da DC. Então para sermos sinceros, Capitão América 2 é o Superman de 1978 da Marvel.
Parece exagero, mas a realidade é que o filme consegue ser o melhor filme solo de super-heróis desde o já citado Superman de Donner. E se for parar para pensar, vários aspectos são superiores a Vingadores, o que deixa uma incerteza até no fato de dizer que este é melhor que a última aventura do bandeiroso nos cinemas. Mas o que vemos é justamente uma questão de complementação. Além de ser um filme explorando toda a mitologia do herói americano, há um clima Vingadores 1.5 que mostra uma conexão realmente genial com todo o universo cinematográfico desenvolvido pela Marvel desde a estréia do primeiro Homem de Ferro, em 2008.
Falando em conexão, é sobre isso que o filme trata de maneira geral. É o "Homem de Ferro 2 da Fase 2", com uma qualidade infinitamente superior e que desempenha melhor o seu papel. E vai além disso, conexão é o tema principal do plot. O que é a SHIELD, se não uma rede de espionagem e principal elo entre os seres humanos e os superseres? E com a SHIELD, uma ameaça catastrófica que promete mudar o rumo de tudo que se conhece até agora.
Na parte técnica, o filme merece aplausos de pé. Atuação gigantesca demarca o quanto Evans é o Capitão América definitivo, sem mencionar toda a profundidade que Sebastian Stan dá ao Soldado. E isso em menos de 10 falas por mais de duas horas de filme. Redford, Johansson, Jackson e Mackie abrilhantam ainda mais a produção, mostrando pontos de vista diversificados e amplos. E a parte de efeitos especiais foi uma das mais bem aproveitadas, seja nos takes que, miraculosamente se passam de dia, já que esses filmes exploram mais takes noturnos, ou até mesmo a coreografia das lutas, que é impecável.
Plot twists capazes de deixar de queixo caído até o mais chato no cinema, e um transcorrer de história que lembra muito thrillers dos anos 70, além de bons puxões pros próximos filmes da Marvel. Melhor filme solo até agora? Facilmente. Resta saber se o próximo Vingadores fará jus a essa progressão. E por fim...
É a palavra que melhor descreve esse filme em sua totalidade. Inibições são lançadas por terra em 3 horas que, de inicio aparentam ser desnecessárias e em menos de um terço mostram-se parte importantíssima do filme. 3 horas que fluem rapidamente encabeçadas por uma história de amor, paixão, sensibilidade, arte e vida. Impossível não se identificar com Adèle, a sensível jovem, leitora e escritora de poesia. Por vezes musa, por vezes pecadora. Ou até mesmo com Emma, a mulher dos cabelos azuis. Pintora magnífica, firme e apaixonante. Um casal que, desde sua primeira troca de olhares mostra um futuro tão brilhante e sensível.
Um futuro esplêndido, que se totalizaria se o filme não estivesse tão atrelado à definição atual daquela pequena coisa que chamamos de amor.
E isso basta para guiar um espetáculo artístico intenso. O maior exemplo do ultrarrealismo são as cenas de sexo. Livres de qualquer tipo de censura, trazem flashes de algo diferente dos vistos nos filmes eróticos e até mesmo em filmes normais. A paixão ardente é algo transmitido diretamente ao espectador. Não há um trabalho ao redor para tornar essas cenas belas ou sensuais. E é exatamente essa naturalidade que as torna.
A parte técnica do filme, por sinal, é muito bem trabalhada, com destaque para um pequeno detalhe que circunda todo o filme: Em qualquer cena, desde o início ao fim, é impossível não encontrar algum objeto, sejam roupas, carros, os cabelos de Emma e até o próprio mar, que sejam azuis. Isso faz uma referência tão interessante ao título do filme. Além disso, destaque para a trilha sonora que evolui de acordo com o que o filme precisa transmitir e para a fotografia, que consegue ao mesmo tempo ser minimalista e grandiosa.
Em suma, um filme belo, atemporal e com uma leveza e profundidade quase paradoxais. Uma obra de arte moderna e que merece ser eternizado pelas futuras gerações. Gerações essas que, com sorte, serão livres dos tabus que aprisionam nosso dia-a-dia. Azul é, de fato, a cor mais quente.
Um filme simplesmente magnífico que nos permite adentrar em reflexão sobre um assunto que consegue ser paradoxalmente tão próximo e distante da nossa realidade. Muito bem estruturado, e com atuações dignas de Oscar, especialmente do duo principal, que leva o filme inteiro na palma da mão.
Fantástico. É a primeira palavra que me vem a cabeça ao tentar definir esse filme. E ela é falha por não descrever por inteiro o que Watchmen é. Um filme cuja história me encantou, a fotografia me cegou e o talento do antigo Snyder (antes de Homem de Papelão) que me trouxe delírios. Filme necessário para qualquer assim dito fã de quadrinhos, traz a história de Alan Moore perfeitamente, com cenas que aparentam ser perfeitas fotocópias das páginas do gibi clássico. Uma leve adaptação no fim que complementou idealmente o conceito do filme. Além disso, uma trilha sonora linda e em alguns momentos violentamente controversa, efeitos especiais magníficos e cenas de luta muito bem coreografadas, que ganham todo um destaque maior na estética de slow-motion do Snyder. Mesmo assim, por mais brilhante e belo que o filme seja, não foge a regra que nenhum filme é perfeito, apresentando alguns errinhos que passam despercebido pelo expectador menos atento e são facilmente perdoados pelos menos perfeccionistas. Elenco incrível, com destaque quase obrigatório para Jackie Earle Haley como Rorschach e Jeffrey Dean Morgan como o Comediante.
