O jovem Hitchcock, em uma trama até simplória, principalmente comparando ao que faria depois, mas mesmo assim, mostrando aqui e acolá seus temas prediletos: a loira ideal; o terror psicológico e o sarcasmo. A estória acaba se resolvendo rápido demais, e tem seu ponto fraco nisso, mas algumas tomadas são inusitadas para a época.
"Os brancos estão indo embora, perdidos em drogas e sodomia. Esse século é dos asiáticos, que Deus proteja os demais"
Eu mesmo só confio em retratos de um povo quando são realizados pelo próprio povo retratado, e aqui temos um retrato excelente sobre a India do Século XXI: rica, cheia de talentos e ambições, mas ainda profundamente imersa na corrupção, na violência, na gigantesca desigualdade social. Porém, eis que temos um heroi corajoso, alguém oriundo da miséria profunda que como um Sidarta Gautama, obtêm a sua iluminação, livrando-se da subserviência que tanto faz parte da cultura indiana e sem julgamentos morais anuncia: deixem-nos crescer que seremos a maior nação do mundo.
PS- o maior símbolo desse filme que mostra que surge uma nova Índia é não haver nenhum número musical, tão arraigado no cinema indiano.
A produção caprichada e as estonteantes sequências de ação dignas da série que me levaram à nota 6,0, porque senão....filme longo (longo demais!!!) principalmente por fatores absolutamente descartáveis que teriam deixado o filme mais enxuto e mais divertido (que creio ser a única proposta da série), a terça parte que encerra a obra é tão dispendiosamente alongada que o gran finale não chega a causar espanto, porque você realmente só esperava que acabasse o mais rápido possível. Rami Malek como "Safin" é um dos piores (não no sentido da maldade, mas no sentido da má atuação mesmo) vilões que já vi em 007, tão caricato e clichê que irrita.
O Cinema Revolucionário Soviético então no seu auge, com suas técnicas de edição únicas, aliando a mensagem governamental à Arte, mas aqui em alguns momentos ele se torna bem moroso (característica do cinema soviético após a década de 60, principalmente em Tarkovsky). Diversas alegorias referentes a exploração capitalista e a magistral imagem final da força asiática (orgulho até hoje da Rússia) varrendo os inimigos.
Apesar de bastante criativo e saber falar sobre os temas (então) relevantes, não é engraçado, porque perdeu a surpresa e com isso a espontaneidade do primeiro filme, e a maioria das piadas é "uma boa piada, mas foi contada tantas vezes que perdeu a graça".
O tema é interessante, mostrando uma China Comunista que progride rumo ao anarco capitalismo, embora só indo aquele país pra saber se é verdade ou não. Infelizmente a execução da narrativa é lenta, com muitas imagens alongadas desnecessariamente, tornando o filme muito mais longo do que devia.
O esquema é o mesmo de quase todos os filmes de Keaton: o homem franzino e sensível, forasteiro em uma terra de gigantes mal-educados, que se apaixona pela mulher errada e salva a todos usando da inteligência. O genial dos filmes dele são as eletrizantes sequencias finais, com ideias mirabolantes e execuções perfeitas: era um verdadeiro gênio nesse quesito. (a cena da parede caindo sobre ele, exatamente no vão da janela, é uma das mais antológicas da História do Cinema)
Eu trabalho há bastante tempo com dependentes químico e (uau!) Amy Adams personifica uma dependência muito realista, com toda a deterioração física, psicológica e moral e Glenn Close absolutamente convincente (que atriz!!!). O quê da estória fica na direção frouxa e na pavorosa interpretação do ator Owen Asztalos, como o JD adolescente, além de um pathos que só será compreendido integralmente para quem seja do sul dos EUA.
