NOTA DISSONANTE EM TEMPOS DE CHANCHADA Carlos Alberto Mattos*
O panorama do cinema brasileiro em 1949 era marcado por comédias musicais, dramas rurais e adaptações literárias. Os temas sociais não costumavam ser encarados de frente. No máximo, perpassavam as entrelinhas de histórias de amor e de busca pelo sucesso. Daí a surpresa com que foi recebida a estreia de Também somos irmãos, um libelo contra o preconceito racial.
Além do ineditismo do tema na nossa filmografia, causava verdadeiro espanto o fato de ter sido produzido pela Atlântida Cinematográfica, uma fábrica de divertimentos despreocupados e das então nascentes chanchadas. Como entender o selo da Atlântida num filme passado em parte numa favela e com um personagem negro que suspirava pelo amor de uma moça branca criada na elite carioca?
O argumento de Alinor Azevedo mobilizava arquétipos poderosos em enredo acentuadamente melodramático. Os irmãos negros Renato (Aguinaldo Camargo) e Altamiro (Grande Otelo) foram criados por um viúvo milionário, que também adotara duas crianças brancas. Depois de crescidos, Renato e Miro vão compreender a diferença entre “ser filho” e “como se fosse filho”. A barreira racial se mostra mais forte que o suposto gesto humanitário, trazendo discriminação e humilhações para os rapazes “de cor”.
Um grande achado de Alinor foi abrir uma fenda entre os dois irmãos negros. Enquanto Renato é um homem de bem, advogado afeito às leituras e à música “branca”, Miro é um contraventor chegado ao samba, à cachaça e ao inconformismo. Para ele, o irmão tem “alma de escravo”. Numa das melhores sequências do filme, Renato, enfiado num impecável terno branco, sai para a formatura em Direito e é festejado na favela como doutor. O “embranquecimento” de Renato contrasta com a revolta de Miro, que se orgulha de seu “sangue negro”.
Essas visões dicotômicas dos personagens refletem, sem dúvida, certas convicções vigentes na época. Mas também antecipam uma discussão que nortearia o advento de uma nova consciência da questão racial no Brasil algumas décadas mais tarde.
Entre o conflito de posturas e a solidariedade fraternal, Renato e Miro vivenciam uma das duas linhas dramáticas que atravessam todo o filme. Na outra vertente do roteiro, Renato corteja Marta (Vera Nunes), sua irmã adotiva e aspiração romântica, tendo que para isso rivalizar com um escroque (Jorge Dória), que pretende se casar com ela e se apoderar da fortuna do sogro.
Assunto ousado, como se vê, para a mentalidade dos anos 1940, bastante segmentada em termos sociais, morais e raciais. O atrevimento se deve sobretudo ao perfil do diretor José Carlos Burle, um dos fundadores da Atlântida, em que incentivava a produção de “filmes sérios”.
O primeiro longa-metragem do estúdio, em 1943, fora uma biografia disfarçada de Grande Otelo, Moleque Tião, dirigida pelo próprio Burle. Também somos irmãos é uma amostra de como o diretor tentava conciliar temas sociais com entretenimento típico da época. Renato e Miro são compositores, e suas canções irrompem na trama sem pedir licença. Uma delas é interpretada pelo cantor Agnaldo Rayol, então fazendo sua estreia, aos 12 anos de idade, no papel do quarto irmão. Outro que faz aqui sua primeira aparição no cinema é Jece Valadão, numa pequena ponta como garçom.
* Crítico e pesquisador de cinema, autor de livros sobre os cineastas Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Carla Camurati, Jorge Bodanzky, Maurice Capovilla e Vladimir Carvalho.
Segundo filme que assisto do meu avô Sérgio de Oliveira, que faz o pequeno papel do pai dos 7 irmãos (Inclusive sou o 7ª filho e caçula também) De quebra ainda assisti ao Oscarito pela primeira vez em cena, e faz jus á fama, ele é naturalmente engraçado. É um filme bacana pena que a cópia existente dele esteja em péssimas condições pra se assistir, merecendo uma restauração digna da obra. Uma coisa que não podia deixar de observar, é o tanto de falas racistas no filme, com comentários como "imagina se eu ia ficar com aquela macaca", "aquela pessoa de cor, deus me livre" entre outros, que serve de retrato ao racismo estrutural que existe no país, mas que antigamente era ainda muito pior.