Violento, sarcástico, pensante, sensual, extravagante e obrigatório!
É um filme que demora para mostrar o seu tom, mas quando chega, analisa um belo tom de suspense de uma ótica dupla. Perfeito o lado psicológico que faz com que o expectador acabe duvidando se Rosemary está certa ou ficando louca. Atuação muito bela da Mia e direção impecável do Polansky. Achei apenas que faltou algo a mais na cena final.
Infinitamente superior ao primeiro (que já considero bom) e extremamente fiel ao material original. Só apresenta um problema que é o mesmo do livro, a tal síndrome do Laserdisc (insira o próximo disco para continuar o filme)
O meu problema com essas refilmagens é o simples fato de serem desnecessárias. Carrie não muda esse panorama. Um filme ridículo e que não tem adendo nenhum a não ser um punhado de efeitos especiais. E no elenco, só se valoriza mesmo o talento de Julianne Moore. Você, amigo que é fã do filme de 1976 e ler esse comentário antes de ver o filme. Faça o favor aos seus olhos e sua mente de não perder seu tempo. Melhor rever o de 1976 que ver esse
Confesso que esperava MUITO mais do jeito que falavam desse filme. Apenas uma desculpa para fazer jorrar sangue na tela sem nenhuma razão específica. Atuações pífias e falta de um maior background político tornam algo que tinha grande potencial em um filme meramente bom. O foco no casalzinho nojento é simplesmente tedioso e acaba-se tendo uma simples noção do previsível. Todos compararam tanto com Hunger Games que por um tempo pensei que fosse melhor mesmo, mas é apenas bom. Hunger Games, com todos os seus erros (eu mesmo não gosto tanto assim do primeiro filme por explorar muito a veia romântica num filme que não era para ser assim, além de ter desgostado solenemente do fim do terceiro livro) tem um potencial maior
A prova que, diferente da opinião popular, o cinema nacional não está perdido. Me arrependo de não ter visto antes. Filme impressionante, com um bom humor, nada forçado e uma história muito bem construída. O samba na cara da sociedade que demonstra que brasileiros podem sim se aventurar na fantasia e ficção científica. E se aventurar bem
Jovens Titãs: O Contrato de Judas
3.7 128 Assista AgoraUm filme cheio de boas ideias, mas mal aproveitadas.
E vamos nem mencionar as cenas bizarras de tensão sexual entre a Terra e o Slade. Aparentemente a DC Animation não aprendeu mesmo com Bruce e Barbara em Piada Mortal...
Queda Livre
3.6 591Não tirando seus méritos, mais parece uma versão baixo-orçamento de Brokeback Mountain. Roteiro raso, atuações fracas, desenvolvimento muito superficial e corrido apesar do ritmo lento. Esperava bem mais.
Fuga Para a Liberdade
4.0 232Taika Waititi é um diretor que tem me surpreendido bastante. "O Que Fazemos Nas Sombras" é um dos filmes mais geniais e divertidos que já vi, e esse, embora não seja tão bom quanto, não deixa de ser ótimo. Tem uma vibe que me lembrou bastante o Wes Anderson (especialmente Moonrise Kingdom), e é um filme despretensioso e adorável.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista Agora"De fato, caso não seja o “melhor filme da Marvel”, como todos dizem, certamente é um dos mais divertidos, trazendo ação, aventura, drama, suspense psicológico, conflito ideológico e tudo que o torna uma miscelânea variada de grandes hits. E sua maior conquista é ser esse pináculo, onde várias histórias se fecham e outras se abrem, de um modo similar ao que Os Vingadores fez há quatro anos."
Crítica completa em: goo.gl/UFL9yU
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraPremissa louvável. Execução patética
O Labirinto de Kubrick
3.4 181Muita explanação e pouca conexão.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraQuando esse filme foi anunciado, o mundo colidiu entre gente com desconfiança extrema (dentre as quais eu mesmo estava no meio) e as pessoas que, mesmo em ter lido uma HQ do grupo, já consideravam o filme o Star Wars dessa geração. No final das contas, o filme é resultado de um misto desses dois fatores e de nenhum deles. E se uma coisa é certa no meio disso tudo é o seguinte: A Marvel Studios pela primeira vez abriu mão de fazer um típico filme de ação com comédia para trazer sua primeira comédia com ação. E o resultado é primoroso.
