Gustavo Moreno

Bom, vamos lá.
Fotografia e trilha sonora: Acho que não preciso nem comentar. Ambas beirando à perfeição. Destaque para os planos abertos do ponto de vista das aeronaves e dos navios e para a contínua trilha nos momentos de ação, que trazia uma espécie de tic-tac de relógio, que acrescentava um tom mais apreensivo à cena.
Admito que a ausência de um personagem forte, que trouxesse um maior apelo emocional, me fez levantar as sobrancelhas à princípio. Mas, com o passar do filme, apesar de você (pelo menos no meu caso) nem sequer saber o nome dos personagens corretamente, a emoção está certamente ali. Eu, por exemplo, prendia a respiração toda vez que eles comemoravam alguma coisa, porque nunca vi dar tanta merda depois que eles ficavam felizes por um segundo.
Acredito que o objetivo de Nolan ao fazer o filme dessa forma, com três "núcleos" distintos e etc, é mostrar as várias facetas da guerra. Todos nós já vimos aquele filme de Guerra onde o personagem principal luta de todas as formas para alcançar o seu objetivo, de forma quase igualitária à um super herói. Acontece que em Dunkirk, eles não são os "heróis". Eles perderam a batalha e, como dito por um dos personagens, tudo o que eles fizeram foi sobreviver. Assim sendo, acredito o filme retrata um novo ângulo da guerra, um ângulo que poucos filmes dessa temática foram capazes de explorar: o medo.
O medo da morte, o medo de serem capturados, o medo de nunca voltarem para as suas casas, o medo de serem vistos como párias pela sociedade. Acredito que esse é o ponto principal levantado por Nolan e, caso esteja certo, julgo que o diretor o fez muito bem.

Obs: As cenas de quase-afogamento são também um destaque para o filme visto que é possível quase tatear o desespero proposto nas cenas.