Primeiro filme que assisto do meu avô (que não conheci) Sérgio de Oliveira (Arno Werner Broda) nesse filme ele faz o papel do Sr. Requião. De bônus também é a primeira vez que assisto a um filme com Grande Otelo.
É bom filme, que foi vanguarda na abordagem ao racismo estrutural do país. Merece uma restauração á altura em alta definição pra ser melhor apreciado.
A cena do urubu entrando no Alvorada no dia seguinte ao impeachment é antológica como simbolismo. O doc em si é bem aquém do esperado, mas é bem vindo como reforço a mais um dos pontos de vista sobre esse processo de ruptura democrática e institucional que o país atravessa desde então.
Fã: "Por mais que eu não tenha dinheiro, cara, de ir nos seus shows. Por mais que eu não tenha dinheiro de comprar os seus CDs, sabe, mas eu te amo. CHORÃO: Aí te falar uma parada, te falar uma parada: Baixa o som. Não gasta dinheiro com essa porra. baixa o som, tá ligado? Baixa o som e curte o barato. Fã: Te amo! CHORÃO: O som é pra vocês, não precisa comprar. Ama as pessoas e usa as coisas. O máximo que tu puder, valeu?
Não me lembro do primeiro filme pra ter uma base comparativa, mas me diverti bastante assistindo a essa sequência. Universo de personagens expandido e bem trabalhados, e ambientação muito bem desenvolvida e criativa, dei várias gargalhadas com as excelentes tiradas e sacadas. Dreamworks acertou a mão e produziu uma ótima animação, que se não chega aos pés de Como Treinar Seu Dragão, ao menos encanta e entretém o público com qualidade e sem subestimar a inteligência das crianças.
O 2º filme da minha avó Lídia Mattos (que fez a Marina) com 16 anos de idade! Grande obra de Humberto Mauro, muita vanguarda em uma produção digna e completa em muitos sentidos cinematográficos. Espero que o filme ganhe uma cópia em alta definição em breve, merece muito.
O primeiro filme da minha avó Lídia Mattos, com 15 anos de idade, a 82 anos atrás! Do sensacional diretor e artista Raoul Roulien, é uma produção incrível!!!
"Minha causa é a causa dessas infelizes que nasceram desgraçadas... dessas pobres 'aves sem ninho' que incessantemente voejam e rodopiam até quebrarem as azas de encontro aos vidros opacos da felicidade que nunca lhes deixaram alcançar."
Disponível no meu canal do YouTube para assistir: youtu.be/-69nayHQjf8
"Considerado um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos na recente votação da Abbracine (2016).
Foi o primeiro filme brasileiro a usar conscientemente algumas proposições da Psicanálise, como símbolos fálicos. Ao assumir a influência, o diretor Humberto Mauro sofreu chacotas da crítica e acabou sendo chamado de Freud de Cascadura, em alusão ao bairro suburbano carioca.
Utiliza, entre outras locações, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Fábrica de Cimentos Portland, então em construção, e atualmente localizada no município de São Gonçalo-RJ.
A atriz Dea Selva tinha 14 anos quando foi selecionada para para viver a protagonista feminina, e os vestidos usados por ela exploram motivos modernistas e art-déco.
Foi o último filme brasileiro lançado com a trilha sonora gravada pelo processo Vitaphone (som gravado em discos).
Primeira trilha musical organizada pelo maestro, compositor, pianista e arranjador Radames Gnatalli, que escreveu duas canções para o filme.
O ator protagonista, Durval Bellini, era remador do Flamengo e participou das Olimpíadas de Los Angeles em 1932, interrompendo as filmagens. Na condição de Polícia Especial, foi o carcereiro de Luis Carlos Prestes, após sua prisão em 1935. Bellini contava que o prisioneiro era bastante afável e nunca deu trabalho.