Uau. Uau. Eu não sou nostalgista, mesmo tenho um pouco de aversão a isso, mas vendo esse show, que confesso que desconhecia por completo, e se apresentando ali, um a um, o que de melhor a música fez nos últimos 70, 80, 100 anos (cada artista que era anunciado me arrepiava tanto quanto a plateia daquele dia), me pergunto em que ponto e por quê, nós deixamos de cantar com as nossas próprias vozes, de sermos hábeis com os instrumentos musicais (Nina Simone ao piano é algo sobrenatural), de com uma energia explosiva levar o espectador ao clímax e à reflexão.
Obra Prima quase centenária, que encerra um dos maiores estudos já feitos sobre fotografia, enquadramento e principalmente, close-ups, registrando magistralmente a pilhéria dos juízes, a maldade dos guardas, o sofrimento de Joana. Absolutamente fantástico.
Gastaram toda a energia nos agoniantes minutos do parto (mais terríveis do que muito filme de suspense/terror), para então cair em uma história que simplesmente não sabe para onde vai. Shia LaBoeuf absolutamente canastrão (um ator nascido para o sucesso do Cinemão pipoca, mas alguém deve o ter convencido que era o melhor ator do mundo e aí a carreira declinou), e mesmo Vanessa Kirby fica desanimada. Péssima direção.
Eu vivo em uma cidade muito barulhenta, então as vezes fico pensando em lugares distantes onde você ouve aquele zumbido no ouvido conhecido como "o som do silêncio", Lunana seria com certeza um desses lugares, onde tudo passa devagar. Esteticamente e roteiristicamente lembra muito o filme iraniano "O Jarro" (e até mesmo outros de professores "indecisos"), mas aqui o tempo é completamente diferente, a cultura confucionista do extremo respeito e a resignação do budismo, deixa tudo sem demonstrações efusivas de emoção: sofre-se em silêncio como o silêncio das montanhas.
O enredo lembra muito "Blonde" (que viria no ano seguinte), mulheres que sofreram com mães negligentes (e até mesmo cruéis), com homens que as maltrataram a vida inteira e com o status quo governamental, e que buscaram alívio nos entorpecentes. Nesse aqui, como lá, o filme pertence inteiramente às suas protagonistas (Andra Day espetacular), e que idem poderiam ser um pouco mais enxutos.
Percebe-se claramente ser adaptação de peça teatral (e dirigida praticamente como tal), mas que nas telas não funciona tão bem. As discussões são repetitivas, atuações um pouco mecânicas (mais estereótipos do que encarnações das figuras originais, Muhammad Ali, que era um homem muito inteligente, no filme parece que só falava por chavões, além de que fizeram um Malcolm X muito irritante). Tem alguns bons diálogos mostrando as antagônicas visões sobre o movimento dos direitos civis negros da década de 60, mas deve funcionar melhor no teatro.
Não é porque um filme é mudo e preto/branco que imediatamente temos que colocá-lo como obra prima, não. As docas de NY é um filme quase ruim, pelo seu roteiro esparso, com sequencias absolutamente sem pé nem cabeça e resoluções idem, mas tem como destaque a apresentação de um ambiente sórdido e de um sujeito mais sórdido ainda que faz as vezes de heroí (o grandalhão Bill), com sua capa de couro brilhante que antecedia 30 anos ao estilo "selvagem" de Marlon Brando e a figura do 'amigo' fraco e invejoso que só quer ver tão mal quanto a si próprio.
PS- tenho visto vários filmes daquela época e me impressiona o quanto eles se cumprimentavam com beijos na boca (muitas vezes passando do simples "selinho") e isso até entre familiares.
O que sempre me atrai nos filmes italianos é a maneira de como contam as suas histórias em fascículos, pequenos pedaços de memória; idem como tratam com respeito os mais idosos, mas não em um sentido de deferência, mas sim de incluí-los com jovialidade no dia a dia das famílias (e quando digo jovialidade não quero dizer pessoas de 65 anos se portando como pessoas de 20, mas sim compartilhando os mesmos momentos)
O filme é irregular, mas é também um grande cartão de visitas de Napoles.