Adaptado de uma equipe de personagens B e C (como bem era o Homem de Ferro antes de seu primeiro filme, lá em 2008), que vieram a montar sua própria equipe no mesmo ano (coincidência?), “Guardiões da Galáxia” (Guardians of the Galaxy, no original) traz uma história bem simples e de fácil compreensão para todos os públicos: Peter Quill (Wyatt Oleff quando jovem, Chris Pratt quando adulto), um menino problemático, é abduzido para o espaço logo após a morte de um parente bem próximo. Vinte e poucos anos depois, o rapaz já é um ladrão e trapaceiro de marca maior, passando a perna em sócios e em busca de um orbe desejado por várias pessoas bem poderosas.
Nisso, cabe a Gamora (vivida pela veterana em sci-fis, Zoe Saldana) recuperar o objeto para seu “chefe” Ronan, um fanático que anseia, a qualquer custo a destruição do Império Nova, e que trabalha para um homem nas sombras que muitos fãs terão o prazer de ver por alguns segundos, tendo em vista que sua última aparição não foi mais que um olhar sobre os ombros e um sorrisinho diabólico. Mas não para por aí. Além de Ronan, Nebulosa e Korath são outras adições ao time dos vilões, dando bastante trabalho aos mocinhos...
Do outro lado, Rocket e seu parceiro/guarda-costas Groot (com vozes muito bem escolhidas de Bradley Cooper e Vin Diesel), empreendem uma caçada pela cabeça de Quill, contratados por um sócio bem furioso do ladrão galáctico. Como não poderia deixar de ser, Quill, Gamora, Rocket e Groot acabam cruzando jornadas no planeta Xandar, sede do Império Nova, e ali, após um quebra-pau, acabam presos e colocados juntos em busca da liberdade. Drax (Dave Bautista) se junta ao protótipo de equipe e daqui em diante, tudo passa a ser uma missão de resgate e ataque a Ronan.
Vale ressaltar que o filme tem cara total de anos 70/80. Desde a trilha sonora (algo a ser discutido depois) até o clima canastrão e a história que lembra essencialmente os clássicos de ficção científica da época. A parte técnica tem um brilhantismo especial, especialmente no que diz respeito aos efeitos especiais e ao uso do 3D. Os figurinos e a direção de arte é outra coisa a ser observada. Apesar de alguns capangas genéricos, todos os personagens conseguem demonstrar personalidade própria, e o trabalho em construção dos diversos planetas, naves e cenários no geral são de cair o queixo.
As atuações são bem empenhadas, dando um toque bem intimista em alguns personagens. Pratt é o típico canastrão, porém não morre nisso. Além de ser a ponte do expectador, é um ator que consegue evoluir durante o filme, arrebatando a platéia com momentos dramáticos e cômicos. Mas comicidade nenhuma supera a do trio formada por Rocket, Groot e Drax. Enquanto o guaxinim traz um tom extremamente sarcástico, a árvore falante interpretada por Vin Diesel foge de ser um personagem limitado e rende os melhores momentos do filme, todos cercados pelo inesquecível bordão “Eu sou Groot”. Já Drax, refém da falta de tato para entender metáforas e conotações, tem momentos hilariantes. Gamora, por sua vez, é a mais séria do grupo. O que não impede vários momentos em que gargalhadas são tiradas da boca dos expectadores. No campo dos vilões, Ronan faz um vilão sádico e insano, que aliás, nesse último quesito, dá um show, por exemplo, em Malekith, um dos deméritos de Thor – O Mundo Sombrio. Vivido por Lee Pace, é um dos poucos vilões que dão arrepios e trazem aos heróis um senso real de perigo. Nebulosa (Karen Gillian) está lá como a contraparte maligna de Gamora. No campo dos secundários ainda temos John C. Reilly, Glenn Close e Michael Rooker, todos excelentes em seus papéis, mas no caso dos dois primeiros, afetados pelo pouco tempo de cena.
A trilha sonora é um mérito à parte. Agindo quase como personagem coadjuvante do filme, é delicioso relembrar as músicas de Blue Swede, David Bowie, Jackson Five, dentre outros, remetendo uma época distante e um personagem de extrema importância para Quill. A trilha composta por Tyler Bates também pontua muito bem o filme, adicionando momentos épicos em cena.
Mas nada disso seria possível se não fosse pela direção (e roteiro) de James Gunn. Dando destaque a todos os personagens de modo que todos se sobressaiam igualmente é um mérito difícil, mas que vem sido mantido pela Marvel, como se observa em Vingadores e Guardiões da Galáxia. O diretor consegue trabalhar com méritos e deméritos individuais de cada integrante da equipe, de modo que para se reunir, não há necessariamente apenas o trabalho de acabar com os próprios defeitos, mas aceitar os defeitos alheios. E isso é conseguido com muita autoridade por Gunn.
Contudo, o filme apresenta alguns problemas básicos. O primeiro deles são as coincidências exageradas e o fato de algumas coisas parecerem corridas na primeira parte do filme em si. Há também várias quebras absurdas de leis da física, o que nem vem a ser considerado ao pensar no tipo de filme que estamos falando.
Outra coisa que pode vir a ser uma decepção para alguns é o fato de encerrarem com Ronan logo agora, sem dar espaço, como nos quadrinhos, para uma redenção ou até mesmo para uma segunda vinda muito mais maligna.