O afamado diretor de fotografia Edgar Brasil faz uma ponta na cena do bar, e o produtor Adhemar Gonzaga faz uma participação na cena do açude.
Em algumas cenas o ator Durval Bellini, de tão forte que era, carrega o câmera nos ombros.
A locação da sequência de abertura é o famoso Palacete Martinelli, na Av. Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
O palavra ganga significa rotineiramente impureza, mas, no jargão dos garimpeiros das Minas Gerais, é a cobertura áspera, bruta e feia que envolve a pepita de ouro ou diamante. A ganga enganaria o observador desatento."
- Alice Gonzaga é escritora, pesquisadora, produtora, diretora e empresária do ramo cinematográfico; é filha de Adhemar Gonzaga, fundador da Cinédia.
24 anos depois, finalmente assisti a esse clássico. Diversão garantida, gargalhadas fáceis ou seu tempo de volta! Assistir com a dublagem clássica da TV fez toda a diferença pro fator lúdico, tudo ficou ainda mais engraçado! Recomendo!
Baseado na cantoria de Elomar Figueira de Melo , Cantiga do Boi Encantado Aruá relata a história de um fazendeiro orgulhoso cujo poder é desafiado sete vezes pela extraordinária aparição do BOI ARUÁ, o Boi Misterioso, até o derradeiro confronto quando se despoja das máscaras e celebra fraternalmente a vitória sobre si mesmo.
O longa metragem "Boi Aruá" amadurece a linguagem desenvolvida pela dupla de artistas, que reúne na década de 1980 uma pequena equipe de pessoas interessadas em aprender animação e com ela cria o filme que se tornou uma referência na animação brasileira devido à força e pioneirismo no audiovisual como representante do imaginário sertanejo. Neste momento novas obras estão em andamento, afirmando no cinema de animação brasileiro uma riscadura autêntica que se origina nas gravuras populares que ilustram a literatura de cordel.
Achei bacana, o visual é muito rico, vibrante, colorido e psicodélico. Trilha sonora marcante com as transmutações zoomórficas dos personagens. Com certeza pra quem leu o livro o filme fica ainda mais rico.
Disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=svYUBr10E18
É o 1º longa metragem em cores do país, mas se engana quem pensa que o filme precisa desse rótulo pra se destacar. É um filme extremamente divertido, com tiradas ótimas e hilárias de seu rico universo de personagens. Tem várias referências ao folclore brasileiro, e tem uma animação muito criativa, desde recortes de revistas compondo cenários, a técnicas de experimentação que pra época eram impressionantes. É um belo de um filme espirituoso que dá gosto de assistir!
Fiquei muito surpreso com a produção, e depois de assistir ao documentário sobre a história do diretor Ipê Nakashima fiquei ainda mais admirado por todo o seu trabalho e história de vida até conseguir realizar essa façanha, recomendo demais!
Entrou no meu hall de filmes favoritos com méritos, Ipê Nakashima genial!
Tem no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=TzdtjCB8OiE
E aqui o doc sobre o Ipê: https://www.youtube.com/playlist?list=PLE4FFCB3D13BCF81B
É um filme legal, história bacaninha, personagens carismáticos, maaaassss... Nada que prenda ou chame muito atenção, infelizmente. Em termos de stop motion é um dos trabalhos mais impressionantes que já vi, beira a perfeição! Tinham momentos que eu pensava estar vendo a uma animação em 3D, de tão fluído que era. Ganhou o Globo de Ouro muito por conta disso eu suponho, o preciosismo técnico da produção foi épico. Mas em termos de história, perde dos demais concorrentes.
Laika é ótimo em tudo que faz, ansioso pro próximo projeto desde já, na torcida pra ser um filme ainda melhor que esse.
que faz grafite na rua é o mesmo que a mão acabou matando no 1ª terço do filme. Talvez ela tenha renascido e ganhado vida daquela forma, tal qual a mão, será? É uma espécie de magia que simplesmente aceitamos afinal e pronto. Pode ser que tenha algum paralelo e conexão com o fato de que a pomba estava protegendo o seu ninho com ovos, e eles acabaram ficando órfãos, assim como o personagem principal. Não sei, é só um devaneio que me ocorreu, provável que não seja nada disso hahaha
Segundo o diretor Jérémy Clapin, o filme é "um conto de fadas urbano e moderno sobre destino e resiliência; nos diz que, para mudar as coisas, devemos nos surpreender, ousar fazer algo incomum, afastar-nos das linhas retas e estreitas".
