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O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!
Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)
Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
Boa sorte! :)* Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/
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Filmow
Pessoal…
O Oscar 2012 está chegando, e nós do Filmow resolvemos fazer um bolão para vocês usuários. E é claro que o vencedor não irá sair de mãos abanando, iremos dar um iPad 2 para o primeiro colocado.
Então não perca essa chance, é só entrar na pagina do bolão, fazer o seu cadastro e já começar a dar os seus palpites.
http://filmow.com/bolao-do-oscar/
Participe e boa sorte.
“Anjos e Demônios é melhor do que O Código DaVinci”… É repetindo essa
frase que disse tantas vezes em conversas sobre os livros de Dan
Brown, há cerca de cinco anos atrás, que eu inicio esse artigo sobre
os respectivos filmes e sobre a maravilhosa arte da adaptação de
histórias para o formato cinematográfico comercial, leia-se: Filmes
com aproximadamente duas horas de duração e suas possíveis sequências.
Na ocasião do lançamento do filme O Código DaVinci, as longas filas,
as sessões lotadas e a presença maciça do mesmo na mídia,
representavam o ápice do sucesso de Dan Brown como escritor, e de
Robert Langdon como herói. Personificado pelo carismático e oscarizado
Tom Hanks, Robert Langdon estava pronto para sair das páginas e da
imaginação popular para se transformar em realidade, de uma forma
milionária e paradoxal que apenas o cinema consegue fazer, mas essa
realidade não foi tão grandiosa assim... Os livros venderam mais uma
vez, seus guias e edições especiais venderam como nunca, mas o filme
decepcionou e recebeu duras críticas.
Uma parte da culpa, está no fato de que o filme não teria como trazer
nenhuma novidade, uma vez que, apesar de inflar a expectativa de
todos, ele apenas colocou atores para falar as mesmas coisas que o
livro já dizia, e com isso, o maior mérito do livro, que foi aguçar a
curiosidade e o interesse de todo o mundo por questões delicadas de um
passado religioso, muitas vezes visto como algo sagrado, e não
histórico, não se destacou no filme, e Robert Langdon não era
brilhante nas telas, era apenas um Tom Hanks com cabelo estranho e
cara de preocupado.
Agora, três anos passados desde a estréia de Robert Langdon nos
cinemas, ele está de volta. Novamente personificado por Tom Hanks,
novamente sob a direção de Ron Howard (Conhecido como o diretor mais
acadêmico de Hollywood) e dessa vez, felizmente, em um filme de
verdade! Anjos e Demônios consegue empolgar e encantar, mas como
livro, não teve o mesmo sucesso de seu irmão mais novo, O Código
DaVinci. O que faz com que essas coisas aconteçam, por que algumas
histórias funcionam mais que outras nas telas grandes do cinema? Ou
isso é apenas uma questão de adaptação?
Vamos lá, rapidamente e sem entregar nenhum segredo das tramas,
poderia dizer que ambos os livros tem estruturas narrativas muito
semelhantes, mas não iguais. O Código DaVinci virou Best Seller por
uma razão muito simples... o livro causa polêmica. Ao analisar
friamente as duas obras, podemos concluir que O Código DaVinci tem uma
história muito mais fraca que Anjos e Demônios, com personagens
menores e mais rasos, porém, seu mérito está em construir uma versão
alternativa para a vida de Jesus Cristo, e apresentar com fatos
históricos uma conspiração milenar que tenta manter a verdade viva,
porém secreta. Isso, claramente faz pensar, faz o leitor viajar, mas a
leitura é algo que permite isso. No cinema, o espectador se concentra
na tela, e isso acontece muito no filme Anjos e Demônios.
O livro já era bastante tenso. Uma estrutura criativa que apresenta
desde seu início uma contagem regressiva para uma grande tragédia,
cria no leitor uma ligação forte com cada ação das personagens, e cria
também um compromisso com a aventura, pois parece que quanto mais
rápido você conseguir ler, mais rápido as personagens conseguirão
solucionar os problemas e evitar a grande tragédia anunciada.