Mas isso é facilmente perdoado se parar para analisar o filme como um todo. O terceiro ato é um dos poucos, juntamente com o de Vingadores e de Capitão América – O Soldado Invernal, a ter um vilão forte e uma solução não tão rápida, o que por si só já é gratificante. As piadas são bem sacadas e sabem quebrar a tensão sem parecerem constrangedoras. O expectador sair da sala com um gostinho de “quero mais” na boca, parecendo criança querendo ser o herói X ou a heroína Y. Bem, nesse caso... anti-herói e anti-heroína. A Marvel, James Gunn e toda a equipe, quer seja técnica ou de atores conseguiram trazer um filme divertido, leve e sem insultar a inteligência de quem o vê, diferente de muitos blockbusters atuais (lê-se qualquer filme do Michael Bay e etc).
P.S: Como é de praxe, há cena após os créditos. E será um deleite para os fãs relembrar um personagem que chegou a ter um filme na década de 80. Então não, não precisa se alarmar pensando que é alguma intervenção da Disney.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista Agora“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (Days of Future Past), filme baseado na saga homônima, chegou aos cinemas nessa quinta-feira. E por mais que os fãs de quadrinhos passassem a detestar a saga firmada por Bryan Singer e companhia nas telonas, esse filme em especial veio para nos deslumbrar com a melhor (porém não impecável) adaptação dos mutantes para as telonas.
Antes de mais nada, vale relembrar que tudo é uma questão de ponto de vista. Se há um único filme baseado em quadrinhos este ano que eu não colocava qualquer traço de expectativa, era esse. E o resultado final me surpreendeu positivamente. Dentro da mesma categoria, disputa no nível do ótimo “Capitão América – O Soldado Invernal” pelo primeiro lugar no pódio de 2014. Dado o aviso, vamos à crítica em si.
Um filme, naturalmente, não é feito sem finalidade. Alguns filmes são feitos para se refletir, enquanto outros servem como mera fonte de diversão. Alguns servem para encher os bolsos de estúdios e diretores, e outros servem como fim de carreiras brilhantes. Em 2000, Bryan Singer revolucionava a indústria de adaptações com “X-Men”, fruto de uma venda de direitos de alguns personagens para a 20th Century Fox. O acordo na época foi bem sucedido e livrou a Marvel da falência. Atualmente, há controvérsias por partes dos fãs (dentre os quais eu me encaixo sob determinadas circunstâncias). Após o estrondoso sucesso do primeiro filme, que abriu as portas para filmes como a trilogia “Homem-Aranha” de Sam Raimi e “Batman” de Christopher Nolan, os estúdios investiram pesado e trouxeram “X2”, o melhor filme da trilogia original. Porém, em 2006, ocorre o primeiro desgaste de uma franquia de sucesso quando o diretor, renomado por filmes como “Os Suspeitos”, larga mão da produção do terceiro filme e parte para lançar “Superman – O Retorno”, sendo substituído por Brett Ratner, diretor de vários curtas e comercias sem grandes experiências com blockbusters. O resultado é o “X-Men 3 – O Confronto Final”, produção que se perdeu em seu próprio enredo e amontoado de personagens, além de trazer uma imperdoável adaptação da Saga da Fênix Negra, uma das favoritas dos fãs.
Após isso, a série viu seu fim iminente. Ou ao menos um adiamento que abriu espaço para um (deplorável) Spin-off chamado “X-Men Origens – Wolverine”, um longa que é facilmente odiado e duramente esquecido pelos fãs. Curiosamente, esses dois filmes, X3 e Origens, são os responsáveis maiores por uma série de erros e incongruências na cronologia. Alguns não passam de pequenos deslizes, enquanto outros são erros gritantes de continuidade que sempre acabam com a experiência do fã que vai ao cinema atento aos mínimos detalhes. Porém, após essa nuvem negra, Singer retorna ao lar como roteirista do magnífico “X-Men – Primeira Classe”, que apesar de Primeira Classe só ter o nome, nos entregou um excelente prelúdio (na época pensava-se que era um reboot), seguido com 2 anos de diferença por “Wolverine Imortal”, que serviu como minimizador dos danos causados por Origens. Porém, as incongruências e os furos cronológicos continuaram a devorar a franquia de dentro para fora, algo que só poderia ser corrigido num reboot ou numa trama repleta de viagem no tempo e outros atrativos modos de se recuperar o perdido. Então sim, Dias de um Futuro Esquecido serve primariamente como o corretor de X3 e Origens. Ou melhor dizendo, de seus erros. O que não altera muita coisa no sentido da primeira frase.
