Não poderia concordar mais com a sinopse quando diz que esse documentário é visto como um "guia de autoconsciência histórica e cultural". É no mínimo interessante ter acesso a uma cultura tão rica e que, apesar de pouco conhecida, influencia ainda a nós todxs. Claro que o discurso apresentado no filme deve ser inserido em um contexto histórico. Críticas podem ser apontadas, mas não diria que deveriam ser feitas ao documentário em si, mas à cultura que ele apresenta. Em especial chamo a atenção para o desejo latente nos discursos dxs entrevistadxs de viver "the american dream": uma vida típica de família branca burguesa, com dinheiro de sobra, marido e filhos. Me entristece ver como muitxs que sofrem todos os dias por conta dessa instituição sonham em se enquadrar nesse modelo jogado para nós, sem ao menos refletir... só reproduzindo. Senti falta de um discurso crítico que eu não sei se é justo eu esperar dxs entrevistadxs, por isso volto a frisar que a crítica é a aspectos dessa cultura (me recuso a chamar de "subcultura" pois me passa uma conotação de inferioridade) que infelizmente ainda perduram até hoje. Dito isso, indico Paris Is Burning para todxs que quiserem fazer uma viagem histórica por um caminho cheio de superação, conflitos e dificuldades. Histórias cativantes e cheias de glamour, rs. Now sissy that walk.
"Casamento Silencioso" é um banquete de emoções. Através de uma narrativa inocente e bem humorada que nos coloca diante de sentimentos genuínos, experimentamos um misto de barulho e silêncio evocando as mais diversas sensações. A sensibilidade da história é sentida na pele e os reflexos do comunismo soviético na Romênia ficam latentes. Uma metáfora delicada que encanta ao mesmo tempo que entristece. Como lidamos quando somos calados? Com reagimos à privação de nossa liberdade? Como combatemos o silêncio que nos é imposto? Medo, alegria, luto, companheirismo... Sentimentos que ressoam e que calam.
O grito que quebra o silêncio e anuncia a vida é o mesmo grito que antecede o silêncio da morte.
Um filme sobre como nossa sexualidade é algo fluído e construído socialmente, sendo nossos comportamentos sexuais reforçados (ou não) por aqueles que nos cercam. Um filme sobre aceitação de nossa identidade sexual, quer ela seja a mais aceita ou não e como o nosso meio dita a forma como interagimos com essa identidade. Um filme sobre descobertas, inseguranças... sobre como não sabemos lidar com aquilo que desconhecemos, que nos confunde por fugir dos padrões normativos que introjetamos. Estereótipos de gênero, habilidades parentais, formação de identidade... "Les garçons et Guillaume, à table!" é um convite à reflexão, à discussão e, principalmente, à desconstrução das normas sociais que tangenciam o tabu da sexualidade, tudo isso de forma leve e descontraída. Através de uma ótima atuação, de uma trilha sonora deliciosa e de uma fotografia com momentos brilhantes, o filme coloca pontos de interrogação na cabeça da audiência e nos cutuca ao quebrar no decorrer do filme com as certezas que construímos ao final de cada cena.
Por fim, quero ressaltar um fato engraçado que me ocorreu no meio do filme: Guillaume definitivamente sabe apreciar as mulheres do que a maioria dos supostos heterossexuais que conheço. Vai ver que é justamente por não ter medo de parecer com uma.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraComo pode ser tão fofo? Que deleite! Filme sobremesa da melhor qualidade.
Paris is Burning
4.5 242Não poderia concordar mais com a sinopse quando diz que esse documentário é visto como um "guia de autoconsciência histórica e cultural". É no mínimo interessante ter acesso a uma cultura tão rica e que, apesar de pouco conhecida, influencia ainda a nós todxs. Claro que o discurso apresentado no filme deve ser inserido em um contexto histórico. Críticas podem ser apontadas, mas não diria que deveriam ser feitas ao documentário em si, mas à cultura que ele apresenta. Em especial chamo a atenção para o desejo latente nos discursos dxs entrevistadxs de viver "the american dream": uma vida típica de família branca burguesa, com dinheiro de sobra, marido e filhos. Me entristece ver como muitxs que sofrem todos os dias por conta dessa instituição sonham em se enquadrar nesse modelo jogado para nós, sem ao menos refletir... só reproduzindo. Senti falta de um discurso crítico que eu não sei se é justo eu esperar dxs entrevistadxs, por isso volto a frisar que a crítica é a aspectos dessa cultura (me recuso a chamar de "subcultura" pois me passa uma conotação de inferioridade) que infelizmente ainda perduram até hoje. Dito isso, indico Paris Is Burning para todxs que quiserem fazer uma viagem histórica por um caminho cheio de superação, conflitos e dificuldades. Histórias cativantes e cheias de glamour, rs. Now sissy that walk.
Casamento Silencioso
4.1 120"Casamento Silencioso" é um banquete de emoções. Através de uma narrativa inocente e bem humorada que nos coloca diante de sentimentos genuínos, experimentamos um misto de barulho e silêncio evocando as mais diversas sensações. A sensibilidade da história é sentida na pele e os reflexos do comunismo soviético na Romênia ficam latentes. Uma metáfora delicada que encanta ao mesmo tempo que entristece. Como lidamos quando somos calados? Com reagimos à privação de nossa liberdade? Como combatemos o silêncio que nos é imposto? Medo, alegria, luto, companheirismo... Sentimentos que ressoam e que calam.
O grito que quebra o silêncio e anuncia a vida é o mesmo grito que antecede o silêncio da morte.
Eu, Mamãe e os Meninos
3.7 162 Assista AgoraUm filme sobre como nossa sexualidade é algo fluído e construído socialmente, sendo nossos comportamentos sexuais reforçados (ou não) por aqueles que nos cercam. Um filme sobre aceitação de nossa identidade sexual, quer ela seja a mais aceita ou não e como o nosso meio dita a forma como interagimos com essa identidade. Um filme sobre descobertas, inseguranças... sobre como não sabemos lidar com aquilo que desconhecemos, que nos confunde por fugir dos padrões normativos que introjetamos. Estereótipos de gênero, habilidades parentais, formação de identidade... "Les garçons et Guillaume, à table!" é um convite à reflexão, à discussão e, principalmente, à desconstrução das normas sociais que tangenciam o tabu da sexualidade, tudo isso de forma leve e descontraída. Através de uma ótima atuação, de uma trilha sonora deliciosa e de uma fotografia com momentos brilhantes, o filme coloca pontos de interrogação na cabeça da audiência e nos cutuca ao quebrar no decorrer do filme com as certezas que construímos ao final de cada cena.
Por fim, quero ressaltar um fato engraçado que me ocorreu no meio do filme: Guillaume definitivamente sabe apreciar as mulheres do que a maioria dos supostos heterossexuais que conheço. Vai ver que é justamente por não ter medo de parecer com uma.