Muito interessante essa desmistificação do "American Way of Life", ainda mais que foi produzido nos chamados "Anos de Ouro", a década de 1920 (para muitos, o melhor período da civilização ocidental, sem guerras, com abundância material, oportunidades a todos e muita diversão), e mostra que afinal de contas, era um conto de fadas bem vendido. Aliás, é idem profético, no ano seguinte, a Crise de 1929 destruiria a vida de milhões de pessoas, acabando com a década dourada e trazendo o fascismo.
A premissa não é original (baseada na obra, Eu, Robô), mas foi criativamente construída, graficamente é muito moderno e inteligente, mas a insistência absolutamente irritante de preencher todos os segundos do filme com todos os clichês existentes, foi demais para mim, por pouco não desisti desses Simpsons com nome diferente (Matt Groening deveria pedir direitos autorais pelo plágio claríssimo da relação Homer/Lisa).
O interessante no filme é que não há um milímetro de julgamento moral: os 4 propuseram uma experiência acadêmica sobre o consumo de álcool e suas consequências e ponto final (que atuação do quarteto protagonista, em se tratando de Vintenberg, é plausivel que tenham se alcoolizado realmente, tamanho o convencimento).
Buster Keaton e Harold Lloyd tinham em comum a pequena estatura de homens que usam a inteligência (e o acaso) contra os brutamontes da época, a diferença é que os personagens de Keaton não premeditavam e os de Lloyd sim. Impressionante coletânea de gags físicas que seriam utilizadas dali em diante: muitas seriam utilizadas pelos desenhos animado e então, percebemos que alguém de carne e osso as encenou antes (e Lloyd se machucou muitas vezes).
Apesar da animação estonteante (que cenários!), esse Senhor dos Aneis oriental não me animou [perdão ao trocadilho], de fato, cheguei a passar para a frente em alguns momentos. A estória é óbvia ao ponto de irritar, a parte cômica não tem graça alguma e mesmo os personagens chaves criados para vender brinquedos Disney, não funcionam. (sei que é fantasia total, mas um bebê de 1 ano fazer aquilo,,,não dá, mesmo porque o filme vai para um viés que demanda alguma plausibilidade no enredo)
Prato cheio para quem gosta de filmes de tribunal e de História (não necessariamente nessa ordem), em uma muito boa direção e atuações exemplares.
Impressiona que quando solicitado, Sacha Cohen consegue render atuações muito sóbrias; como Redmayne conseguiu se livrar de toda a aura super britânica e se transformar em um norte-americano; e a convincente atuação do veterano Frank Langhella, além de como a história é contada.
Debaixo da estória basicamente pueril, um marco histórico para o Cinema: cantar para as novas audiências (filmes sonoros) ou se render às tradicionais (cinema mudo)? Pois o filme mostra (tanto no enredo como em si próprio) que seria possível a junção dos dois. Inevitável deixar de comentar o black face (e mesmo para a época, acho desnecessário, pois o próprio Jack se apresentava até então sem o uso do ofensivo artifício), mas como nos ensina o filósofo Thomas Kuhn, é muito fácil julgar as outras épocas com os olhos de agora, o importante realmente é não cometer os mesmos erros.
Chantagem e Confissão
3.7 59 Assista AgoraO jovem Hitchcock, em uma trama até simplória, principalmente comparando ao que faria depois, mas mesmo assim, mostrando aqui e acolá seus temas prediletos: a loira ideal; o terror psicológico e o sarcasmo. A estória acaba se resolvendo rápido demais, e tem seu ponto fraco nisso, mas algumas tomadas são inusitadas para a época.