Sobre o filme em si, somos rapidamente introduzidos a um futuro apocalíptico em que mutantes e humanos portadores do gene são exterminados pelos Sentinelas, armas de guerra adaptáveis criadas por Bolivar Trask (Peter Dinklage) e suas indústrias em 1973. O estopim para esse futuro foi o assassinato de Trask pelas mãos de Mística (Jennifer Lawrence), que fez com que o governo acatasse ao projeto Sentinela e suas consequências. A captura de Mística foi outro fator importantíssimo para o desenvolvimento das posteriores versões dos caçadores de mutantes. Com isso em mente, há uma reunião entre os X-Men remanescentes desse futuro catastrófico e é decidido que o Wolverine (Hugh Jackman), auxiliado por Kitty Pryde (Ellen Page), deve ser enviado ao passado para evitar a tragédia. Ao voltar, precisa mudar toda uma série de atitudes do Professor Xavier (Patrick Stewart no futuro, James McAvoy no passado), traumatizado por experiências envolvendo Mística e seu amigo/inimigo Magneto (Ian McKellen no futuro, Michael Fassbender no passado). Libertando o mestre do magnetismo, com a ajuda de Mercúrio (Evan Peters), Wolverine deve partir para a França, impedindo Mística de conceber o terrível destino para homens e mutantes. O problema é que esse impedimento pode não ser o suficiente para salvar todo um futuro comprometido.
Singer e Kimberg, escritores do roteiro, prezam por uma história com espaço para ação e para o drama em dose equilibrada, sem grandes pretensões filosóficas, mas com grande foco no desenvolvimento de personagens, com destaque para o Magneto de Fassbender, que o liga perfeitamente com o personagem apresentado por McKellen na trilogia. Óbvio que há espaço para alguns personagens menores, porém sem o foco necessário para tornar o filme um “Vingadores” da vida. Ainda assim, esses personagens trazem um excelente gostinho de quero mais e são de fazer alguns fãs perderem a cabeça nos cinemas (Alguém aí captou Cable e X-Man no filme?).
E falando desses personagens, não podemos esquecer de mencionar duas cenas memoráveis. A primeira não é bem uma cena, mas sim todo o segmento futuro, com lutas interessantíssimas (finalmente acertaram os efeitos especiais) e também toda uma excelente ambientação num apocalipse mutante. E olha que nem chegou 2016! Blink, Colossus e Homem de Gelo se destacam em cenas chocantes, feitas de modo que a ausência de sangue característica de filmes com essa classificação indicativa fosse algo palpável e esquecido facilmente. A segunda cena é uma questão controversa. Trata-se da invasão do Mercúrio ao Pentágono. Relembrando bastante o ataque de Noturno à Casa Branca em X2, a cena é muito bem construída e tem efeitos invejáveis, além de ser um alívio cômico dos mais bem colocados no longa. A Marvel Studios precisa suar a camisa se quiser algo melhor e original com seu Mercúrio, a ser vivido por Aaron Taylor-Johnson em “Vingadores – A Era de Ultron”.
John Ottman, amigo de longa data de Bryan Singer, traz uma trilha sonora que deixa um clima nostálgico e vibrante no ar. O tom certo. Cheia de suspense em horas necessárias e capaz de dar breves momentos de plenitude emocional. Dificilmente memorável, mas divertida e com acompanhamento vital à trama.
Porém, como tudo não são flores, o filme apresenta erros. Não tão gritantes como nas duas catástrofes citadas anteriormente, mas ainda assim consideráveis. O primeiro deles é a fadiga. Não por parte da trama ou da produção, mas sim por parte daqueles do outro lado da tela, ou seja, o fã. Essa é a quinta vez que os mutantes são levados (em conjunto) às telas, e é a quinta vez que temos Magneto como vilão principal. E por este fator, o filme acaba perdendo sua originalidade para X2, onde temos a mesma trama do mal maior que acaba sendo utilizado pelo Magneto como arma contra os seus criadores. E Mística exerce o exato papel que Fassbender trouxe no filme anterior, a pessoa dividida entre o bem e o mal e cuja escolha final seria a definição disso. E isso é algo feito em várias cenas do filme, o que chega a ser irritante.
Ainda assim, é um filme que no mínimo, merece quatro estrelas de cinco. O final do filme, e aqui me perdoem os que não querem spoilers, serve tanto para redimir a trilogia quanto para dar aos fãs um desfecho para a série de filmes que embalou toda uma geração posterior de adaptações e as vendeu como presente. Além disso, traz algo que os fãs queriam desde meados de 2006: a borracha definitiva em X3 e Origens, o primeiro de modo mais leve, e o segundo de forma brutal, uma vez que os acontecimentos de Dias de um Futuro Esquecido se chocam temporalmente com este. Além disso, é a promessa para um novo universo de filmes mutantes a ser construído em cima do que já foi visto com a turma de Primeira Classe. (E provavelmente, o Wolverine). A cena pós-crédito promete um vilão brutal e esmagador, que, se não atrapalhado por um certo Magneto, pode vir a ser a maior ameaça dos mutantes a partir do próximo filme.