Curiosidade: o filme ficou 7 anos em produção.
Chega forte pro oscar de animação, gabaritado com diversas premiações mundo afora, sendo a Aneccy e Cannes as principais.
Filme incrível, com uma trilha sonora linda, e dublagem brasileira ótima, muito a digerir!
Depois de procrastinar 2019 inteiro pra assistir, e de ter divulgado o link pro mundo inteiro ver assim que saiu o torrent, finalmente assisti, na madrugada de hoje. Por conta de diversos fatores, não teve o impacto pessoal que eu desejava, mas não tira o mérito e reconhecimento de que é um ótimo filme, e marcou seu nome pra sempre na história do audiovisual brasileiro.
É um filme feito para os fãs de Breaking Bad, e supre toda a demanda e carência que saudade deixou da série. Um final digno pro Jesse, depois de tudo que o personagem passou. Foi ótimo rever velhos personagens, alguns inclusive mais rechonchudos, quem viu sabe do que tô falando hahaha
Deu vontade de rever a série toda de novo, meu muito obrigado pelo último adeus a uma das melhores criações da história televisiva mundial, mestre Gilligan S2
Revi essa semana depois de 5 anos da última revisita, em especial por conta da morte do animador do filme, o mestre Richard Williams, que deixou seu legado pra sempre na história da sétima arte com sua contribuição pra essa obra.
Também foi a primeira vez que assisti com a 1ª dublagem brasileira do filme, feita pela AIC-SP, que foi lançada no cinema e em VHS. Uma curiosidade bacana é que o elenco de dublagem foi escolhido a dedo pelo próprio Steven Spielberg em pessoa, que foi o produtor executivo do filme.
Sempre muito bom revisitar esse mega crossover dos sonhos dos mais famosos personagens de desenhos e animações que marcaram nossa infância, é uma dose de nostalgia e qualidade certeiras! A cena do Donald com Patolino por exemplo é o ápice pra qualquer fã Disney/Warner.
E assistindo aos extras do filme que foram lançados em VHS, DVD e Bluray, fiquei ainda mais fascinado por essa obra, foi uma epopéia digna de Zemecks, que soube orquestrar tudo com criatividade e competência que lhe é habitual. Assistam aos extras, tem vários deles no youtube.
É um grande filme que merece ser revisto sempre que possível, e sempre variando entre as 2 dublagens brasileiras da AIC-SP & Herbert Richers, além da versão original norte americana, é claro.
Em memória de Richard Williams, descanse em paz mestre!
Feitiço do Amazonas
2.5 2Disponível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=z4dzznAc5pk
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraDublado, em 4K e completo no Youtube aqui, marco histórico na internet
www.youtube.com/watch?v=UYD2DKswT8E&ab_channel=FilmIncorp.
Também Somos Irmãos
3.7 9NOTA DISSONANTE EM TEMPOS DE CHANCHADA
Carlos Alberto Mattos*
O panorama do cinema brasileiro em 1949 era marcado por comédias musicais, dramas rurais e adaptações literárias. Os temas sociais não costumavam ser encarados de frente. No máximo, perpassavam as entrelinhas de histórias de amor e de busca pelo sucesso. Daí a surpresa com que foi recebida a estreia de Também somos irmãos, um libelo contra o preconceito racial.
Além do ineditismo do tema na nossa filmografia, causava verdadeiro espanto o fato de ter sido produzido pela Atlântida Cinematográfica, uma fábrica de divertimentos despreocupados e das então nascentes chanchadas. Como entender o selo da Atlântida num filme passado em
parte numa favela e com um personagem negro que suspirava pelo amor de uma moça branca criada na elite carioca?