O Tigre Branco
3.8 403 Assista Agora"Os brancos estão indo embora, perdidos em drogas e sodomia. Esse século é dos asiáticos, que Deus proteja os demais"
Eu mesmo só confio em retratos de um povo quando são realizados pelo próprio povo retratado, e aqui temos um retrato excelente sobre a India do Século XXI: rica, cheia de talentos e ambições, mas ainda profundamente imersa na corrupção, na violência, na gigantesca desigualdade social. Porém, eis que temos um heroi corajoso, alguém oriundo da miséria profunda que como um Sidarta Gautama, obtêm a sua iluminação, livrando-se da subserviência que tanto faz parte da cultura indiana e sem julgamentos morais anuncia: deixem-nos crescer que seremos a maior nação do mundo.
PS- o maior símbolo desse filme que mostra que surge uma nova Índia é não haver nenhum número musical, tão arraigado no cinema indiano.
007: Sem Tempo para Morrer
3.6 564 Assista AgoraA produção caprichada e as estonteantes sequências de ação dignas da série que me levaram à nota 6,0, porque senão....filme longo (longo demais!!!) principalmente por fatores absolutamente descartáveis que teriam deixado o filme mais enxuto e mais divertido (que creio ser a única proposta da série), a terça parte que encerra a obra é tão dispendiosamente alongada que o gran finale não chega a causar espanto, porque você realmente só esperava que acabasse o mais rápido possível.
Rami Malek como "Safin" é um dos piores (não no sentido da maldade, mas no sentido da má atuação mesmo) vilões que já vi em 007, tão caricato e clichê que irrita.
Tempestade Sobre a Ásia
3.7 12O Cinema Revolucionário Soviético então no seu auge, com suas técnicas de edição únicas, aliando a mensagem governamental à Arte, mas aqui em alguns momentos ele se torna bem moroso (característica do cinema soviético após a década de 60, principalmente em Tarkovsky). Diversas alegorias referentes a exploração capitalista e a magistral imagem final da força asiática (orgulho até hoje da Rússia) varrendo os inimigos.
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 552 Assista AgoraApesar de bastante criativo e saber falar sobre os temas (então) relevantes, não é engraçado, porque perdeu a surpresa e com isso a espontaneidade do primeiro filme, e a maioria das piadas é "uma boa piada, mas foi contada tantas vezes que perdeu a graça".
Ascensão
3.3 34 Assista AgoraO tema é interessante, mostrando uma China Comunista que progride rumo ao anarco capitalismo, embora só indo aquele país pra saber se é verdade ou não. Infelizmente a execução da narrativa é lenta, com muitas imagens alongadas desnecessariamente, tornando o filme muito mais longo do que devia.
Marinheiro de Encomenda
4.2 42 Assista AgoraO esquema é o mesmo de quase todos os filmes de Keaton: o homem franzino e sensível, forasteiro em uma terra de gigantes mal-educados, que se apaixona pela mulher errada e salva a todos usando da inteligência. O genial dos filmes dele são as eletrizantes sequencias finais, com ideias mirabolantes e execuções perfeitas: era um verdadeiro gênio nesse quesito. (a cena da parede caindo sobre ele, exatamente no vão da janela, é uma das mais antológicas da História do Cinema)
Era Uma Vez um Sonho
3.5 448 Assista AgoraEu trabalho há bastante tempo com dependentes químico e (uau!) Amy Adams personifica uma dependência muito realista, com toda a deterioração física, psicológica e moral e Glenn Close absolutamente convincente (que atriz!!!). O quê da estória fica na direção frouxa e na pavorosa interpretação do ator Owen Asztalos, como o JD adolescente, além de um pathos que só será compreendido integralmente para quem seja do sul dos EUA.
Summer of Soul (...ou, Quando A Revolução Não Pôde Ser …
4.3 61 Assista AgoraUau. Uau. Eu não sou nostalgista, mesmo tenho um pouco de aversão a isso, mas vendo esse show, que confesso que desconhecia por completo, e se apresentando ali, um a um, o que de melhor a música fez nos últimos 70, 80, 100 anos (cada artista que era anunciado me arrepiava tanto quanto a plateia daquele dia), me pergunto em que ponto e por quê, nós deixamos de cantar com as nossas próprias vozes, de sermos hábeis com os instrumentos musicais (Nina Simone ao piano é algo sobrenatural), de com uma energia explosiva levar o espectador ao clímax e à reflexão.