Em suma, Dias de Um Futuro esquecido é um filme de arrancar lágrimas dos olhos, seja de uma geração que cresceu com os filmes da trilogia, seja de uma meninada mais recente que se encantou com Primeira Classe. Dificilmente o filme a ser lembrado como um dos melhores do mundo, mas um dos melhores em sua categoria. Se 2013 se mostrou um ano instável para alguns fãs (dentre os quais só me incluo na lista dos cautelosos com o segundo a ser citado) com alguns filmes como Homem de Ferro 3, Homem de Aço e Thor – O Mundo Sombrio, 2014 se prova o ano cuja safra de filmes até agora mais lucrou que desapontou (ressalvas unicamente sobre O Espetacular Homem-Aranha 2). E uma coisa é certa. A briga que todos os fãs queriam ver, um embate, seja lado a lado ou seja conflitante entre X-Men e Vingadores ainda está longe de acontecer em telas, mas fora dela já está mostrando seus dentes. Dias de um Futuro Esquecido veio para ensinar a'Os Vingadores como se fazer um ótimo filme, com um tom mais sério e menos pastelão do que o apresentado até agora na franquia do Universo Cinematográfico da Marvel (que não deixa de ter as melhores adaptações do mercado). Resta saber se A Era de Ultron ensinará à franquia de Singer como se fazer uma impecável adaptação.
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
3.5 2,6K Assista AgoraUm filme consegue atingir sua meta quando aos 40 minutos do segundo tempo, o time da casa ganha de virada. Essa é a uma filosofia que eu, amante de cinema e de quadrinhos, gosto de adotar sempre que vou ao cinema e me deixo ser encantado pelas peripécias miraculosas de um mocinho contra bandidos e as consequências trazidas por isso.
E esse é o principal mérito desta continuação, dirigida por Marc Web(b). Os acontecimentos envolvem o expectador, seja fazendo-o amar o filme ou odiá-lo. Todas as sequências levam a um caminho contraditório a sua chegada, e o final disso é a coisa que poderia ser clichê, mas opta por ser fiel.
E um dos pilares dessa característica do filme é a atuação. Seja no jeito descontraído que Andrew Garfield dá ao Aranha, seja na paixão que Emma Stacy (?) entrega a todos nós, seja na loucura que Dane DeHaan viabiliza em seu personagem, todos são magnificamente gloriosos nisso, com destaque muito especial para este último. Quem viu "Poder Sem Limites" sabe que o rapaz tem um grande potencial, especialmente em papéis antagônicos, e aqui ele demonstra isso perfeitamente.
O mesmo, pesarosamente, não pode ser dito sobre o vilão principal do filme. Jamie Foxx e seu Electro formam, em conjunto, um vilão galhofeiro que rende pouca coisa senão vários momentos de vergonha alheia. É o típico personagem que se fosse tratado com mais destaque em seus aspectos emocionais e mentais, teria funcionado bem melhor. Logo se vê que onde poderia haver uma obsessão doentia, há apenas uma fixação cômica, típica de adolescentes pelo ídolo do momento ou até mesmo crianças pelo maior brinquedo da vitrine.
O outro vilão, interpretado por Paul Giamatti, é, em sua definição mais simples, supervalorizado nas campanhas de marketing e com uma característica definitivamente cômica. Não que seja ruim, afinal, o que esperar de um vilão que tanto nos quadrinhos com sua roupa impenetrável, quanto nesta versão, com um aparato mecânico miraculoso? O problema é justamente esta comicidade que, se usada da maneira errada, seria motivo de angústia (no mau sentido da palavra) maior que a perpetrada por este Electro.
No aspecto técnico, o filme caminha em uma linha tênue entre o primor e o desastre. O visual é incrível, mas várias cenas são construídas de forma que tudo acaba parecendo mais falso do que já é, com destaque a várias coisas que sem dúvida lembram video-games com os gráficos de Playstation 3. As cenas de luta tem vários momentos interessantes, especialmente pelo magnífico uso do 3D, mas com o pesar do fato de serem cenas escuras, especialmente por se passarem em ambientes noturnos. Ao menos, isso é algo necessário na história.
Sobre a trilha sonora, este é o primeiro filme que tenho a sensação de ter gostado mais da trilha musical cantada (apesar de uma música saída diretamente de uma boyband xexelenta brasileira) do que da trilha composta para o filme. Zimmer traz um misto de coisas já vistas (ou ouvidas) em todos seus trabalhos anteriores, especialmente o dubstep utilizado em Homem de Aço. E sem contar alguns momentos de aparição do Aranha que lembram muito a composição do primeiro Kick-Ass, apesar deste não ser trabalhado pelo Zimmer. Incrivelmente, o que melhor funciona nisso tudo são os temas do Electro. A música e sua letra (pasmem) trabalharam melhor o psicológico do personagem do que o roteiro em si.
Os personagens secundários dão grande relevância para a trama, principalmente se levarmos em conta o uso dos pais de Peter, fechando um arco deixado em aberto pelo primeiro filme. Tia May tem uma cena que honra tudo que conhecemos sobre a personagem e que não foi usado no primeiro filme e nem na trilogia anterior, e os rostos de Norman Osborn, Alistair Smythe, Dr. Kafka e outra assistente dos Osborn cujo nome seria um grande spoiler abrilhantam o filme e o tornam minimamente palpável.