O argumento de Alinor Azevedo mobilizava arquétipos poderosos em enredo acentuadamente melodramático. Os irmãos negros Renato (Aguinaldo Camargo) e Altamiro (Grande Otelo) foram criados por um viúvo milionário, que também adotara duas crianças brancas. Depois
de crescidos, Renato e Miro vão compreender a diferença entre “ser filho” e “como se fosse filho”. A barreira racial se mostra mais forte que o suposto gesto humanitário, trazendo discriminação e humilhações para os rapazes “de cor”.
Um grande achado de Alinor foi abrir uma fenda entre os dois irmãos negros. Enquanto Renato é um homem de bem, advogado afeito às leituras e à música “branca”, Miro é um contraventor chegado ao samba, à cachaça e ao inconformismo. Para ele, o irmão tem “alma de escravo”. Numa das melhores sequências do filme, Renato, enfiado num impecável terno branco, sai para a formatura em Direito e é festejado na favela como doutor. O “embranquecimento” de Renato contrasta com a revolta de Miro, que se orgulha de seu “sangue negro”.
Essas visões dicotômicas dos personagens refletem, sem dúvida, certas convicções vigentes na época. Mas também antecipam uma discussão que nortearia o advento de uma nova consciência da questão racial no Brasil algumas décadas mais tarde.
Entre o conflito de posturas e a solidariedade fraternal, Renato e Miro vivenciam uma das duas linhas dramáticas que atravessam todo o filme. Na outra vertente do roteiro, Renato corteja Marta (Vera Nunes), sua irmã adotiva e aspiração romântica, tendo que para isso rivalizar com
um escroque (Jorge Dória), que pretende se casar com ela e se apoderar da fortuna do sogro.
Assunto ousado, como se vê, para a mentalidade dos anos 1940, bastante segmentada em termos sociais, morais e raciais. O atrevimento se deve sobretudo ao perfil do diretor José Carlos Burle, um dos fundadores da Atlântida, em que incentivava a produção de “filmes sérios”.
O primeiro longa-metragem do estúdio, em 1943, fora uma biografia disfarçada de Grande Otelo, Moleque Tião, dirigida pelo próprio Burle. Também somos irmãos é uma amostra de como o diretor tentava conciliar temas sociais com entretenimento típico da época. Renato e Miro são compositores, e suas canções irrompem na trama sem pedir licença. Uma delas é interpretada pelo cantor Agnaldo Rayol, então fazendo sua estreia, aos 12 anos de idade, no papel do quarto irmão. Outro que faz aqui sua primeira aparição no cinema é Jece Valadão, numa pequena ponta como garçom.
* Crítico e pesquisador de cinema, autor de livros sobre os cineastas Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Carla Camurati, Jorge Bodanzky, Maurice Capovilla e Vladimir Carvalho.
O Caçula do Barulho
3.2 1Segundo filme que assisto do meu avô Sérgio de Oliveira, que faz o pequeno papel do pai dos 7 irmãos (Inclusive sou o 7ª filho e caçula também) De quebra ainda assisti ao Oscarito pela primeira vez em cena, e faz jus á fama, ele é naturalmente engraçado.
É um filme bacana pena que a cópia existente dele esteja em péssimas condições pra se assistir, merecendo uma restauração digna da obra. Uma coisa que não podia deixar de observar, é o tanto de falas racistas no filme, com comentários como "imagina se eu ia ficar com aquela macaca", "aquela pessoa de cor, deus me livre" entre outros, que serve de retrato ao racismo estrutural que existe no país, mas que antigamente era ainda muito pior.
Também Somos Irmãos
3.7 9Primeiro filme que assisto do meu avô (que não conheci) Sérgio de Oliveira (Arno Werner Broda) nesse filme ele faz o papel do Sr. Requião. De bônus também é a primeira vez que assisto a um filme com Grande Otelo.
É bom filme, que foi vanguarda na abordagem ao racismo estrutural do país. Merece uma restauração á altura em alta definição pra ser melhor apreciado.