Que pena.
A Paixão de Joana d'Arc
4.5 229 Assista AgoraObra Prima quase centenária, que encerra um dos maiores estudos já feitos sobre fotografia, enquadramento e principalmente, close-ups, registrando magistralmente a pilhéria dos juízes, a maldade dos guardas, o sofrimento de Joana. Absolutamente fantástico.
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraGastaram toda a energia nos agoniantes minutos do parto (mais terríveis do que muito filme de suspense/terror), para então cair em uma história que simplesmente não sabe para onde vai. Shia LaBoeuf absolutamente canastrão (um ator nascido para o sucesso do Cinemão pipoca, mas alguém deve o ter convencido que era o melhor ator do mundo e aí a carreira declinou), e mesmo Vanessa Kirby fica desanimada. Péssima direção.
A Felicidade das Pequenas Coisas
4.0 96 Assista AgoraEu vivo em uma cidade muito barulhenta, então as vezes fico pensando em lugares distantes onde você ouve aquele zumbido no ouvido conhecido como "o som do silêncio", Lunana seria com certeza um desses lugares, onde tudo passa devagar.
Esteticamente e roteiristicamente lembra muito o filme iraniano "O Jarro" (e até mesmo outros de professores "indecisos"), mas aqui o tempo é completamente diferente, a cultura confucionista do extremo respeito e a resignação do budismo, deixa tudo sem demonstrações efusivas de emoção: sofre-se em silêncio como o silêncio das montanhas.
Estados Unidos Vs Billie Holiday
3.3 150 Assista AgoraO enredo lembra muito "Blonde" (que viria no ano seguinte), mulheres que sofreram com mães negligentes (e até mesmo cruéis), com homens que as maltrataram a vida inteira e com o status quo governamental, e que buscaram alívio nos entorpecentes. Nesse aqui, como lá, o filme pertence inteiramente às suas protagonistas (Andra Day espetacular), e que idem poderiam ser um pouco mais enxutos.
Uma Noite em Miami...
3.7 189 Assista AgoraPercebe-se claramente ser adaptação de peça teatral (e dirigida praticamente como tal), mas que nas telas não funciona tão bem. As discussões são repetitivas, atuações um pouco mecânicas (mais estereótipos do que encarnações das figuras originais, Muhammad Ali, que era um homem muito inteligente, no filme parece que só falava por chavões, além de que fizeram um Malcolm X muito irritante). Tem alguns bons diálogos mostrando as antagônicas visões sobre o movimento dos direitos civis negros da década de 60, mas deve funcionar melhor no teatro.
Docas de Nova York
3.8 20Não é porque um filme é mudo e preto/branco que imediatamente temos que colocá-lo como obra prima, não. As docas de NY é um filme quase ruim, pelo seu roteiro esparso, com sequencias absolutamente sem pé nem cabeça e resoluções idem, mas tem como destaque a apresentação de um ambiente sórdido e de um sujeito mais sórdido ainda que faz as vezes de heroí (o grandalhão Bill), com sua capa de couro brilhante que antecedia 30 anos ao estilo "selvagem" de Marlon Brando e a figura do 'amigo' fraco e invejoso que só quer ver tão mal quanto a si próprio.
PS- tenho visto vários filmes daquela época e me impressiona o quanto eles se cumprimentavam com beijos na boca (muitas vezes passando do simples "selinho") e isso até entre familiares.
A Mão de Deus
3.6 189O que sempre me atrai nos filmes italianos é a maneira de como contam as suas histórias em fascículos, pequenos pedaços de memória; idem como tratam com respeito os mais idosos, mas não em um sentido de deferência, mas sim de incluí-los com jovialidade no dia a dia das famílias (e quando digo jovialidade não quero dizer pessoas de 65 anos se portando como pessoas de 20, mas sim compartilhando os mesmos momentos)
O filme é irregular, mas é também um grande cartão de visitas de Napoles.