Quanto a Webb, sua estética cai perfeitamente bem nesse filme, com momentos belíssimos de câmera lenta e bom uso dos efeitos. Como coordenador da festa, só é ruim pensar que ele poderia ter mexido uns pauzinhos (e umas letrinhas) no roteiro.
No geral, é um filme meramente bom. Nada espetacular, como o nome sugere, mas devidamente promissor. Traz ares mais adultos, apesar do tom visivelmente familiar, e faz bem em manter uma dinâmica rápida e ágil, assemelhando-se a um real aracnídeo. No fim, nada que virá a ser gravado no hall dos melhores filmes já exibidos, mas aquele a ser gravado em primeiro lugar no hall dos filmes que trouxeram a verdadeira essência do Homem-Aranha. As falhas estão aí, e com elas vem a aprendizagem para as continuações.
Ainda não Espetacular, mas sem dúvida, em progresso.
Capitão América 2: O Soldado Invernal
4.0 2,6K Assista AgoraUma das coisas que me deixou intrigado sobre esse filme foi o manto que os fãs colocaram nele como sendo o The Dark Knight da Marvel. É uma afirmação que não faz jus a Capitão América - O Soldado Invernal. Primeiro pelo quesito adaptação, que tem cenas tiradas exclusivamente das HQ homônima, e segundo porque na humilde opinião de quem vos escreve, TDK passa longe de ser o melhor filme da DC. Então para sermos sinceros, Capitão América 2 é o Superman de 1978 da Marvel.
Parece exagero, mas a realidade é que o filme consegue ser o melhor filme solo de super-heróis desde o já citado Superman de Donner. E se for parar para pensar, vários aspectos são superiores a Vingadores, o que deixa uma incerteza até no fato de dizer que este é melhor que a última aventura do bandeiroso nos cinemas. Mas o que vemos é justamente uma questão de complementação. Além de ser um filme explorando toda a mitologia do herói americano, há um clima Vingadores 1.5 que mostra uma conexão realmente genial com todo o universo cinematográfico desenvolvido pela Marvel desde a estréia do primeiro Homem de Ferro, em 2008.
Falando em conexão, é sobre isso que o filme trata de maneira geral. É o "Homem de Ferro 2 da Fase 2", com uma qualidade infinitamente superior e que desempenha melhor o seu papel. E vai além disso, conexão é o tema principal do plot. O que é a SHIELD, se não uma rede de espionagem e principal elo entre os seres humanos e os superseres? E com a SHIELD, uma ameaça catastrófica que promete mudar o rumo de tudo que se conhece até agora.
Na parte técnica, o filme merece aplausos de pé. Atuação gigantesca demarca o quanto Evans é o Capitão América definitivo, sem mencionar toda a profundidade que Sebastian Stan dá ao Soldado. E isso em menos de 10 falas por mais de duas horas de filme. Redford, Johansson, Jackson e Mackie abrilhantam ainda mais a produção, mostrando pontos de vista diversificados e amplos. E a parte de efeitos especiais foi uma das mais bem aproveitadas, seja nos takes que, miraculosamente se passam de dia, já que esses filmes exploram mais takes noturnos, ou até mesmo a coreografia das lutas, que é impecável.
Plot twists capazes de deixar de queixo caído até o mais chato no cinema, e um transcorrer de história que lembra muito thrillers dos anos 70, além de bons puxões pros próximos filmes da Marvel. Melhor filme solo até agora? Facilmente. Resta saber se o próximo Vingadores fará jus a essa progressão. E por fim...
Hail Hidra
Deuses e Monstros
3.8 88"Minha vida é um jogo de strip poker. Vamos jogar?"
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraHumano.
É a palavra que melhor descreve esse filme em sua totalidade. Inibições são lançadas por terra em 3 horas que, de inicio aparentam ser desnecessárias e em menos de um terço mostram-se parte importantíssima do filme. 3 horas que fluem rapidamente encabeçadas por uma história de amor, paixão, sensibilidade, arte e vida. Impossível não se identificar com Adèle, a sensível jovem, leitora e escritora de poesia. Por vezes musa, por vezes pecadora. Ou até mesmo com Emma, a mulher dos cabelos azuis. Pintora magnífica, firme e apaixonante. Um casal que, desde sua primeira troca de olhares mostra um futuro tão brilhante e sensível.
Um futuro esplêndido, que se totalizaria se o filme não estivesse tão atrelado à definição atual daquela pequena coisa que chamamos de amor.
E isso basta para guiar um espetáculo artístico intenso. O maior exemplo do ultrarrealismo são as cenas de sexo. Livres de qualquer tipo de censura, trazem flashes de algo diferente dos vistos nos filmes eróticos e até mesmo em filmes normais. A paixão ardente é algo transmitido diretamente ao espectador. Não há um trabalho ao redor para tornar essas cenas belas ou sensuais. E é exatamente essa naturalidade que as torna.
A parte técnica do filme, por sinal, é muito bem trabalhada, com destaque para um pequeno detalhe que circunda todo o filme: Em qualquer cena, desde o início ao fim, é impossível não encontrar algum objeto, sejam roupas, carros, os cabelos de Emma e até o próprio mar, que sejam azuis. Isso faz uma referência tão interessante ao título do filme. Além disso, destaque para a trilha sonora que evolui de acordo com o que o filme precisa transmitir e para a fotografia, que consegue ao mesmo tempo ser minimalista e grandiosa.