Momentos Inesquecíveis do Desenho Animado Publicitário
3.8 1Disponível no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=53w_3quMdbM&t=69s&ab_channel=BackOldM%C3%B4nica
Alvorada
3.2 25A cena do urubu entrando no Alvorada no dia seguinte ao impeachment é antológica como simbolismo. O doc em si é bem aquém do esperado, mas é bem vindo como reforço a mais um dos pontos de vista sobre esse processo de ruptura democrática e institucional que o país atravessa desde então.
Chorão: Marginal Alado
3.8 179 Assista AgoraFã: "Por mais que eu não tenha dinheiro, cara, de ir nos seus shows. Por mais que eu não tenha dinheiro de comprar os seus CDs, sabe, mas eu te amo.
CHORÃO: Aí te falar uma parada, te falar uma parada: Baixa o som. Não gasta dinheiro com essa porra. baixa o som, tá ligado? Baixa o som e curte o barato.
Fã: Te amo!
CHORÃO: O som é pra vocês, não precisa comprar.
Ama as pessoas e usa as coisas. O máximo que tu puder, valeu?
Os Croods 2: Uma Nova Era
3.5 150 Assista AgoraNão me lembro do primeiro filme pra ter uma base comparativa, mas me diverti bastante assistindo a essa sequência. Universo de personagens expandido e bem trabalhados, e ambientação muito bem desenvolvida e criativa, dei várias gargalhadas com as excelentes tiradas e sacadas. Dreamworks acertou a mão e produziu uma ótima animação, que se não chega aos pés de Como Treinar Seu Dragão, ao menos encanta e entretém o público com qualidade e sem subestimar a inteligência das crianças.
Argila
3.3 6O 2º filme da minha avó Lídia Mattos (que fez a Marina) com 16 anos de idade!
Grande obra de Humberto Mauro, muita vanguarda em uma produção digna e completa em muitos sentidos cinematográficos.
Espero que o filme ganhe uma cópia em alta definição em breve, merece muito.
Viva o cinema brasileiro!!
Aves sem ninho
3.7 1O primeiro filme da minha avó Lídia Mattos, com 15 anos de idade, a 82 anos atrás!
Do sensacional diretor e artista Raoul Roulien, é uma produção incrível!!!
"Minha causa é a causa dessas infelizes que nasceram desgraçadas... dessas pobres 'aves sem ninho' que incessantemente voejam e rodopiam até quebrarem as azas de encontro aos vidros opacos da felicidade que nunca lhes deixaram alcançar."
Disponível no meu canal do YouTube para assistir: youtu.be/-69nayHQjf8
Ganga Bruta
3.4 51Notas da especialista, Alice Gonzaga:
"Considerado um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos na recente votação da Abbracine (2016).
Foi o primeiro filme brasileiro a usar conscientemente algumas proposições da Psicanálise, como símbolos fálicos. Ao assumir a influência, o diretor Humberto Mauro sofreu chacotas da crítica e acabou sendo chamado de Freud de Cascadura, em alusão ao bairro suburbano carioca.
Utiliza, entre outras locações, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Fábrica de Cimentos Portland, então em construção, e atualmente localizada no município de São Gonçalo-RJ.
A atriz Dea Selva tinha 14 anos quando foi selecionada para para viver a protagonista feminina, e os vestidos usados por ela exploram motivos modernistas e art-déco.
Foi o último filme brasileiro lançado com a trilha sonora gravada pelo processo Vitaphone (som gravado em discos).
Primeira trilha musical organizada pelo maestro, compositor, pianista e arranjador Radames Gnatalli, que escreveu duas canções para o filme.
O ator protagonista, Durval Bellini, era remador do Flamengo e participou das Olimpíadas de Los Angeles em 1932, interrompendo as filmagens. Na condição de Polícia Especial, foi o carcereiro de Luis Carlos Prestes, após sua prisão em 1935. Bellini contava que o prisioneiro era bastante afável e nunca deu trabalho.
O afamado diretor de fotografia Edgar Brasil faz uma ponta na cena do bar, e o produtor Adhemar Gonzaga faz uma participação na cena do açude.