A Voz Suprema do Blues
3.5 540 Assista AgoraOs diálogos no porão são sensacionais e Boseman, que já se sabia terminal, coloca no seu discurso contra Deus uma emoção absolutamente genuína.
A Turba
4.3 24Muito interessante essa desmistificação do "American Way of Life", ainda mais que foi produzido nos chamados "Anos de Ouro", a década de 1920 (para muitos, o melhor período da civilização ocidental, sem guerras, com abundância material, oportunidades a todos e muita diversão), e mostra que afinal de contas, era um conto de fadas bem vendido. Aliás, é idem profético, no ano seguinte, a Crise de 1929 destruiria a vida de milhões de pessoas, acabando com a década dourada e trazendo o fascismo.
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
4.0 494A premissa não é original (baseada na obra, Eu, Robô), mas foi criativamente construída, graficamente é muito moderno e inteligente, mas a insistência absolutamente irritante de preencher todos os segundos do filme com todos os clichês existentes, foi demais para mim, por pouco não desisti desses Simpsons com nome diferente (Matt Groening deveria pedir direitos autorais pelo plágio claríssimo da relação Homer/Lisa).
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraO interessante no filme é que não há um milímetro de julgamento moral: os 4 propuseram uma experiência acadêmica sobre o consumo de álcool e suas consequências e ponto final (que atuação do quarteto protagonista, em se tratando de Vintenberg, é plausivel que tenham se alcoolizado realmente, tamanho o convencimento).
O porém é o epílogo, exagerado.
O Caçula
3.9 15Buster Keaton e Harold Lloyd tinham em comum a pequena estatura de homens que usam a inteligência (e o acaso) contra os brutamontes da época, a diferença é que os personagens de Keaton não premeditavam e os de Lloyd sim. Impressionante coletânea de gags físicas que seriam utilizadas dali em diante: muitas seriam utilizadas pelos desenhos animado e então, percebemos que alguém de carne e osso as encenou antes (e Lloyd se machucou muitas vezes).
Raya e o Último Dragão
4.0 646 Assista AgoraApesar da animação estonteante (que cenários!), esse Senhor dos Aneis oriental não me animou [perdão ao trocadilho], de fato, cheguei a passar para a frente em alguns momentos. A estória é óbvia ao ponto de irritar, a parte cômica não tem graça alguma e mesmo os personagens chaves criados para vender brinquedos Disney, não funcionam. (sei que é fantasia total, mas um bebê de 1 ano fazer aquilo,,,não dá, mesmo porque o filme vai para um viés que demanda alguma plausibilidade no enredo)
Os 7 de Chicago
4.0 581 Assista AgoraPrato cheio para quem gosta de filmes de tribunal e de História (não necessariamente nessa ordem), em uma muito boa direção e atuações exemplares.
Impressiona que quando solicitado, Sacha Cohen consegue render atuações muito sóbrias; como Redmayne conseguiu se livrar de toda a aura super britânica e se transformar em um norte-americano; e a convincente atuação do veterano Frank Langhella, além de como a história é contada.
O Cantor de Jazz
3.4 70 Assista AgoraDebaixo da estória basicamente pueril, um marco histórico para o Cinema: cantar para as novas audiências (filmes sonoros) ou se render às tradicionais (cinema mudo)? Pois o filme mostra (tanto no enredo como em si próprio) que seria possível a junção dos dois. Inevitável deixar de comentar o black face (e mesmo para a época, acho desnecessário, pois o próprio Jack se apresentava até então sem o uso do ofensivo artifício), mas como nos ensina o filósofo Thomas Kuhn, é muito fácil julgar as outras épocas com os olhos de agora, o importante realmente é não cometer os mesmos erros.