Esse simples elemento, o tempo, consegue delinear uma história muito
mais densa, pois desde o início, é Possível se comprometer com o
final. E isso funciona muito bem no cinema e na TV, tanto que esse
livro foi uma das referências utilizadas por Joel Surnow para a
criação da serie 24 (24 Horas, no Brasil), grande sucesso da TV
americana, onde a personagem principal é Jack Bauer, um agente do
governo que luta contra o terrorismo.
O livro Anjos e Demônios reservava para seu final, um clímax baseado
em ações, concentrando toda a tensão de suas páginas em um evento
colossal e intrigante, envolvendo milhares de pessoas em um lugar
incrivelmente importante para toda a cultura ocidental, colidindo
heroísmo e vilania em poucas páginas. Já o livro O Código DaVinci,
reservava para seu final, reflexões e questionamentos íntimos, em uma
locação muito menos importante, apresentando defeitos humanos como a
ganância e a corrupção e reservando como recompensa, uma suposta
verdade milenar. Claramente, com esse paralelo, é simples imaginar a
diferença do clima dentro das salas de cinema, mas isso não seria o
bastante para fazer com que um filme seja bom e outro ruim. Ambas são
boas histórias, mas são histórias diferentes, suas estruturas
literárias são quase idênticas, mas seus ritmos e suas escalas, quando
transportados para o cinema, são totalmente diferentes. Adaptação, é a
arte de fazer isso funcionar.
O Código DaVinci não funcionou. Não funcionou por algumas simples
razões, a primeira delas, é o fato de o livro basear-se quase que
exclusivamente nos pensamentos de Robert Langdon e não em suas ações.
Não acompanhamos sua linha de raciocínio, como acontece no livro. No
filme, vemos apenas um Tom Hanks pensativo, com cara de preocupado,
que em alguns momentos revela informações importantes. Diferente de
Anjos e Demônios, onde ele está agindo com pressa durante o tempo
todo, deslocando-se através de Roma e do Vaticano, algo que funcionou
perfeitamente nas duas obras. Outro motivo, É a existência e a
revelação final do vilão. Em Anjos e Demônios, o vilão revela-se no
clímax, e sua atuação está diretamente ligada com a trama, do começo
ao fim, e até mesmo suas justificativas fazem pensar. É um vilão com
propósitos firmes. Em O Código DaVinci, o vilão apenas causa
problemas, mas a trama gira ao redor “da verdade”, principalmente, até
mesmo as ações do vilão buscam revelar a verdade, e como isso também é
algo que o leitor e o espectador desejam, a ação perde o foco.
Como adaptação, Anjos e Demônios atingiu um resultado melhor que O
Código DaVinci, o filme tem uma trama mais fechada, melhor amarrada e
com ritmo certo. Seu questionamento principal, a relação entre a
ciência e a religião, tem um lugar de honra, sem roubar o foco da
ação, fazendo o espectador, não apenas pensar, mas sentir a história.
O Código DaVinci perdeu com isso. O filme pretendia “revelar” uma
verdade, mas ficou parado, amarrado e não conseguiu passar a
informação que o livro passa. Quando a verdade foi “revelada”, ela já
estava tão difundida, que faltou um filme para corpo a ela.
Talvez os produtores tenham aprendido que não basta filmar o livro, é
preciso adaptá-lo para as necessidades de uma nova mídia. Robert
Langdon está menos pensativo agora, as demais personagens também estão
mais objetivas e a narrativa paralela ficou muito mais intensa,
apresentando de forma mais subjetiva e misteriosa, os passos do
inimigo. Até mesmo a escolha de alterar a cronologia das obras e
posicionar Anjos e Demônios como sequência de O Código DaVinci foi uma
escolha acertada, fazendo com que a relação de Robert com o Vaticano
seja algo mais forte e profundo, algo além dos seus interesses como
pesquisador. Anjos e Demônios é, com certeza, um filme que vale o
ingresso do cinema.
Homero Meyer