Em algumas cenas o ator Durval Bellini, de tão forte que era, carrega o câmera nos ombros.
A locação da sequência de abertura é o famoso Palacete Martinelli, na Av. Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
O palavra ganga significa rotineiramente impureza, mas, no jargão dos garimpeiros das Minas Gerais, é a cobertura áspera, bruta e feia que envolve a pepita de ouro ou diamante. A ganga enganaria o observador desatento."
- Alice Gonzaga é escritora, pesquisadora, produtora, diretora e empresária do ramo cinematográfico; é filha de Adhemar Gonzaga, fundador da Cinédia.
Joe e as Baratas
2.7 75024 anos depois, finalmente assisti a esse clássico. Diversão garantida, gargalhadas fáceis ou seu tempo de volta! Assistir com a dublagem clássica da TV fez toda a diferença pro fator lúdico, tudo ficou ainda mais engraçado! Recomendo!
Boi Aruá
4.0 4Baseado na cantoria de Elomar Figueira de Melo , Cantiga do Boi Encantado Aruá relata a história de um fazendeiro orgulhoso cujo poder é desafiado sete vezes pela extraordinária aparição do BOI ARUÁ, o Boi Misterioso, até o derradeiro confronto quando se despoja das máscaras e celebra fraternalmente a vitória sobre si mesmo.
O longa metragem "Boi Aruá" amadurece a linguagem desenvolvida pela dupla de artistas, que reúne na década de 1980 uma pequena equipe de pessoas interessadas em aprender animação e com ela cria o filme que se tornou uma referência na animação brasileira devido à força e pioneirismo no audiovisual como representante do imaginário sertanejo. Neste momento novas obras estão em andamento, afirmando no cinema de animação brasileiro uma riscadura autêntica que se origina nas gravuras populares que ilustram a literatura de cordel.
Achei bacana, o visual é muito rico, vibrante, colorido e psicodélico. Trilha sonora marcante com as transmutações zoomórficas dos personagens. Com certeza pra quem leu o livro o filme fica ainda mais rico.
Disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=svYUBr10E18
Piconzé
3.7 5É o 1º longa metragem em cores do país, mas se engana quem pensa que o filme precisa desse rótulo pra se destacar. É um filme extremamente divertido, com tiradas ótimas e hilárias de seu rico universo de personagens. Tem várias referências ao folclore brasileiro, e tem uma animação muito criativa, desde recortes de revistas compondo cenários, a técnicas de experimentação que pra época eram impressionantes. É um belo de um filme espirituoso que dá gosto de assistir!
Fiquei muito surpreso com a produção, e depois de assistir ao documentário sobre a história do diretor Ipê Nakashima fiquei ainda mais admirado por todo o seu trabalho e história de vida até conseguir realizar essa façanha, recomendo demais!
Entrou no meu hall de filmes favoritos com méritos, Ipê Nakashima genial!
Tem no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=TzdtjCB8OiE
E aqui o doc sobre o Ipê: https://www.youtube.com/playlist?list=PLE4FFCB3D13BCF81B
A Primeira Tentação de Cristo
3.0 345Era melhor ter visto o filme do pelé.
Link Perdido
3.4 150É um filme legal, história bacaninha, personagens carismáticos, maaaassss... Nada que prenda ou chame muito atenção, infelizmente. Em termos de stop motion é um dos trabalhos mais impressionantes que já vi, beira a perfeição! Tinham momentos que eu pensava estar vendo a uma animação em 3D, de tão fluído que era. Ganhou o Globo de Ouro muito por conta disso eu suponho, o preciosismo técnico da produção foi épico. Mas em termos de história, perde dos demais concorrentes.
Laika é ótimo em tudo que faz, ansioso pro próximo projeto desde já, na torcida pra ser um filme ainda melhor que esse.
Humberto Mauro
4.0 6Espero que saia em algum streaming logo, quero conferir!