Em suma, um filme belo, atemporal e com uma leveza e profundidade quase paradoxais. Uma obra de arte moderna e que merece ser eternizado pelas futuras gerações. Gerações essas que, com sorte, serão livres dos tabus que aprisionam nosso dia-a-dia. Azul é, de fato, a cor mais quente.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraUm filme simplesmente magnífico que nos permite adentrar em reflexão sobre um assunto que consegue ser paradoxalmente tão próximo e distante da nossa realidade. Muito bem estruturado, e com atuações dignas de Oscar, especialmente do duo principal, que leva o filme inteiro na palma da mão.
Heróis de Ressaca
3.4 507 Assista AgoraUma coisa é certa: Wright, Pegg e Frost não decepcionam. Difícil é escolher o favorito nessa trilogia única.
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista AgoraFantástico. É a primeira palavra que me vem a cabeça ao tentar definir esse filme. E ela é falha por não descrever por inteiro o que Watchmen é. Um filme cuja história me encantou, a fotografia me cegou e o talento do antigo Snyder (antes de Homem de Papelão) que me trouxe delírios.
Filme necessário para qualquer assim dito fã de quadrinhos, traz a história de Alan Moore perfeitamente, com cenas que aparentam ser perfeitas fotocópias das páginas do gibi clássico. Uma leve adaptação no fim que complementou idealmente o conceito do filme. Além disso, uma trilha sonora linda e em alguns momentos violentamente controversa, efeitos especiais magníficos e cenas de luta muito bem coreografadas, que ganham todo um destaque maior na estética de slow-motion do Snyder.
Mesmo assim, por mais brilhante e belo que o filme seja, não foge a regra que nenhum filme é perfeito, apresentando alguns errinhos que passam despercebido pelo expectador menos atento e são facilmente perdoados pelos menos perfeccionistas. Elenco incrível, com destaque quase obrigatório para Jackie Earle Haley como Rorschach e Jeffrey Dean Morgan como o Comediante.
Violento, sarcástico, pensante, sensual, extravagante e obrigatório!
O Bebê de Rosemary
3.9 1,9K Assista AgoraÉ um filme que demora para mostrar o seu tom, mas quando chega, analisa um belo tom de suspense de uma ótica dupla. Perfeito o lado psicológico que faz com que o expectador acabe duvidando se Rosemary está certa ou ficando louca. Atuação muito bela da Mia e direção impecável do Polansky. Achei apenas que faltou algo a mais na cena final.
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,2K Assista AgoraMagnifíco...
Os Intocáveis
4.2 841 Assista AgoraApesar de não ser meu estilo, um bom filme.
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraSimplesmente espetacular. Ainda mais em digital. A prova de que um bom filme sobrevive gerações sem necessidade de estúpidas refilmagens
Jogos Vorazes: Em Chamas
4.0 3,3K Assista AgoraInfinitamente superior ao primeiro (que já considero bom) e extremamente fiel ao material original. Só apresenta um problema que é o mesmo do livro, a tal síndrome do Laserdisc (insira o próximo disco para continuar o filme)
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraO meu problema com essas refilmagens é o simples fato de serem desnecessárias. Carrie não muda esse panorama. Um filme ridículo e que não tem adendo nenhum a não ser um punhado de efeitos especiais. E no elenco, só se valoriza mesmo o talento de Julianne Moore. Você, amigo que é fã do filme de 1976 e ler esse comentário antes de ver o filme. Faça o favor aos seus olhos e sua mente de não perder seu tempo. Melhor rever o de 1976 que ver esse
Batalha Real
3.6 588 Assista AgoraConfesso que esperava MUITO mais do jeito que falavam desse filme. Apenas uma desculpa para fazer jorrar sangue na tela sem nenhuma razão específica. Atuações pífias e falta de um maior background político tornam algo que tinha grande potencial em um filme meramente bom. O foco no casalzinho nojento é simplesmente tedioso e acaba-se tendo uma simples noção do previsível. Todos compararam tanto com Hunger Games que por um tempo pensei que fosse melhor mesmo, mas é apenas bom. Hunger Games, com todos os seus erros (eu mesmo não gosto tanto assim do primeiro filme por explorar muito a veia romântica num filme que não era para ser assim, além de ter desgostado solenemente do fim do terceiro livro) tem um potencial maior
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista AgoraA prova que, diferente da opinião popular, o cinema nacional não está perdido. Me arrependo de não ter visto antes. Filme impressionante, com um bom humor, nada forçado e uma história muito bem construída. O samba na cara da sociedade que demonstra que brasileiros podem sim se aventurar na fantasia e ficção científica. E se aventurar bem
Até Que a Sorte Nos Separe
2.8 1,2KA definição direta de "Perda de Tempo". "Até que uma produção capenga, atuações risíveis e um roteiro podre nos separe" seria um nome melhor