Perdi Meu Corpo
3.8 351 Assista AgoraPalpite sobre a cena do pássaro: eu tô achando que aquele pássaro
que faz grafite na rua é o mesmo que a mão acabou matando no 1ª terço do filme. Talvez ela tenha renascido e ganhado vida daquela forma, tal qual a mão, será? É uma espécie de magia que simplesmente aceitamos afinal e pronto. Pode ser que tenha algum paralelo e conexão com o fato de que a pomba estava protegendo o seu ninho com ovos, e eles acabaram ficando órfãos, assim como o personagem principal. Não sei, é só um devaneio que me ocorreu, provável que não seja nada disso hahaha
Perdi Meu Corpo
3.8 351 Assista AgoraSegundo o diretor Jérémy Clapin, o filme é "um conto de fadas urbano e moderno sobre destino e resiliência; nos diz que, para mudar as coisas, devemos nos surpreender, ousar fazer algo incomum, afastar-nos das linhas retas e estreitas".
Curiosidade: o filme ficou 7 anos em produção.
Chega forte pro oscar de animação, gabaritado com diversas premiações mundo afora, sendo a Aneccy e Cannes as principais.
Filme incrível, com uma trilha sonora linda, e dublagem brasileira ótima, muito a digerir!
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraDepois de procrastinar 2019 inteiro pra assistir, e de ter divulgado o link pro mundo inteiro ver assim que saiu o torrent, finalmente assisti, na madrugada de hoje. Por conta de diversos fatores, não teve o impacto pessoal que eu desejava, mas não tira o mérito e reconhecimento de que é um ótimo filme, e marcou seu nome pra sempre na história do audiovisual brasileiro.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 842 Assista AgoraCuriosidades do filme:
O filme é chamado de "El Camino", porque Jesse Pinkman gritava para a liberdade ao volante de um Chevrolet El Camino de 1978, na série de TV.
Mike é o único personagem a aparecer em todas as três formas da cronologia da história. "Breaking Bad" "Better Call Saul" e "El Camino"
A única carta de despedida que Jesse escreve é dirigida a Brock.
Na cena de flashback em que Jesse e Mike estão conversando à beira do rio, este é o lugar onde Walt atira e mata Mike.
A aranha mantida no apartamento de Todd é a mesma que ele coletou depois de matar a criança no episódio 'Dead Freight' de Breaking Bad.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 842 Assista AgoraÉ um filme feito para os fãs de Breaking Bad, e supre toda a demanda e carência que saudade deixou da série. Um final digno pro Jesse, depois de tudo que o personagem passou. Foi ótimo rever velhos personagens, alguns inclusive mais rechonchudos, quem viu sabe do que tô falando hahaha
Deu vontade de rever a série toda de novo, meu muito obrigado pelo último adeus a uma das melhores criações da história televisiva mundial, mestre Gilligan S2
Uma Cilada para Roger Rabbit
3.7 507 Assista AgoraRevi essa semana depois de 5 anos da última revisita, em especial por conta da morte do animador do filme, o mestre Richard Williams, que deixou seu legado pra sempre na história da sétima arte com sua contribuição pra essa obra.
Também foi a primeira vez que assisti com a 1ª dublagem brasileira do filme, feita pela AIC-SP, que foi lançada no cinema e em VHS.
Uma curiosidade bacana é que o elenco de dublagem foi escolhido a dedo pelo próprio Steven Spielberg em pessoa, que foi o produtor executivo do filme.
Sempre muito bom revisitar esse mega crossover dos sonhos dos mais famosos personagens de desenhos e animações que marcaram nossa infância, é uma dose de nostalgia e qualidade certeiras! A cena do Donald com Patolino por exemplo é o ápice pra qualquer fã Disney/Warner.
E assistindo aos extras do filme que foram lançados em VHS, DVD e Bluray, fiquei ainda mais fascinado por essa obra, foi uma epopéia digna de Zemecks, que soube orquestrar tudo com criatividade e competência que lhe é habitual. Assistam aos extras, tem vários deles no youtube.
É um grande filme que merece ser revisto sempre que possível, e sempre variando entre as 2 dublagens brasileiras da AIC-SP & Herbert Richers, além da versão original norte americana, é claro.
Em memória de Richard Williams, descanse em paz mestre!